DEGEO - Departamento de Geologia
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Item Funcionamento hidrogeológico cárstico via monitoramento hidrodinâmico. Estudo de caso na porção centro-sul da bacia do rio São Miguel, Pains (MG).(2022) Marques, Tássia Luana Silva; Galvão, Paulo Henrique Ferreira; Paiva, Isabel Maria Rodrigues de; Galvão, Paulo Henrique Ferreira; Costa, Adivane Terezinha; Paula, Rodrigo Sergio deEste trabalho objetiva compreender o funcionamento hidráulico e hidronâmico do aquífero cárstico local que compõe a bacia hidrográfica do rio São Miguel (~520 km2), localizada no centro-oeste de Minas Gerais, afluente do rio São Francisco, inserida na bacia hidrográfica Alto São Francisco. A área da bacia em estudo abrange, em sua maior parte, o município de Pains, onde os municípios limítrofes são: Arcos, Formiga, Pimenta, Piumhi, Doresópolis, Iguatama e Córrego Fundo. Para isto, foi realizado um monitoramento em três nascentes cársticas (S1, S2 e S3), no ano hidrológico de 2019/2020. As análises compreenderam a avaliação detalhada (a cada 15 minutos) dos parâmetros físico-químicos: temperatura (T) e condutividade elétrica (CE); além disso, foram realizadas medições das descargas (L/s) nas nascentes e coleta de dados de precipitação, obtidos da estação pluviométrica de Arcos. A partir de hidrogramas de nascentes constatou-se que as três nascentes respondem rapidamente ao sinal de entrada (precipitação), e possuem comportamentos tipicamente cársticos, apresentando rápida circulação das águas e rede de drenagem subterrânea bem estruturada e funcional, apesar de um dos hidrossistemas (drenado pela S1) apresentar características de circulação mais lenta. Os resultados das análises de séries temporais vinculados as análises das curvas de recessão (sazonais e intranuais) e a análise das variações CE e T da água das nascentes comprovaram a rápida circulação da água e funcionalidade da rede de drenagem subterrânea nas três nascentes, sobretudo em S2 e S3. Em S1, entretanto, devido à geometria interna (dobramentos), apresenta um comportamento bimodal, o que implica em uma resposta mais retardada frente as outras nascentes. O estudo apresenta, de forma inédita, o funcionamento hidrodinâmico de hidrossistemas cársticos neoproterozoicos, apontando, com análises multimétodos, tempos de residência da água, padrões de vazão, graus de carstificação e funcionalidade da rede de drenagem subterrânea. Todas as ferramentas utilizadas se mostraram indispensáveis para subsidiar a gestão dos recursos hídricos em áreas cársticas, podendo os resultados serem utilizados pelo poder público como valores de referência para regiões cársticas semelhantes, além de ajudar a compreender o comportamento hidrodinâmico das nascentes cársticas.Item Modelagem hidrogeológica numérica aplicada à avaliação de cenários de uso de água.(2022) Pereira, Simone Imaculada; Galvão, Paulo Henrique Ferreira; Miotlinski, Konrad; Galvão, Paulo Henrique Ferreira; Paula, Rodrigo Sérgio de; Bacellar, Luis de Almeida PradoUm modelo numérico 3D foi elaborado para representar as condições de níveis e fluxo do Sistema Aquífero Cárstico de Sete Lagoas e avaliar cenários futuros de uso de água subterrânea na porção central do município homônimo. Na elaboração, foram empregados: 257 dados de níveis piezométricos e vazões de 282 poços; um modelo geológico 3D; mapas de recarga e de superfícies potenciométricas; e parâmetros hidrodinâmicos obtidos in situ. O programa utilizado foi o FEFLOW e a calibração foi conduzida comparando-se níveis piezométricos de poços existentes e de superfícies potenciométricas, com os resultados de níveis calculados pelo modelo, sendo obtido um grau de correspondência (RMSE variou entre 4 e 23 m; e MAE entre 3 e 19 m) satisfatório levando-se em conta as escalas espacial e temporal dos dados de entrada e da análise numérica. Os parâmetros K (2; 20; 0,0035 m/d), Ss (9,0×10−3; 9,0×10−3; 4,5×10−3) e Sy (2,5×10−1; 5,0×10−1; 1,5×10−2), ajustados para o epicarste, a zona cárstica e a matriz do calcário, respectivamente, e as recargas obtidas na calibração são coerentes com as referências conceituais utilizadas. A recarga média anual definida na calibração foi de 29% da precipitação (~51 Mm3 /ano ou 12 L/s/km2 ), e a descarga que ocorre nos poços atualmente pode ser superior a 53 Mm3 /ano, o que caracteriza uma condição de