The hot back-arc zone of the Araçuaí orogen, Eastern Brazil : from sedimentation to granite generation.

Resumo
Este artigo apresenta novos dados litoquímicos e geocronológicos obtidos de rochas gnáissicas e graníticas da zona de retroarco situada imediatamente a leste do Arco Rio Doce (630 – 580 Ma), no orógeno Araçuaí. O Complexo Nova Venécia é a mais importante fonte de fusões graníticas peraluminosas na região. Este complexo consiste, essencialmente, de paragnaisses peraluminosos migmatíticos que variam entre gnaisses ricos em biotita e cordierita-granulitos livres de biotita, cujos protolitos foram sedimentos grauvaquianos. Uma seção E-W no setor norte do retroarco revela uma zona rica em cordierita-granulito, na base, seguida por paragnaisses migmatíticos do Complexo Nova Venécia que passam, gradativamente, a granitos foliados ricos em enclaves de rochas metassedimentares (Suíte Ataléia), os quais estão sobrepostos pelo Batólito Carlos Chagas. Ao sul deste batólito, rochas a hercinita e ortopiroxênio são freqüentes no Complexo Nova Venécia e Suíte Ataléia, indicando nível crustal mais profundo. Nossos dados U-Pb evidenciam que processos anatéticos tiveram início no Complexo Nova Venécia ainda durante o desenvolvimento do Arco Rio Doce, em torno de 590 Ma, originando fusões graníticas relacionadas à Suíte Ataléia. A progressiva produção de magma granítico e sua acumulação atingiram o clímax no intervalo 575 Ma, em pleno estágio sincolisional, resultando na edificação do Batólito Carlos Chagas. Em torno de 545 – 530 Ma, adveio novo processo anatético, que originou granada-cordierita leucogranitos a partir da fusão parcial de granitos da Suíte Ataléia e Batólito Carlos Chagas. Finalmente, um marcante plutonismo pós-colisional (520–480 Ma) do tipo I causou importante re-aquecimento regional. Esta longa história (ca. 110 Ma) de produção de magmas graníticos na zona de retroarco requer diferentes fontes de calor, tais como ascenção astenosférica sob a região de retroarco durante o estágio pré-colisional, cavalgamento da base quente do arco sobre o retroarco, liberação de calor radiogênico da pilha crustal espessada no estágio colisional e, finalmente, ascenção astenosférica durante o colapso gravitacional do Orógeno Araçuaí.
Descrição
Palavras-chave
Rochas gnáissicas, Orogenic heat, Rio Doce, Orógeno Araçuaí
Citação
GRADIM, C. B. G. et al. The hot back-arc of the Arçuaí orogen, Eastern Brazil : from sedimentation to granite generation. Brazilian Journal of Geology, v. 44, n. 1, p. 155-180, 2014. Disponível em: <http://bjg.siteoficial.ws/2014/n.1/l.pdf>. Acesso em: 04 set. 2014.