DELET - Departamento de Letras

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    Uma retórica primordial : de Górgias de Leontini à projeção discursiva dos Black Blocs.
    (2017) Galinari, Melliandro Mendes; Oliveira, Gabriela Nascimento Rossi de
    Este artigo apresenta uma definição de Retórica a partir da obra de Górgias de Leontini, um dos mais importantes sofistas em atividade na Atenas do século V a.C. Além disso, busca demonstrar a influência de suas reflexões no pensamento de Friedrich Nietzsche para, em seguida, conectá-las à Análise Argumentativa do Discurso, tal como postulada por Ruth Amossy. Esse percurso teórico tem como objetivo resgatar uma concepção alternativa do processo argumentativo, não o reduzindo ao mapeamento exaustivo de técnicas conscientes ou tipos de argumento, como fazem algumas perspectivas herdeiras da vertente aristotélica e perelmaniana. Assim, tem-se como problema central a busca por uma definição de Retórica cada vez mais compatível com a abordagem de todo e qualquer mecanismo da estrutura da linguagem (modalizações, estruturas narrativas, ritmo etc.), o que ultrapassa a observação de tipologias de argumentos de caráter lógico ou quase-lógico. Como resultado teórico, mostra-se que a Retórica está ligada, primordialmente, à não transparência e à opacidade do discurso, o que implica em associá-la ao fato de a linguagem, em toda a sua estrutura material, não coincidir com o real. Para colocar em prática as reflexões teóricas desenvolvidas, o artigo faz uma sucinta análise de uma reportagem presente em uma revista brasileira (Revista Época), cujo tema é a atuação dos Black Blocs nas manifestações que tomaram as ruas do Brasil a partir de junho de 2013.
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    Os “black-blocs” brasileiros : vândalos ou ativistas? A construção retórico-discursiva em revistas brasileiras.
    (2015) Oliveira, Gabriela Nascimento Rossi de; Galinari, Melliandro Mendes
    No início de junho de 2013, inúmeras manifestações populares ocorreram nas principais capitais do Brasil, abrangendo vários temas como o aumento anunciado dos preços das taxas de transportes, os gastos públicos em eventos esportivos internacionais, a má qualidade dos serviços públicos e a corrupção política em geral. Durante as Jornadas de Junho, “ataques diretos” foram alvos de críticas: políticos e os grandes grupos de comunicação brasileiros noticiaram os protestos mais violentos sob o rótulo de “vandalismo", enquanto muitos jornais internacionais como o portal francês Rue89, criticaram a cobertura de massa do Brasil como parcialmente a favor da “versão oficial”. Diante disso, os Black-Blocs entraram na “ordem do dia” no Brasil, ocupando as ruas e as manchetes de jornais e revistas como até então nunca acontecera, o que, por um lado, denota sua presença marcante nas manifestações e, por outro, um investimento midiático na construção de sua imagem. Nesse sentido, esta dissertação tem como objetivo identificar, mapear e analisar as imagens do que se convencionou chamar de “Black-Bloc” em discursos midiáticos. A estrutura metodológica é norteada pelos procedimentos gerais da AD, a partir da seleção e organização do corpus de um total de 4 (quatro) reportagens cujo tema central são os Black-blocs, no período de junho a novembro de 2013 nas revistas Veja, Carta Capital, Época e Caros Amigos. O trabalho partiu de estudos da retórica antiga e da apropriação desse referencial realizada por Ruth Amossy no quadro contemporâneo da Análise do Discurso. Em seguida, foram levantados os dados sobre as condições de produção do corpus selecionado. Por fim houve a identificação, mapeamento e análise das formas referenciais presentes no corpus, assim como dos mecanismos de descrição e narração; e análise do funcionamento argumentativo desses elementos textuais com base nas suas condições institucionais de produção. Como resultado, temos duas imagens próximas e negativas dos Black-blocs em Época e Veja e outras duas imagens próximas e positivas da tática Black-bloc em Carta Capital e Caros Amigos com nuances que variam conforme às noções de visada e dimensão argumentativa em cada discurso. Verificamos também particularidades que giraram em torno de um ethos pretenso e ethos possíveis a partir de diferentes auditórios, e o mesmo em relação a um pathos pretendido e pathos possíveis em públicos distintos. Ao final do trabalho, acreditamos que o discurso jornalismo com seu poder simbólico, deve ser uma ferramenta para potencializar uma forma de organização social que possibilite a emancipação dos seres humanos ao contrário de uma naturalização das relações sociais hegemônicas sob o domínio da burguesia e do modo de produção capitalista.