déficit hídrico que contribui para a expansão do cone de rebaixamento existente na porção central de Sete Lagoas. O modelo indica que, entre 1942 e 2020, o bombeamento intenso causou alterações nas condições originais de confinamento do aquífero, o qual possuía 34% da área ativa em não confinamento na década de 1940, passando para 45% em 2020. Em cenários futuros, mantendo a vazão global atualmente extraída, mais de 50% do aquífero se tornaria não confinado em 2050, podendo chegar a 61% em 2100. Um recuo e estabilização da evolução do cone de rebaixamento aconteceria com uma redução de 40% da vazão atualmente explotada.Item Avaliação da dinâmica de infiltração e caracterização das cangas de Capão Xavier, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais.(2021) Dias, Jordania Cristina dos Santos; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Oliveira, Fábio Soares de; Fernandes, Rinaldo AfrânioAs cangas são crostas ferro-aluminosas ou ferruginosas que possuem um horizonte de transição sob sua superfície resistente e que se dividem em diferentes tipologias em função de sua gênese, estrutura e teor de ferro. Esse horizonte é mais friável e favorece a carstificação. As cangas de Capão Xavier, Quadrilátero Ferrífero (QFe), estão ainda indiscriminadas nos mapas e capeiam as formações ferríferas bandadas (BIF) da Formação Cauê, rochas das quais derivam e que constituem o aquífero Cauê, o mais importante do QFe. A recarga desse aquífero é influenciada pela ainda pouco conhecida dinâmica hídrica das cangas. Diante disso, esta pesquisa visou identificar e caracterizar as tipologias de canga na área de estudos e investigar sua dinâmica de infiltração por meio de ensaios com infiltrômetro de Cornell e levantamentos multitemporais de eletrorresistividade. Identificaram-se 2 tipologias de canga, detrítica e estruturada. Elas são mineralogicamente similares (hematita, goethita ± quartzo ± magnetita ± gibbsita ± moscovita) e possuem feições cársticas: cavidades, juntas alargadas e depressões, com ou sem vegetação. As cangas estruturadas possuem foliação herdada das BIF e porosidade entre 20,8% e 24,4%; autóctones, ocupam preferencialmente o platô local e são seccionadas por juntas de alívio de tensão próximo às quebras de relevo. As cangas detríticas são alóctones, recobrem majoritariamente as vertentes, apresentam localmente planos de acamamento subparalelos à declividade do terreno e podem conter camadas argilosas oclusas de até 22 m de espessura. São menos porosas (14,4% a 17,6%) e possuem estrutura brechoide sustentada por clastos subarredondados a angulosos de hematita, BIF e cangas. A alteração in situ de cangas estruturadas pode gerar uma estrutura pseudodetrítica superficial. Os ensaios de infiltração resultaram em taxa de infiltração básica (TIB) média de 2,8x10-6 m/s para as cangas detríticas e infiltração acumulada igual a 0,0138 m (13% da precipitação simulada); para as cangas estruturadas, esses valores foram, respectivamente, 8,3x10-6 m/s e 0,0234 m (31% da precipitação acumulada). A curva de escoamento superficial acumulado mostra suaves acréscimos e decréscimos na tipologia estruturada, provavelmente devido a caminhos preferenciais de fluxo. As seções de eletrorresistividade atestaram a infiltração rápida por cavidades e juntas e revelaram um sistema cárstico subparalelo à declividade das vertentes em canga detrítica e majoritariamente subvertical em canga estruturada, provavelmente condicionado por sua foliação e juntas. Verificou-se que a água infiltra nas cangas pela matriz, cavidades, descontinuidades e acumulações em depressões. A percolação interna é lenta na matriz e rápida por cavidades, juntas e condutos, apontando para uma recarga diacrônica do aquífero Cauê. A recarga na área de estudos é favorecida pelas baixas declividades, pela vegetação rupestre, que implica menor interceptação da chuva, e pela evapotranspiração reduzida (ETR) devido à baixa densidade de raízes e ao caráter maciço superficial da canga, que dificulta a evaporação da água que infiltrou pelas estruturas cársticas.Item Comportamento hidrogeoquímico da região cárstica do Alto São Francisco (MG) : implicações associadas a sazonalidade e ciclo de contaminantes, áreas de recarga, descarga e comunicações hidráulicas(2018) Lucon, Thiago Nogueira; Leite, Mariangela Garcia Praça; Costa, Adivane Terezinha; Galvão, Paulo