DELET - Departamento de Letras
URI permanente desta comunidadehttp://www.hml.repositorio.ufop.br/handle/123456789/617
Navegar
1 resultados
Resultados da Pesquisa
Item Opúsculo do Triunfo Eucharistico : a construção da memória de um discurso barroco teológico-político.(2023) Silva, Franciele Maria da; Menezes, William Augusto; Menezes, William Augusto; Mendes, Paulo Henrique Aguiar; Lessa, Cláudio HumbertoA presente pesquisa apresenta uma análise do opúsculo do Triunfo Eucharistico — exemplar da cristandade lusitana. O Triunfo Eucharistico, foi uma festa barroca que aconteceu em 1733, em Vila Rica (Ouro Preto). Escrito por Simão Ferreira Machado e publicado em Lisboa, em 1734, o opúsculo narra as celebrações realizadas para a inauguração da nova Igreja de Nossa Senhora do Pilar e a transladação da imagem do Santíssimo Sacramento, temporariamente abrigado na Igreja de Nossa Senhora do Rosário. A questão central do trabalho é como o discurso barroco teológico-político se relacionou ao imaginário português de ação colonizadora perpetuado no acontecimento Triunfo Eucharistico, narrado por Simão Ferreira Machado? Mediante a questão proposta, o objetivo geral visa analisar o discurso glorificado do reino português e da Igreja Católica publicitado a partir do opúsculo do Triunfo. O corpus será constituído de trechos do relato que inferem para um discurso onde sentidos religiosos e políticos ressaltam em meio ao jogo de palavras e ao cênico, aludindo para a religiosidade Cristã atrelada à Coroa portuguesa e à economia aurífera de Vila Rica. A pesquisa será descritiva, bibliográfica e qualitativa. A exploração dos dados transcorrerá por meio da Análise do Discurso de linha francesa em complemento com os Estudos Decoloniais. Além disso, foram levantados dados sobre o contexto sócio-histórico-cultural e as condições de produção relativos ao período de realização do cortejo e da publicação do relato. Após a análise, identificamos que os discursos presentes no opúsculo do Triunfo Eucharistico, evidenciam o colonialismo como uma dominação epistemológica. A ideologia de superioridade eurocêntrica, foi usada para justificar a violência, a dominação e espoliação dos povos considerados “Outros”. Percebemos, no enunciado do autor, a criação de imaginários sócio-discursivos responsáveis por indicar certas significações, e construir espaços de subalternidade. Verificamos, também, como aquela festa barroca foi utilizada como instrução pública, pois as escolhas ideológicas presentes na celebração cumpriam funções persuasivas, muitas vezes de caráter normatizador e pedagógico. A partir disso, concluímos que, amparada no “Barroco”, que tem como característica o uso da subjetividade, e naquele contexto funcionou como dispositivo discursivo, a narrativa de Machado, divulgou uma construção memorialística discursiva do ideário político- religioso do império português.