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A Escola de Minas de Ouro Preto foi fundada pelo cientista Claude Henri Gorceix e inaugurada em 12 de outubro de 1876.

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    Proveniência sedimentar da Formação Três Marias no Sinclinal de Buenópolis (MG).
    (2019) Tavares, Túlio Delôgo; Alkmim, Fernando Flecha de; Martins, Maximiliano de Souza; Reis, Humberto Luis Siqueira; Martins, Maximiliano de Souza; Alkmim, Fernando Flecha de
    O Grupo Bambuí, uma sucessão mista de rochas carbonáticas e siliciclásticas, acumulouse na bacia intracratônica do São Francisco até o final do Neoproterozóico. A bacia do São Francisco, que ocupa uma parte substancial do cráton homônimo no sudeste do Brasil, foi convertida em um grande depocentro de foreland em resposta às cargas orogênicas geradas ao longo das margens do cráton durante a aglutinação de Gondwana Ocidental no período Ediacarano. Vários estudos realizados nos últimos anos levaram a um melhor entendimento de muitos aspectos da evolução da bacia do São Francisco durante o Neoproterozóico. No entanto, a idade do Grupo Bambuí, crítica para uma melhor compreensão da história da bacia e estabelecimento de correlações regionais e globais, permanece pouco balizada e é assunto de um debate de longa data na literatura. Para contribuir com este debate, foram realizadas determinações de idade U-Pb LA-ICPMS em zircões detríticos extraídos da Formação Três Marias, a unidade mais jovem do grupo. O estudo ora apresentado foi baseado em levantamentos estratigráficos realizado em uma ocorrência singular da Formação Três Marias localizada próxima à borda leste da bacia, ou seja, em posição proximal em relação à sua fonte potencial, o orógeno Brasiliano Araçuaí. Os espectros de idade do zircão detrítico (envolvendo 432 idades concordantes) das unidades aluviais e marinhas superiores da Formação Três Marias são caracterizados por uma distribuição unimodal com cerca de 83% dos grãos datados entre 735 e 522 Ma. Estes resultados indicaram que as assembleias litoestratigráficas do orógeno Araçuaí, a saber, os granitóides de 630-580 Ma do arco magmático do Rio Doce e os granitos sin-colisionais 585-540 Ma foram as fontes mais importantes dos sedimentos de Três Marias. Além disso, os conjuntos de granito pós-colisionais mais jovens que de 530 Ma também contribuem com sedimentos para a formação. Utilizando quatro diferentes métricas, obtivemos 527 ± 4 Ma como a estimativa mais precisa e confiável para a máxima idade deposicional da Formação Três Marias, uma idade que têm grandes implicações na história do desenvolvimento da bacia do São Francisco e do orógeno Araçuaí. Estudos petrográficos realizados nos arenitos da Formação Três Marias classificaram estas rochas como arenitos arcosianos. Os arenitos mostram imaturidade mineralócia e textural. Três fases diagenéticas podem ser reconhecidas: diagênese do soterramento superficial (eodiagênese); diagenese de soterramento efetivo (mesodiagenesia) e diagênese tardia (telodiagnética) associada ao soerguimento e/ou exumação das rochas da Formação Três Marias. A evolução diagenética pode ser representada pelos seguintes eventos: infiltração mecânica de argila, cimentação por hematita, compactação mecânica, sobrecrescimento de quartzo e de feldspato, porosidade e cimentação secundárias, clorita autogênica, turmalina autigênica, além de oxidação e dissolução das fases telodiagenéticas.
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    Caracterização e prospecção de grafita do Complexo Jequitinhonha.
