PROFSAÚDE - Programa de Mestrado Profissional em Saúde

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Resultados da Pesquisa

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    Qualidade de vida de idosos durante a pandemia de COVID-19.
    (2022) Lopes, Eliana Morais; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Belo, Vanessa de Almeida; Savassi, Leonardo Cançado Monteiro
    A covid-19 apresenta letalidade variada entre os países, porém maior mortalidade entre os idosos e pessoas com doenças crônicas, que possuem maior risco de apresentar a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma complicação da doença. O presente estudo objetivou conhecer a Qualidade de Vida (QV) de idosos não institucionalizados durante a pandemia de Covid-19. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada nas bases de dados da SCOPUS e da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e incluiu PubMed/MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrievel System Online), LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), BDENF (Base de Dados Bibliográficas Especializada na Área de Enfermagem) e SciELO (Scientific Electronic Library Online). Adotou-se uma estratégia de busca ampla, por meio da utilização dos seguintes descritores: “Coronavírus infections” OR “covid-19” OR “2019-nCoV” AND “Elderly” OR “Aged” OR “Idosos” OR “Idoso” OR “Pessoa idosa” AND “Quality of life” OR “Qualidade de vida”. Selecionaram-se os trabalhos que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: artigos científicos disponíveis on-line, na íntegra, que abordassem a temática qualidade de vida dos idosos, publicados nos idiomas português, inglês e espanhol, no período entre 01 de janeiro de 2019 a 30 de junho de 2022. Foram considerados idosos os indivíduos com 60 anos ou mais, conforme classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com relação ao tipo de estudo, foram incluídos tanto estudos qualitativos quanto quantitativos. Foram excluídos os artigos em duplicata, os estudos relacionados à população idosa institucionalizada e estudos envolvendo população idosa com comorbidades específicas. Inicialmente, foram identificados 462 artigos científicos, sendo que 11 atenderam aos critérios de inclusão, compondo a revisão de literatura. Os resultados mostraram que, em geral, houve piora da QV dos idosos, sendo os principais fatores que a afetaram negativamente: redução da atividade física e da mobilidade, má nutrição, aumento dos transtornos mentais como depressão e ansiedade e solidão. Por outro lado, alguns estudos demonstraram aumento da resiliência dos idosos e que o uso de tecnologia teve impacto positivo sobre a QV desta população. A partir dos achados da revisão de literatura, foi construído um projeto de intervenção, a ser implantado em um serviço de atenção primária. A metodologia adotada será a roda de conversa, sendo a população alvo composta por idosos residentes na área de abrangência da equipe três, do Centro de Saúde São Tomaz, em Belo Horizonte/Minas Gerais. As rodas de conversa serão coordenadas por profissionais da equipe de Saúde da Família, visando promover melhoria da qualidade de vida dos idosos.
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    Fatores de risco para Síndrome de Burnout em profissionais da equipe de saúde bucal da Rede Pública de Saúde de Belo Horizonte - MG.
