PPBIOTEC - Programa de Pós-graduação em Biotecnologia
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Item Avaliação da atividade antioxidante do fulerol em infecções por Zika virus.(2020) Pereira, Samille Henriques; Silva, Breno de Mello; Silva, Breno de Mello; Magalhães, José Carlos de; Gomes, Silvia de PaulaO Zika virus é um arbovírus de grande importância na saúde pública. O aumento de casos de febre Zika nos últimos anos levou a uma preocupação mundial, devido à facilidade de disseminação, dificuldade no combate dos vetores e associação a doenças graves. A febre Zika é caracterizada por sintomas semelhantes à de outras arboviroses como febre, cefaleia, dores no corpo, erupção cutânea, conjuntivite, dores musculares e nas articulações. A preocupação em torno dessa doença é sua associação com doenças importantes, como síndromes congênitas e a síndrome de Guillain-Barré. Até o momento não existem vacinas e medicamentos antivirais contra o Zika e o desenvolvimento de terapias alternativas torna-se necessária. Já foi descrito que durante infecções virais ocorre o aumento das espécies reativas de oxigênio (ERO), esse aumento leva a um desequilíbrio na homeostase redox, fazendo com que a célula entre em estresse oxidativo, que causa danos biológicos e está envolvido na patogênese viral. Além disso, estudos sugerem que alguns vírus se multiplicam melhor em estado de estresse oxidativo. Assim, controlar as ERO pode ser uma estratégia para combater a infecção. O fulerol, um nanomaterial à base de carbono, possui atividade antioxidante devido a sua alta capacidade de sequestrar ERO. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antioxidante do fulerol em infecções celulares causadas pelo vírus da Zika. Para isso, foi avaliada a citotoxicidade do fulerol em células Vero e U-87MG. A capacidade antioxidante do fulerol foi testada pelo índice ORAC, utilizando-se uma curva padrão de trolox e o potencial antioxidante foi medido por ensaio de ERO após infecção pelo vírus. Foi investigada a modulação da principal via de antioxidante (NRF-2/ARE) pelo vírus da Zika e o efeito do tratamento com fulerol, além da avaliação de seu potencial efeito antiviral. Os resultados demonstraram que para todas as concentrações de fulerol testadas não foi observado efeito citotóxico apresentado citotoxicidade e uma capacidade antioxidante em baixas concentrações 50, 20, 10 e 5 nM, como já esperado, visto que em maiores concentrações ocorre formação de cristais, que prejudica sua ação. A redução da produção de ERO foi observada nas concentrações de 50 a 6,25 nM. O fulerol foi capaz de normalizar a modulação negativa de NRF-2/ARE nas concentrações de 12,5 e 6,25 nM após infecção pelo vírus e, além disso, resultados mostraram uma redução de até 90% na multiplicação do vírus em células tratadas. Dessa forma, o conjunto dos resultados sugere que o fulerol possui um grande potencial em auxiliar o tratamento contra o Zika virus, ou na redução dos efeitos causados pela infecção.