    (2018) Brito, Hermando; Piumbini, Bruno Salaroli; Luz, José Aurélio Medeiros da; Nascimento, Eduardo Morato Dias
    O advento da tecnologia do grafeno vem destacando ainda mais a importância da grafita no panorama industrial moderno, tornando esse mineral estratégico. Os novos campos de sua utilização tornaram a explotação de grafita cristalina (flake) economicamente atrativa. Os gnaisses kinzigíticos do Complexo Jequitinhonha contêm mineralizações de grafita e têm sido objeto de estudos recentes. A compreensão do comportamento da mineralização por meio da caracterização permite o avanço nas técnicas para sua prospecção e exploração. Estabelecer a influência dos contaminantes do meio geológico e as características que esses conferem à mineralização é importante para a padronização dos procedimentos de prospecção e beneficiamento. Este estudo permitiu determinar o padrão resistivo/condutivo da mineralização em função de seus contaminantes, estabelecendo as características inerentes à mineralização de grafita que permitem padronizar critérios de prospecção e posterior utilização industrial do minério.
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    Geologia da região de Jequeri-Viçosa (MG), Orógeno Araçuaí Meridional.
    (2011) Gradim, Daniel Tavares; Queiroga, Gláucia Nascimento; Novo, Tiago Amâncio; Noce, Carlos Maurício; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Romano, Antônio Wilson; Martins, Maximiliano de Souza; Alkmim, Fernando Flecha de; Basto, Camila Franco; Suleimam, Moisés Abraão
    A característica fundamental da região de Jequeri-Viçosa, situada no extremo sul do Orógeno Araçuaí, é a abundância de rochas metamórficas, ortoderivadas e paraderivadas, de fácies anfibolito alto e granulito. O embasamento paleoproterozóico é representado, a oeste, por ortognaisses tonalíticos a graníticos do Complexo Mantiqueira e, a leste, por ortognaisses charno-enderbíticos do Complexo Juiz de Fora. Ambos os complexos incluem anfibolitos e exibem intensidades variáveis de migmatização. O contato entre eles é marcado pela zona de cisalhamento transpressiva destral de Abre Campo, interpretada como uma sutura paleoproterozóica reativada no Neoproterozóico. O Anfibolito Santo Antônio do Grama e rochas meta-ultramáficas associadas (Córrego do Pimenta) representam restos ofiolíticos ediacaranos, colocados ao longo da Zona de Cisalhamento de Abre Campo. Assentada sobre o embasamento, na parte oeste da área, ocorre uma associação metavulcano-sedimentar neoproterozóica do Grupo Dom Silvério, composta por xistos diversos e quartzito. Na porção leste da área mapeada, a cobertura metassedimentar neoproterozóica é atribuída ao Grupo Andrelândia que inclui paragnaisse migmatítico e raro quartzito. Corpos de hidrotermalito quartzoso, indiscriminadamente associados às unidades do embasamento e da cobertura neoproterozóica, ocorrem ao longo de zonas de cisalhamento. Hidrotermalitos ferruginosos associam-se ao Complexo Mantiqueira na Zona de Cisalhamento de Ponte Nova. O granito foliado a milonitizado da Serra dos Vieiras parece ser um produto de fusão parcial do paragnaisse Andrelândia. Completam o quadro geológico os pegmatitos da Suíte Paula Cândico e diques de diabásio mesozóicos.
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    Idade máxima de sedimentação e proveniência do Complexo Jequitinhonha na área-tipo (Orógeno Araçuaí) : primeiros dados U-Pb (LA-ICP-MS) de grãos detríticos de zircão.