Henrique Ferreira; Leite, Mariangela Garcia Praça; Hoeser, Hubert Matias Peter; Santiago, Aníbal da Fonseca; Auler, Augusto Sarreiro; Karmann, IvoEste estudo visa compreender o comportamento e a qualidade das águas da bacia hidrográfica do rio São Miguel (≈520 km2), centro-oeste de Minas Gerais, afluente do rio São Francisco e inserida na bacia hidrográfica do Alto São Francisco (235.635 km2). A região abrange em sua maior parte os municípios de Pains e Arcos, seguida por áreas dos municípios de Iguatama, Formiga e Córrego Fundo. Para tanto, foi realizado um monitoramento hidroquímico sazonal das águas (meteóricas, superficiais e subterrâneas) em 89 pontos da bacia, durante dois períodos secos e dois chuvosos. As análises incluíram a determinação dos parâmetros físico-químicos, como temperatura, pH, Eh, condutividade elétrica (CE), sólidos totais dissolvidos (STD), oxigênio dissolvido e turbidez, assim como a concentração dos ânions nitrato (NO3-), fosfato (PO43-), bicarbonato (HCO3), sulfato (SO42-) e cloreto (Cl-), e cátions maiores e elementos menores, traço, terras raras e as assinaturasisotópicas de δ18O e δ2H. Com o auxílio estatístico, foram propostos valores de Natural Background Level - NBL 90% para os principais íons das águas da bacia. As águas analisadas foram classificadas predominantemente como cálcicas bicarbonatadas, apresentando os maiores valores de NBL 90% para o cálcio (Ca2+), potássio (K+), bicarbonato (HCO3), sulfato (SO42-), cloreto (Cl-), nitrato (NO3-) e arsênio (As3+) durante o período chuvoso; diferentemente, os elementos magnésio (Mg2+), sódio (Na+), fosfato (PO43-) e zinco (Zn) apresentaram decréscimo nesta mesma estação. Os valores acima de NBL 90% para NO3-, PO43- e Cl estão diretamente ligados à ação antrópica. Para o elemento cádmio (Cd), verificou-se que as concentrações mais elevadas deste elemento entram na bacia a partir de águas meteóricas, contaminando posteriormente as águas superficiais e subterrâneas. O estudo apresenta de forma inédita todo o funcionamento hidrodinâmico da bacia cárstica em estudo, apontando com apoio das assinaturas isotópicas para o δ18O e δ2H, as áreas de recarga e descarga, além da identificação das redes de fluxo e interconexões hidráulicas subterrâneas. O estudo fez uso de diversas ferramentas que se mostram indispensáveis para subsidiar a gestão dos recursos hídricos em áreas cársticas, podendo os resultados serem utilizados pelo poder público como valores de referência para regiões cársticas semelhantes, além de ajudar a compreender o comportamento hidroquímico, principalmente para os elementos de elevada toxicidade.Item Modelo hidrogeológico conceitual e análise da favorabilidade hidrogeológica do aquífero cárstico na região urbana de Sete Lagoas – MG.(2020) Gomes, Rafael Magnabosco de Almeida; Galvão, Paulo Henrique Ferreira; Carvalho, Ana Maciel de; Galvão, Paulo Henrique Ferreira; Paula, Rodrigo Sergio de; Bacellar, Luis de Almeida PradoEstudos hidrogeológicos em aquíferos cársticos são cada vez mais requisitados, principalmente em cidades que dependem da exploração de água subterrânea para abastecimento público. Porém, devido à alta heterogeneidade e anisotropia do carste, são necessários estudos mais específicos a fim de entender seu comportamento hidrogeológico. Este mestrado estudou a região urbana do município de Sete Lagoas, localizado em um contexto hidrogeológico cárstico, onde quase a totalidade do uso da água é subterrânea. A falta de uma gestão dos recursos hídricos adequada na cidade, aliada à complexidade do aquífero local, está agravando problemas como falta de água, principalmente durante a estiagem, resultando na perfuração de poços secos ou pouco produtivos. Devido a isso, o objetivo foi desenvolver um método para mapear a favorabilidade hidrogeológica a partir de um modelo hidrogeológico conceitual detalhado, para servir como ferramenta de gestão dos recursos hídricos subterrâneos da região. Para isso, além de trabalhos de campo, foram usados dados geológicos em superfície e subsuperfície para modelagem geológica 3D com Geomodeller, dados de testes de bombeamento (vazão específica, Q/s, e transmissividade, T), análise de sensoriamento remoto e geofísica para elaboração de mapas temáticos. Os resultados indicam que a favorabilidade hidrogeológica está correlacionada com os parâmetros: 1) densidade de