DEGEO - Departamento de Geologia

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    Percepção do geoturismo por gestores do sítio do patrimônio mundial Ouro Preto (MG).
    (2022) Fonseca Filho, Ricardo Eustáquio; Moutinho, Nathalia Machado; Castro, Paulo de Tarso Amorim
    A cidade histórica de Ouro Preto foi o primeiro sítio patrimonial brasileiro reconhecido pela Unesco, em especial pelos critérios culturais. A cidade e seu entorno têm rico patrimônio cultural e natural, que pode ser mais explorado pelo geoturismo, interpretando os aspectos abióticos, como relevo e rochas. Neste sentido, o objetivo da pesquisa foi o de buscar compreender a percepção do geoturismo por gestores do patrimônio ouro-pretano. A metodologia ocorreu em etapas de escritório e de campo. Na primeira, houve revisão bibliográfica e digital e pesquisa documental, elaboração de instrumento de coleta de dados (formulários estruturados qualiquantitativos). Na segunda, aplicação de entrevista remota pelo Google Meet a grupo focal de gestores do patrimônio de Ouro Preto. Os resultados encontrados demonstram: que a oferta dos atrativos turísticos comercializados tem potencial geoturístico; e que o geoturismo ainda é um conceito pouco compreendido, com ênfase sobremaneira no patrimônio cultural (e turismo cultural), e quando ao patrimônio natural é associado ao ecoturismo e às unidades de conservação. Conclui-se que é necessária maior capacitação de geoturismo dos atores sociais responsáveis pela tomada de decisões patrimoniais.
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    Dois séculos de viagens motivadas pelo (re)conhecimento da geodiversidade : bases metodológicas e teóricas para inventariação, qualificação e quantificação de valores da geodiversidade relevantes ao desenvolvimento do geoturismo no Caminho dos Diamantes (Estrada Real, Minas Gerais, Brasil).
    (2018) Paula, Suzana Fernandes de; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Pires, Maria do Carmo; Azevedo, Úrsula Ruchkys de; Machado, Maria Marcia Magela; Nolasco, Marjorie Csekö
    Desde 2003 o Instituto Estrada Real gere um produto que tem por finalidade organizar, fomentar e gerenciar ações e infraestrutura para o desenvolvimento de possiblidades turísticas em quatro caminhos distintos que compões a Estrada Real, no sudeste brasileiro. O presente trabalho busca propor uma nova abordagem àquelas que já são utilizadas no referido produto: o geoturismo. O recorte dado aos estudos foi o segmento do Caminho dos Diamantes, que liga os municípios de Ouro Preto e Diamantina, em Minas Gerais Foram consultadas bibliografias e relatos de viajantes naturalistas do século XIX que percorreram a região e que corroboram com o entendimento de que o patrimônio geomineiro sempre foi um atrativo para aqueles municípios, visto a toponímia deste lugares que, em sua maioria, remetem à aspectos da geodiversidade. Sendo assim, utilizando de metodologias capazes de qualificar, quantificar, dimensionar e comparar geossítios, foi possível estabelecer parâmetros que apontam as prioridades no desenvolvimento de atividades de interesses geoturísticos nos municípios que fazem parte deste produto turístico já consolidado. A partir das informações, cálculos, mapas e sistematização de todos os produtos obtidos, foi possível estabelecer uma forma de dar visibilidade e demonstrar a viabilidade d desenvolvimento do geoturismo no Caminho dos Diamantes já que se trata de uma abordagem pouco utilizada ou desconhecida.
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    Protocolo de avaliação e inventariação de lugares de interesse geológico e mineiro : bases para um turismo científico e aplicação em um circuito geológico e mineiro urbano (Ouro Preto) - MG.