    (2011) Dias, Tatiana Gonçalves; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Dussin, Ivo Antonio; Alkmim, Fernando Flecha de; Caxito, Fabrício de Andrade; Silva, Luiz Carlos da; Noce, Carlos Maurício
    O Complexo Jequitinhonha, situado no nordeste de Minas Gerais, é uma das unidades metassedimentares mais extensas do Orógeno Araçuaí. Na área-tipo, situada na região de Jequitinhonha -Almenara, este complexo consiste de paragnaisse peraluminoso (kinzigítico) migmatizado, com intercalações de quartzito, grafita gnaisse e rocha calcissilicática. Os dados isotópicos U-Pb (LA-ICP-MS) de 80 grãos detríticos de zircão de uma amostra de quartzito, coletada em corte da BR-367 cerca de 12 km a SW de Almenara, permitem identificar seis principais intervalos de idades, cujas médias das modas sugerem as seguintes fontes de sedimentos: o embasamento São Francisco-Congo (2541 ± 8 Ma e 2044 ± 6 Ma), o sistema Espinhaço-Chapada Diamantina (1819 ± 6 Ma, 1487 ± 5 Ma e 1219 ± 3 Ma) e o sistema de rifteamento Noqui-Zadiniano-Mayumbiano-Salto da Divisa (956 ± 4 Ma). A idade máxima de sedimentação em 898 ± 8 Ma é dada pelo zircão mais novo. Os espectros de idades desta amostra do Complexo Jequitinhonha e de rochas do Grupo Macaúbas são muito similares, indicando correlação entre estas unidades. Contudo, no Complexo Jequitinhonha inexiste evidência de glaciação. Assim, o Complexo Jequitinhonha na área-tipo é interpretado como depósito de margem passiva da bacia precursora do Orógeno Araçuaí, mais novo que a glaciação Macaúbas e, portanto, equivalente às formações Chapada Acauã Superior e Ribeirão da Folha.
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    Orógeno Araçuaí : síntese do conhecimento 30 anos após Almeida 1977.
    (2007) Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Noce, Carlos Maurício; Alkmim, Fernando Flecha de; Silva, Luiz Carlos da; Babinski, Marly; Cordani, Umberto Giuseppe; Castañeda, Cristiane
    The Araçuaí Fold Belt was defined as the southeastern limit of the São Francisco Craton in the classical paper published by Fernando Flávio Marques de Almeida in 1977. This keystone of the Brazilian geologic literature catalyzed important discoveries, such as of Neoproterozoic ophiolites and a calc-alkaline magmatic arc, related to the Araçuaí Belt and paleotectonic correlations with its counterpart located in Africa (the West Congo Belt), that provided solid basis to define the Araçuaí-West-Congo Orogen by the end of the 1990th decade. After the opening of the Atlantic Ocean in Cretaceous times, two thirds of the Araçuaí-West-Congo Orogen remained in the Brazil side, including records of the continental rift and passive margin phases of the precursor basin, all ophiolite slivers and the whole orogenic magmatism formed from the pre-collisional to post-collisional stages. Thus, the name Araçuaí Orogen has been applied to the Neoproterozoic-Cambrian orogenic region that extends from the southeastern edge of the São Francisco Craton to the Atlantic coastline and is roughly limited between the 15º and 21º S parallels. After 30 years of systematic geological mapping together with geochemical and geochronological studies published by many authors, all evolutionary stages of the Araçuaí Orogen can be reasonably interpreted. Despite the regional metamorfism and deformation, the following descriptions generally refer to protoliths. All mentioned ages were obtained by U-Pb method on zircon. The Macaúbas Group records rift, passive margin and oceanic environments of the precursor basin of the Araçuaí Orogen. From the base to the top and from proximal to distal units, this group comprises the pre-glacial Duas Barras and Rio Peixe Bravo formations, and the glaciogenic Serra do Catuni, Nova Aurora and Lower Chapada Acauã formations, related to continental rift and transitional stages, and the diamictitefree Upper Chapada Acauã and Ribeirão da Folha formations, representing passive margin and oceanic environments. Dates of detrital zircon grains from Duas Barras sandstones and Serra do Catuni diamictites suggest a maximum sedimentation age around 900 Ma for the lower Macaúbas