DETUR - Departamento de Turismo
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Resultados da Pesquisa
Item Análise do bordado tradicional de Ouro Preto enquanto patrimônio imaterial e sua relação com o turismo.(2023) Gallisa, Mônica de Fátima do Sacramento; Carvalho, Alissandra Nazareth de; Volta, Carolina Lescura de Carvalho Castro; Carvalho, Alissandra Nazareth de; Volta, Carolina Lescura de Carvalho Castro; Knupp, Marcos Eduardo Carvalho Gonçalves; Frederico, Isabela BarbosaEsta pesquisa apresenta um estudo do bordado tradicional referente ao Ofício dos Grupos de Bordadeiras e Rendeiras de Ouro Preto, Minas Gerais, a partir do Dossiê (2019), trazendo um recorte para os trabalhos artesanais desenvolvidos na Associação de Senhoras Artesãs - Grupo ASA. Tem como objetivo geral compreender a prática do bordado e sua importância no patrimônio e as possibilidades para o desenvolvimento econômico, social e turístico relacionou- se a prática das artesãs, em seus espaços e vivências com a realidade local e o turismo. Desta forma, destaca-se o tema da valorização do patrimônio referenciando o bordado tradicional e a renda como elementos de preservação cultural, da memória e dos bens patrimoniais do município de Ouro Preto. A metodologia da pesquisa é de natureza qualitativa, descritiva e exploratória, envolvendo pesquisa de campo no Grupo ASA. O “saber fazer” é investigado pela estratégia de observação participante que possibilitou maior interação e aproximação ao universo das bordadeiras. Na oportunidade, realizou-se entrevistas semiestruturadas com os sujeitos da investigação em seus espaços de trabalho. Por conseguinte, os relatos e as vivências foram transcritos compondo uma documentação de análise, tendo disso analisado por meio da técnica análise de conteúdo. As apreciações se ativeram: às atividades cotidianas das bordadeiras e artesãs, à compreensão de como o saber é praticado e transmitido, ao aprimoramento das técnicas de execução dos bordados, às relações sociais com a comunidade e região. Os resultados indicaram a existência de práticas sustentáveis na gestão de uma organização comunitária por meio do Grupo ASA. Os dados apontaram que historicamente, o bordado é um saber que se desenvolveu enquanto técnica dentro de um espaço muito específico, como um produto feminino em ambiente doméstico. As narrativas das artesãs bordadeiras mostraram que o bordado é tradição projetado na contemporaneidade. Constatou-se que o bordado tradicional está em constante transição: significados, expressões, inovações e as novas tecnologias contribuem para o aperfeiçoamento e estimulam a criatividade das bordadeiras. Os resultados revelaram ainda que o município de Ouro Preto preserva o ofício das bordadeiras e rendeiras em diversos grupos e associações que se organizam, trocam experiências e vivências, e buscam ainda uma forma de complementação de renda para o orçamento familiar. As contribuições da pesquisa se dão no âmbito do reconhecimento da prática do bordado tradicional nas possibilidades e potencialidades do “saber fazer” podendo ser referência para outros grupos de bordadeiras e gestores de políticas públicas.Item Entre a fé e a feira : o sagrado e o profano na constituição do patrimônio cultural do Jubileu de Congonhas.(2023) Fernandes, Nayara Souza; Pires, Maria do Carmo; Pires, Maria do Carmo; Brusadin, Lia Sipaúba Proença; Costa, Everaldo Batista daO presente trabalho realiza uma reflexão acerca do patrimônio por uma perspectiva que evidencia seu caráter popular, suas práticas e representações, bem como as premissas teóricas que norteiam o campo, suas dinâmicas de atribuição de sentido e valor. A pesquisa foi desenvolvida em forma de estudo de caso e tem por objeto a celebração do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas, Minas Gerais. Histórica e culturalmente rica, a festividade ao mesmo tempo em que conserva ritos e práticas seculares, manifestações do sagrado, também traz consigo o profano, conceitos opostos que durante a festividade transcendem, abrindo campo para uma ampla discussão acerca do patrimônio enquanto campo científico. A bibliografia utilizada versa em torno dos conceitos de patrimônio e memória, da festa religiosa e das feiras enquanto manifestações culturais, a fim de compreender de que forma as práticas culturais, atreladas aos processos da memória, atuam na constituição do Jubileu enquanto patrimônio cultural e sua preservação. Para além da pesquisa em fontes primárias acerca da festividade do Jubileu, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com participantes da celebração e foram aplicados questionários durante a festividade. O método quali-quantitativo foi adotado para análise dos dados coletados com intuito de identificar como se dão as relações entre os sujeitos e os elementos que compõe a festividade, os processos de atribuição de sentido e valores, seus marcos de vivências e experiências, assim como detectar os elementos que conformam uma cultura para os sujeitos que com ela se identificam. Ainda que a interação dos sujeitos com o objeto vá se modificando com o tempo numa relação de forma e conteúdo, as práticas observadas na festividade estão atreladas a um passado em decorrência da memória. Desta forma, os valores e sentidos que estão sendo constantemente produzidos e reelaborados, colaboram para sua preservação e legitimação enquanto patrimônio.Item A cultura do milho e o patrimônio de Patos de Minas : diálogos possíveis entre preservação e turismo.