DELET - Departamento de Letras
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Item O livro didático e os privilégios da branquitude na formação de professores de Língua Inglesa.(2021) Drumond, Erick Soares; Gonçalves, Clézio Roberto; Gonçalves, Clézio Roberto; Muniz, Kassandra da Silva; Araujo, Ridalvo Felix deEste trabalho é fruto de observações advindas da sala de aula da Educação Básica com relação a episódios de desvalorização da identidade negra e de supervalorização da identidade branca por parte dos estudantes. Nesse sentido, buscou-se investigar de que maneira o livro didático utilizado no curso de formação de professores de língua inglesa da Universidade Federal de Ouro Preto pode ser um instrumento de apoio e fomento à discussão étnico-racial, capaz de preparar o professor para incorporar esse debate às suas aulas. Para isso, buscou-se traçar a construção das identidades raciais no Brasil com ênfase na denúncia à tratativa dada a brancos no processo de construção do nosso país em detrimento da busca constante por apagamento da identidade negra. Então, através do arcabouço teórico da linguística aplicada crítica e das teorias relacionadas à temática étnico-racial, foram analisadas imagens de três volumes da quarta edição da coleção New Headway, adotada no curso de formação de professores de língua inglesa da Universidade Federal de Ouro Preto, sempre com um olhar atento aos momentos em que há a perpetuação dos privilégios simbólicos (associação dessa identidade à beleza, ao sucesso e à inteligência) e materiais (o acúmulo de bens e o acesso à educação, saúde e emprego) dos quais usufruem a branquitude. A partir de nossas investigações, percebeu-se que os volumes analisados trazem pessoas brancas representadas quase que na totalidade de suas páginas, ao passo em que a identidade negra aparece com muito menos frequência e quase sempre associada à presença de brancos. Além disso, essas páginas refletem os privilégios da branquitude e trazem essa identidade ocupando espaços designados unicamente a ela no decorrer do material. Embora em poucos momentos a identidade negra apareça refletida em alguma profissão menos popular ou gozando de algum espaço de chefia, essa presença se dá sem qualquer fomento ao debate étnico-racial, fazendo com que o material invisibilize essa diferença, o que acaba servindo como um dispositivo que alimenta os mitos da meritocracia e da democracia racial. As imagens mostram um lugar de prazer e encantamento e ocultam as barreiras que impedem que outras identidades raciais usufruam de tudo isso, sendo a principal delas o racismo estrutural que acaba por ser a base da construção das nossas relações e leituras de mundo.