lineamentos morfoestruturais e geofísicos; 2) densidade de feições cársticas na superfície; 3) espessura acumulada da zona carstificada interceptada pelos poços; e 4) taxa de recarga. As áreas mais favoráveis são aquelas onde os parâmetros se sobrepõem e possuem maior peso na classificação de favorabilidade hidrogeológica. Essas regiões estão localizadas no centro da área de estudo sobre sedimentos inconsolidados, onde a carstificação foi mais intensa, nas regiões com maior densidade de lineamentos (principalmente E-W e NE), ou próximo às lagoas e feições cársticas. As áreas menos favoráveis estão sobre as regiões pouco carstificadas, com ausência de lineamentos ou feições cársticas próximas, ou sobre espessas camadas de metapelitos na região sudeste e noroeste da área de estudo. A distribuição espacial de poços pouco produtivos por toda a área, mesmo em regiões hidrogeologicamente mais favoráveis, mostra o quanto o aquífero é heterogêneo e anisotrópico, provando a necessidade de estudos mais detalhados para análise da favorabilidade hidrogeológica em escala local. O método desenvolvido foi validado a partir da calibração com 185 valores de vazão específica e 32 de transmissividade dos poços, e mostrou-se eficaz em seu propósito de indicar zonas com maior favorabilidade hidrogeológica, podendo ser aplicado em outras regiões com contexto hidrogeológico semelhante.Item Avaliação do potencial hídrico de aquíferos fissurais dos complexos bação e bonfim setentrional, Quadrilátero Ferrífero - MG.(2018) Brito, Thaís Palma de; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Barbosa, Maria Sílvia Carvalho; Mourão, Maria Antonieta Alcântara; Galvão, Paulo Henrique Ferreira; Bacellar, Luis de Almeida PradoO potencial hídrico de aquíferos pode ser avaliado por meio da favorabilidade de água subterrânea, que consiste na facilidade de se encontrar bons aquíferos com perfurações de baixo custo de poços tubulares. Em aquíferos fraturados, a definição de áreas mais favoráveis à prospecção de água subterrânea é fundamental, pois estes normalmente se caracterizam por elevada anisotropia e heterogeneidade, o que dificulta sua explotação. Portanto, a confecção de mapas de favorabilidade hídrica subterrânea dos aquíferos fraturados dos complexos Bação e Bonfim Setentrional (Quadrilátero Ferrífero - MG, sudeste do Brasil) pode auxiliar em trabalhos de pesquisa e prospecção de água subterrânea, proporcionando alternativas de abastecimento na região, que apresenta severos problemas de disponibilidade hídrica. Neste estudo, os mapas de favorabilidade foram obtidos utilizando-se o método Analytic Hierachy Process (AHP), a partir de seis níveis de informação: o modelo Height Above the Nearest Drainage (HAND), o mapa de declividade, três mapas de lineamentos (morfoestruturais, radiométricos e magnetométricos) e o mapa litológico. O modelo HAND foi o mais relevante, pelo fato de relacionar-se à profundidade da superfície freática, seguido pelo mapa de declividade e pelos mapas de lineamentos, relacionados com a capacidade de recarga e com as fraturas dos aquíferos, respectivamente. Por outro lado, os mapas litológicos foram os de menor importância para o processo de integração, pelo fato de apresentarem um aspecto mais homogêneo. Também foram gerados modelos tridimensionais das áreas por meio da Deconvolução de Euler, para auxiliar na visualização de estruturas mais profundas. A direção de lineamentos E-W foi ponderada com maior valor, por ocorrer com maior frequência e por se encontrar subparalela à direção atual do esforço principal máximo (1). Os mapas de favorabilidade foram validados com a comparação com 82 valores de capacidade específica de poços tubulares profundos da região. Embora mais dados sejam necessários para confirmar o método adotado, os resultados foram promissores e podem ser testados em outras áreas com embasamento cristalino.Item Estimation of flow components by recursive filters : case study of Paracatu River Basin (SF-7), Brazil.