PROFSAÚDE - Programa de Mestrado Profissional em Saúde
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Item Avaliação da Atenção Primária à Saúde do município de Belo Horizonte, Minas Gerais, durante a pandemia da COVID-19 utilizando o PCATool-Brasil versão profissionais.(2022) Bastos, Gustavo Bruno Pires; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Souza, Juliana Ferreira de; Figueiredo, Adriana Maria deA avaliação da Atenção Primária à Saúde (APS) é uma necessidade que nem sempre tem sido realizada a contento. Importância ainda maior ganha a avaliação em um período tão distinto como o que tem sido vivido na atualidade, no contexto da pandemia da COVID-19. O ideal é realizar uma avaliação a partir de instrumentos validados. Especificamente para avaliar a APS existe um instrumento com validação internacional, o PCATool, que possui uma versão traduzida para o português, denominada PCATool-Brasil. O PCATool-Brasil tem diversas versões, para usuários adultos, crianças, gestores e profissionais médicos e enfermeiros, além de uma versão para profissionais da odontologia. O objetivo do presente trabalho é avaliar a APS de Belo Horizonte, Minas Gerais, sob a perspectiva dos profissionais médicos e enfermeiros. Será realizado um estudo transversal, quantitativo, descritivo utilizando dados primários coletados a partir da aplicação do questionário PCATool Brasil profissionais médicos e enfermeiros, versão extensa. Ele será aplicado por formato eletrônico devido ao momento epidemiológico de pandemia da COVID-19, sendo enviado para o e-mail de todos os participantes, profissionais médicos e enfermeiros da APS de Belo Horizonte. Além disso, a presente avaliação irá demonstrar a situação atual da APS de Belo Horizonte, que sofreu mudanças e ajustes significativos devido a pandemia. A coleta de dados acontecerá após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa e mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos participantes. O questionário é composto por blocos de perguntas referentes a cada atributo da APS. Os resultados formarão um score geral, que revelarão a situação da APS no município. A literatura mostra que quanto mais presentes esses atributos estejam nas ações e serviços operacionalizados pela APS, maior é a probabilidade de o sistema de saúde ser mais organizado e resolutivo, sendo capaz de se produzirem melhores resultados na saúde da população adscrita. Espera-se com essa análise identificar a situação atual da APS do município sob a perspectiva de seus profissionais médicos e enfermeiros durante o período de pandemia e contribuir para subsidiar as futuras decisões da gestão municipal, otimizando o planejamento e execução local da política de atenção primária.Item A contribuição da Estratégia Saúde da Família na formação em saúde : uma análise dos processos formativos, do exercício da preceptoria e educação interprofissional na Unidade Básica de Cabanas, Mariana, Minas Gerais.(2022) Oliveira, Naiara Alvares de; Figueiredo, Adriana Maria de; Figueiredo, Adriana Maria de; Koifman, Lilian; Azevedo, Diana Paola Gutierrez Diaz deA formação em saúde é contemplada pela interlocução entre ensino, serviço, gestão e controle social. A Estratégia Saúde da Família representa o serviço prestado na Atenção Primária à Saúde, com atuação nos processos educativos junto aos usuários e estudantes em diversos níveis de formação. Essa contribuição se mostra na Unidade Básica de Saúde de Cabanas no município de Mariana, Minas Gerais, nos diversos projetos desenvolvidos em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto, assim como no exercício da preceptoria no Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde nas suas várias edições. Os processos formativos estão sofrendo mudanças com as novas demandas dos estudantes, que trazem processos reflexivos bem mais estruturados. Há uma necessidade crescente de aprofundamento teórico que proporcione uma formação voltada para as necessidades do Sistema Único de Saúde do Brasil. Os objetivos principais deste trabalho foram: analisar o significado atribuído ao exercício da preceptoria e formação em saúde pelos profissionais da UBS Cabanas e conhecer o perfil da Educação em Saúde da UBS Cabanas e analisar a interlocução entre os eixos da formação em saúde no território.O método escolhido foi uma pesquisa qualitativa descritiva que foi desenvolvida através da triangulação envolvendo aplicação de questionário e entrevistas com os profissionais da unidade que participam dos processos formativos no território, observação da formação no cenário de aprendizagem