MPEC - Mestrado Profissional em Ensino da Ciência

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    Percepções dos profissionais atuantes na APAE Itabirito sobre o ensino de ciências naturais para crianças com Transtorno do Espectro Autista.
    (2019) Rodrigues, Amanda Séllos; Cruz, Luciana Hoffert Castro; Barros, Marcelo Diniz Monteiro de; Patrocínio, Sandra de Oliveira Franco; Cruz, Luciana Hoffert Castro
    O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que apresenta um grupo de desordens na comunicação e interação social, na reciprocidade social, em comportamentos não verbais de comunicação usados para interação e em habilidades para desenvolver, manter e compreender relacionamentos. Sabe-se que a inclusão escolar do aluno com TEA requer mudanças de pensamentos e hábitos, envolvendo coordenadores, funcionários da escola, professores, alunos e família, além da utilização de estratégias diferenciadas de ensino no âmbito das Ciências Naturais, como o uso de recursos visuais, táteis e auditivos, inserindo o aluno como agente principal da sua aprendizagem. Assim, o objetivo principal desta pesquisa foi expandir o conhecimento dos professores da APAE de Itabirito quanto às estratégias educativas adaptadas para o ensino de ciências naturais para alunos com Transtorno do Espectro Autista e que podem constituir ferramentas valiosas para aprimorar a aprendizagem de todos os alunos. Além disso, também foram estipulados cinco objetivos específicos: conhecer as principais dificuldades dos professores para ensinar alunos com TEA; Realizar, juntamente aos professores da APAE, cinco atividades adaptadas para trabalhar com alunos com TEA; Criar e realizar um minicurso apresentando as estratégias educativas adaptadas para os alunos com o Transtorno do Espectro Autista; Distribuir uma cartilha informativa sobre as estratégias educativas adaptadas apresentadas na palestra, juntamente às atividades desenvolvidas; e avaliar a relevância do minicurso para os professores da APAE de Itabirito. A pesquisa constou de um minicurso composto de parte teórica e prática, da entrega de uma cartilha contendo informações sobre TEA e sugestões de atividades adaptadas que foram apresentadas durante o minicurso. Foram utilizados três questionários como instrumentos para caracterizar o público alvo, conhecer as dificuldades em ensinar para alunos com TEA e verificar a eficácia do minicurso. Trinta e um professores responderam o questionário inicial, enquanto vinte e quatro professores responderam o questionário pré e pós minicurso. 83,87% dos professores participantes responderam já ter recebido informação sobre como lidar com alunos com TEA no questionário inicial. 74,19% informaram que realizam atividades adaptadas com estes alunos. Além disso, quando questionados sobre as dificuldades em ensinar alunos com TEA, respostas como conhecer o aluno, o comportamento do aluno e buscar a atenção do aluno foram recorrentes. Quanto aos professores presentes no dia do minicurso, 66% dos participantes disseram conhecer o que são estratégias educativas adaptadas, porém nenhum participante o explicou, apenas alegou conhecer o significado. Após a realização do minicurso, observou-se que 91,66% dos professores consideraram o minicurso relevante e 87,5% alegaram que o minicurso os ajudou a construir atividades práticas adaptadas para alunos com TEA. 50% dos professores disseram acreditar que o aluno com TEA tem potencial para aprender em um ensino regular, enquanto 25% mantiveram o “talvez” como resposta. A pesquisa nos mostrou que a aplicabilidade do minicurso, com o uso de palestra e oficina de atividades práticas, se mostrou satisfatória, agregando conhecimento sobre o tema abordado. Contudo, a formação continuada de professores voltada para alunos com TEA ainda é complexa, visto que as características deste transtorno são amplas e estão em constantes descobertas, impedindo o desenvolvimento de soluções e impondo a necessidade de atualização constante.