    (2022) Silva, Vivian Belo de Assis; Bezerra, Olívia Maria de Paula Alves; Bezerra, Olívia Maria de Paula Alves; Figueiredo, Adriana Maria de; Machado, Elaine Leandro
    Existe um interesse latente no tempo atual, em questionar o que no trabalho pode ser apontado como fonte específica de nocividade para a vida mental, ou seja, as condições em que o trabalho é executado repercutem diretamente na fisiologia do corpo. Assim, é relevante observar e debater como é afetada a saúde mental dos diversos servidores que atuam dentro da UBS. Este estudo tem como objetivo avaliar fatores de risco para a Síndrome de Burnout em trabalhadores da saúde da rede municipal de Belo Horizonte, com foco específico no grupo de profissionais das Equipes de Saúde Bucal (ESB). A principal hipótese é que o trabalho exercido por esses profissionais, da forma que ele se apresenta hoje em dia, em consultórios compartilhados, grande demanda de atendimentos, dentre outros desafios da saúde pública no Brasil, contribui para o aumento dos casos da Síndrome de Burnout entre os profissionais das Equipes de Saúde Bucal. O estudo é do tipo transversal descritivo, de natureza quantitativa. A metodologia incluiu elaboração e aplicação de um questionário elaborado especificamente para esse estudo, com perguntas específicas direcionadas aos participantes da pesquisa, e um segundo instrumento, já validado e considerado padrão ouro, o Maslach Burnout Inventory (MBI) para avaliação da Síndrome de Burnout. Os questionários foram encaminhados online a todas as 308 Equipes de Saúde Bucal da rede municipal de Belo Horizonte, e após a devolutiva pelos participantes, foi elaborado um banco de dados, que passaram por tratamento estatístico com o objetivo de obter medidas de tendência central, distribuição de frequências e as correlações entre os fatores pesquisados, por meio do Teste χ2 e Cálculo da Razão de Prevalência. Os indivíduos estudados (n=109) foram em sua maioria do sexo feminino, com idade média 44,19 ±10,61, em sua maioria apresentam pós-graduação, moram com familiares ou amigos e contribuem com grande parcela das contas em casa. Observou-se que entre os principais fatores de risco para Síndrome de Burnout estão: servidores responsáveis pela maior parte dos gastos e orçamento familiar, pessoas que moram com familiares e amigos e, por fim, servidores que apresentam angústia no ambiente de trabalho. A Razão de Prevalência para o desenvolvimento de Síndrome de Burnout entre os que moram com familiares foi 10 vezes maior, entre os responsáveis pela maior parte dos gastos e orçamento familiar foi 25 vezes maior, e entre os que sentem angústia no ambiente de trabalho foi 8,33 vezes maior. Tais aspectos parecem produzir uma sobrecarga emocional e psíquica no servidor que acaba atrelando o trabalho a questões de “necessidade de sobrevivência” para as duas primeiras variáveis, e como um local de angústia para a terceira variável.
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    Avaliação da Atenção Primária à Saúde do município de Belo Horizonte, Minas Gerais, durante a pandemia da COVID-19 utilizando o PCATool-Brasil versão profissionais.
    (2022) Bastos, Gustavo Bruno Pires; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Souza, Juliana Ferreira de; Figueiredo, Adriana Maria de
    A avaliação da Atenção Primária à Saúde (APS) é uma necessidade que nem sempre tem sido realizada a contento. Importância ainda maior ganha a avaliação em um período tão distinto como o que tem sido vivido na atualidade, no contexto da pandemia da COVID-19. O ideal é realizar uma avaliação a partir de instrumentos validados. Especificamente para avaliar a APS existe um instrumento com validação internacional, o PCATool, que possui uma versão traduzida para o português, denominada PCATool-Brasil. O PCATool-Brasil tem diversas versões, para usuários adultos, crianças, gestores e profissionais médicos e enfermeiros, além de uma versão para profissionais da odontologia. O objetivo do presente trabalho é avaliar a APS de Belo Horizonte, Minas Gerais, sob a perspectiva dos profissionais médicos e enfermeiros. Será realizado um estudo transversal, quantitativo, descritivo utilizando dados primários coletados a partir da aplicação do questionário PCATool Brasil profissionais médicos e enfermeiros, versão extensa. Ele será aplicado por formato eletrônico devido ao momento epidemiológico de pandemia da COVID-19, sendo enviado para o e-mail de todos os participantes, profissionais médicos e enfermeiros da APS de Belo Horizonte. Além disso, a presente avaliação irá demonstrar a situação atual da APS de Belo Horizonte, que sofreu mudanças e ajustes significativos devido a pandemia. A coleta de dados acontecerá após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa e mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos participantes. O questionário é composto por blocos de perguntas referentes a cada atributo da APS. Os resultados formarão um score geral, que revelarão a situação da APS no município. A literatura mostra que quanto mais presentes esses atributos estejam nas ações e serviços operacionalizados pela APS, maior é a probabilidade de o sistema de saúde ser mais organizado e resolutivo, sendo capaz de se produzirem melhores resultados na saúde da população adscrita. Espera-se com essa análise identificar a situação atual da APS do município sob a perspectiva de seus profissionais médicos e enfermeiros durante o período de pandemia e contribuir para subsidiar as futuras decisões da gestão municipal, otimizando o planejamento e execução local da política de atenção primária.
