DELET - Departamento de Letras
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Item “Let me in!” : narrativa, identidade e olhar em Wuthering Heights.(2018) Andrade, Raquel de Matos; Galery, Maria Clara Versiani; Perpétua, Elzira Divina; Oliveira, Natália Fontes de; Galery, Maria Clara VersianiLet me in! (“Deixe-me entrar!”) é o grito de Cathy, fantasma que vaga solitária pela charneca, e que quer entrar em Wuthering Heights. Porém, é também o grito do outsider que gostaria de ser incluído; da mulher que quer ser parte da sociedade, tendo escolhas e oportunidades; da mulher que quer acesso à educação, aos livros, à escrita, ao poder de olhar (e não apenas ser olhada); da mulher que quer usar a sua voz, sem precisar de um pseudônimo masculino ou de um narrador intermediário que controle o fluxo e o tempo de sua fala. Muito mais do que uma história de amor, Wuthering Heights parece ser uma narrativa de busca por inclusão, por identidade e por autonomia. Neste trabalho, busco encontrar no romance de Emily Brontë e em três de suas adaptações fílmicas (1939, 1992 e 2011) elementos que corroborem a ideia de que tanto a autora quanto os diretores mostram, por meio de suas obras, elementos das sociedades que lhes são contemporâneas. Para isto, recorro à Aleida Assmann e Halbwachs, entre outros teóricos, e busco elementos feministas e pós-coloniais no romance e nos filmes, para compreender como a arte traz em si aspectos das sociedades nas quais está inserida. O outsider visto em Heathcliff e o filme de Andrea Arnold (2011) parecem dialogar com estudos pós-coloniais, considerando o personagem de Brontë como um possível imigrante. O casamento de Cathy, no qual ela encontra sua decadência física e emocional, a relação das mulheres com a linguagem e o olhar, são aspectos que estão presentes no romance e nas adaptações e parecem mostrar essa busca por aceitação, autonomia e inclusão.