    (2013) Paula, Suzana Fernandes de; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Costa, Adivane Terezinha; Azevedo, Úrsula Ruchkys de
    Em função da sua história e dos recursos que possui, Ouro Preto, localizada ao Sul do Quadrilatero Ferrífero, é uma das mais importantes províncias minerais do Brasil e foi o cenário da descoberta do ouro e da nucleação dos primeiros centros urbanos brasileiros afastados da zona litorânea. A descoberta do ouro na região ao final do século XVII, representou um marco da interiorização e urbanização do Brasil. Estes trabalhos resultaram em uma intensa modificação da paisagem, com a remoção de grandes volumes de rochas, escavação de minas e construção de aquedutos. Com o final do ciclo do ouro, as minas foram abandonadas resultando em um importante acervo arqueológico representado por aquedutos, sarilhos, galerias subterrâneas, ruínas de mundéus, barragens para retenção de água para as atividades mineiras e diversas edificações. Quanto ao patrimônio mineiro, os registros da mineração de ouro a partir do século XVIII na região das minas são de grande importância e proporciona o desenvolvimento estudos e trabalhos condizentes com a divulgação do patrimônio geológico e mineiro, para turistas e moradores locais, valorizando e envolvendo as comunidades para o significado deste patrimônio. A Geomorfologia Antropogênica tem como objeto de estudo as geoformas produzidas bem como aquelas modificadas pelas atividades humanas. Em regiões mineiras, como o Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, a mineração tem sido o principal atividade antrópica a afetar e modificar a paisagem. A partir das premissas da geoconservação são analisados pontos em que são evidentes as ações antrópicas na modificação da paisagem: tanto pela mineração quanto pela instalação de infraestrutura urbana que subsidiava as pessoas que nela trabalhava. Esses pontos integram um roteiro turístico urbano Ouro Preto de base científica e educativa. A difusão de informações sobre a realidade geológica que fazemos parte ainda é deficiente, dificultando seu entendimento pela grande maioria das pessoas, por isso, foi elaborado, no Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto, o Protocolo de Avaliação e Inventariação de Lugares de Interesse Geológico e Mineiro. Esta metodologia baseia-se na descrição e quantificação de aspectos e variáveis relativas aos geossítios selecionados possibilitando a identificação, qualificação e comparação entres determinadas localidades e/ou variáveis.
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    Patrimônio pedológico e fatores impactantes ambientais nas trilhas de uso público em parques do Espinhaço Meridional.
    (2017) Fonseca Filho, Ricardo Eustáquio; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Varajão, Angélica Fortes Drummond Chicarino; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Costa, Adivane Terezinha; Oliveira, Fábio Soares de; Azevedo, Úrsula Ruchkys de; Ribeiro, Elizene Veloso
    Os solos são circunscritamente considerados recursos naturais para fins econômicos para muitas áreas do conhecimento, como por exemplo, a Agronomia e as Engenharias. Em áreas protegidas por sua vez são relacionados à sustentação da vida. Este olhar funcional dos solos demonstra sua subvalorização como parte dos 5G (patrimônio geológico, geodiversidade, geoconservação, geoturismo e geoparques). Estudos relacionados aos impactos ambientais por sua vez não correlacionam a valoração da natureza para além da biodiversidade. A partir destas premissas o presente trabalho pretendeu estabelecer um inventário do patrimônio pedológico representado por pedossítios, bem como os fatores ambientais impactantes nos solos de trilhas em áreas naturais protegidas, ambos para a sua pedoconservação. Foram selecionadas três trilhas médias e lineares, sobre substratos diversos, em áreas altamente visitadas de unidades de conservação (UC) da Serra do Espinhaço Meridional /MG: a “Trilha da Cachoeira da Farofa” no Parque Nacional da Serra do Cipó (PNSC) sobre diamictitos e sedimentos