de Cabanas e análise documental dos produtos e dos contratos pactuados na formação em saúde.Uma equipe de saúde que preza pela atenção centrada no estudante pode garantir melhorias significativas nos processos de trabalho. Todas as contribuições dos estudantes, seja do PET- Saúde, assim como atuação com os estudantes da graduação, foram muito válidas para o serviço, uma vez que o olhar do outro consegue captar nuances que a própria equipe de trabalho não consegue atentar para alguns nós críticos na rotina da Saúde da Família. Um projeto de um curso de formação para preceptores foi um dos principais produtos desse processo de trabalho, pois uma equipe fortalecida consegue trabalhar de forma colaborativa, criando uma identidade interprofissional.Item Estágio de odontologia na saúde da família de Itabirito, Minas Gerais : desafios e potencialidades da formação para o SUS.(2022) Chaves, Vanessa Reis; Assis, Aisllan Diego de; Assis, Aisllan Diego de; Nuto, Sharmênia de Araújo Soares; Figueiredo, Adriana Maria de; Ribeiro, Gustavo MeirellesAs experiências de estágio para a formação no ensino superior são fundamentais para o desenvolvimento profissional. O município de Itabirito, em Minas Gerais, recebe, na Estratégia Saúde da Família (ESF) do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade, por semestre, até três estudantes no final do curso de Odontologia de uma Instituição de Ensino Superior privada (IES), sendo assim, os objetivos deste trabalho são analisar a formação desses estudantes de Odontologia na Estratégia Saúde da Família (ESF) do Sistema Único de Saúde (SUS) de Itabirito/MG., descrevendo e compreendendo os processos formativo e avaliativo do estágio de Odontologia a partir dos seus sujeitos, documentos e história. Para o estudo, foram realizadas entrevistas individuais com roteiro semiestruturado com 10 mulheres, sendo quatro preceptoras dentistas, quatro estudantes e duas coordenadoras. A análise das entrevistas foi realizada pela técnica de análise de conteúdo, quando foram elaboradas nove categorias e uma subcategoria analíticas que revelaram um processo formativo que é dividido entre o SUS e o sistema privado e entre o consultório e a saúde bucal coletiva. O estudante é inserido tardiamente na estratégia saúde da família de Itabirito para estágio e ali permanece por três meses. A análise dos resultados buscou revelar uma formação mais humanizada, baseada nos princípios e diretrizes da atenção primária, com alto nível de saberes e complexidade, característica da Estratégia Saúde da Família, para que esses futuros profissionais estejam preparados para atender no SUS.Item Fatores associados ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas entre universitários durante a pandemia de COVID-19.(2021) Jannuzzi, Jorge Henrique Kothe; Machado, Elaine Leandro; Machado, Elaine Leandro; Gontijo, Eliane Dias; Figueiredo, Adriana Maria de; Oliveira, Graziella LageUm novo vírus surgiu na cidade chinesa de Wuhan e, rapidamente, se espalhou pelo mundo impondo medidas de contenção e mitigação nunca vistas. Medidas de isolamento e distanciamento social foram adotadas como forma diminuir a disseminação do vírus Sars-CoV2 e, consequentemente, dos casos de COVID-19. Uma preocupação levantada no início da pandemia foi a possível intensificação do abuso de bebidas alcoólicas durante o isolamento. Os universitários foram duramente atingidos com a suspensão das atividades presenciais, adaptação para aulas online, isolamento em relação aos amigos e a volta para a casa dos pais. Assim, este estudo investiga o consumo de bebidas alcoólicas por estudantes universitários durante o período de isolamento social imposto pela pandemia e a identificação de grupos de maior vulnerabilidade que necessitem de estratégias específicas. Para isso, foram coletados dados de estudantes de uma universidade do interior de Minas Gerais, nos meses de julho e agosto de 2020, por meio de questionário online, autoaplicado e confidencial, que abordou o uso abusivo de álcool, o perfil semanal de consumo de bebidas, características gerais, condições socioeconômicas, hábitos de vida e condições de saúde física e mental. A associação do uso abusivo de álcool com essas variáveis foi avaliada pelo teste Qui-quadrado de independência, Qui-quadrado de McNemar e modelo logístico binário. Os dados mostraram que a prevalência do uso de bebidas alcóolicas foi de 66,8%, e de uso abusivo de álcool, 35,1%. Durante a pandemia, 41,9% dos estudantes reduziram o número de dias / semana de consumo, 40% mantiveram e 18,1% aumentaram. Houve uma associação