PPBIOTEC - Programa de Pós-graduação em Biotecnologia

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    Avaliação da atividade do canabidiol sobre o comportamento de camundongos fêmeas C57BL/6 em um modelo de depressão induzida pelo isolamento social.
    (2023) Pereira, Kenzawin Adliz; Nogueira, Katiane de Oliveira Pinto Coelho; Engel, Daiane Fátima; Oliveira, Laser Antônio Machado de; Nogueira, Katiane de Oliveira Pinto Coelho; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Menezes, Cristiane Alves da Silva
    O isolamento social (IS) se tornou uma realidade dentro do contexto pandêmico mundial. Um dos efeitos desta vivência pode ser o desenvolvimento do quadro de depressão maior (DM), resultando prejuízos sociais e cognitivos. Antes mesmo deste cenário a doença já era uma das mais prevalentes em todo o mundo atingindo 2,9% dos homens e 5,0% das mulheres. O estresse crônico é um importante fator de risco no aparecimento de vários distúrbios neuropsiquiátricos, incluindo ansiedade e depressão. Neste trabalho objetivamos investigar a relação entre as alterações comportamentais induzidas pelo estresse crônico do IS em camundongos adultos fêmeas e o tratamento com canabidiol (CBD), um fitocanabinoide extraído de plantas do gênero Cannabis que devido a suas propriedades medicinais tem sido considerado para o tratamento de diversas patologias. O CBD pode atuar no sistema nervoso central de diversas formas, incluindo por agonismo ao sistema endocanabinoide. Para avaliar o IS como mecanismo indutor de estresse em modelo animal, isolamos camundongos C57BL/6 fêmeas adultas por 16 semanas, de acordo com protocolo pré-estabelecido na literatura, para avaliar comportamentos semelhantes aos da DM, como a anedonia e prejuízos cognitivos. O modelo de indução da DM foi confirmado pelo teste de preferência pela sacarose e a partir deste resultado os animais foram tratados com CBD 30 mg/Kg, via gavagem e, posteriormente, avaliados nos testes comportamentais de Campo Aberto, Claro/Escuro, Reconhecimento do Novo Objeto e Natação Forçada. Os resultados apontaram o isolamento como um indutor efetivo do comportamento tipo depressivo. O tratamento com o CBD não trouxe prejuízos cognitivos ou motores aos animais, com base nos testes de Campo Aberto e Reconhecimento do Novo Objeto, mas também não pôde ser considerado agente protetor ao estresse agudo com base nos resultados do teste de Natação Forçada. Quanto ao tratamento prolongado com CBD os dados demonstraram efeito ansiogênico em fêmeas agrupadas consideradas saudáveis, sugerindo um possível efeito adverso para o uso do CBD na ausência de traços depressivos. O uso prolongado do CBD pode gerar ansiedade em fêmeas saudáveis, bem como o isolamento pode ser considerado um fator indutor de comportamento tipo-depressivo e ansioso, sem afetar a cognição ou habilidades motoras dos animais testados.
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    Avaliação da neurotoxicidade do peptídeo B-amiloide25-35 e da atividade das formas isolada de canabidiol e full spectrum em culturas de células HT22.
