DELET - Departamento de Letras
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Item José Craveirinha : percursos de uma poética inquieta.(2019) Vieira, Gabriel Pereira; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Said, Roberto Alexandre do Carmo; Agnolon, Alexandre; Maciel, Emílio Carlos RoscoeEsta dissertação se propõe a explanar a obra do poeta moçambicano José Craveirinha. Figura central na produção literária africana de língua portuguesa, Craveirinha consegue conciliar em sua poesia a alteridade típica da poesia engajada e a subjetividade pungente de uma lírica intimista e recolhida. Dessa forma, sua literatura transita entre a memória individual e a coletiva. Além dos aspectos memorialísticos, são apresentados alguns aspectos formais e linguísticos imprescindíveis a uma compreensão holística de sua obra literária, aqui dividida em três partes. A divisão levou em consideração a influência de cada uma das referidas memórias nos versos, a predominância do ‘nós’ ou do ‘eu’, a evolução estético-formal dos poemas e a temática prevalente nos livros. O conjunto da obra daquele que é comumente considerado o maior poeta de seu país permite que se traga à tona debates importantes sobre temas como racismo, identidade nacional, fraternidade entre povos, liberdade, solidão e morte.Item “Nada passa, nada expira” : a (re)invenção da memória em o vendedor de passados, de José Eduardo Agualusa.(2014) Costa, Maria Emília Magalhães Martins da; Perpétua, Elzira DivinaNesta dissertação analisamos o romance O vendedor de passados, do escritor angolano José Eduardo Agualusa (2004), uma narrativa que une a história do protagonista Félix Ventura, um negro albino, mercador de memórias, e do narrador Eulálio, uma osga em sua terceira encarnação, à de um país pós-colonizado com uma sociedade emergente, ávida por ancestrais renomados. A partir da ligação entre ficção e história, a historiografia angolana surge como um dos motes da obra, sob o viés ficcional, recontando fatos e ao mesmo tempo criando outros. Neste sentido, O vendedor de passados é lido como metaficção historiográfica, termo utilizado para designar narrativas ficcionais que se apropriam da realidade histórica na construção do enredo. Percorrendo também os campos da formação identitária, a partir da leitura dos processos históricos pelos quais passou Angola, a análise transita pelos caminhos dos estudos culturais e da topoanálise na abordagem do espaço romanesco. Com o objetivo de verificar o modo como ocorre a (re)invenção da memória no romance, lançamos mão de conceitos que contemplam diversos vieses dos estudos da memória, como o da memória coletiva e da memória cultural, enquanto o conceito freudiano de duplo foi o principal apoio teórico na análise da constituição dos personagens do romance.