Modelagem hidrogeológica numérica aplicada à avaliação de cenários de uso de água.

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Data

2022

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Resumo

Um modelo numérico 3D foi elaborado para representar as condições de níveis e fluxo do Sistema Aquífero Cárstico de Sete Lagoas e avaliar cenários futuros de uso de água subterrânea na porção central do município homônimo. Na elaboração, foram empregados: 257 dados de níveis piezométricos e vazões de 282 poços; um modelo geológico 3D; mapas de recarga e de superfícies potenciométricas; e parâmetros hidrodinâmicos obtidos in situ. O programa utilizado foi o FEFLOW e a calibração foi conduzida comparando-se níveis piezométricos de poços existentes e de superfícies potenciométricas, com os resultados de níveis calculados pelo modelo, sendo obtido um grau de correspondência (RMSE variou entre 4 e 23 m; e MAE entre 3 e 19 m) satisfatório levando-se em conta as escalas espacial e temporal dos dados de entrada e da análise numérica. Os parâmetros K (2; 20; 0,0035 m/d), Ss (9,0×10−3; 9,0×10−3; 4,5×10−3) e Sy (2,5×10−1; 5,0×10−1; 1,5×10−2), ajustados para o epicarste, a zona cárstica e a matriz do calcário, respectivamente, e as recargas obtidas na calibração são coerentes com as referências conceituais utilizadas. A recarga média anual definida na calibração foi de 29% da precipitação (~51 Mm3 /ano ou 12 L/s/km2 ), e a descarga que ocorre nos poços atualmente pode ser superior a 53 Mm3 /ano, o que caracteriza uma condição de déficit hídrico que contribui para a expansão do cone de rebaixamento existente na porção central de Sete Lagoas. O modelo indica que, entre 1942 e 2020, o bombeamento intenso causou alterações nas condições originais de confinamento do aquífero, o qual possuía 34% da área ativa em não confinamento na década de 1940, passando para 45% em 2020. Em cenários futuros, mantendo a vazão global atualmente extraída, mais de 50% do aquífero se tornaria não confinado em 2050, podendo chegar a 61% em 2100. Um recuo e estabilização da evolução do cone de rebaixamento aconteceria com uma redução de 40% da vazão atualmente explotada.

Descrição

Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.

Palavras-chave

Hidrogeologia, Desenvolvimento de recursos hídricos, Carste, Aquíferos

Citação

PEREIRA, Simone Imaculada. Modelagem hidrogeológica numérica aplicada à avaliação de cenários de uso de água. 2022. 105 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2022.

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