    (2023) Carmo, Raquel Cruz Ferreira do; Nogueira, Katiane de Oliveira Pinto Coelho; Oliveira, Laser Antônio Machado de; Nogueira, Katiane de Oliveira Pinto Coelho; Ribeiro, Iara Mariana Léllis; Menezes, Tatiana Prata
    A hipótese da cascata amiloide postula que a agregação do peptídeo beta amiloide (βA) no parênquima cerebral é o primeiro evento de uma cascata neurodegenerativa que culmina com o desenvolvimento da doença de Alzheimer (DA), uma forma de demência amnésia progressiva que causa a interrupção global das funções cognitivas do indivíduo. A neurotoxicidade do peptídeo βA está especialmente relacionada à sequência de aminoácidos 25-35 que corresponde ao peptídeo β-amiloide 25-35 (βA25-35), usado como modelo patomimético da DA em estudos que investigam os diversos eventos patogênicos observados na patologia. Entre as ações neurotóxicas do peptídeo βA25-35 está a produção exacerbada de espécies reativas (ERs), dessa forma, compostos com caráter antioxidantes são alvo de pesquisas na área no intuito de restabelecer o equilíbrio oxidativo interrompido pelo peptídeo. O canabidiol (CBD), fitocanabinoide não psicomimético presente em plantas do gênero Cannabis, possui ação antioxidante e, embora apresente potencial terapêutico, as pesquisas com o CBD ainda são incipientes diante da toxicidade amilóide e da atuação do fitocanabinoide em várias vias neuromoduladoras para além do sistema endocanabinoide. A compreensão das ações neurotóxica do peptídeo βA25-35 é dificultada pela sua complexidade bioquímica in vitro e in vivo, o que acarreta protocolos divergentes na literatura para diferentes tipos celulares. Assim, esse estudo explorou diferentes concentrações, formas de tratamentos e tempos de exposição ao peptídeo βA25-35 e ao CBD, nas formas isolada e full spectrum, em células hipocampais da linhagem HT22 para identificação de padrões de neurotoxicidade e neuroproteção. Foi observado que as concentrações de 5, 10 e 20 μM do peptídeo βA25-35 são neurotóxicas para a referida linhagem celular. Quanto aos CBDs, foi observado que o CBD isolado (CBDiso) na concentração de 10 μM reduz a viabilidade das células, enquanto o full spectrum (CBDful) não reduz a viabilidade das células mesmo na concentração mais alta avaliada, 40 μM. Na concentração de 5 μM, o CBDful mantém o equilíbrio oxidativo das células expostas ao peptídeo βA25-35 10 μM, diferente do observado para o CBDiso na mesma concentração. Na menor concentração avaliada, 1 μM, o pré-tratamento tanto com CBDiso quanto com CBDful não foi capaz de conter as ERs de oxigênio geradas pelo peptídeo βA25-35 5 μM. Os resultados indicam uma delicada associação dose-resposta entre diferentes concentrações de CBD e a neurotoxicidade exibida pelo peptídeoβA25-35 em diferentes concentrações, além disso, foi observado que o CBDful apresenta melhores resultados nas condições exploradas neste estudo.
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    Avaliação da atividade do canabidiol sobre culturas primárias de neurônios hipocampais submetidos ao estresse com o peptídeo β - amiloide 25 - 35.
    (2023) Salgado, Karen del Carmen Barboza; Nogueira, Katiane de Oliveira Pinto Coelho; Oliveira, Laser Antônio Machado de; Nogueira, Katiane de Oliveira Pinto Coelho; Oliveira, Laser Antônio Machado de; Costa, Daniela Caldeira; Moreira, Fabricio de Araújo
    O Sistema Nervoso é o principal responsável pelas funções motoras, cognitivas e sensoriais de nosso corpo, contém doenças que podem ser transitórias e neurodegenerativas ou crônicas. Dentre elas, a Doença de Alzheimer (DA), que apresenta como principais marcadores a deposição do peptídeo β-amiloide e a formação de emaranhados neurofibrilares da proteína tau hiperfosforilada. Acredita-se que uma das consequências da deposição dessas proteínas seja a geração em excesso de espécies reativas de oxigênio. O estresse oxidativo gerado desencadeia a oxidação de proteínas, lipídeos, alterações no DNA e culmina com morte celular. A DA possui tratamentos paliativos que ajudam a reduzir e controlar os sintomas, sem tratar a progressão da doença. Uma alternativa terapêutica diante o estresse oxidativo ocasionado seria a utilização de compostos exógenos com características antioxidantes, como o canabidiol (CBD). Assim, o objetivo principal desse trabalho foi avaliar o efeito do CBD sobre culturas primárias de neurônios hipocampais submetidos ao estresse com o peptídeo βamiloide25-35. Neurônios hipocampais de embriões (E18) de camundongos C57BL/6, foram utilizados para o estabelecimento das culturas primárias. Após o estabelecimento das redes neuronais as culturas foram expostas ao peptídeo β-amiloide25-35 e tratadas com o CBD. Os neurônios foram avaliados por meio dos ensaios de metabolismo celular (MTT), mensuração intracelular de EROs e peroxidação lipídica após 24 horas de tratamento. Foi observado que o peptídeo β-amiloide25-35 diminuiu em 24% o metabolismo celular e ocasionou aumento das EROs e consequente peroxidação lipídica. Esse quadro melhorou de forma significativa com o tratamento dos neurônios com o CBD que, ao que tudo indica, atuou de forma eficiente sendo capaz de resgatar as células das injurias ocasionadas pelo peptídeo β-amiloide25-35. Esses resultados apontam para um forte potencial do CBD para atuar na terapia e no desenvolvimento de novos tratamentos para doenças neurodegenerativas, como a DA.