EM - Escola de Minas

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A Escola de Minas de Ouro Preto foi fundada pelo cientista Claude Henri Gorceix e inaugurada em 12 de outubro de 1876.

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    Contribuições à estratigrafia neocenozoica do Quadrilátero Ferrífero a partir do reconhecimento e caracterização de leques aluviais dissecados.
    (2023) Lopes, Fabricio Antonio; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Lana, Cláudio Eduardo; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Costa, Adivane Terezinha; Lima, Carlos Cesar Uchoa de; Santos, Gisele Barbosa dos; Barros, Luiz Fernando de Paula
    A geomorfologia da região do Quadrilátero Ferrífero é marcada por serras altas, rios encaixados e vales amplos, extremamente propícia ao desenvolvimento de leques aluviais. Apesar de propícia, escassos são os trabalhos que focaram no entendimento da referida feição geomorfológica e sedimentar. Este estudo buscou entender a gênese e evolução dos leques aluviais inconsolidados do Quadrilátero Ferrífero, acrescentando suas análises aos estudos sobre a estratigrafia neocenozoica regional, principalmente àqueles voltados à reconstituição paleogeográfica. Para identificar os leques aluviais foram realizadas análises da literatura geomorfológica e dos mapas geológicos da região que direcionaram os trabalhos de campo, onde foi possível o reconhecimento efetivo dos depósitos. Uma vez reconhecidos, os mesmos foram alvo de mapeamentos, análises morfométricas, morfológicas e sedimentológicas. Além disso, os sedimentos das fácies mais representativas foram coletadas e enviadas para datação por luminescência opticamente estimulada (LOE). A coleta foi realizada em tubos de metal com amostrador e alavanca específicos e desenvolvidos para minimizar problemas relacionados ao caráter rudáceo dos sedimentos. As análises morfológica e morfométrica permitiram evidenciar uma descaracterização do formato (semi-cônico) natural dos leques aluviais devido a atuação de processos naturais, representados pela expressiva incisão da rede de drenagem e, antrópicos, figurados pela abertura de estradas, loteamentos, atividades mineiras e agropecuária. Apesar disso, os leques do Quadrilátero Ferrífero apresentam características morfométricas similares aos parâmetros estabelecidos pela literatura especializada nacional e internacional. A presença de Itabiritos e minerais ferrosos possibilitou a segregação entre depósitos de leques aluviais e meras rampas de colúvio. Os estudos das fácies sedimentares dos leques aluvias do Quadrilátero Ferrífero evidenciaram ausência de processos agradacionais, estando os mesmos inativos. Cerca de 40% das fácies encontradas são de fluxos de detritos plásticos (Gmm) e pseudoplásticos (Gcm) intercaladas a eventuais fácies de preenchimento de canal (Gt), fluxos hiperconcentrados (Sm) e de lama (Fm). Cerca de 91% são cascalhosas. Importante destacar que as características sedimentares também estão similares com parâmetros e modelos propostos pela literatura especializada. Os dados de geocronologia obtidos por LOE elucidaram importância da utilização dos amostrador e alavanca para melhor aproveitamento do tempo e qualidade das amostras. Além disso, a utilização do protocolo SAR de 15 alíquotas foi fundamental para obtenção de idades confiáveis, onde os grãos de quartzo demonstraram alta sensibilidade e curvas dose-resposta adequadas, permitindo melhores reflexões e confiabilidade das idades. Com exceção ao leque aluvial Chapada da Canga, cuja idade máxima estimada remonta ao Neo-Oligoceno, os leques aluviais inconsolidados do Quadrilátero Ferrífero tiveram sua gênese ao longo do Pleistoceno. Na maioria das vezes essa gênese relaciona-se a um clima seco, com possível retração da vegetação e preenchimento sedimentar dos vales fluviais. A colmatação de fácies holocênicas em clima seco também foi elucidada nos leques da Serra de Ouro Branco (9.710 ka) e do Complexo Bonfim Setentrional (9.300 e 9.500 ka). A jovem fácies Gmm do leque 1 do Complexo Bonfim Setentrional, de 3.730 ka, relaciona-se ao retrabalhamento de sedimentos mais antigos. O principal reflexo da tectônica Cenozoica no contexto dos leques aluviais do Quadrilátero Ferrífero refere-se à forte incisão fluvial holocênica, provocada por soerguimentos da plataforma continental brasileira. Na mesma medida em que a referida dissecação fluvial gerou os terraços da região, também recortou os sedimentos dos leques aluviais. Essa dinâmica associada ao uso e ocupação do terreno são os fatores que descaracterizaram os depósitos, levando os mesmos a serem confundidos com meras pilhas estéreis de cascalhos erodidos e vegetados.