Group, in agreement with ages yielded by the Pedro Lessa mafic dikes (906 ± 2 Ma) and anorogenic granites of Salto da Divisa (875 ± 9 Ma). The thick diamictite-bearing marine successions with sand-rich turbidites, diamictitic iron formation, mafic volcanic rocks and pelites (Nova Aurora and Lower Chapada Acauã formations) were deposited from the rift to transitional stages. The Upper Chapada Acauã Formation consists of a sand-pelite shelf succession, deposited after ca. 864 Ma ago in the proximal passive margin. The Ribeirão da Folha Formation mainly consists of sand-pelite turbidites, pelagic pelites, sulfide-bearing cherts and banded iron formations, representing distal passive margin to oceanic sedimentation. Gabbro and dolerite with plagiogranite veins dated at ca. 660 Ma, and ultramafic rocks form tectonic slices of oceanic lithosphere thrust onto packages of the Ribeirão da Folha Formation. The pre-collisional, calc-alkaline, continental magmatic arc (G1 Suite, 630-585 Ma) consists of tonalites and granodiorites, with minor diorite and gabbro. A volcano-sedimentary succession of this magmatic arc includes pyroclastic and volcaniclastic rocks of dacitic composition dated at ca. 585 Ma, ascribed to the Palmital do Sul and Tumiritinga formations (Rio Doce Group), deposited from intra-arc to fore-arc settings. Detrital zircon geochronology suggests that the São Tomé wackes (Rio Doce Group) represent intra-arc to back-arc sedimentation after ca. 594 Ma ago. The Salinas Formation, a conglomerate-wacke-pelite association located to northwest of the magmatic arc, represents synorogenic sedimentation younger than ca. 588 Ma. A huge zone of syn-collisional S-type granites (G2 Suite, 582-560 Ma) occurs to the east and north of the pre-collisional magmatic arc, northward of latitude 20º S. Partial melting of G2 granites originated peraluminous leucogranites (G3 Suite) from the late- to post-collisional stages. A set of late structures, and the post-collisional intrusions of the S-type G4 Suite (535-500 Ma) and I-type G5 Suite (520-490 Ma) are related to the gravitational collapse of the orogen. The location of the magmatic arc, roughly parallel to the zone with ophiolite slivers, from the 17º30’ S latitude southwards suggests that oceanic crust only developed along the southern segment of the precursor basin of the Araçuaí- West-Congo Orogen. This basin was carved, like a large gulf partially floored by oceanic crust, into the São Francisco-Congo Paleocontinent, but paleogeographic reconstructions show that the Bahia-Gabon cratonic bridge (located to the north of the Araçuaí Orogen) subsisted since at least 1 Ga until the Atlantic opening. This uncommon geotectonic scenario inspired the concept of confined orogen, quoted as a new type of collisional orogen in the international literature, and the appealing nutcracker tectonic model to explain the Araçuaí-West-Congo Orogen evolution.
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    Petrogênese do Granulito Pedra Dourada, MG.
    (2015) Marinho, Kassia de Souza Medeiros; Evangelista, Hanna Jordt
    O Granulito Pedra Dourada (GPD) consiste de uma associação de rochas metamórficas de fácies granulito que ocorre ao norte da cidade de Ponte Nova, região sudeste de Minas Gerais. Tal unidade aflora em corpos com área de até 45 km2, encaixados entre os ortognaisses do Complexo Mantiqueira e a sequência metavulcanossedimentar do Grupo Dom Silvério, ambos de fácies anfibolito. As três unidades estão inseridas na Faixa Araçuaí, que corresponde ao domínio externo do Orógeno Araçuaí. Motivado pela discrepância de grau metamórfico com os terrenos adjacentes, o presente trabalho teve como objetivos fundamentais compreender a gênese do GPD e elucidar o seu significado geotectônico no contexto do Orógeno Araçuaí. O GPD compreende rochas orto e paraderivadas. Os ortogranulitos são predominantes e incluem litotipos félsicos (biotita granulito e ortopiroxênio granulito) e subordinadamente granulitos máficos. Os paragranulitos são aluminosos e se caracterizam pela presença de minerais ricos em Al (granada, sillimanita, espinélio). O biotita granulito