de aluvião; a “Trilha do Pico do Itacolomi” no Parque Estadual do Itacolomi (Peit) sobre filitos e quartzitos; “Trilha do Campo Ferruginoso” no Parque Estadual da Serra do Rola Moça (PESRM), sobre couraças e itabiritos. A metodologia envolveu três etapas: escritório, campo e laboratório. A primeira envolveu revisão e elaboração de instrumentos de coleta de dados (formulários estruturado qualitativo-quantitativos de oferta pedoturística por meio de “Lugares de Interesse Pedológico” – LIPe nas trilhas amostradas); tabulação de dados de oferta e geração de gráficos no software Microsoft Office Excel. A segunda por: seleção de pontos significativos para teste de resistência superficial do solo através de penetrômetro de cone com anel volumétrico; abertura de trincheiras nas margens (zonas intactas) e leito principal (zonas de visitação) das trilhas com descrição macromorfológica dos horizontes pedológicos; coleta de amostras deformadas e indeformadas de solo com o objetivo de detectar eventuais alterações físicas e morfológicas como compactação nos horizontes mais superficiais e erosão no leito da trilha; e quantificação pedoturística. A laboratorial envolveu: análises textural (granulométrica), medida da porosidade por meio da adsorção de nitrogênio líquido (N2BET), difratometria de raios x e microscopia óptica de lâminas delgadas. Os resultados demonstraram que há alterações físicas e morfológicas mais significativas nos solos do leito das trilhas do que nas adjacências, na sequência Peit>PNSC>PESRM, que se acredita serem relacionadas ao substrato, declividade e visitação. Os 28 LIPe inventariados têm pontuação média baixa quanto aos critérios científico e cultural mas alta quanto ao educativo e turístico, carecendo de estratégias de geoconservação, como proteção legal, conservação, valorização e divulgação e monitoramento. Tais LIPe são atrativos fundamentais para as “trilhas-solo”, estimulando uma ramificação do ecoturismo, turismo rural e geoturismo: o “pedoturismo”. Apesar do fim maior das unidades de conservação ser a conservação da biodiversidade e a categoria Parque permitir a visitação com fins científicos, é premente o maior investimento em pesquisas para a conservação dos recursos abióticos. Espera-se que tais dados sirvam para a revisão dos planos de manejo das três UC, conciliando os três tipos de relatórios e se fazendo como extensão para seus conselhos consultivos, na forma de contribuição para a gestão, pedoconservação de suas trilhas-solo, satisfazendo comunidades tradicionais do entorno e visitantes.
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    Oportunidades geoturísticas do caminho dos diamantes (Estrada Real – MG) : uma viagem descrita pela perspectiva dos viajantes naturalistas.
    (2018) Paula, Suzana Fernandes de; Castro, Paulo de Tarso Amorim
    O Caminho dos Diamantes (Estrada Real, MG) que liga as cidades de Ouro Preto e Diamantina, em Minas Gerais, existiu em função da descoberta e exploração de diamantes e ouro naquela região. A partir de relatos e descrições feitas por cientistas naturalistas que percorreram essa região, principalmente no século XIX, e associando a recursos atuais, foi possível entender os Lugares de Interesse Geólogico e Mineiro (LIGEMs) além da perspectiva turística e perceber esses geossítios ainda através da ótica daqueles viajantes. Nos trabalhos de campo, ao aliar as ferramentas de navegação disponibilizadas pelo Instituto Estrada Real aos relatos destes pesquisadores naturalistas, percebe-se que a motivação e interesse de viagens motivadas pela geodiversidade antecede o apelo e utilização turística atual do produto Estrada Real. Sendo assim, baseado na importância histórica em entender e descrever o patrimonio geomineiro, conclui-se que o geoturismo pode ser uma alternativa para o aprimoramento turístico regional, além de ser uma ferramenta de conservação e educação.
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    Patrimônio mineiro na Serra do Veloso em Ouro Preto-MG : registro, análise e proposição de circuitos geoturísticos interpretativos.
