PPBIOTEC - Programa de Pós-graduação em Biotecnologia

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    Bactérias cultiváveis obtidas a partir de Langsdorffia hypogaea como potenciais controladores biológicos de fungos saprofíticos associados com deterioração de tomate pós-colheita.
    (2021) Silva, Ana Karla da; Moreira, Leandro Marcio; Sanchez, Angelica Bianchini; Moreira, Leandro Marcio; Garcia, Camila Carrião Machado; Laia, Marcelo Luiz de
    Grandes quantidades de frutos e vegetais são perdidos por consequência da ação de fungos que os deterioram na fase de pós-colheita. Fatores como cultivo inapropriado, vasto uso de agrotóxicos, armazenamento, manuseio, transporte inadequados e grandes variações de temperatura podem favorecer o aparecimento e a propagação de doenças fúngicas alavancando a fase de deterioração. O tomate, por exemplo, por ser uma hortaliça de alta perecividade, pode incorrer em perdas de até metade da produção na fase pós-colheita. Atualmente, a forma mais comumente utilizada para controle destes microrganismos está na aplicação de fungicidas sintéticos (agrotóxicos), porém, com o agravo de seu uso ser altamente prejudicial à saúde. Diante desse cenário, o controle biológico surge como uma alternativa limpa de controlar microrganismos indesejáveis, por meio da utilização de seus próprios inimigos naturais. Neste trabalho, propomos o controle de espécies fúngicas causadoras de doenças pós-colheita e deterioração de tomates, por meio da utilização de isolados bacterianos cultiváveis obtidos previamente a partir de rizosfera e raízes de Langsdorffia hypogaea, uma planta holoparasita obrigatória. Um total de 36 isolados foram diretamente confrontados com quatro espécies fúngicas bioprospectadas diretamente de tomates, nomeadas como F8", "F11", "F7.2" e "F12". Além disso, os isolados de melhor eficiência nesta etapa, foram posteriormente avaliados quanto a capacidade de autoagregação e produção de biofilme, características fundamentais para fixação em tecido vegetal. Deste total, 33 isolados foram capazes de inibir in vitro o crescimento de F8 com taxas de até 61,27%, enquanto que, para o fungo F11, os 36 isolados apresentaram taxas de inibição positiva, sendo a maior delas 76,81%. O fungo F7.2 se demonstrou o mais difícil de ser contido, 33 isolados bacterianos foram capazes de inibi-lo e a maior taxa alcançada foi 56,04%, entretanto, diferente dos demais, apenas um isolado bacteriano apresentou taxa de inibição superior a 50%. Finalmente, todos os 36 isolados bacterianos foram capazes de inibir o fungo F12 alcançando a maior faixa de inibição, com valores de até 93,83%. Dos 36 isolados testados, 14 melhores passaram para a próxima fase, dentre estes, 8 isolados foram capazes de se autoagregar com taxas baixas de até 20,1%. Os 14 isolados bacterianos, foram capazes de produzir biofilme, 7 deles se enquadraram como produtores moderados, enquanto os 7 demais foram classificados como fortes produtores. Concluímos que bactérias provenientes do solo do QF e da planta Langsdorffia hypogaea são potenciais agentes biocontroladores de fungos deterioradores, entretanto, serão necessários estudos mais aprofundados para verificar a atividade diretamente no fruto.