DELET - Departamento de Letras

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    "Mariana" -1871-, de Machado de Assis : escravidão e racismo à brasileira.
    (2022) Vieira, Joyce Pereira; Agnolon, Alexandre
    O presente artigo tem como objetivo principal discutir, a partir do conto “Mariana” (1871), como Machado de Assis incorporou elementos históricos na representação da escravidão e do racismo brasileiro em textos ficcionais. É nosso intento demonstrar, partindo do dialogismo e do discurso polifônico (BAKHTIN, 2018) e da crítica realizada por Coutinho (1990), Chalhoub (2020), Rocha (2013), Gledson (2003), Schwarz (2012), nos escritos do autor fluminense, atento às transformações históricas e sociais do Brasil oitocentista, a visão de um mundo escravocrata, ao estilo brasileiro, numa perspectiva crítica do autor.
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    O artífice e o poeta : os epigramas plástico-eróticos de Rufino e a emulação nas artes.
    (2021) Agnolon, Alexandre
    O presente artigo tem como foco Rufino, poeta grego sobre o qual pouco se sabe, cujos poemas supérstites estão conservados no quinto livro da Antologia Grega ou Palatina. Meu objetivo principal é discutir um certo conjunto de epigramas em que o poeta descreve tipos femininos cujas graças rivalizam com as deusas – em alguns deles, inclusive, o poeta reelabora em chave epigramática o tema do Julgamento de Páris –, com o intento de demonstrar que, ao emular pintores e escultores, Rufino, em seus poemas plástico-eróticos, põe em cena aspectos importantes relacionados à composição artística de um modo geral baseados na emulação, de maneira que, por tudo isso, seus epigramas não seriam somente eróticos, mas comportariam também uma dimensão programática.
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    Discurso e imagem, ekphrasis e retrato : algumas fontes teóricas antigas.
    (2020) Agnolon, Alexandre
    O artigo trata da relação entre a preceptística retórica antiga – particularmente doutrinas relacionadas às imagines – e a composição literária antiga; mediante exemplos de Progymnasmata, uma série de tratados escolares de autoria de vários rétores gregos, como Aftônio, Hermógenes e Teão, discute a construção de imagens verbais e a importância desses exercícios escolares para a formação de oradores e poetas; e, além disso, arrola outros exemplos, retirados da Retórica a Herênio, de autoria anônima, do Sobre a Invenção de Cícero, do Tratado da Imitação de Dionísio de Halicarnasso e das Instituições Oratórias de Quintiliano. O objetivo fundamental do artigo é demonstrar três pontos de fundamental importância: a) que a imagem, na chave do exemplum, demonstra a proximidade das artes no que se refere a seus processos de composição que, por seu turno, associam-se ao binômio imitação/emulação; b) que, como não eram simples ornato, as imagens verbais poderiam contribuir positivamente para a eficácia do discurso, uma vez que, geradoras de pathos, convertiam-se em estratégia elocutiva eficiente para a causa; e c) o uso recorrente da Ekphrasis e do Retrato na prática de prosadores e poetas helenísticos e romanos.
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    Crítica de poesia e de poetas na elegia Amores 2, 6 de Ovídio.
    (2018) Agnolon, Alexandre
    O presente artigo tem como objetivo principal apresentar tradução poética inédita da elegia Amores 2, 6 de Ovídio – a famosa elegia sobre a morte do papagaio de Corina. Buscar-se-á demonstrar que o bem-humorado poema de Ovídio emprega a paródia e outras estratégias tópicas fundamentais pertencentes às convenções helenísticas para tecer crítica de poesia e de poetas.
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    Da tragédia ao romance : Os Maias (1888) de Eça de Queirós e a descrição do espaço como alegoria trágica.
    (2018) Agnolon, Alexandre
    O presente artigo tem como objetivo principal discutir, a partir da ékphrasis do casarão da família Maia, presente no início do romance Os Maias (1888) de Eça de Queirós, elementos que, estruturantes, convertem o espaço em alegoria que não somente é capaz de mimetizar o caráter das personagens, mas sobretudo, oráculo que é, figurar seu destino, especialmente dos protagonistas do romance português. É nosso intento demonstrar, pois, particularmente na descrição do espaço, a sobrevida de elementos típicos da tragédia antiga no romance de Eça de Queirós, entendidos como fundamentais para sua carga significativa.
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    Hic ego dux milesque bonus : as armas de eros na Elegia Romana.
    (2016) Agnolon, Alexandre
    O presente artigo tem como objetivo principal discutir a representação de Eros na elegia romana a partir de exemplos tomados de poetas como Tibulo, Propércio e Ovídio. Buscar-se-á demonstrar que a imago do deus entre os poetas elegíacos romanos serve tanto para figurar, alegoricamente, a própria poesia elegíaca e o sofrimento amoroso, pois que o deus figura a militia amoris e a seruitium amoris, como para representar o éthos da persona loquens elegíaca. Nesse sentido, Eros, bem como a incorporação, em dimensão poética, de imagens de natureza bélica, é expediente programático, já que mediante estratégia visualizante os poetas elegíacos figuravam princípios retórico-poéticos do gênero.
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    Os biblioepigramas do livro Apoforeta, de Marcial.
    (2015) Agnolon, Alexandre
    O objetivo do artigo é apresentar tradução poética inédita de quatorze epigramas pertencentes ao livro Apoforeta, segundo as edições modernas, o décimo quarto livro de epigramas de Marcial. Os poemas que vertemos constituem um ciclo de epigramas todo ele dedicado aos livros com que, ao londo dos banquetes das Saturnais, os convivas poderiam ser presenteados. "Poemas-cartões" que eram, remetiam, de um lado, à função originária do epigrama como "inscrição", e, de outro, conforme a subespécie "enigma", da epigramática helenística, convidavam o destinatário presente a adivinhar o que ganhara, aspecto que se relacionava com o caráter lúdico da festa. Mas também podiam os epigramas do ciclo ser compreendidos como "biblioepigramas", já que, na brevíssima descrição da obra literária, Marcial tanto fazia as vezes de poeta-filólogo, porque ao tecer juízos poéticos e retóricos assumia discurso crítico, como de poeta-bibliófilo, ao remeter o leitor à materialidade do livro. O livro como objeto indica para o leitor de hoje o matiz helenístico com que o poeta, incorporando a tradição precedente, a julgava e para o público antigo cumpria a função precípua e imediata do mimo que, em virtude das belas encadernações, devia agradar os olhos antes de tudo.