DELET - Departamento de Letras

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    Machado de Assis na terra do tio Sam : análise contrastiva, de base sistêmico-funcional, das diferenças de representações de mundo do narrador bizarro de Memórias póstumas de Brás Cubas e de sua tradução The posthumous memoirs of Brás Cubas.
    (Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, 2012) Oliveira, Thisiany Mary Vieira de; Rodrigues Júnior, Adail Sebastião
    Machado de Assis é considerado um dos mais importantes autores brasileiros. Em virtude disso, a Editora da Universidade de Oxford publicou, em inglês, no ano de 1997, uma de suas mais famosas obras, Memórias póstumas de Brás Cubas, traduzida por Gregory Rabassa. Este trabalho apresenta uma breve descrição do romance, original e tradução, por meio do sistema de transitividade, proposto por M. A. K. Halliday (2004), utilizando, para tal, a Gramática Sistêmico-Funcional como base teórica para desenvolver a análise. A partir da aplicação do sistema de transitividade, o objetivo deste trabalho é investigar as representações de mundo do narrador de Memórias póstumas, em contraponto com sua tradução The posthumous memoirs of Brás Cubas, considerando as escolhas dos processos e circunstâncias vinculados a esse participante. Levando-se em consideração que o sistema de transitividade é o meio pelo qual a representação de mundo dos participantes envolvidos em processos é ativada, podemos afirmar que é possível observar as características de personagens distintos, por meio dos processos nos quais eles estão envolvidos. A partir da análise do sistema de transitividade, esta pesquisa visa a compreender o papel do personagem Brás Cubas como representação de uma realidade de mundo típica da época em que o romance ocorre. São analisados, nesta dissertação, 30 excertos relacionados a este personagem, na obra original e em sua tradução. A hipótese lançada é a de que Brás Cubas se revela como um elemento passivo diante dos eventos sociais da época em que Machado de Assis escreveu a obra em questão. Os resultados encontrados mostram que, no original, o perfil ideacional do personagem Brás Cubas é constituído especialmente por processos materiais, mentais e verbais, fato que o faz ser representado como um sujeito ativo, reflexivo e falante. Na tradução, por outro lado, as escolhas de Rabassa influenciaram a formação ideacional do personagem, uma vez que as experiências de mundo deste foram representadas lexicogramaticalmente por processos relacionais em sua grande maioria. Tal fato faz com que Brás Cubas seja interpretado como um sujeito que, basicamente, se relaciona com o mundo ao seu redor por meio de seus atributos.
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    Memória, ficção, história : um estudo de nação crioula, de José Eduardo Agualusa.
    (Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Carvalho, Mariana Aparecida de; Perpétua, Elzira Divina
    Propomos analisar o romance Nação Crioula – a correspondência secreta de Fradique Mendes (2002), do angolano José Eduardo Agualusa, a partir da hipótese de que as missivas do personagem Carlos Fradique Mendes, como gênero memorialista por excelência, dialogam com a reconstrução da memória cultural dos espaços percorridos pelo viajante português – Angola, Brasil e Portugal. Neste sentido, Nação Crioula pode ser lido como metaficção historiográfica, em que o romance é construído através do diálogo entre literatura e história, pois a obra ficcional se volta para o passado não para recontá-lo como reconstituição, mas para reconstruí-lo com base no que poderia ter acontecido, sob um viés crítico. Neste retorno ao passado, são abordadas questões referentes ao colonialismo português em Angola, à escravidão no Brasil e ao tráfico negreiro através do Atlântico. Ao retomar o protagonista de um escritor da literatura portuguesa, Agualusa constrói sua correspondência secreta, inserindo o missivista em um novo espaço para assim viver a trama de Nação Crioula. Face à intertextualidade explícita entre a obra de Agualusa e A correspondência de Fradique Mendes (1900), de Eça de Queiroz, propomos investigar, também, como se dá o trânsito intertextual do missivista. Ao abordarmos a questão da metaficção historiográfica e da intertextualidade, notamos que há uma subversão da ordem em Nação Crioula, em que a contestação se faz presente, sobretudo através da ironia. Esta, aliada ao princípio da polifonia e aos mecanismos intertextuais, possibilita que o centro da narrativa seja disperso, fazendo com que muitos ganhem voz no universo diegético, sobretudo aqueles que outrora foram silenciados. Nação Crioula é, pois, um navio cheio de vozes, dentre as quais destacamos não apenas a voz do português Fradique Mendes, que assina as primeiras vinte e cinco cartas do romance, mas também a voz da ex-escrava angolana Ana Olímpia, autora da última carta, que inverte o ponto de partida da história contada por Agualusa.