DEGEO - Departamento de Geologia

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    Permian mixed carbonate–siliciclastic lagoon coastal system in West-Central Gondwana.
    (2021) Silva, Rafael Oliveira; Leite, Mariangela Garcia Praça; Rudnitzki, Isaac Daniel; Lima, Wagner Souza
    Although in recent years mixed carbonate–siliciclastic platforms have been increasingly recognized in the Perm- ian of Western Gondwana, there is no detailed description of these mixed systems in West-Central Gondwana. This study focuses on the Permian of the Sergipe–Alagoas Basin (NE Brazil), with the aim of filling this knowledge gap. Based on sedimentological data and microfacies analysis, six facies associations (FA) were identified: FA1 is an eolian–fluvial system, composed of stratified sandstones, FA2 and FA3 represent a mixed tidal flat–lagoon sys- tem composed of microbialites, pelitic/micritic sediments and intraclastic packstones, FA4 represents shoreface wave deposits composed of laminated sandstones and silicified grainstones, and FA5 and FA6 are interpreted as a barrier–tidal inlet system, composed of oolitic/intraclastic grainstones, subtidal microbialites, and mixed rudstones. Facies associations reflect the paleoenvironmental conditions of a coastal environment, with dunes and small rivers adjacent to a mixed carbonate–siliciclastic ramp. This is defined as a lagoon system associated with tidal flats protected from the high-energy region by carbonate shoals and microbial constructions. These de- posits represent the eastern portion of a shallow epicontinental sea that covered lowlands inWest-Central Gond- wana within the arid–semiarid belt, whose climate characteristics are reflected in eolian deposits, desiccation structures, mixed carbonate–siliciclastic facies, and fossil records. The main diagenetic feature observed in petro- graphic analyses was an early diagenetic silicification. Although the absence of spiculites and shelf configuration did not allow a correlation with the Permian glass ramp model, similarities were observed with Eocene glass ramps of Australia, and a relationship with the Permian Chert Event is suggested.
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    O permiano da bacia de Sergipe-Alagoas.
    (2020) Silva, Rafael Oliveira; Leite, Mariangela Garcia Praça; Lima, Wagner Souza; Leite, Mariangela Garcia Praça; Borba, Cláudio; Castro, Paulo de Tarso Amorim
    A Formação Aracaré representa o Eopermiano da fase de sinéclise paleozoica da bacia de SergipeAlagoas. Suas rochas afloram principalmente na região central da bacia. Diversas campanhas de campo resultaram no levantamento de cinco perfis estratigráficos, nos quais foram identificadas 28 fácies sedimentares. Para um melhor entendimento dessas fácies, 30 lâminas delgadas foram confeccionadas, 15 amostras foram selecionadas para análises de difratometria de raios X, 40 para análises geoquímicas de elementos maiores, menores e traços, e três amostras de rochas carbonáticas para análises isotópicas de carbono e oxigênio. As seções sedimentares são compostas predominantemente por arenitos estratificados, cherts, carbonatos silicificados, dolomitos finos e pelitos siliciclásticos a mistos. As fácies identificadas foram reunidas em seis associações de fácies que refletem as condições paleoambientais. AF1 é denominada de continental eólico-fluvial e é composta de arenitos variando entre finos a grossos, com estratificações tangenciais e tabulares. A AF2 representa uma planície de maré mista composta por sedimentos pelíticos com estruturas de ressecamento, microbialitos laminados com teepees, ritmitos heterolíticos tipo linsen e packstones intraclásticos. A AF3 é composta por mudstones laminados, siltitos maciços verde e folhelhos escuros, sendo interpretada como depósitos de laguna protegida. A AF4 representa depósitos gerados por onda da zona de Foreshore/shoreface sendo composta por arenitos com estratificações cruzadas de baixo ângulo e grainstones silicificados. As fácies representativas da barreira protetora da laguna estão agrupadas na AF5, sendo elas: grainstones ooidais, trombolitos e estromatólitos. A AF6, interpretada como tidal inlets de ligação entre a laguna protegida e a região aberta de alta energia, é composta por grainstones intraclásticos e brechas mistas. As principais feições diagenéticas observadas nas análises petrográfica foram silicificações eodiagenéticas nos carbonatos, dissoluções de feldspatos e litoclastos e sobrecrescimento de quartzo em mesodiagênese. As análises geoquímicas revelaram elevados teores de sílica na maioria das amostras, resultado do aporte de terrígenos e dos conspícuos processos de silicificação. Resultados dos percentuais de elementos maiores, menores, traço e terras raras, assim com suas relações, reforçaram a importância do aporte terrígeno e corroboraram a hipótese de uma deposição em ambiente plataformal em condições oxidantes. Infelizmente, a intensidade dos processos diagenéticos alteraram o sinal primário dos carbonatos amostrados, o que dificultou a correlação dos resultados de isótopos estáveis com dados do Eopermiano disponíveis na literatura. O conjunto de resultados obtido mostrou que os depósitos da Formação Aracaré compunham um ambiente costeiro com uma rampa de sedimentação mista adjacente, sendo parte um mar epicontinental. O paleoambiente, definindo internamente um sistema lagunar controlado por planícies de maré protegido da região da alta energia por shoals carbonáticos e construções microbiais. Na região costeira haveria campos de dunas e rios de pequeno porte desaguando em pequenos deltas dentro ou fora do sistema lagunar alimentando o ambiente marinho com grãos terrígenos. A região, localizada entre as latitudes de 40° e 50°, situaria-se no chamado cinturão árido, no centro do paleocontinente Gondwana. O clima semiárido com monções, com alternância de períodos mais secos com eventos de grande pluviosidade, ficou refletido nas fácies descritas, em que depósitos eólicos associado a tapetes microbiais se intercalam com fácies carbonáticas com grande aporte terrígeno e camadas com troncos fósseis de pteridófitas silicificados. Destaque para a ocorrência das espículas silicosas de esponjas, a grande diversificação de camadas de cherts e os carbonatos com diferentes graus de substituição por polimorfos de sílica. As análises químicas confirmaram a origem biogênica da sílica, apontando como principal fonte as espículas de esponjas. A ausência, porém, de espiculitos não permitiu uma correlação com o modelo de glass ramps; porém, tudo indica que as silicificações encontradas tenham uma relação direta com o chamado o Permian Chert Event (PCE). Apesar da contribuição dos resultados para a uma melhor compreensão do Eopermiano na Bacia de Sergipe-Alagoas, como tantos outros trabalhos, o presente estudo criou novas perguntas, que podem vir a ser respondidas através de pesquisas futuras com mais dados de isótopos estáveis, detalhamento das análises nos cherts e datações radiométricas dos depósitos da Formação Aracaré.