félsico é composto por feldspato potássico + plagioclásio + quartzo + biotita ± granada. O ortopiroxênio granulito félsico é constituído de plagioclásio + feldspato potássico + quartzo + ortopiroxênio + biotita ± clinopiroxênio ± granada ± hornblenda. Os granulitos máficos são formados por plagioclásio + ortopiroxênio + clinopiroxênio + biotita ± hornblenda ± quartzo ± granada. Os granulitos aluminosos são compostos de granada + plagioclásio + quartzo + biotita ± feldspato potássico ± ortopiroxênio, além de sillimanita e hercinita, que só ocorrem inclusos em granada poiquiloblástica. As estimativas P-T do metamorfismo granulítico obtidas no THERMOCALC com o método Average PT variam entre 797 – 725 °C e 7,1 - 6,5 kbar para o granulito félsico; 740 – 730 °C e 9,5 – 9,0 kbar para o granulito máfico; 846 – 759 °C e 7,6 - 6,4 kbar para o granulito aluminoso. Dados geoquímicos mostram que os protólitos félsicos são granitos, dioritos e granodioritos, predominantemente peraluminosos e com assinaturas cálcio-alcalinas. São quimicamente semelhantes a granitóides de margem convergente. Os protólitos máficos são gabros e dioritos metaluminosos de caráter tholeiítico, composicionalmente correlacionáveis a basaltos de margem de placa. Os protólitos aluminosos são pelitos e grauvacas peraluminosos, análogos a sedimentos de margem convergente. Análises geocronológicas U-Pb via LA-ICP-MS revelaram que os granulitos félsicos apresentam pelo menos dois protólitos distintos. O mais antigo representa o registro de um evento magmático neoarqueano (ca. 2,7 Ga), enquanto o mais recente corresponde a um magmatismo juvenil com idade paleoproterozóica (ca. 2,1 Ga). O estudo de proveniência sedimentar do granulito aluminoso indicou a contribuição de diversas áreas-fonte, com picos de frequência entre o Paleoarqueano (ca. 3350 Ma) e o Riaciano (ca. 2268 Ma). A idade máxima de sedimentação foi interpretada em ca. 2,2 Ga, associada a bacias intra-arco riacianas. O metamorfismo de fácies granulito ocorreu em ca. 2,07 - 2,04 Ga e afetou as rochas juvenis, as bacias riacianas e as porções do embasamento arqueano. Esse evento tectono-termal é relacionado ao período colisional da Orogenia Transamazônica. A ocorrência de granada coronítica em todos os litotipos sugere uma trajetória de resfriamento aproximadamente isobárico (IBC-path) após o pico metamórfico. Sendo assim, os terrenos granulíticos requereram uma segunda orogenia que permitisse a sua exumação. No contexto geológico do GPD, esse evento pode ser atribuído à Orogenia Brasiliana.
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    Caracterização geológica da Formação Capelinha como uma Unidade Basal do Grupo Macaúbas em sua Área Tipo, Minas Gerais.
    (2014) Castro, Marco Paulo de; Queiroga, Gláucia Nascimento; Queiroga, Gláucia Nascimento; Novo, Tiago Amâncio; Alkmim, Fernando Flecha de
    A Formação Capelinha é composta na região homônima por uma unidade basal predominantemente metapsamítica, formada por mica xistos, xistos quartzosos e quartzitos, puros ou micáceos, com magmatismo básico associado, e por uma unidade majoritariamente metapelítica, superior, composta por xistos peraluminosos granatíferos, às vezes com estaurolita e/ou cianita. No sentido de determinar o papel das rochas metabásicas e metassedimentares da Formação Capelinha na evolução do Orógeno Araçuaí, foram realizados estudos estratigráficos, estruturais, geoquímicos e geocronológicos (U-Pb em zircões ígneos através de LA-ICP-MS e Sm-Nd em rocha total). Os dados obtidos demonstram que a Formação Capelinha apresenta uma extensão territorial muito mais abrangente do que postulada na sua definição original. No atual estágio de conhecimento, verifica-se que a estruturação geral da Faixa de Dobramentos Capelinha (FDC) se assemelha a um cinturão de dobramentos assimétricos e invertidos, com a unidade inferior da Formação Capelinha se inserindo nos núcleos de anticlinais quilométricos. O acervo estrutural indica vergência para sul, contra o Bloco de Guanhães, onde a superfície de descolamento se revela na forma de uma falha de cinemática normal destral que separa as rochas arqueanas do