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    Estratigrafia e análise de fácies da sucessão carbonática da porção nordeste da serra do Iuiú (BA).
    (2020) Conti, Anderson França; Rudnitzki, Isaac Daniel; Danderfer Filho, André; Rudnitzki, Isaac Daniel; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Amorim, Kamilla Borges
    A Serra do Iuiú, situada na região centro-sul da Bahia e adjacente à cidade homônima, na porção leste da Bacia do São Francisco, apresenta uma sucessão de pelitos e carbonatos que foi associada a diferentes formações do Grupo Bambuí, por diferentes entidades de estudo. Apesar da região estar previamente mapeada com base litoestratigráfica, esta área, bem como as unidades que a compõem, carece de estudos de análises de fácies e estratigráficos voltados à reconstrução paleoambiental. Além disso, estas unidades representam a porção superior do Grupo Bambuí e, registraram a passagem do Ediacarno-Cambriano, um importante intervalo de tempo marcado por expressivas mudanças bioevolutivas e alterações nos fatores controladores da fábrica carbonática marinha. A Serra do Iuiú, em etapa de campo, apresentou exposição de qualidade com extensão lateral e vertical expressivas, que permitiram realizar trabalhos faciológicos e estratigráficos. Dessa forma, a presente dissertação realizou estudo de fácies sedimentares, microfácies e quimioestratigrafia em seções da porção nordeste da Serra do Iuiú. Esse estudo revelou a construção do arcabouço estratigráfico, considerando a evolução paleoambiental e quimioestratigrafica, bem como discutiu sobre processos de sedimentação carbonática dominantes na transição do Ediacarano-Cambriano. Com base em quatro perfis estratigráficos, foi possível reconhecer duas unidades litoestratigráficas, na base a Formação Serra de Santa Helena, representada por pelititos, margas e nódulos carbonáticos, que passam de forma transicional para a Formação Lagoa do Jacaré, que consiste em calcário, calcários impuros e arenitos carbonáticos. O estudo de fácies sedimentar sugere que a sucessão siliciclástica-carbonática da Serra do Iuiu registra uma rampa carbonática mista, com controle de distribuição de sedimentação batimétrico. Em águas rasas, predominava sedimentação carbonática (Fm. Lagoa do Jacaré) e em águas profundas, abaixo da onda de tempestade, prevalecia sedimentação siliciclástica fina. Os dados geoquímicos de δ 13C (9.71 a 10.77‰), δ 18O (-9.51a -6.74‰) e as razões de 87Sr/86Sr (0.7069 a 0.7085) com teores de Sr entre 1072 e 1384 ppm, sugerem que esta sucessão representa o registro da transição Ediacarara-Cambriana.
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    O permiano da bacia de Sergipe-Alagoas.
    (2020) Silva, Rafael Oliveira; Leite, Mariangela Garcia Praça; Lima, Wagner Souza; Leite, Mariangela Garcia Praça; Borba, Cláudio; Castro, Paulo de Tarso Amorim
    A Formação Aracaré representa o Eopermiano da fase de sinéclise paleozoica da bacia de SergipeAlagoas. Suas rochas afloram principalmente na região central da bacia. Diversas campanhas de campo resultaram no levantamento de cinco perfis estratigráficos, nos quais foram identificadas 28 fácies sedimentares. Para um melhor entendimento dessas fácies, 30 lâminas delgadas foram confeccionadas, 15 amostras foram selecionadas para análises de difratometria de raios X, 40 para análises geoquímicas de elementos maiores, menores e traços, e três amostras de rochas carbonáticas para análises isotópicas de carbono e oxigênio. As seções sedimentares são compostas predominantemente por arenitos estratificados, cherts, carbonatos silicificados, dolomitos finos e pelitos siliciclásticos a mistos. As fácies identificadas foram reunidas em seis associações de fácies que refletem as condições paleoambientais. AF1 é denominada de continental eólico-fluvial e é composta de arenitos variando entre finos a grossos, com estratificações tangenciais e tabulares. A AF2 representa uma planície de maré mista composta por sedimentos pelíticos com estruturas de ressecamento, microbialitos laminados com teepees, ritmitos heterolíticos tipo linsen e packstones intraclásticos. A AF3 é composta por mudstones laminados, siltitos maciços verde e folhelhos escuros, sendo interpretada como depósitos de laguna protegida. A AF4 representa depósitos gerados por onda da zona de Foreshore/shoreface sendo composta por arenitos com estratificações cruzadas de baixo ângulo e grainstones silicificados. As fácies representativas da barreira protetora da laguna estão agrupadas na AF5, sendo elas: grainstones ooidais, trombolitos e estromatólitos. A AF6, interpretada