DELET - Departamento de Letras
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Item Memória, diário e romance em o Amanuense Belmiro.(Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Justino, Aliny Santos; Machado, Carlos Eduardo LimaEssa pesquisa concentra-se na abordagem da memória como temática e parte decisiva da construção literária de O amanuense Belmiro, romance de Cyro dos Anjos, publicado em 1937. Nesse romance, temos toda a construção de uma realidade conflituosa, em que a memória exercerá um papel estruturador. O narrador-personagem, Belmiro Borba, está empenhado em escrever suas memórias, porém, o presente se insinua e seu projeto inicial termina em diário. Contudo, ao escrever sobre o presente, Belmiro não consegue evitar as constantes evocações ao seu passado. Assim, o romance incorpora o diário e as memórias em sua estrutura. A partir disso, temos por objetivo inicial, a caracterização da obra através da apresentação das formulações de Bakhtin a esse respeito. Como a narrativa em questão aborda uma relação entre o projeto memorialístico desejado por Belmiro e a elaboração do diário que ele engendra, esse trabalho também se propõe a realizar uma leitura comparativa entre O amanuense Belmiro e A menina do sobrado (1979), obra memorialística do mesmo autor, no intuito de analisar as fronteiras entre romance e memória. Em seguida, trataremos das relações que o romance estabelece entre ficção, autobiografia e representação da memória. Nesse sentido, nosso objetivo é analisar a tematização da memória – através das reflexões do personagem sobre o passado e a memória, além da associação entre memória e imaginação –, a intrínseca relação entre realidade, ficção e imaginário e a relação entre o diário e o projeto de memórias, que se inserem no romance. Tendo em vista a riqueza das relações intertextuais contidas no romance, também analisaremos a dimensão da memória, sob o viés da mnemônica intertextual. Para finalizar, analisaremos a fortuna crítica do romance, selecionando as leituras críticas que julgamos mais relevantes e contrapondo à nossa interpretação.