DELET - Departamento de Letras

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Resultados da Pesquisa

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    Para além da oração : uma descrição sistêmico-funcional do sistema de conjunção do português brasileiro.
    (2018) Alves, Ricardo José; Figueredo, Giacomo Patrocinio; Figueredo, Giacomo Patrocinio; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Oliveira, Ana Larissa Adorno Marciotto
    Nos estudos das gramáticas tradicional (cf. CUNHA; CINTRA, 1983; KURY, 1991; LIMA, 1999) e descritiva (cf. PERINI, 1995; AZEREDO, 1999; BECHARA, 2009), as conjunções são analisadas no nível da oração, em frases isoladas, muitas vezes criadas pelos próprios autores. Devido a isso, outros pesquisadores (CAMACHO, 1999; 2001; NEVES, 2000; ROCHA, 2006; NUNES, 2014; CASTILHO, 2014; ALVES, 2015) propuseram novas análises e ressaltaram a carência dos estudos das conjunções, bem como afirmaram a necessidade de investigá-las. Diante disso, esta dissertação, afiliada aos Estudos Linguísticos, mais especificamente aos estudos de descrição linguística de base sistêmico-funcional (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014), visa a descrever o sistema de CONJUNÇÃO do português brasileiro. Uma característica fundamental dessa descrição é o seu caráter sistêmico, já que descreve a CONJUNÇÃO do português brasileiro levando-se em consideração a agnação entre as opções desse sistema. Além disso, tendo como ponto de partida a teoria sistêmica, considera-se, neste estudo, a CONJUNÇÃO um sistema semântico que promove a relação conjuntiva entre unidades que vão além da oração (MARTIN, 2007). Para realizar essa descrição, primeiramente extraíram-se os dados do Catálogo da Língua Brasileira (CALIBRA), um corpus monolíngue cujos textos foram coletados com base na tipologia do contexto de cultura. Em seguida, no editor de planilhas Excel, segmentaram-se os textos em figuras, unidade básica do texto responsável por representar a experiência humana na forma de uma configuração: Processo, Participante e Circunstância. Além disso, validaram-se os dados, para que, posteriormente, fosse feita a análise quantitativa deles. Posteriormente, fez-se manualmente a análise qualitativa com base na visão trinocular, adotando-se três perspectivas: “de cima”, identificando similaridades entre padrões de registro realizado pelo mesmo sistema semântico; “de baixo”, examinando similaridades da constituição gramatical; e “ao redor”, descobrindo contrastes entre funções que desempenham o mesmo papel no sistema de CONJUNÇÃO. Assim, descreveu-se o sistema de CONJUNÇÃO do português brasileiro. Foram encontradas quatro CONJUNÇÕES, que geraram suas respectivas opções: REFORMULAÇÃO: reelaborativa e exemplificativa; ADIÇÃO: aditiva positiva, aditiva negativa e alternativa; CONTRAPOSIÇÃO: concessiva, adversativa, comparativa e redirecionativa; TEMPO: sucessiva posterior, sucessiva anterior, sucessiva simultânea e ordenativa; e, por fim, CONSEQUÊNCIA: conclusiva, final, condicional e explicativa.
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    O perfil metafuncional do texto argumentativo no RPG de mesa.
    (2017) Kogut, Luiz Guilherme; Figueredo, Giacomo Patrocinio; Figueredo, Giacomo Patrocinio; Sant'Anna, Kelen Cristina; Rodrigues Júnior, Adail Sebastião
    Ancorado nos campos de estudo da Linguística Sistêmico Funcional (LSF), no estudo das descrições de registros textuais (MARTIN & ROSE, 2007), nos Estudos Multilíngues (MATTHIESSEN et al., 2008), no emergente campo de estudos do RPG (SCHMIT 2008), e com o suporte da Linguística de Corpus, a presente pesquisa tem como objetivo perfilar e modelar sistemicamente um tipo de texto pertencente à sobreposição dos processos sociossemióticos explorar:argumentar & expor:explicar, ou “texto argumentativo”, de acordo com suas definições de campo, sintonia e modo (HALLIDAY & MATTHIESSEN. 2014; MARTIN & ROSE 2007), inseridos no contexto de situação RPG de mesa. O jogo se configura como uma cocriação narrativa composta por interações que, em grande parte, são pautadas pelo embate argumentativo. Os estudos do RPG apontam para a necessidade de que o jogo seja estudado de acordo com sua potencialidade textual, principalmente seu potencial de desenvolvimento argumentativo (MARTINS 2007); já os estudos sobre argumentação apontam para a necessidade de que se desenvolvam ferramentas para o aprimoramento da capacidade argumentativa (KUHN & UDELL, 2003). Na intercessão destas demandas, encontramos a motivação para esta pesquisa: investigar a potencialidade do RPG como produção textual e ferramenta de aprimoramento da capacidade argumentativa dos participantes envolvidos no jogo. Para tanto, MATTHIESSE (2009) afirma que o desenvolvimento da capacidade linguística de um indivíduo passa pelo aprendizado dos potenciais de escolhas sistêmicas específicos dos diversos registros