DELET - Departamento de Letras

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    Escapando do supermercado cultural : Ngũgĩ wa Thiong’o e os usos da narrativa de vida.
    (2021) Cândido, Marcelo França Marques; Amorim, Bernardo Nascimento de; Amorim, Bernardo Nascimento de; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Cornelsen, Elcio Loureiro; Bispo, Fábio Santos
    Importante escritor e pensador pós-colonial, Ngũgĩ wa Thiong’o nasceu no Quênia em 1938 quando o país ainda se via sob o domínio imperial britânico, em vias de se transformar em palco da turbulenta guerra de independência. Nessa dissertação, nos centramos na análise do livro Sonhos em tempo de guerra: memórias de infância de Ngũgĩ no qual, muito mais do que narrar sua infância e adolescência na terra natal e trazer várias reflexões sobre aquele tempo e espaço para a nação, também cria um intrincado projeto com vários vetores de fuga do que Stuart Hall chama de “supermercado cultural”, efeito consequente da globalização no qual as identidades parecem flutuar livremente, disponíveis para que as usemos ou não, produtos do neoliberalismo. Autores pós-coloniais, nesse sentido, fariam parte do crescente interesse pósmoderno no consumo deliberado de identidades. Após levantarmos a trajetória intelectual de Ngũgĩ e, em seguida, a questão da mercadologização do pensamento/narrativas pós-coloniais, buscamos analisar seu relato memorialístico num movimento de contração e expansão, encontrando redes de sentido que perpassam a própria obra, e outras que a extrapolam, convocando diálogos com diversos autores – principalmente pós-coloniais –, no intuito de apontar que a obra pressente a homogeneização cultural característica do contemporâneo e, assim, cria rotas de fuga para se complexificar o suficiente para não ser absorvida pelo mercado. Assim, será possível perceber que, para densificar sua obra, Ngũgĩ incorre em dois principais assuntos: a questão da Memória Cultural e a apresentação da formação do sujeito em sua singularidade.
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    “Let me in!” : narrativa, identidade e olhar em Wuthering Heights.
    (2018) Andrade, Raquel de Matos; Galery, Maria Clara Versiani; Perpétua, Elzira Divina; Oliveira, Natália Fontes de; Galery, Maria Clara Versiani
    Let me in! (“Deixe-me entrar!”) é o grito de Cathy, fantasma que vaga solitária pela charneca, e que quer entrar em Wuthering Heights. Porém, é também o grito do outsider que gostaria de ser incluído; da mulher que quer ser parte da sociedade, tendo escolhas e oportunidades; da mulher que quer acesso à educação, aos livros, à escrita, ao poder de olhar (e não apenas ser olhada); da mulher que quer usar a sua voz, sem precisar de um pseudônimo masculino ou de um narrador intermediário que controle o fluxo e o tempo de sua fala. Muito mais do que uma história de amor, Wuthering Heights parece ser uma narrativa de busca por inclusão, por identidade e por autonomia. Neste trabalho, busco encontrar no romance de Emily Brontë e em três de suas adaptações fílmicas (1939, 1992 e 2011) elementos que corroborem a ideia de que tanto a autora quanto os diretores mostram, por meio de suas obras, elementos das sociedades que lhes são contemporâneas. Para isto, recorro à Aleida Assmann e Halbwachs, entre outros teóricos, e busco elementos feministas e pós-coloniais no romance e nos filmes, para compreender como a arte traz em si aspectos das sociedades nas quais está inserida. O outsider visto em Heathcliff e o filme de Andrea Arnold (2011) parecem dialogar com estudos pós-coloniais, considerando o personagem de Brontë como um possível imigrante. O casamento de Cathy, no qual ela encontra sua decadência física e emocional, a relação das mulheres com a linguagem e o olhar, são aspectos que estão presentes no romance e nas adaptações e parecem mostrar essa busca por aceitação, autonomia e inclusão.