como tidal inlets de ligação entre a laguna protegida e a região aberta de alta energia, é composta por grainstones intraclásticos e brechas mistas. As principais feições diagenéticas observadas nas análises petrográfica foram silicificações eodiagenéticas nos carbonatos, dissoluções de feldspatos e litoclastos e sobrecrescimento de quartzo em mesodiagênese. As análises geoquímicas revelaram elevados teores de sílica na maioria das amostras, resultado do aporte de terrígenos e dos conspícuos processos de silicificação. Resultados dos percentuais de elementos maiores, menores, traço e terras raras, assim com suas relações, reforçaram a importância do aporte terrígeno e corroboraram a hipótese de uma deposição em ambiente plataformal em condições oxidantes. Infelizmente, a intensidade dos processos diagenéticos alteraram o sinal primário dos carbonatos amostrados, o que dificultou a correlação dos resultados de isótopos estáveis com dados do Eopermiano disponíveis na literatura. O conjunto de resultados obtido mostrou que os depósitos da Formação Aracaré compunham um ambiente costeiro com uma rampa de sedimentação mista adjacente, sendo parte um mar epicontinental. O paleoambiente, definindo internamente um sistema lagunar controlado por planícies de maré protegido da região da alta energia por shoals carbonáticos e construções microbiais. Na região costeira haveria campos de dunas e rios de pequeno porte desaguando em pequenos deltas dentro ou fora do sistema lagunar alimentando o ambiente marinho com grãos terrígenos. A região, localizada entre as latitudes de 40° e 50°, situaria-se no chamado cinturão árido, no centro do paleocontinente Gondwana. O clima semiárido com monções, com alternância de períodos mais secos com eventos de grande pluviosidade, ficou refletido nas fácies descritas, em que depósitos eólicos associado a tapetes microbiais se intercalam com fácies carbonáticas com grande aporte terrígeno e camadas com troncos fósseis de pteridófitas silicificados. Destaque para a ocorrência das espículas silicosas de esponjas, a grande diversificação de camadas de cherts e os carbonatos com diferentes graus de substituição por polimorfos de sílica. As análises químicas confirmaram a origem biogênica da sílica, apontando como principal fonte as espículas de esponjas. A ausência, porém, de espiculitos não permitiu uma correlação com o modelo de glass ramps; porém, tudo indica que as silicificações encontradas tenham uma relação direta com o chamado o Permian Chert Event (PCE). Apesar da contribuição dos resultados para a uma melhor compreensão do Eopermiano na Bacia de Sergipe-Alagoas, como tantos outros trabalhos, o presente estudo criou novas perguntas, que podem vir a ser respondidas através de pesquisas futuras com mais dados de isótopos estáveis, detalhamento das análises nos cherts e datações radiométricas dos depósitos da Formação Aracaré.
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    Evolução sedimentar e história deformacional da Formação Moeda ao longo da junção entre o Sinclinal da Moeda e o Homoclinal da Serra do Curral, Quadrilátero Ferrífero, MG.
    (2018) Madeira, Mariana de Resende; Martins, Maximiliano de Souza; Alkmim, Fernando Flecha de; Fonseca, Marco Antônio; Caxito, Fabrício de Andrade; Martins, Maximiliano de Souza
    A complexidade estrutural da província mineral do Quadrilátero Ferrífero (MG) deve-se à interação dos ciclos orogênicos do Orosiriano/Riaciano e Brasiliano. Dentre várias estruturas peculiares da região, tem-se a junção entre o Sinclinal da Moeda, de direção meridiana e o Homoclinal da Serra do Curral, de direção ENE-WSW. Visando a caracterização desta junção e sua evolução, realizou-se uma campanha de mapeamento estrutural de detalhe da Formação Moeda (escala 1:10.000) além de descrições faciológicas a partir de oito perfis estratigráficos para auxiliar na compreensão da geometria e evolução tectônica desta unidade. Foram identificadas nove fácies sedimentares: quatro fácies conglomeráticas (Gms, Gm, Gt e Gp), três essencialmente areníticas (St, Sp e Sh) e duas predominantemente pelíticas (Fl e Fsc). As seções estratigráficas foram correlacionadas possibilitando o agrupamento das fácies em cinco associações geneticamente relacionadas. As associações de fácies AF1 e AF2 representam sistemas de leques aluviais que evoluíram para planícies fluviais entrelaçadas. A AF 3 está relacionada a um sistema lacustre associado a marinho raso nas porções distais. Por fim, as associações de fácies AF4 e AF5 representam planícies fluviais entrelaçadas encerradas por uma transgressão marinha no estágio