Complexo Guanhães das rochas metassedimentares metamáficas Neoproterozóicas do Grupo Macaúbas. Três determinações geocronológicas pelo método U-Pb LA-ICP-MS nos quartzitos da unidade inferior indicam idade máxima de sedimentação em torno de 970 Ma. As análises litoquímicas realizadas a partir de amostras de rocha metabásica confirmam uma composição basáltica e afinidade toleítica da rocha gerada em ambiente continental intra-placa. Dados Sm-Nd indicam idade-modelo (TDM) no intervalo entre 1700 e 1500 Ma e εNd (956 Ma) variável entre -0,04 e -3,66. Os estudos geocronológicos U-Pb, feitos em cristais de zircão de duas amostras de anfibolito, revelam idade de cristalização magmática em ca. 956 Ma e idade de recristalização metamórfica em torno de 569 Ma. Todas as estruturas e a zoneografia metamórfica Barroviana clássica refletem o estágio colisional do orógeno Araçuaí. Uma determinação geocronológica pelo método U-Pb LA-ICP-MS realizada em xisto da unidade superior indica uma idade máxima de sedimentação em torno de 1123 Ma. Considerando as relações de contato, as características gerais dos anfibolitos da região de Capelinha e os dados geocronológicos obtidos para as unidades metassedimentares, a idade de cristalização magmática obtida (957±14 Ma) sugere um magmatismo sinsedimentar, contemporâneo ao estágio de rifteamento que levou a abertura da bacia Macaúbas no período Toniano, com a Formação Capelinha posicionando-se estratigraficamente na base do Grupo Macaúbas, como possível equivalente lateral das unidades pré-glaciais.
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    The hot back-arc zone of the Araçuaí orogen, Eastern Brazil : from sedimentation to granite generation.
    (2014) Mendonça, Camila Bassil Gradim; Roncato Júnior, Jorge Geraldo; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Cordani, Umberto Giuseppe; Dussin, Ivo Antonio; Alkmim, Fernando Flecha de; Queiroga, Gláucia Nascimento; Jacobsohn, Tânia; Silva, Luiz Carlos da; Babinski, Marly
    Este artigo apresenta novos dados litoquímicos e geocronológicos obtidos de rochas gnáissicas e graníticas da zona de retroarco situada imediatamente a leste do Arco Rio Doce (630 – 580 Ma), no orógeno Araçuaí. O Complexo Nova Venécia é a mais importante fonte de fusões graníticas peraluminosas na região. Este complexo consiste, essencialmente, de paragnaisses peraluminosos migmatíticos que variam entre gnaisses ricos em biotita e cordierita-granulitos livres de biotita, cujos protolitos foram sedimentos grauvaquianos. Uma seção E-W no setor norte do retroarco revela uma zona rica em cordierita-granulito, na base, seguida por paragnaisses migmatíticos do Complexo Nova Venécia que passam, gradativamente, a granitos foliados ricos em enclaves de rochas metassedimentares (Suíte Ataléia), os quais estão sobrepostos pelo Batólito Carlos Chagas. Ao sul deste batólito, rochas a hercinita e ortopiroxênio são freqüentes no Complexo Nova Venécia e Suíte Ataléia, indicando nível crustal mais profundo. Nossos dados U-Pb evidenciam que processos anatéticos tiveram início no Complexo Nova Venécia ainda durante o desenvolvimento do Arco Rio Doce, em torno de 590 Ma, originando fusões graníticas relacionadas à Suíte Ataléia. A progressiva produção de magma granítico e sua acumulação atingiram o clímax no intervalo 575 Ma, em pleno estágio sincolisional, resultando na edificação do Batólito Carlos Chagas. Em torno de 545 – 530 Ma, adveio novo processo anatético, que originou granada-cordierita leucogranitos a partir da fusão parcial de granitos da Suíte Ataléia e Batólito Carlos Chagas. Finalmente, um marcante plutonismo pós-colisional (520–480 Ma) do tipo I causou importante re-aquecimento regional. Esta longa história (ca. 110 Ma) de produção de magmas graníticos na zona de retroarco requer diferentes fontes de calor, tais como ascenção astenosférica sob a região de retroarco durante o estágio pré-colisional, cavalgamento da base quente do arco sobre o retroarco, liberação de calor radiogênico da pilha crustal espessada no estágio colisional e, finalmente, ascenção astenosférica durante o colapso gravitacional do Orógeno Araçuaí.