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    A prevenção quaternária na prática médica prescritiva na atenção primária à saúde durante a pandemia de COVID-19.
    (2022) Santos, Lucas Leonardo Knupp dos; Savassi, Leonardo Cançado Monteiro; Figueiredo, Adriana Maria de; Savassi, Leonardo Cançado Monteiro; Figueiredo, Adriana Maria de; Ribeiro, Marco Túlio Aguiar Mourão; Souza, Ricardo Alexandre de; Lima, Eloisa Helena de
    Com a emergência da Pandemia do Covid-19, a população busca por tratamento e/ou cura da Covid-19, os profissionais de saúde têm de lidar com esse desejo por tratamentos com eficácia não comprovada e enfrentar o crescente negacionismo em nossa sociedade. Diante desse cenário, torna-se importante retomar o conceito da Prevenção Quaternária (P4), criada pelo Médico de Família e Comunidade Belga Marc Jamoulle, que resgata o princípio hipocrático do Primum non nocere. Nesse estudo exploratório de abordagem qualitativa utilizam-se entrevistas em profundidade para compreender os sentimentos vividos pelos profissionais da Atenção Primária que atuaram durante a pandemia bem como seu conhecimento sobre a P4 e utiliza-se a análise temática para trazer os fatores dificultadores e facilitadores de sua prática. Foram entrevistados 10 médicos, com distribuição homogênea entre os gêneros na amostra, 9 profissionais possuem residência médica em Medicina de Família e Comunidade. A média de idade dos entrevistados foi de 37,5 anos e o tempo de prática médica média foi de 12,9 anos. Os fatores dificultadores que emergiram após a análise temática foram o negacionismo e a graduação médica, por outro lado os facilitadores foram a residência médica, as habilidades de comunicação, a prática em saúde baseada em evidências e a longitudinalidade. As entrevistas em profundidade com estímulo a narrativa permitiram compreender os sentimentos dos profissionais, principalmente, o medo diante do novo, de ser agente de contágio para seus contactantes íntimos, das perdas e do luto, a ideia de impotência diante da propaganda de desinformação perpetuada por lideranças, principalmente, o presidente da República. Existe muito que melhorar nos cuidados em saúde providos pela Atenção Primária à Saúde no Brasil, entretanto esse estudo sugere que o investimento na residência médica é importante para qualificar a prática prescritiva em cuidados de saúde que respeita os princípios da prevenção quaternária.
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    Estágio de odontologia na saúde da família de Itabirito, Minas Gerais : desafios e potencialidades da formação para o SUS.
    (2022) Chaves, Vanessa Reis; Assis, Aisllan Diego de; Assis, Aisllan Diego de; Nuto, Sharmênia de Araújo Soares; Figueiredo, Adriana Maria de; Ribeiro, Gustavo Meirelles
    As experiências de estágio para a formação no ensino superior são fundamentais para o desenvolvimento profissional. O município de Itabirito, em Minas Gerais, recebe, na Estratégia Saúde da Família (ESF) do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade, por semestre, até três estudantes no final do curso de Odontologia de uma Instituição de Ensino Superior privada (IES), sendo assim, os objetivos deste trabalho são analisar a formação desses estudantes de Odontologia na Estratégia Saúde da Família (ESF) do Sistema Único de Saúde (SUS) de Itabirito/MG., descrevendo e compreendendo os processos formativo e avaliativo do estágio de Odontologia a partir dos seus sujeitos, documentos e história. Para o estudo, foram realizadas entrevistas individuais com roteiro semiestruturado com 10 mulheres, sendo quatro preceptoras dentistas, quatro estudantes e duas coordenadoras. A análise das entrevistas foi realizada pela técnica de análise de conteúdo, quando foram elaboradas nove categorias e uma subcategoria analíticas que revelaram um processo formativo que é dividido entre o SUS e o sistema privado e entre o consultório e a saúde bucal coletiva. O estudante é inserido tardiamente na estratégia saúde da família de Itabirito para estágio e ali permanece por três meses. A análise dos resultados buscou revelar uma formação mais humanizada, baseada nos princípios e diretrizes da atenção primária, com alto nível de saberes e complexidade, característica da Estratégia Saúde da Família, para que esses futuros profissionais estejam preparados para atender no SUS.