(2013) Vasconcelos, Vitor Vieira; Martins Júnior, Paulo Pereira; Hadad, Renato MoreiraA quantificação dos componentes de vazão é importante para a gestão de recursos hídricos. Empregaram-se, neste estudo, filtros recursivos de sinais para delimitação dos fluxos de base, interfluxo e rápido de sub-bacias aninhadas na Bacia do Rio Paracatu (SF-7). Preliminarmente, os dados de vazão tiveram sua consistência avaliada por meio de análises de estaciona-lidade e preenchimento multivariado das lacunas de dados. Apresenta-se uma metodologia em que os filtros são calibrados pela influência do escoamento superficial e pela inflexão na curva de recessão do período sazonal de seca. Os filtros foram aprimorados por uma restrição lógica, que limita a sobre-estimação da vazão à cada iteração do algoritmo. Os resultados foram condizentes com estudos prévios e com mapeamentos hidrogeológicos e climatológicos.Item Estimativa de parâmetros de aquíferos através do coeficiente de recessão em áreas de embasamento cristalino de Minas Gerais.(2010) Silva, Rebeca Ferreira Gonzaga; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Fernandes, Kênia NassauO coeficiente de recessão (α) indica a taxa de produção do fluxo de base, que representa a porção da vazão de um rio mantida pela restituição de águas subterrâneas. Ele pode ser obtido através da análise de hidrogramas. Esse coeficiente possibilita o cálculo de parâmetros importantes, como a transmissividade de aquíferos, as reservas renováveis de água subterrânea e as vazões mínimas em canais de drenagem, que, usualmente, são obtidas através de outros índices hidrológicos, como o Q7,10, muito empregado na gestão de recursos hídricos superficiais. As bacias estudadas estão localizadas na porção centro-sul de Minas Gerais, em regiões de rochas granito-gnássicas, sob vegetação, clima e uso e ocupação semelhantes. Os resultados obtidos, no estudo, foram satisfatórios, indicando os métodos de determinação de coeficiente de recessão como promissores para se caracterizar a produção de água subterrânea em bacias hidrográficas do embasamento cristalino. A restituição de águas subterrâneas para os sistemas de drenagem é maior nas áreas de relevo mais suave, indicando que estas constituem as melhores áreas de recarga.Item Recarga de aquíferos subsídios à gestão hídrica e ambiental bacia do rio Paracatu - SF7.(2014) Vasconcelos, Vitor Vieira; Martins Júnior, Paulo PereiraO objetivo desta tese de doutorado é desenvolver métodos que permitam investigar como os processos hidrogeológicos podem ser incorporados em contextos práticos de políticas públicas de gestão ambiental e gestão de recursos hídricos. Iniciou-se com uma discussão sobre os aspectos epistemológicos envolvendo a recarga e descarga de aquíferos. Foram elaboradas modelagens conceituais demonstrando as possibilidades de articulação interdisciplinar para a melhor caracterização espacial, qualitativa e quantitativa da circulação hídrica subterrânea. Subsequentemente, desenvolvem-se cinco métodos para caracterização espacial dos processos de recarga e descarga de aquíferos em múltiplas escalas de abordagem como subsídio para instrumentos de gestão das políticas públicas. O primeiro método consiste em um diagnóstico expedito de recarga de aquíferos em contextos locais, realizando a delimitação e caracterização ambiental dessas áreas por meio de planilhas ponderadas de verificação e resultando em produtos cartográficos, fotográficos e textuais. O segundo método possibilita a caracterização espaçotemporal da dinâmica de ocupação do solo em áreas com maior favorabilidade de recarga, por meio de interpretação de cartografia temática e hidrográfica e avaliação das mudanças de uso do solo em imagens de sensoriamento remoto. O terceiro método permite a caracterização cartográfica de favorabilidade de recarga de aquíferos com base em mapeamentos de litoestratigrafia, pedologia, relevo, pluviosidade, e altura do terreno em relação a nascentes e cursos de água. O quarto método realiza um mapeamento da contribuição de vazão específica para componentes de fluxo (rápido, interfluxo e base) empregando filtros recursivos sobre os dados de vazão, calibrados pela curva de recessão e pela influência dos picos de vazão. O quinto método empreende a modelagem espacial da influência dos atributos ambientais sobre os componentes de fluxo, utilizando-se da regressão por mínimos quadrados parciais e permitindo a regionalização de vazões, além de e produtos cartográficos com o resultado da modelagem e com hipóteses de fluxos hidrogeológicos regionais. Os métodos foram aplicados na Bacia do Rio Paracatu, afluente do Rio São Francisco. Os resultados são interpretados de maneira interescalar e oferecem informações úteis para o