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    Rochas charnockíticas do sudeste de Minas Gerais : a raiz granulítica do arco magmático do Orógeno Araçuaí.
    (2010) Novo, Tiago Amâncio; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Noce, Carlos Maurício; Alkmim, Fernando Flecha de; Dussin, Ivo Antonio
    Os orógenos Araçuaí e Ribeira constituem sistema orogênico neoproterozóico-cambriano que se es-tende da borda oriental do Cráton do São Francisco até o Oceano Atlântico, a sul do paralelo 15°. A zona de fronteira entre esses orógenos situa-se em torno do paralelo 21°. A região meridional do Orógeno Araçuaí, no sudeste de Minas Gerais, é caracterizada pela exposição de rochas metamórficas de alto grau, ortoderivadas e paraderivadas, refletindo o profundo nível crustal ali exposto. Uma associação de rochas charnockíticas máficas a félsicas, metamorfisadas na fácies granulito, recebeu a designação de Suíte Divino. Esta tem características de série cálcio-alcalina expandida, metaluminosa a ligeiramente peraluminosa, com padrão de elementos traços ca¬racterístico de magmatismo de arco de margem continental. A assinatura isotópica de Nd evidencia significativo envolvimento de fusões derivadas do embasamento paleoproterozóico. Datações U-Pb (LA-ICPMS) de rochas da Suíte Divino (592±7 Ma e 603±4 Ma) indicam idade compatível com o estágio pré-colisional (acrescionário) do orógeno. Desta forma, sugere-se que a Suíte Divino representa a raiz granulítica do arco magmático do Orógeno Araçuaí, cuja eventual continuidade para sul seria importante elo de ligação com o Orógeno Ribeira.
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    Geocronologia U-Pb (SHRIMP) e Sm-Nd de xistos verdes basálticos do Orógeno Araçuaí : implicações para a idade do Grupo Macaúbas.
    (2005) Babinski, Marly; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Gradim, Rafael Jaude; Alkmim, Fernando Flecha de; Noce, Carlos Maurício; Liu, Dunyi
    No vale do Rio Preto, setor ocidental do Orógeno Araçuaí (ca. 60 km a NE de Diamantina), ocorrem xistos verdes de filiação basáltica, cuja idade e posição estratigráfica foram motivo de controvérsia, pois os autores dividiram-se naqueles que os atribuíram ao Grupo Macaúbas (Neoproterozóico) e naqueles que os correlacionaram ao Supergrupo Espinhaço inferior (ca. 1,7 Ga). Entretanto, estudos detalhados demonstram que os xistos verdes representam derrames basálticos submarinos, sedimentação vulcanoclástica e vulcanismo relacionado a fontes de alta produtividade, relacionados à deposição da Formação Chapada Acauã do Grupo Macaúbas (Gradim et al., 2005). Os dados geoquímicos indicam que os protólitos dos xistos verdes evoluíram em ambiente continental intraplaca. Análises isotópicas U-Pb (SHRIMP) foram realizadas em doze cristais de zircão extraídos de uma amostra de xisto verde, cujo pó de rocha-total foi utilizado para análise Sm-Nd. A idade-modelo Sm-Nd (ca. 1,52 Ga) sugere que os protólitos dos xistos verdes são mais novos que o magmatismo do rifte Espinhaço. A maioria dos cristais de zircão analisados mostra-se como grãos detríticos. As idades mais antigas indicam grãos herdados do embasamento arqueano-paleoproterozóico e de rochas magmáticas do rifte Espinhaço. Os cristais mais jovens limitam a idade máxima dos protólitos dos xistos verdes em ca. 1,16 Ga.