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    A construção do cuidado integral em saúde mental em uma equipe da Estratégia Saúde da Família do município de Betim, Minas Gerais.
    (2022) Dutra, Denise Moreira; Assis, Aisllan Diego de; Assis, Aisllan Diego de; Figueiredo, Alessandra Aniceto Ferreira de; Souza, Ricardo Alexandre de; Savassi, Leonardo Cançado Monteiro
    A Estratégia Saúde da Família (ESF) tem desempenhado papel cada vez mais importante na assistência às pessoas em sofrimento mental por ser prioritariamente a porta de entrada da rede de atenção à saúde. Porém, esse cuidado muitas vezes pode apresentar-se fragilizado, seja pelo estigma e preconceito que passam as pessoas em sofrimento mental, ou pelo aumento da demanda sem uma organização adequada, ou ainda pelo despreparo dos profissionais. Este estudo teve como objetivo compreender como se dá a construção do cuidado integral em saúde mental por uma equipe da Estratégia Saúde da Família do município de Betim, Minas Gerais, apoiando a equipe quanto às ações necessárias para uma melhor assistência às pessoas em sofrimento mental. Trata-se de um estudo qualitativo com uma proposta de pesquisa- ação e coleta de dados por meio de rodas de conversa com a equipe da ESF e de entrevistas individuais com a equipe de apoio em saúde mental da Unidade Básica de Saúde. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo com categorização temática. A partir, na análise dos dados coletados, destacaram-se três categorias: 1. Os sentidos de saúde mental compartilhados pela equipe; 2. Como a equipe cuida da saúde mental; e 3. Ações necessárias para uma mudança no cuidado integral em saúde mental. Como resultados, observou-se que os participantes demonstraram consciência do trabalho que fazem e a disponibilidade para o cuidado, porém individualizado, limitado em sua instrumentalização e recursos, que se mostraram escassos, frágeis, com pouco tempo dedicado e pouco envolvimento em rede. O matriciamento apresentou-se como um ponto importante para o cuidado integral, podendo ser uma forma inicial de um cuidado compartilhado e de educação permanente. Percebem-se a necessidade de capacitação e fortalecimento da equipe da ESF nesse cuidado, promovendo instrumentalização e conhecimento, e também a importância do apoio da equipe de saúde mental nas práticas do cuidado pela saúde da família. As potencialidades da saúde da família no cuidado das pessoas em sofrimento mental ficam evidentes com a pesquisa e devem ser continuamente estudadas e incentivadas.
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    A contribuição da Estratégia Saúde da Família na formação em saúde : uma análise dos processos formativos, do exercício da preceptoria e educação interprofissional na Unidade Básica de Cabanas, Mariana, Minas Gerais.
    (2022) Oliveira, Naiara Alvares de; Figueiredo, Adriana Maria de; Figueiredo, Adriana Maria de; Koifman, Lilian; Azevedo, Diana Paola Gutierrez Diaz de
    A formação em saúde é contemplada pela interlocução entre ensino, serviço, gestão e controle social. A Estratégia Saúde da Família representa o serviço prestado na Atenção Primária à Saúde, com atuação nos processos educativos junto aos usuários e estudantes em diversos níveis de formação. Essa contribuição se mostra na Unidade Básica de Saúde de Cabanas no município de Mariana, Minas Gerais, nos diversos projetos desenvolvidos em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto, assim como no exercício da preceptoria no Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde nas suas várias edições. Os processos formativos estão sofrendo mudanças com as novas demandas dos estudantes, que trazem processos reflexivos bem mais estruturados. Há uma necessidade crescente de aprofundamento teórico que proporcione uma formação voltada para as necessidades do Sistema Único de Saúde do Brasil. Os objetivos principais deste trabalho foram: analisar o significado atribuído ao exercício da preceptoria e formação em saúde pelos profissionais da UBS Cabanas e conhecer o perfil da Educação em Saúde da UBS Cabanas e analisar a interlocução entre os eixos da formação em saúde no território.O método escolhido foi uma pesquisa qualitativa descritiva que foi desenvolvida através da triangulação envolvendo aplicação de questionário e entrevistas com os profissionais da unidade que participam dos processos formativos no território, observação da formação no cenário de aprendizagem de Cabanas e análise documental dos produtos e dos contratos pactuados na formação em saúde.Uma equipe de saúde que preza pela atenção centrada no estudante pode garantir melhorias significativas nos processos de trabalho. Todas as contribuições dos estudantes, seja do PET- Saúde, assim como atuação com os estudantes da graduação, foram muito válidas para o serviço, uma vez que o olhar do outro consegue captar nuances que a própria equipe de trabalho não consegue atentar para alguns nós críticos na rotina da Saúde da Família. Um projeto de um curso de formação para preceptores foi um dos principais produtos desse processo de trabalho, pois uma equipe fortalecida consegue trabalhar de forma colaborativa, criando uma identidade interprofissional.