entre o uso abusivo de álcool e morar com outras pessoas (OR 1,706; IC 95% 1,140-2,590), exercer atividade remunerada (OR 1,435; IC 95% 1,052-1,954), ter parado de fumar (OR 2,594; IC 95% 1,823-3,696) ou fumar atualmente (OR 2,817; IC 95% 1,864-4,270), usar drogas ilícitas (OR 4,415; IC 95% 2,909- 6,823), praticar atividade física (OR 1,657; IC 95% 1,273-2,165) e relatar estresse severo ou extremamente severo (OR 1,634; IC 95% 1,167-2,290). Os achados sugerem que os estudantes estão consumindo menos bebidas alcoólicas na pandemia de COVID-19. Tal redução, embora possa ser vista como um fato positivo neste momento, pode sugerir a necessidade de maior atenção na volta às atividades presenciais nas universidades, com a exposição às situações que induzem o uso abusivo em interação com os fatores estressores pós-pandemia. Estratégias de conscientização e prevenção devem ser adotadas com grupos mais vulneráveis. A continuidade do Projeto de Ansiedade e Depressão em Universitários (PADu), com o monitoramento de fatores de risco é fundamental para compreender as relações causais do consumo de bebidas e os efeitos, a longo prazo, da pandemia COVID-19 no comportamento e saúde mental de estudantes universitários.Item Fatores de risco para Síndrome de Burnout em profissionais da equipe de saúde bucal da Rede Pública de Saúde de Belo Horizonte - MG.(2022) Silva, Vivian Belo de Assis; Bezerra, Olívia Maria de Paula Alves; Bezerra, Olívia Maria de Paula Alves; Figueiredo, Adriana Maria de; Machado, Elaine LeandroExiste um interesse latente no tempo atual, em questionar o que no trabalho pode ser apontado como fonte específica de nocividade para a vida mental, ou seja, as condições em que o trabalho é executado repercutem diretamente na fisiologia do corpo. Assim, é relevante observar e debater como é afetada a saúde mental dos diversos servidores que atuam dentro da UBS. Este estudo tem como objetivo avaliar fatores de risco para a Síndrome de Burnout em trabalhadores da saúde da rede municipal de Belo Horizonte, com foco específico no grupo de profissionais das Equipes de Saúde Bucal (ESB). A principal hipótese é que o trabalho exercido por esses profissionais, da forma que ele se apresenta hoje em dia, em consultórios compartilhados, grande demanda de atendimentos, dentre outros desafios da saúde pública no Brasil, contribui para o aumento dos casos da Síndrome de Burnout entre os profissionais das Equipes de Saúde Bucal. O estudo é do tipo transversal descritivo, de natureza quantitativa. A metodologia incluiu elaboração e aplicação de um questionário elaborado especificamente para esse estudo, com perguntas específicas direcionadas aos participantes da pesquisa, e um segundo instrumento, já validado e considerado padrão ouro, o Maslach Burnout Inventory (MBI) para avaliação da Síndrome de Burnout. Os questionários foram encaminhados online a todas as 308 Equipes de Saúde Bucal da rede municipal de Belo Horizonte, e após a devolutiva pelos participantes, foi elaborado um banco de dados, que passaram por tratamento estatístico com o objetivo de obter medidas de tendência central, distribuição de frequências e as correlações entre os fatores pesquisados, por meio do Teste χ2 e Cálculo da Razão de Prevalência. Os indivíduos estudados (n=109) foram em sua maioria do sexo feminino, com idade média 44,19 ±10,61, em sua maioria apresentam pós-graduação, moram com familiares ou amigos e contribuem com grande parcela das contas em casa. Observou-se que entre os principais fatores de risco para Síndrome de Burnout estão: servidores responsáveis pela maior parte dos gastos e orçamento familiar, pessoas que moram com familiares e amigos e, por fim, servidores que apresentam angústia no ambiente de trabalho. A Razão de Prevalência para o desenvolvimento de Síndrome de Burnout entre os que moram com familiares foi 10 vezes maior, entre os responsáveis pela maior parte dos gastos e orçamento familiar foi 25 vezes maior, e entre os que sentem angústia no ambiente de trabalho foi 8,33 vezes maior. Tais aspectos parecem produzir uma sobrecarga emocional e psíquica no servidor que acaba atrelando o trabalho a questões de “necessidade de sobrevivência” para as duas primeiras variáveis, e como um local de angústia para a terceira variável.Item A prevenção quaternária na prática médica prescritiva na atenção primária à saúde durante a pandemia de COVID-19.