(2023) Veloso, Fádua Dâmaris Abreu; Pires, Maria do Carmo; Pires, Maria do Carmo; Magalhães, Sônia Maria de; Silva, Luana Melo eBusca-se neste estudo investigar como a cidade de Patos de Minas, Minas Gerais, lida com questões relacionadas a sua cultura, ao seu patrimônio, e como estes aspectos podem ser trabalhados no segmento do turismo, cujo desenvolvimento pode configurar um mecanismo de preservação. O foco da pesquisa é a cultura do milho que possui forte presença na cidade e foi inspiração para o surgimento da Festa Nacional do Milho, seu maior evento. Foi discutida a importância de se fortalecer os saberes e os fazeres do povo patense como elementos constituintes de sua identidade e de seu patrimônio. Para isso, foi realizada uma pesquisa exploratória de abordagem metodológica qualitativa baseada na análise de fontes bibliográficas e documentais pertinentes à pesquisa, na qual buscou-se examinar elementos constituintes da cultura patense permeados pela simbologia do milho. Ao final, foi elaborado um mapeamento das manifestações culturais pesquisadas, constituindo um guia turístico denominado “Caminhos do Milho”. Espera-se que este trabalho possa contribuir com a apropriação da noção de patrimônio, ressaltando o repertório histórico e cultural da cidade a ser potencialmente explorado na área do turismo no que tange a simbologia do milho, que é uma grande referência local.Item Patrimônio cultural, memória e dilemas contemporâneos acerca da acessibilidade em sítios preservados e turísticos : o caso da construção da rampa de acesso à Praça Doutor Gomes Freire em Mariana.(2023) Silveira, Ricardo Pacheco da; Paiva, Carlos Magno de Souza; Paiva, Carlos Magno de Souza; Pires, Maria do Carmo; Simão, Maria Cristina RochaA Praça Gomes Freire, localizada em Mariana/MG, é um Patrimônio Cultural tombado pela esfera Federal e Municipal, um lugar de memória e um importante atrativo turístico. Concebido ainda no período colonial para recepcionar a população, passou por diversas modificações. Mantinha o mesmo projeto arquitetônico desde o final do século XIX, até que em 2020, durante as obras de requalificação no local, passou por uma polêmica intervenção materializada em uma rampa de acesso sobre a Rua Barão de Camargos. Instituições públicas e privadas, sociedade civil organizada e moradores do entorno se mobilizaram e a rampa foi modificada, passando a dialogar com o seu entorno. Diante dos fatos, iniciou-se um trabalho de pesquisa qualitativa sobre o direito ao patrimônio cultural e a acessibilidade, visando responder ao tema-problema suscitado pela construção da rampa: convergência de interesses legitimamente protegidos? Buscou-se aprofundar os conceitos considerados estruturantes da pesquisa: patrimônio cultural, memória, acessibilidade e turismo. Avaliou-se a política pública imposta ao Município em relação ao turismo na praça, além de observar a participação da rede colaborativa local. Investigou-se o marco legal sobre patrimônio cultural e acessibilidade, cartas patrimoniais e sobretudo, as manifestações populares e institucionais através da imprensa local, regional e nacional.Item O bairro Padre Faria às margens da patrimonialização de Ouro Preto-MG.(2022) Leite, Paula Lara; Brusadin, Leandro Benedini; Brusadin, Lia Sipaúba ProençaO presente artigo tem como objetivo analisar o bairro Padre Faria que fi ca às margens do centro histórico da cidade de Ouro Preto (MG). Este bairro integra a principal mancha de proteção de Ouro Preto, porém, por sua localização periférica, se distanciou da imagem que caracteriza a cidade patrimonializada, apresentando uma paisagem própria. Para a análise do bairro foram realizadas pesquisas in loco, levantamento fotográfi co e entrevistas com os moradores locais. A partir do trabalho de campo foi possível observar que as construções que compõem o bairro confi guram-se como inovações híbridas, mesclando a estética colonial valorizada na cidade as possibilidades encontradas na autoconstrução. Por meio de uma refl exão teórica e prática das transformações do bairro frente à imagem típica da cidade de Ouro Preto foi possível concluir que a estética colonial é utilizada até mesmo nos imóveis que não passam por processos de aprovação nos órgãos reguladores, se constituindo como uma imposição assimilada no contexto local. Portanto, a replicação inconforme da estética colonial refl ete a complexidade do território valorado e protegido frente aos sucessivos processos de adensamento e expansão urbana, e às novas necessidades dos moradores locais.Item Acessibilidade e mobilidade urbanas de city-tour a pé em Ouro Preto/MG : turismo e geotecnologias.