    (2017) Ferreira, Eduardo Evangelista; Sobreira, Frederico Garcia; Sobreira, Frederico Garcia; Azevedo, Úrsula Ruchkys de; Suner, Marcia Maria Arcuri
    A presente pesquisa enfoca as atividades de mineração setecentista realizadas na antiga Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto-MG, que deixaram inúmeras marcas dos trabalhos realizados na Serra do Veloso. Marcas que nos remetem a um período histórico tão importante de transformações no Brasil e no mundo e compõem um grande patrimônio arqueológico, histórico e cultural. Neste sentido, objetivou-se contribuir para o resgate, registro, valorização, conservação e fruição do Patrimônio Mineiro existente, em uma área de 589,3 há, na Serra do Veloso, com a proposição de circuitos geoturísticos que contemplem a história da mineração na região. Das bases conceituais abordadas destacam-se os aspectos do patrimônio cultural, geológico e mineiro, e sua relação com o geoturismo. Após pesquisa bibliográfica sobre o tema realizou-se a seleção e tratamento das bases cartográficas digitais da área, encontradas em bancos de dados de órgãos oficiais. A interpretação de fotos aéreas de diferentes datas auxiliou nas atividades de campo, indicando a localização das estruturas remanescentes que foram cadastradas e analisadas geoespacialmente, definindo-se cinco circuitos geoturísticos. Foram identificados os processos e técnicas de mineração de morro utilizados na Serra do Veloso e suas estruturas remanescentes: os locais de desmonte da encosta causada pelo método de talho a céu aberto com área de 40 ha, 45 entradas de galerias subterrâneas, rede de aquedutos com mais de 8 km de extensão, 3 conjuntos de mundéus, além de um provável local de apuração final do ouro. Pela exemplaridade e estado de preservação, foram destacados os geossítios mineiros: Curral de Pedras; Lagoa da Prata; Aqueduto do Pocinho; Mina da Barragem; Ruínas do Paque; Ruínas do Jardim Botânico; e Conjuntos de Mundéus. Nestes locais foram realizados levantamentos aerofotogramétricos, com auxílio de drone, o que gerou ortofotos, imagens panorâmicas em 360º e modelos tridimensionais dos geossítios, que servirão de base para a criação de um museu virtual da mineração colonial em Ouro Preto-MG. O registro realizado e os circuitos geoturísticos propostos contribuem para a valorização e apropriação consciente, pelas populações locais e visitantes, do precioso Patrimônio Mineiro existente na Serra do Veloso. No entanto, iniciativas públicas de formalização do local como um sítio arqueológico são imprescindíveis para ações de conservação das estruturas cadastradas e de valorização e divulgação do patrimônio da mineração.
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    Caracterização de lugares de interesse geológico e trilhas geoturísticas no Parque Estadual Do Itacolomi – Ouro Preto e Mariana, Minas Gerais.
    (2013) Ostanello, Mariana Cristina Pereira; Danderfer Filho, André; Castro, Paulo de Tarso Amorim
    Parque Estadual do Itacolomi (PEIT) constitui um importante sítio natural do Estado de Minas Gerais, localizado nos municípios de Ouro Preto e Mariana. Com grande relevância geológica devido ao relevo cárstico desenvolvido em rochas metaquartzo-areníticas, às estruturas geológicas bem preservadas e belas paisagens, buscou-se neste trabalho catalogar seu patrimônio geológico através de um inventário de lugares de interesse geológicos (LIGs), demonstrando sua potencialidade geoturística. O levantamento foi executado de forma sistemática ao longo de trajetos existentes no parque. Cada LIG foi caracterizado quanto ao uso (didático, turístico ou científico), tipologia (ponto, área, estação ou paisagem) e interesse (geomorfológico, espeleológico, estrutural, mineralógico, petrológico ou estratigráfico). No total foram identificados e caracterizados 50 LIGs, distribuídos por cinco trilhas da unidade de conservação e ao longo de algumas estradas de acesso. Eles ilustram parte significativa da história geológica do PEIT e, quando transformados em atrativos e devidamente posicionados ao longo das trilhas, tornam-se instrumentos turísticos multidisciplinares e com vistas ao lazer e educação, bem como à divulgação de conceitos geocientíficos
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    Bases metodológicas e teóricas para inventariação, qualificação e quantificação de valores da geodiversidade relevantes ao desenvolvimento do geoturismo no Caminho dos Diamantes (Estrada Real, MG).
    (2016) Paula, Suzana Fernandes de; Castro, Paulo de Tarso Amorim
    A difusão de informações sobre os aspectos geológicos da região em que vivemos ainda é deficiente, dificultando seu entendimento pela grande maioria das pessoas. O patrimônio geológico é composto por sítios com relevância cultural, turística, científica ou didática. Em regiões como o Caminho dos Diamantes, Minas Gerais, onde as vilas e aglomerados humanos pós-colombianos foram formados em função da atividade extrativa mineral, o patrimônio geológico também engloba os registros relevantes da mineração. Tão importantes quanto os recursos minerais extraídos são as instalações mineiras tais como as minas, galerias, escavações e construções, cujos registros estão dispersos por esta região desde o século XVIII. Neste artigo são descritos os métodos utilizados para identificação, descrição e quantificação de aspectos dos geossítios visitados. A aplicação desses métodos levou à qualificação dos geossítios e possibilitaram a comparação entre eles, estabelecendo uma ordem de relevância em termos geoturísticos.