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    Modelos de contratação e remuneração de trabalhadores da Atenção Primária no Sistema Único de Saúde : repercussões para a performance profissional.
    (2022) Mendes, Artur Oliveira; Bezerra, Olívia Maria de Paula Alves; Bezerra, Olívia Maria de Paula Alves; Brito, José Eustáquio de; Machado, Elaine Leandro
    Os modelos de remuneração e contratação têm sido apontados como capazes de induzir determinadas performances profissionais. No presente estudo foi realizada uma pesquisa qualitativa exploratória com informantes chave (amostra por conveniência), selecionados por metodologia de bola de neve, usando entrevista semiestruturada sobre os diferentes formatos de contratação e remuneração dos trabalhadores da atenção primária à saúde no SUS, solicitando reflexão a partir de eixos do acróstico P.E.S.T.E. (pertinência, ética, sustentabilidade, temporalidade e escolha). Foram entrevistados ex-gestores e exrepresentantes dos trabalhadores da área da saúde, abrangendo todas as regiões brasileiras, para compreender suas reflexões sobre o tema. Foi levantado que, apesar dos modelos de remuneração e contratação terem reconhecida influência sobre a performance profissional, os formatos que levam a uma precarização de vínculos e imprevisibilidade de pagamentos, embora respondam em certa medida a uma necessidade financeira dos gestores e do serviço, podem comprometer a longitudinalidade do cuidado, alienar os profissionais de seu objeto de trabalho e dificultar a constituição de recursos humanos perenes para fazer frente às necessidades do sistema de saúde.
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    Somos de todas as cores : narrativas de acesso à saúde de mulheres cis lésbicas e bissexuais e de homens trans.
    (2021) Coelho, Bruna Schneider Pinto; Figueiredo, Adriana Maria de; Val, Alexandre Costa; Figueiredo, Adriana Maria de; Val, Alexandre Costa; Raimondi, Gustavo Antonio; Lima, Eloisa Helena de
    A população LGBTI+ - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexo e outros - sofre com piores desfechos de saúde e maiores barreiras no acesso aos serviços de saúde, podendo, deste modo, ser considerada uma população negligenciada. Constituem esse grupo uma gama de experiências diversas e diferentes conforme a orientação sexual, identidade de gênero, além das interseções com raça e classe social. Dentro desse termo guarda-chuva, nascer no sexo feminino determina uma série de vivências e questões de saúde para pessoas dissidentes da lógica cis-heteronormativa. Ou seja, mulheres lésbicas e bissexuais e homens trans sofrem, nos serviços de saúde, com invisibilização, desconhecimento de suas necessidades de saúde e discriminação. Aqui, denominamos esse recorte como LBT (lésbicas, bissexuais e trans) - DSFN (designadas(os) do sexo feminino ao nascer). Salientamos também que, com frequência, pessoas DSFN encontram-se à mercê de um cuidado em saúde reduzido ao binômio "mulher-útero", que engendra a medicalização de seus corpos, em detrimento da abordagem integral das necessidades e subjetividades destas pessoas. Com foco nessas questões, analisamos as experiências de pessoas LBT-DSFN da região de Ouro Preto, Mariana e Itabirito na busca por cuidados em saúde. Para isso, convidamos pessoas dessa região, maiores de 18 anos, através do contato com coletivos LGBTI+ da região, e de participantes indicadas(os) por outras(os) participantes. A partir da concordância desses em participar voluntariamente deste estudo, foi solicitado que assinassem um questionário sociodemográfico e um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa de análise, através de entrevista individual, semi-estruturada, captada por meio de plataforma de vídeo-chamada. Todas as entrevistas foram transcritas, e, a partir delas, foram construídas narrativas para cada participante, as quais passaram por análise de conteúdo. Mostrou-se eloquente a heterogeneidade das experiências, que remetem aos marcadores das diferenças e revelam que as (os) participantes não são apenas vítimas passivas de um sistema normativo, mas também sujeitos ativos, o que se pode constatar através de sua resistência, subversão e negociações.
