DELET - Departamento de Letras

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    Relato, literário e antiliterário nas escritas íntimas de Carolina Maria de Jesus e de Ana Cristina Cesar.
    (2018) Gama, Monica Fernanda Rodrigues; Oliveira, Priscila Pesce Lopes de
    O presente artigo discute a escritura e sua relação com o real a partir da notação sobre o cotidiano em Carolina Maria de Jesus e Ana Cristina Cesar. As relações entre a escrita diarística e a literária travadas nos textos das autoras são tomadas como ponto de partida, considerando as diferenças entre suas condições e projetos de escrita. Propõe, em seguida, que Carolina interpela pela linguagem os marcadores sociais que, se a constituem, a partir desse gesto autoral não mais a definem ou confinam; assim, a notação do real e a vontade do literário configuram a trama de um lugar de fala calcado num irresolúvel que é uma das marcas da literatura. Tece reflexão acerca das relações entre o diário, o relato e o literário na poética de Ana C., em que os elementos da fórmula diarística são deslocados de modo que o gênero textual seja reconhecível, porém não funcional, obrando igualmente a indecidibilidade. Procura demonstrar que o cotidiano inscreve, nos textos das duas autoras, elementos para que ali passem a participar da dinâmica propriamente escritural: a desestabilização. Esta atinge o eu, fraturado em Ana C. pelo desmonte da intimidade efetuado por procedimentos que jogam o biográfico simultaneamente como oferta e recusa e em Carolina pelo entrecruzar de vetores identitários que ela maneja em autoria de si própria. Atinge também o hiato entre escritos referenciais e artísticos com o qual se preocupam, de modos distintos, Barthes e Blanchot, apostando nesse intervalo como transitável pelo lirismo.
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    A proposta estética em Quarto de Despejo, de Carolina de Jesus.
    (2014) Perpétua, Elzira Divina
    O centenário de nascimento de Carolina Maria de Jesus, comemorado em 2014, abre diversas perspectivas de estudos da obra da escritora, imortalizada em seu primeiro diário como voz coletiva da favela do Canindé nos anos 1960, de cujas páginas vemos também emergir uma personalidade singular em sua luta pessoal para manter-se íntegra e lúcida através da escrita. Ao expor o desejo da autora de se projetar longe da miséria, marcando sua diferença na escrita, Quarto de despejo compõe a poética que a consagrou e inaugura uma nova proposta estética.
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    Memória, diário e romance em o Amanuense Belmiro.
    (Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Justino, Aliny Santos; Machado, Carlos Eduardo Lima
    Essa pesquisa concentra-se na abordagem da memória como temática e parte decisiva da construção literária de O amanuense Belmiro, romance de Cyro dos Anjos, publicado em 1937. Nesse romance, temos toda a construção de uma realidade conflituosa, em que a memória exercerá um papel estruturador. O narrador-personagem, Belmiro Borba, está empenhado em escrever suas memórias, porém, o presente se insinua e seu projeto inicial termina em diário. Contudo, ao escrever sobre o presente, Belmiro não consegue evitar as constantes evocações ao seu passado. Assim, o romance incorpora o diário e as memórias em sua estrutura. A partir disso, temos por objetivo inicial, a caracterização da obra através da apresentação das formulações de Bakhtin a esse respeito. Como a narrativa em questão aborda uma relação entre o projeto memorialístico desejado por Belmiro e a elaboração do diário que ele engendra, esse trabalho também se propõe a realizar uma leitura comparativa entre O amanuense Belmiro e A menina do sobrado (1979), obra memorialística do mesmo autor, no intuito de analisar as fronteiras entre romance e memória. Em seguida, trataremos das relações que o romance estabelece entre ficção, autobiografia e representação da memória. Nesse sentido, nosso objetivo é analisar a tematização da memória – através das reflexões do personagem sobre o passado e a memória, além da associação entre memória e imaginação –, a intrínseca relação entre realidade, ficção e imaginário e a relação entre o diário e o projeto de memórias, que se inserem no romance. Tendo em vista a riqueza das relações intertextuais contidas no romance, também analisaremos a dimensão da memória, sob o viés da mnemônica intertextual. Para finalizar, analisaremos a fortuna crítica do romance, selecionando as leituras críticas que julgamos mais relevantes e contrapondo à nossa interpretação.