DELET - Departamento de Letras
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Item Memória e tradição : um estudo toponímico dos nomes de bairros mais antigos de Ouro Preto - MG.(2021) Fernandes, Fernanda Kelly Mineiro; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Antunes, Álvaro de Araújo; Carvalho, Ana Paula Mendes Alves deAo nomear as coisas à sua volta, o homem representa um mundo não só físico, mas também mental, emocional e intelectual, em que ele identifica pessoas e se identifica com pessoas, com grupos sociais e consigo mesmo. A linguagem é uma forma de se relacionar com o mundo, portanto, um instrumento fundamental no processo de constituição do sujeito e construção da sociedade. O homem usa o léxico para expressar ideias e sentimentos. Desse modo, a representação de um lugar por meio da linguagem constitui-se como uma importante prática social que implica sobre as construções identitárias. Assim, pessoas agem sobre o mundo e sobre outras pessoas. Partindo desse princípio, este trabalho teve como objetivo maior contribuir com a memória cultural da cidade de Ouro Preto – MG por meio do estudo toponímico dos nomes dos bairros ouro-pretanos mais antigos. Tomamos como princípios teóricos-metodológicos, as orientações da Toponímia e de disciplinas afins com ênfase nas categorias taxonômicas, que representam as principais motivações toponímicas brasileiras, sugeridas por Dick (1990), além do método dialetológico utilizado por Dauzat (1926). Ao discorrermos sobre o léxico e o ato de nomear um lugar, tomamos como base teórica, principalmente, Biderman (2001), Isquerdo (2001) e Seabra (2004; 2006). Ao considerarmos a sociedade e sua cultura nos estudos de sua linguagem, nos fundamentamos, principalmente, em Duranti (2000). No que concerne à memória cultural, fundamentamo-nos, sobretudo nos estudos de Assmann (2011). A Toponímia é concebida, no âmbito desta pesquisa, como um ramo da Onomástica que investiga os nomes próprios de lugares. Logo, um ramo dos estudos linguísticos mais especificamente dos estudos do léxico da língua. Ao considerar a interface entre língua, léxico, história, cultura e geografia, a Toponímia configura-se como uma disciplina com forte caráter interdisciplinar, dialogando com a cartografia, a história e a antropologia, entre outras áreas. O recorte toponímico investigado compreendeu 10 nomes de bairros ouro-pretanos na sincronia atual, os quais compõem o corpus da pesquisa e serão apresentados em fichas lexicográfico-toponímicas, de acordo com o modelo de Dick (1990). Com a presente pesquisa, buscou-se fomentar uma reflexão referente à motivação toponímica e a importância desses estudos para a sociedade, na medida em que o ato denominativo fornece pistas sobre aspectos históricos, sociais e culturais de uma comunidade. Portanto, propusemonos a realizar este estudo, a fim de resgatar parte da memória de Ouro Preto e contribuir para os estudos lexicais por meio do exame da toponímia urbana da cidade em destaque, mais especificamente, dos bairros antigos desse município mineiro, a saber: Alto da Cruz, Antônio Dias, Cabeças, Morro da Queimada, Morro São João, Morro Santana, Padre Faria, N. S. do Pilar, N. S. do Rosário e Taquaral, importante na constituição da história do país.Item Estudo sincrônico, diacrônico e etnolinguístico da terminologia de ourivesaria presente no “Diccionario da Lingua Brasileira” (1832), de Luiz Maria da Silva Pinto.(2015) Costa, Estefânia Cristina da; Rocha, Ana Paula AntunesEste artigo apresenta os principais resultados de uma pesquisa de mestrado que objetivou o estudo sincrônico, diacrônico e etnolinguístico do léxico correspondente à terminologia de ourivesaria presente no “Diccionario da Lingua Brasileira”, de 1832, de Luiz Maria da Silva Pinto. Para as análises, utilizamos os dicionários de Bluteau (1712-1728), Moraes Silva (1813), Freire (1957), Aurélio (1999), Houaiss (2009) e Cunha (1987) e os questionários aplicados a ourives atuantes em Ouro Preto e região. Nossa análise apontou uma terminologia de base europeia que, embora em sua maior parte continue dicionarizada e relacionada ao universo da ourivesaria, é pouco conhecida pelos entrevistados.Item Garimpando memória : um estudo sincrônico e diacrônico da terminologia de ourivesaria presente no “Diccionario da Lingua Brasileira” (1832), de Luiz Maria da Silva Pinto.(COSTA, E. C. da. Garimpando memória : um estudo sincrônico e diacrônico da terminologia de ourivesaria presente no “Diccionario da Lingua Brasileira” (1832), de Luiz Maria da Silva Pinto. 2014. 256 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2014., 2014) Costa, Estefânia Cristina da; Rocha, Ana Paula AntunesA presente pesquisa teve como objetivo o estudo sincrônico e diacrônico do léxico correspondente à terminologia de ourivesaria, presente no “Diccionario da Lingua Brasileira”, de autoria de Luiz Maria da Silva Pinto. O dicionário foi escrito, editado e impresso na “Typographia de Silva”, pertencente ao autor, no ano de 1832, na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, dez anos após a proclamação da independência do Brasil. O dicionário é considerado a primeira obra lexicográfica, escrita, editada e impressa no Brasil. Para a realização do estudo, utilizamos a edição fac-similar do dicionário disponível na biblioteca digital “Brasiliana Guita e José Mindlin”, da Universidade de São Paulo. Inicialmente, fizemos o levantamento das unidades léxicas que remetem ao mundo da ourivesaria. Coletamos 161 vocábulos ligados ao universo dos metais, da mineração entre outros. No entanto, optamos pela análise de 36 termos que receberam as marcações “T. de ourives”, “entre ourives” ou que fazem menção direta ao universo da ourivesaria. Em um segundo momento, os termos selecionados foram organizados em fichas terminológicas. Para cada um dos termos, construímos uma ficha que nos indica se o termo ocorreu ou não no Brasil desde o século XVIII até os dias de hoje. A ficha também nos mostra a origem desses termos e outras informações importantes para a análise linguística. Para esta análise diacrônica, tomamos como base, além do “Diccionario da Lingua Brasileira”, dicionários de cinco autores: Bluteau (1712-1728), Moraes Silva (1813), Freire (1944), Aurélio (1999), Houaiss (2009) e, para a análise etimológica, Cunha (1987; 2007). Para completar a investigação, partimos para o estudo do uso contemporâneo dos termos de ourivesaria. Para tanto, aplicamos questionários semântico-lexicais a dez ourives atuantes na cidade de Ouro Preto e região. As questões foram elaboradas a partir dos verbetes selecionados em Silva Pinto. Nosso objetivo era saber se tais termos continuam vigorando, se caíram em desuso, se ganharam novas acepções e se outras palavras estão sendo usadas em lugar deles. Nossa análise apontou uma terminologia de base europeia que, embora em sua maior parte continue dicionarizada e relacionada ao universo da ourivesaria, é pouco conhecida pelos profissionais atuantes em Ouro Preto e região. Além do estudo sincrônico e diacrônico, e também etnolinguístico da terminologia de ourivesaria, uma vez que pudemos perceber e ratificar as relações entre língua, cultura e sociedade, buscamos verificar se o “Diccionario da Lingua Brasileira” é uma obra nacionalista, já que seu título anuncia essa possibilidade. Constatamos que, embora inove ao nomear o dicionário como “brasileiro”, principalmente porque o espírito nativista dos brasileiros estava bastante aguçado devido à recente independência do Brasil, Silva Pinto não reivindica um caráter nacionalista para sua obra.