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    Fatores associados ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas entre universitários durante a pandemia de COVID-19.
    (2021) Jannuzzi, Jorge Henrique Kothe; Machado, Elaine Leandro; Machado, Elaine Leandro; Gontijo, Eliane Dias; Figueiredo, Adriana Maria de; Oliveira, Graziella Lage
    Um novo vírus surgiu na cidade chinesa de Wuhan e, rapidamente, se espalhou pelo mundo impondo medidas de contenção e mitigação nunca vistas. Medidas de isolamento e distanciamento social foram adotadas como forma diminuir a disseminação do vírus Sars-CoV2 e, consequentemente, dos casos de COVID-19. Uma preocupação levantada no início da pandemia foi a possível intensificação do abuso de bebidas alcoólicas durante o isolamento. Os universitários foram duramente atingidos com a suspensão das atividades presenciais, adaptação para aulas online, isolamento em relação aos amigos e a volta para a casa dos pais. Assim, este estudo investiga o consumo de bebidas alcoólicas por estudantes universitários durante o período de isolamento social imposto pela pandemia e a identificação de grupos de maior vulnerabilidade que necessitem de estratégias específicas. Para isso, foram coletados dados de estudantes de uma universidade do interior de Minas Gerais, nos meses de julho e agosto de 2020, por meio de questionário online, autoaplicado e confidencial, que abordou o uso abusivo de álcool, o perfil semanal de consumo de bebidas, características gerais, condições socioeconômicas, hábitos de vida e condições de saúde física e mental. A associação do uso abusivo de álcool com essas variáveis foi avaliada pelo teste Qui-quadrado de independência, Qui-quadrado de McNemar e modelo logístico binário. Os dados mostraram que a prevalência do uso de bebidas alcóolicas foi de 66,8%, e de uso abusivo de álcool, 35,1%. Durante a pandemia, 41,9% dos estudantes reduziram o número de dias / semana de consumo, 40% mantiveram e 18,1% aumentaram. Houve uma associação entre o uso abusivo de álcool e morar com outras pessoas (OR 1,706; IC 95% 1,140-2,590), exercer atividade remunerada (OR 1,435; IC 95% 1,052-1,954), ter parado de fumar (OR 2,594; IC 95% 1,823-3,696) ou fumar atualmente (OR 2,817; IC 95% 1,864-4,270), usar drogas ilícitas (OR 4,415; IC 95% 2,909- 6,823), praticar atividade física (OR 1,657; IC 95% 1,273-2,165) e relatar estresse severo ou extremamente severo (OR 1,634; IC 95% 1,167-2,290). Os achados sugerem que os estudantes estão consumindo menos bebidas alcoólicas na pandemia de COVID-19. Tal redução, embora possa ser vista como um fato positivo neste momento, pode sugerir a necessidade de maior atenção na volta às atividades presenciais nas universidades, com a exposição às situações que induzem o uso abusivo em interação com os fatores estressores pós-pandemia. Estratégias de conscientização e prevenção devem ser adotadas com grupos mais vulneráveis. A continuidade do Projeto de Ansiedade e Depressão em Universitários (PADu), com o monitoramento de fatores de risco é fundamental para compreender as relações causais do consumo de bebidas e os efeitos, a longo prazo, da pandemia COVID-19 no comportamento e saúde mental de estudantes universitários.