pertencentes à determinada língua. Dessa forma, constitui-se o objetivo deste trabalho por produzir uma descrição linguística do registro “texto argumentativo” inserido no RPG de mesa. Para cumprir o objetivo proposto, foi coletado um corpus inicial composto por gravação e transcrição de uma seção de RPG de mesa. A esta coleta, foram aplicados os critérios de campo, sintonia e modo (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2014, MARTIN & ROSE, 2007) para a identificação do objeto da pesquisa, um texto explorar:argumentar & expor:explicar, texto argumentativo, gerando assim um corpus efetivo de análise. Este corpus foi perfilado sistemicamente com a ajuda da ferramenta de análise semiautomática UAM Corpus Tools © (O’Donnell, 2008) e posteriormente analisou-se as frequências de ocorrências das combinações de TRANSITIVIDADE, MODO e TEMA (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2014; FIGUEREDO, 2011) e como a gramatica organiza o texto argumentativo no RPG. Os resultados da análise apontam que o texto é composto por uma ou mais ocorrências da unidade chamada fase argumentativa. Esta, por sua vez, é composta pelas ondas de informação de Início, Meio e Final. No Início temos a ocorrência de elementos de chamada de atenção e apresentação do fato/oferta. No Meio, encontramos três tipos de argumentos: promotor, refutante e contra-argumento, além do questionamento/refutação ao fato/oferta. O Final pode ser explicito, com oração ou elemento interpessoal de concordância ou implícito, quando não há mais acúmulo de significado argumentativo. Estes resultados atendem às necessidades dos estudos do RPG, ao demonstrar como o potencial textual do jogo pode ser explorado; às necessidades dos estudos sobre argumentação e da LSF no que diz respeito à descrição de registros, oferecendo um perfil do registro argumentativo para usos diversos.
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    Participantes representados linguisticamente no livro de compromisso setecentista de uma Irmandade do Rosário dos Pretos sob a ótica da linguística sistêmico-funcional.
    (Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, 2013) Hoy, Giovanna Marcella Verdessi; Rodrigues Júnior, Adail Sebastião
    As Irmandades de Nossa Senhora do Rosário foram espaços importantes para os negros em Minas Gerais e, em geral, para toda a população brasileira, durante o período colonial. Os Livros de Compromissos sobressaíram-se em meio à massa documental que trata das Irmandades. Neles constam as regras dessas instituições e vários são os temas abordados, emergindo uma série de aspectos dos contextos em que foram produzidos. Foi esse tipo de documentação que nos interessou e nos fez olhar para a sua linguagem, para as representações experienciais dos negros e brancos. Posto isto, o objetivo geral desta pesquisa é identificar e analisar os participantes representados linguisticamente no Livro de Compromisso da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos pretos da freguesia de São Caetano, datado em 1762, que constitui o corpus desta pesquisa, doravante LC. Para isso, utilizamos o sistema de transitividade proposto em Halliday e Matthiessen (2004) pelo qual o mundo experiencial dos falantes é instanciado no texto ao ser realizado pela lexicogramática. Os resultados mostraram que participantes negros e brancos realizados explicitamente pela lexicogramática foram representados em um número pequeno, apenas cinco negros, e dois brancos. Igualmente, os participantes negros e brancos implícitos, identificados pelos contextos, também foram poucos, dois de cada um deles. Quando os negros foram participantes explícitos, suas funções foram atribuir qualidades a outros participantes nos papeis de atributos, classificadores ou qualificadores. Por outro lado, quando os participantes negros foram representados implicitamente, eles desempenharam papeis semânticos mais ativos, como os de ator. Em relação aos participantes brancos, tanto aqueles representados explicitamente, quanto aqueles representados implicitamente, três dos quatro desempenharam a função de dizente. Essa função destaca o papel de uma pessoa branca que teria voz entre os negros para orientá-los em suas obrigações e para requerer ações jurídicas. Um branco no papel de dizente mostra parte das ideologias de uma sociedade marcada pela escravidão que via o negro como fonte de problemas e que, ainda, o impedia de ter representação jurídica. Em suma, constatamos que a maior preocupação dos redatores do LC foi representar participantes relacionados a cargos e funções, sem especificações sociais. Porém, os contextos estão no texto porque são instanciados nele e, por isso, os resultados das análises mostraram algumas questões sociais naqueles participantes que identificamos como negros ou brancos explicitamente na lexicogramática, ou implicitamente quando recorremos às informações contextuais.