uso sustentável dos recursos hídricos e a ocupação do solo, conjugando informações de campo, sensoriamento remoto, hidromorfometria, hidrologia e hidrogeologia. Em todos os métodos, as áreas altimetricamente acima das nascentes apresentam-se como unidades de paisagem relevantes para a gestão de recarga de aquíferos. Sob o ponto de vista regional, infere-se que, embora os neossolos quartzarênicos sobre aquíferos porosos no leste da Bacia do Rio Paracatu apresentem o maior potencial de infiltração e reserva de águas subterrâneas, os latossolos nas chapadas nas margens sudoeste, oeste e noroeste apresentam importante papel de manutenção dos fluxos de base dos rios nos períodos de estiagem. Os resultados desses métodos podem ser úteis para instrumentos de políticas públicas de aplicação local ou regional, tais como averbação de reservas legais, EIAs, criação de unidades de conservação e elaboração de seus planos de manejo, planos diretores municipais e de bacia hidrográfica, zoneamento ecológicoeconômico, delimitação de áreas de proteção de fontes de água mineral, entre outros.Item Aplicação e técnicas de quantificação da infiltração e da recarga de aquíferos do alto Rio das Velhas (MG)(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Freitas, Suzy Magaly Alves Cabral de; Bacellar, Luis de Almeida PradoBoas condições de recarga são fundamentais para a manutenção, de forma sustentável, das vazões nas drenagens em épocas de estiagem, com importantes reflexos nas atividades humanas e na preservação dos ecossistemas. De forma a investigar a influencia da litologia e uso e ocupação do solo e comparar técnicas utilizadas na determinação da infiltração e da recarga de aqüíferos foram analisadas quatro microbacias situadas na sub-bacia do Alto Rio das Velhas, em duas das unidades geológicas dominantes, o embasamento cristalino, representado pelo Complexo Metamórfico do Bação (CMB)- microbacias CCV e CSV, e os xistos do Grupo Nova Lima (GNL)- microbacias FAZ e UAI. As microbacias se diferenciam pelo grau de degradação, com presença de voçoroca (CCV) e pastagens (FAZ). Foram monitoradas durante um ano hidrológico, quando foram instalados pluviômetros e um pluviógrafo, vertedores e indicadores de nível d`água (INA). Com os dados obtidos, foram elaborados hietogramas, hidrogramas com médias diárias e mensais e gráficos da variação temporal do nível d´água subterrâneo. Foi feita a caracterização pedológica e geotécnica dos solos em algumas dezenas de pontos representativos das microbacias. A determinação da condutividade hidráulica dos horizontes superficiais dos solos envolveu ensaios com infiltrômetro de anéis e permeâmetro Guelph. A recarga potencial foi determinada utilizando-se de lisímetros e técnicas auxiliares (condutividade hidráulica) e a recarga real, utilizando-se de técnicas de balanço hídrico, a interpretação de hidrogramas e a variação do nível d’água (VNA). A separação do fluxo de base em hidrogramas possibilitou estimar alguns índices de interesse para a avaliação da recarga, tais como o índice de fluxo de base (IFB), o fluxo de base específico (FBE) e Vo, que é teoricamente o volume máximo armazenado de água subterrânea nos aqüíferos, no início da recessão, a partir do qual se estima a recarga (Ra). Com os ensaios laboratoriais, observou-se que os solos do CMB possuem uma granulometria menos uniforme, mais rica em areia média a grossa, maior porosidade e tendência a menor diâmetro médio ponderado dos grãos (DMP). No Grupo Nova Lima o solo é rico em silte e areia fina. A análise dos dados hidrológicos evidenciou que os maiores valores de coeficiente de recessão foram encontrados nas microbacias do Grupo Nova Lima e na CCV. As microbacias CSV e UAI apresentaram menores índices de fluxo de base (IFB). A recarga potencial (infiltração) foi maior nas microbacias situadas no CMB. As microbacias situadas no Grupo Nova Lima apresentaram, de maneira geral, maior recarga real dos aqüíferos. Os resultados da técnica VNA e o padrão dos hidrogramas indicaram a tendência das microbacias situadas no CMB serem mais sustentáveis, por conservarem por mais tempo a água no sistema e a liberarem mais lentamente devido a maior proporção de aqüíferos intergranulares na base do regolito, mais espesso, com maior coeficiente de armazenamento e menor transmissividade resultando em coeficientes de recessão inferiores.