DEGEO - Departamento de Geologia

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    Pedogeomorfologia e evolução da paisagem : gênese de depressões fechadas em vertentes associadas à couraça bauxítica na extremidade sul da Serra do Caparaó, sudeste do Brasil.
    (2015) Mateus, Ana Carolina Campos; Varajão, Angélica Fortes Drummond Chicarino; Oliveira, Fábio Soares de
    Esse trabalho objetivou a compreender a gênese da cobertura pedológica associada ao depósito de bauxita em uma vertente na região de Espera Feliz/MG, enfatizando as transformações morfológicas, mineralógicas e geoquímicas envolvidas na formação assim como, a relação com a evolução da paisagem, particularmente, com as feições côncavas (depressões fechadas) frequentes na área. O estudo pedológico envolveu a abertura de 5 trincheiras onde foram descritas as feições petrográficas, mineralógicas, estruturais e morfológicas dos horizontes identificados. Nas amostras coletadas foram realizadas análises granulométricas, de densidade aparente, micromorfológicas ao microscópio óptico, mineralógicas por Difração de Raios-X, química parcial através de análises de fertilidade de solo, química total por Fluorescência de Raios-X e microquímica por MEV acoplado com EDS. O levantamento geofísico foi realizado através do radar de penetração no solo (GPR) em seções que abrangeram todas as depressões. Os atributos morfológicos (macro e micro), físicos, químicos e mineralógicos permitiram definir que os perfis situados fora das concavidades constituem LATOSSOLOS VERMELHOAMARELO Distrófico húmico e os que ocorrem no interior são NEOSSOLOS LITÓLICO Húmico típico. A morfologia dos horizontes, particularmente a presença de fragmentos grosseiros de bauxita na base do perfil e a grano-decrescência destes em direção ao topo, sugerem que o solo tem sua origem associada à degradação de uma couraça bauxítica. A ocorrência no solo dos mesmos minerais presentes na bauxita, acrescidos da caulinita, também sugere essa relação genética através do processo de ressilicificação. As análises químicas de rotina apresentaram o aumento da quantidade de alumínio trocável, evidenciando a presença de Al livre em direção ao horizonte A. O mapa microquímico mostrou que as porções mais degradadas da bauxita apresenta acúmulo de silício. Tanto a composição geoquímica total, quanto o balanço de massa obtido a partir dela, revelam que em todos os perfis há um acréscimo no teor de SiO2 e um decréscimo no teor de Al2O3 do horizonte C para o A. A evolução pedogeomorfológica da vertente teria ocorrido em três etapas: i) formação da couraça bauxítica sob condições de clima quente e úmido; ii) degradação da bauxita e formação dos horizontes pedológicos devido a mudanças climáticas mais úmidas; iii) origem das feições côncavas através da remoção da cobertura pedológica por movimentação de massa, cuja natureza e contexto necessitam de estudos morfológicos mais específicos para serem discriminados.