(2018) Ramos, Túlio Cardoso; Silva, Jairo Rodrigues da; Fonseca Filho, Ricardo EustáquioNa cidade brasileira de Ouro Preto – MG, acessibilidade e mobilidade urbana em conjunto arquitetônico histórico são um desafio entre a preservação e a modernidade. Com paisagem geomorfológica acidentada, cujo uso e ocupação do solo se desenvolveram sem planejamento espacial, de logradouros estreitos e desnivelados, o direito à cidade por meio da mobilidade é uma provocação. Este presente artigo vai ao encontro a atividade turística, e aos turistas que percorrem as ruas da cidade a pé. Compreendendo a produção do espaço urbano, pela mobilidade e acesso do passear ao caminhar, por meio da cartografia, do sensoriamento remoto, como ferramentas de melhoria comunicacional entre a cidade e o turista. Assim, criou-se roteiros turísticos de caminhada city tours, com informações geográficas, cartográficas, históricas, de imagens e croquis, para um caminhar mais confortável pela cidade.Item A cultura e a tradição no imaginário social : ação simbólica no patrimônio e no turismo.(2014) Brusadin, Leandro BenediniA cultura e suas formas de representação, tal como a tradição, possuem um poder simbólico no imaginário social que é representado pelo patrimônio cultural e praticado pela atividade turística. Essas interlocuções contemporâneas se fazem presentes na composição do patrimônio cultural e o seu aproveitamento para o turismo. Esse artigo objetiva associar a cultura e seu poder simbólico no imaginário social às apropriações do patrimônio e seu uso turístico. A metodologia baseia-se no debate epistemológico de autores como Pierre Bourdieu (2002), Bronislaw Baczko (1985) e Eric Hobsbawn(1984). É mister compreender as razões das diversas apropriações do passado, desde a invenção de uma tradição até a incorporação de mitos do passado, em um caminho pelo qual a História reflete as representações desse processo histórico e o Turismo se utiliza disto para melhor compreender a atividade e o comportamento dos turistas e da própria comunidade receptora. Conclui-se que os conceitos de cultura, tradição, poder simbólico e imaginário social se apresentam ao Turismo como uma nova forma de entendimento de sua atividade e do conseqüente aprimoramento de seu campo teórico.Item O público do Museu da Inconfidência : da legitimação do patrimônio nacional às necessidades de fruição para os turistas.(2013) Brusadin, Leandro BenediniO debate que trata do patrimônio cultural no Brasil se faz presente quanto às suas formas de preservação e quanto às suas ferramentas de identidade. Entretanto, torna-se necessário refletir as formas de apropriação de quem o faz existir: o público. Nesse trabalho, por meio de análise documental, ponderamos os índices de visitação do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, desde sua criação em 1944 até o ano de 2009. Tais indicadores quantitativos nos permitem afirmar que o público do Museu da Inconfidência foi quem legitimou a tradição nacionalista inventada no Governo de Getúlio Vargas e materializada em sua exposição. Nesse artigo ainda foram considerados os testemunhos dos visitantes, registrados no Livro de Ocorrências, os quais forneceram subsídios para analisar a visitação ao longo dos anos sob o âmbito do Turismo. Conclui-se que o Museu da Inconfidência teve que se adaptar às necessidades de fruição do turista contemporâneo, muito embora não pode se desvincular das raízes nacionalistas que lhe deram origem.Item O uso turístico do patrimônio cultural em Ouro Preto.(2012) Silva, Rafael Henrique Teixeira; Brusadin, Leandro BenediniO turismo se utiliza do patrimônio de varias formas, causando inevitavelmente impactos diversos no local receptor. As cidades consideradas patrimônio histórico e artístico nacional e da humanidade pela UNESCO foram construídas em diferentes tempos históricos cujas necessidades humanas eram bem diferentes. Nessa conjuntura, torna-se necessário um esforço no âmbito de compreender as diferentes formas de uso de um espaço no passado e sua apropriação contemporânea pelo turismo. É imprescindível traçar a melhor forma de adaptar esses locais para o cotidiano da comunidade, levando em consideração os elementos que estão situados nestes locais e suas especificidades. Nesta pesquisa, focalizada em Ouro Preto – MG, destacam-se os meios de hospedagem por estarem localizados no centro histórico e também por se encontrarem no contexto turístico da localidade,facilitando a troca cultural com a comunidade local. Desse modo, podem ser discutidos aqui os diferentes usos da rede hoteleira em Ouro Preto e sua interlocução com o patrimônio cultural. A partir desta premissa, transpõe-se um novo conceito denominado “hotel-patrimônio” vinculando a questão do patrimônio cultural à gestão hoteleira.