PPBIOTEC - Programa de Pós-graduação em Biotecnologia

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Resultados da Pesquisa

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    Avaliação da fermentação de glicerol por Enterobacter sp. para a produção de hidrogênio e etanol.
    (2019) Zorel, José Augusto; Silva, Silvana de Queiroz; Santos, Alexandre Soares dos; Baeta, Bruno Eduardo Lobo; Moreira, Leandro Marcio; Coelho, Maria Alice Zarur; Silva, Silvana de Queiroz
    A despeito da imagem de sustentabilidade que acompanha o biodiesel, o balanço de massa de seu ciclo de vida ainda está longe de ser fechado, de modo que, com a expansão do biodiesel e em dependência de fatores do mercado, o glicerol pode ser considerado como coproduto ou resíduo. Portanto, a expansão sustentável das indústrias de biodiesel depende do tratamento do glicerol. Nesse sentido, a fermentação escura pode aliar o tratamento do glicerol à produção de monômeros, energia e biocombustíveis (como H2 e etanol), aumentando a gama de produtos das indústrias de biodiesel. No entanto, esse processo ainda é dificultado pela presença de impurezas e pelas altas concentrações necessárias para conferir aplicabilidade ao processo. Desse modo, esse trabalho avaliou as alterações no metabolismo fermentativo de dois isolados de Enterobacter sp., 3R e 9R, em resposta a variadas concentrações iniciais de glicerol (5, 10 e 40 gL-1; G5, G10 e G40, respectivamente). Apresentando-se como mais promissor, o isolado 9R foi avaliado quanto aos efeitos de impurezas, pH, oxigenação e quantidade de células sobre a bioconversão do glicerol. Os resultados desses testes serviram como base para definir os fatores pH, quantidade de células e concentração de glicerol como os mais influentes sobre o desempenho do isolado. Em seguida, foi realizada a busca dos melhores valores para esses parâmetros com uso da matriz de Doehlert e da função de desejabilidade. Desse modo, foram definidas três configurações visando diferentes objetivos: HEPG (maior consumo de glicerol e produção simultânea de H2, etanol e 1,3-PDO; sendo os valores ótimos: pH 7,85; 27,5 GI; 0,009 Inóc.); PG (maior consumo de glicerol e produção de 1,3-PDO; sendo os valores ótimos: pH 7,70; 41,0 GI; 0,009 Inóc.); e HEG (maior consumo de glicerol e produção simultânea de H2 e etanol; sendo os valores ótimos: pH 8,00; 23,0 GI; 0,009 Inóc.). Os resultados dos ensaios determinados pela função de desejabilidade ficaram de acordo com o estipulado, sendo obtidos os valores máximos de 59,4 mmol L-1 para a produção de H2 e 7,6 gL-1 (164,28 mmolL-1) para a produção de etanol pela configuração HEG. O consumo de glicerol também foi otimizado, alcançando na condição HEG o valor de 22,5 gL-1 (98,0 % do glicerol adicionado) em menos 24 horas. Essa condição possibilitou a obtenção de 0,42 L de etanol e 59,04 L H2 por kg de glicerol consumido. Espera-se que os resultados obtidos nesse trabalho sirvam como base para os próximos estudos desenvolvidos por nosso grupo no campo de bioconversão do glicerol.
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    Avaliação da produção de bio-hidrogênio e da expressão do gene glpfF durante a fermentação de glicerol por Enterobacter sp.
    (2018) Souza, Isabela Morato de; Silva, Silvana de Queiroz; Silva, Silvana de Queiroz; Santos, Alexandre Soares dos; Moreira, Patrícia de Abreu
    Devido ao aumento da demanda energética mundial a busca por fontes renováveis de energia tem ganhado espaço nos últimos anos. Com isso, a produção de biodiesel tem expandido significativamente tendo como consequência o aumento da oferta de glicerol bruto. Encontrar funcionalidade para este co-produto da produção do biodiesel passou a ser uma questão frequente e oportuna para a pesquisa, uma vez que esta não pode ser descartado sem pré-tratamento e apresenta inúmeras aplicações na indústria. A fermentação escura realizada por bactérias pode se aliar ao tratamento do glicerol uma vez que sua conversão resulta na obtenção de diversos compostos de valor agregado, bem como o bio-hidrogênio. Desta maneira o presente estudo objetivou avaliar o processo de produção de hidrogênio por Enterobacter sp. 9R a partir do glicerol. O sequenciamento do genoma desta bactéria foi realizado e os genes envolvidos na produção de hidrogênio foram identificados e comparados entre diferentes espécies. Ensaios com diferentes concentrações de glicerol inicial (5 g/L, 20 g/L e 40 g/L) foram conduzidos e os produtos de fermentação e expressão do gene glpF (facilitador de glicerol) foram monitorados. Para os ensaios de fermentação com 5 g/L e 20 g/L de glicerol o isolado consumiu todo o substrato e obteve rendimentos de 0,41 e 0,35 mmol H2/mmol de glicerol, respectivamente. Na condição de 20 g/L observou-se a maior produção de hidrogênio e de seu subproduto etanol, com valores de 12,18 mmol de H2 e 6,53 g/L de etanol. Para a condição com maior concentração de glicerol, o substrato foi consumido em apenas 44,04% e apresentou uma consequente queda nos rendimentos dos produtos de interesse. Tal fato se deve ao direcionamento do fluxo de carbono para vias independentes da produção de hidrogênio ocorrendo um fenômeno de inibição conjunta no consumo de substrato e produção de H2. Em relação à expressão do gene glpF esta foi considerável na condição de 5 g/L, sendo 7 vezes maior do que na concentração de 40 g/L de glicerol. Demonstrando assim, que em baixas concentrações o glicerol é internalizado pelo seu transportador. E em altas concentrações o substrato é conduzido para o meio intracelular por difusão, trazendo desvantagens ao consumo e consequente conversão do glicerol, comprometendo o rendimento de produtos da fermentação.