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    Patrimônio geológico do Parque Estadual do Itacolomi (Quadrilátero Ferrífero, MG) : inventariação e análise de lugares de interesse geológicos e trilhas geoturísticas.
    (Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Ostanello, Mariana Cristina Pereira; Danderfer Filho, André
    A preservação do patrimônio geológico e sua divulgação através do turismo são assuntos ainda recentes e encontram-se inseridos em uma nova ramificação das geociências denominada por geoconservação. O conjunto do patrimônio geológico de uma região constitui sua geodiversidade, termo que denomina a variedade de elementos abióticos da natureza. O Parque Estadual do Itacolomi (PEIT) é uma unidade de conservação de proteção integral criada em 1967, tendo como principal fundamento os elementos abióticos inseridos em seu meio. Apesar disso, seu patrimônio geológico é ainda muito pouco conhecido e, portanto, pouco considerado em políticas de manejo e programas de uso público atuais. O PEIT está localizado nos municípios de Ouro Preto e Mariana, região centro-sul do Estado de Minas Gerais, e a sudeste do Quadrilátero Ferrífero, importante província mineral brasileira conhecida internacionalmente pelo seu potencial metalogenético. Por sua importância geológica, em 2011 foi criado o geoparque homônimo envolvendo toda a região do Quadrilátero Ferrífero. O arcabouço estratigráfico do PEIT é constituído por rochas metassedimentares clásticas dos Supergrupos Rio das Velhas, Minas e do Grupo Itacolomi, este último o que ocorre em maior proporção territorial dentro de seus limites. Há também intrusões de rochas metabásicas locais, e depósitos elúvio-coluvionares representados pela canga. Apesar dos processos de deformação tectônica que incidiram na região, no PEIT as estruturas primárias como o acamamento e estratificação mostram-se preservadas. Aliada às estruturas secundárias como dobras, fraturas, falhas e estruturas de boudinage, elas controlam o desenvolvimento de feições geomorfológicas de enorme beleza paisagística. O objetivo deste trabalho foi reconhecer e descrever as feições geológicas localizadas ao longo de trajetos do PEIT, possibilitando sua valorização e divulgação através do geoturismo. Para a descrição da geodiversidade, o PEIT foi dividido em quatro setores morfotectônicos delimitados por traços de falha de cavalgamento (A, B, C e D); os setores C e D revelam maior potencialidade ao geoturismo, visto que neles se encontram as estruturas mais representativas. Como resultado da inventariação do patrimônio geológico foram identificados 50 lugares de interesse geológicos (LIG), disponíveis ao longo de cinco trilhas e por estradas do entorno ao PEIT. Cada LIG foi descrito e os dados coletados, armazenados em uma ficha de caracterização. Todos eles foram classificados em relação ao tamanho (ponto, área, paisagem e estação), a utilização potencial (didática, científica e turística) e o interesse dentro das geociências (geomorfológico, espeleológico, estratigráfico, estrutural, mineralógico, petrológico, sedimentológico). Como resultado, foi revelado o conteúdo multidisciplinar das trilhas nas quais estão distribuídos os LIGs, demonstrando uma potencialidade geoturística voltada para públicos heterogêneos e com interesses distintos de visitação. Como contribuições da pesquisa, foram feitas considerações sobre a inclusão do geoturismo às ações de uso público do PEIT. Em adição, foram realizadas propostas relativas à conservação, uso e valorização das trilhas e LIGs identificados, bem como foi sugerida a inserção dos resultados desta pesquisa no contexto do Geopark Quadrilátero Ferrífero, contribuindo com seus objetivos de divulgação da geologia e desenvolvimento social.