Pedogeomorfologia e evolução da paisagem : gênese de depressões fechadas em vertentes associadas à couraça bauxítica na extremidade sul da Serra do Caparaó, sudeste do Brasil.
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Data
2015
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Resumo
Esse trabalho objetivou a compreender a gênese da cobertura pedológica associada ao depósito
de bauxita em uma vertente na região de Espera Feliz/MG, enfatizando as transformações
morfológicas, mineralógicas e geoquímicas envolvidas na formação assim como, a relação com
a evolução da paisagem, particularmente, com as feições côncavas (depressões fechadas)
frequentes na área. O estudo pedológico envolveu a abertura de 5 trincheiras onde foram
descritas as feições petrográficas, mineralógicas, estruturais e morfológicas dos horizontes
identificados. Nas amostras coletadas foram realizadas análises granulométricas, de densidade
aparente, micromorfológicas ao microscópio óptico, mineralógicas por Difração de Raios-X,
química parcial através de análises de fertilidade de solo, química total por Fluorescência de
Raios-X e microquímica por MEV acoplado com EDS. O levantamento geofísico foi realizado
através do radar de penetração no solo (GPR) em seções que abrangeram todas as depressões.
Os atributos morfológicos (macro e micro), físicos, químicos e mineralógicos permitiram definir
que os perfis situados fora das concavidades constituem LATOSSOLOS VERMELHOAMARELO
Distrófico húmico e os que ocorrem no interior são NEOSSOLOS LITÓLICO
Húmico típico. A morfologia dos horizontes, particularmente a presença de fragmentos
grosseiros de bauxita na base do perfil e a grano-decrescência destes em direção ao topo,
sugerem que o solo tem sua origem associada à degradação de uma couraça bauxítica. A
ocorrência no solo dos mesmos minerais presentes na bauxita, acrescidos da caulinita, também
sugere essa relação genética através do processo de ressilicificação. As análises químicas de
rotina apresentaram o aumento da quantidade de alumínio trocável, evidenciando a presença de
Al livre em direção ao horizonte A. O mapa microquímico mostrou que as porções mais
degradadas da bauxita apresenta acúmulo de silício. Tanto a composição geoquímica total,
quanto o balanço de massa obtido a partir dela, revelam que em todos os perfis há um acréscimo
no teor de SiO2 e um decréscimo no teor de Al2O3 do horizonte C para o A. A evolução
pedogeomorfológica da vertente teria ocorrido em três etapas: i) formação da couraça bauxítica
sob condições de clima quente e úmido; ii) degradação da bauxita e formação dos horizontes
pedológicos devido a mudanças climáticas mais úmidas; iii) origem das feições côncavas
através da remoção da cobertura pedológica por movimentação de massa, cuja natureza e
contexto necessitam de estudos morfológicos mais específicos para serem discriminados.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Geomorfologia, Solos, Bauxita
Citação
MATEUS, Ana Carolina Campos. Pedogeomorfologia e evolução da paisagem: gênese de depressões fechadas em vertentes associadas à couraça bauxítica na extremidade sul da Serra do Caparaó, sudeste do Brasil. 2015. 81 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2015.