(2022) Santos, Lucas Leonardo Knupp dos; Savassi, Leonardo Cançado Monteiro; Figueiredo, Adriana Maria de; Savassi, Leonardo Cançado Monteiro; Figueiredo, Adriana Maria de; Ribeiro, Marco Túlio Aguiar Mourão; Souza, Ricardo Alexandre de; Lima, Eloisa Helena deCom a emergência da Pandemia do Covid-19, a população busca por tratamento e/ou cura da Covid-19, os profissionais de saúde têm de lidar com esse desejo por tratamentos com eficácia não comprovada e enfrentar o crescente negacionismo em nossa sociedade. Diante desse cenário, torna-se importante retomar o conceito da Prevenção Quaternária (P4), criada pelo Médico de Família e Comunidade Belga Marc Jamoulle, que resgata o princípio hipocrático do Primum non nocere. Nesse estudo exploratório de abordagem qualitativa utilizam-se entrevistas em profundidade para compreender os sentimentos vividos pelos profissionais da Atenção Primária que atuaram durante a pandemia bem como seu conhecimento sobre a P4 e utiliza-se a análise temática para trazer os fatores dificultadores e facilitadores de sua prática. Foram entrevistados 10 médicos, com distribuição homogênea entre os gêneros na amostra, 9 profissionais possuem residência médica em Medicina de Família e Comunidade. A média de idade dos entrevistados foi de 37,5 anos e o tempo de prática médica média foi de 12,9 anos. Os fatores dificultadores que emergiram após a análise temática foram o negacionismo e a graduação médica, por outro lado os facilitadores foram a residência médica, as habilidades de comunicação, a prática em saúde baseada em evidências e a longitudinalidade. As entrevistas em profundidade com estímulo a narrativa permitiram compreender os sentimentos dos profissionais, principalmente, o medo diante do novo, de ser agente de contágio para seus contactantes íntimos, das perdas e do luto, a ideia de impotência diante da propaganda de desinformação perpetuada por lideranças, principalmente, o presidente da República. Existe muito que melhorar nos cuidados em saúde providos pela Atenção Primária à Saúde no Brasil, entretanto esse estudo sugere que o investimento na residência médica é importante para qualificar a prática prescritiva em cuidados de saúde que respeita os princípios da prevenção quaternária.Item Somos de todas as cores : narrativas de acesso à saúde de mulheres cis lésbicas e bissexuais e de homens trans.(2021) Coelho, Bruna Schneider Pinto; Figueiredo, Adriana Maria de; Val, Alexandre Costa; Figueiredo, Adriana Maria de; Val, Alexandre Costa; Raimondi, Gustavo Antonio; Lima, Eloisa Helena deA população LGBTI+ - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexo e outros - sofre com piores desfechos de saúde e maiores barreiras no acesso aos serviços de saúde, podendo, deste modo, ser considerada uma população negligenciada. Constituem esse grupo uma gama de experiências diversas e diferentes conforme a orientação sexual, identidade de gênero, além das interseções com raça e classe social. Dentro desse termo guarda-chuva, nascer no sexo feminino determina uma série de vivências e questões de saúde para pessoas dissidentes da lógica cis-heteronormativa. Ou seja, mulheres lésbicas e bissexuais e homens trans sofrem, nos serviços de saúde, com invisibilização, desconhecimento de suas necessidades de saúde e discriminação. Aqui, denominamos esse recorte como LBT (lésbicas, bissexuais e trans) - DSFN (designadas(os) do sexo feminino ao nascer). Salientamos também que, com frequência, pessoas DSFN encontram-se à mercê de um cuidado em saúde reduzido ao binômio "mulher-útero", que engendra a medicalização de seus corpos, em detrimento da abordagem integral das necessidades e subjetividades destas pessoas. Com foco nessas questões, analisamos as experiências de pessoas LBT-DSFN da região de Ouro Preto, Mariana e Itabirito na busca por cuidados em saúde. Para isso, convidamos pessoas dessa região, maiores de 18 anos, através do contato com coletivos LGBTI+ da região, e de participantes indicadas(os) por outras(os) participantes. A partir da concordância desses em participar voluntariamente deste estudo, foi solicitado que assinassem um questionário sociodemográfico e um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa de análise, através de entrevista individual, semi-estruturada, captada por meio de plataforma de vídeo-chamada. Todas as entrevistas foram transcritas, e, a partir delas, foram construídas narrativas para cada participante, as quais passaram por análise de conteúdo. Mostrou-se eloquente a heterogeneidade das experiências, que remetem aos marcadores das diferenças e revelam que as (os) participantes não são apenas vítimas passivas de um sistema normativo, mas também sujeitos ativos, o que se pode constatar através de sua resistência, subversão e negociações.