final de evolução da bacia. A partir da confecção de uma seção restaurada foi possível interpretar que as AF1, AF2, AF3, e a porção basal da AF4, foram depositadas durante os estágios iniciais do rifteamento continental e as demais associações materializam a transição rifte-margem passiva. Quanto ao arcabouço estrutural, o acamamento descreve os dobramentos evidenciados na região e possui a orientação preferencial de 094/46. É cortado em baixo ângulo pela foliação penetrativa Sn, que disposta segundo o plano axial destas dobras, possui a atitude modal 100/51. A lineação de interseção (Lint) entre S0 e Sn cai sistematicamente para o quadrante E, posicionando-se em 092/48, que corresponde a atitude das charneiras destas estruturas antiformais e sinformais. Associada à foliação Sn têm-se a lineação de estiramento mineral (Lest), cuja orientação preferencial é 100/49. Indicadores cinemáticos a ela associados atestam transporte tectônico sistemático para W. Movimento de mesma natureza foi caracterizado em falha reversa na porção central da área. À luz destes dados, conclui-se que a deformação principal e responsável pela geração dos elementos tectônicos Sn, Lest e Lint, foi uma compressão geral E-W associada a orogenia Brasiliana, que atuou sobre camadas previamente basculadas e provavelmente orientadas na direção ENE-WSW durante o evento Transamazônico. Uma outra geração de estruturas pode ser observada no contato ocidental do Sinclinal Gaivotas com o Complexo Bonfim, que é marcado por uma zona de cisalhamento normal e mergulhante para E. Esta estrutura pode ser relacionada ao colapso orogênico Transamazônico como também pode caracterizar uma movimentação posterior.
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    Reconstituição paleoambiental com base na assembleia palinoflorística e palinofácies de sedimentos holocênicos do Parque Estadual do Rio Doce/MG.
    (2017) Silva, Fernanda Mara Fonseca da; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Carvalho, Marcelo de Araújo; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Trindade, Viviane; Cassino, Raquel Franco; Lana, Cláudio Eduardo; Sousa, Hildeberto Caldas de
    Análises palinológicas e de palinofácies foram realizadas em amostras de um testemunho de 90cm, recuperado no Parque Estadual do rio Doce (PERD-MG), com o objetivo de reconstruir os paleoambientes das coberturas holocêncicas do PERD, além de contribuir para a compreensão dos eventos ambientais ocorridos na evolução da paisagem dessa região. Foram identificadas 21 espécies de esporos de pteridófitas, 52 espécies de grãos de pólen e 06 espécies grãos de fungo. Além disso, um gênero de algas de água doce Spirogyra e um gênero Incertae sedis (Pseudoschizaea rubina) foram registrados. As amostras são claramente dominadas pelos grupos de pólen, em particular as angimnospermas, que é o grupo mais abundante no testemunho estudado. A distribuição estratigráfica das 17 amostras permitiu a definição de 4 fases. A 1 fase (10.375 — 9.350 cal. anos AP) observou baixa concentração e diversidade de grãos de pólen e COT atribuídos a um sistema fluvial com presença de granulometria grossa. No entanto, essas condições tendem a aumentar nas amostras subsequentes. Evidenciou que até 9.351 anos AP a região não tinha sofrido com a movimentação tectônica (desnivelamento e basculamento) do leito do rio Doce. A fase 2 (9.062 — 8.195 cal. anos AP) é um intervalo que pode ser interpretado como uma transição do ambiente fluvial para lacustre, observando um aumento no índice de diversidade da flora, com exeplares de Mauritia flexuosa, Ludwigia sp., Heteropterys sp., Tetrapterys sp., Microlicia sp., Psychotria sp., Polygonum sp., Sapindus sp., Gleichenia sp., Lycopodiella alopecuroides, que apoiam a hipótese de ser uma floresta pantanosa ou arborizada. Na fase 3 (7.905 — 4.785 cal. anos AP) iniciou-se a acumulação de sedimentos finos como lamas e argilas (alto valor de COT) e o aumento da recuperação de palinomormos, registrando alta abundância e diversidade de Pteridófitas, como Anemia sp., Cheilanthes sp., Lophosoria sp., Dicksonia sp., Lycopodiella alopecuroides, Lycopodiella caroliniana, Lycopodiella cernua e Pityrogramma sp. indicando uma condição úmida em um ambiente permanentemente fechado com água (lacustre). Na 4 fase (4.785 — 50 cal. anos AP) observou o registro de menor abundância da flora herbácea que é substituída por outros grupos de vegetação (pântano, cerrado, Mata Atlântica). A amostra de ~ 50 anos representa o ambiente atual, isto é, uma situação registada sazonalmente de água e, portanto, reflete a colmatação do sistema lacustre.