DELET - Departamento de Letras
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Item Adoráveis Cadafalsos : memória e narrativa em Nove noites de Bernardo Carvalho.(2017) Benevenutto, Luiz Fernando Etelvino; Bignotto, Cilza Carla; Bignotto, Cilza Carla; Guimarães, Raquel Beatriz Junqueira; Agnolon, AlexandreEsta dissertação tem como objetivo analisar o romance Nove Noites de Bernardo Carvalho. Baseado em fatos reais, Nove Noites conta a história de um antropólogo americano que se matou na década de 1930 no Brasil, enquanto pesquisava os índios Krahô do alto Xingu. Um jornalista tenta, sessenta e dois anos depois, descobrir o que levou Buell Quain a se matar. Em contrapartida, há a narração de Manoel Perna, confidente do antropólogo, que guardou consigo durante anos o peso do segredo a respeito do suicídio de Quain. Partindo do enredo do livro, pretende-se analisar a relação estabelecida entre memória e narrativa, à medida que as narrativas são rememorações sobre o passado de Quain, interseccionadas à memória dos próprios narradores. Será feita análise dos modos composicionais da obra, com o objetivo de apreender a forma da qual a memória é representada. Por intermédio da investigação do panorama, a denominada ficção contemporânea, que delimita as condições de produção de Nove Noites, é possível entrever a escolha temática e as características gerais das técnicas empregadas na narrativa, para então ser realizado um estudo das singularidades de Nove Notes enquanto gênero, o romance, e narrativa. Através de uma profusa intertextualidade, o sexto romance de Bernardo Carvalho problematiza os limites que separam a realidade da ficção. Com isso, procura-se verificar como a própria trama encara as relações entre os discursos que praticam a verdade e o discurso ficcional, percebidos como representação da memória e da imaginação.Item O artífice e o poeta : os epigramas plástico-eróticos de Rufino e a emulação nas artes.(2021) Agnolon, AlexandreO presente artigo tem como foco Rufino, poeta grego sobre o qual pouco se sabe, cujos poemas supérstites estão conservados no quinto livro da Antologia Grega ou Palatina. Meu objetivo principal é discutir um certo conjunto de epigramas em que o poeta descreve tipos femininos cujas graças rivalizam com as deusas – em alguns deles, inclusive, o poeta reelabora em chave epigramática o tema do Julgamento de Páris –, com o intento de demonstrar que, ao emular pintores e escultores, Rufino, em seus poemas plástico-eróticos, põe em cena aspectos importantes relacionados à composição artística de um modo geral baseados na emulação, de maneira que, por tudo isso, seus epigramas não seriam somente eróticos, mas comportariam também uma dimensão programática.Item Os biblioepigramas do livro Apoforeta, de Marcial.(2015) Agnolon, AlexandreO objetivo do artigo é apresentar tradução poética inédita de quatorze epigramas pertencentes ao livro Apoforeta, segundo as edições modernas, o décimo quarto livro de epigramas de Marcial. Os poemas que vertemos constituem um ciclo de epigramas todo ele dedicado aos livros com que, ao londo dos banquetes das Saturnais, os convivas poderiam ser presenteados. "Poemas-cartões" que eram, remetiam, de um lado, à função originária do epigrama como "inscrição", e, de outro, conforme a subespécie "enigma", da epigramática helenística, convidavam o destinatário presente a adivinhar o que ganhara, aspecto que se relacionava com o caráter lúdico da festa. Mas também podiam os epigramas do ciclo ser compreendidos como "biblioepigramas", já que, na brevíssima descrição da obra literária, Marcial tanto fazia as vezes de poeta-filólogo, porque ao tecer juízos poéticos e retóricos assumia discurso crítico, como de poeta-bibliófilo, ao remeter o leitor à materialidade do livro. O livro como objeto indica para o leitor de hoje o matiz helenístico com que o poeta, incorporando a tradição precedente, a julgava e para o público antigo cumpria a função precípua e imediata do mimo que, em virtude das belas encadernações, devia agradar os olhos antes de tudo.Item Cecília in blue : a poesia de Cecília Meireles sobre os Estados Unidos.(2017) Toledo, Matheus Coelho de; Perpétua, Elzira Divina; Perpétua, Elzira Divina; Guimarães, Raquel Beatriz Junqueira; Agnolon, AlexandreEste trabalho tem interesse em estudar poemas da poeta Cecília Meireles criados em decorrência de duas viagens realizadas por ela aos Estados Unidos, a primeira no ano de 1940, a segunda em 1959. O trabalho também traz estudos de crônicas decorrentes de ambas as viagens. Como ponto de apoio ao levantamento crítico, o trabalho se interessa por possíveis fontes que possam ter embebido as criações de Meireles do ponto de vista poético como Baudelaire, Verlaine e Mallarmé, e junto deles, em menor grau, Poe e Longfellow. E também busca em Debussy, Stravinsky e Gershwin, pontos de intersecção da temática de suas criações musicais para com a poesia de Cecília Meireles. Essa parcela estadunidense da poesia e da crônica de Meireles é identificada neste trabalho realçando o seu aspecto urbano e emocionalmente afetado pela tristeza e melancolia, ressignificados na expressão “in blue”. O estudo de modo amplo realiza também um resgate memorial de uma parcela pouco conhecida de sua poesia.Item Crítica de poesia e de poetas na elegia Amores 2, 6 de Ovídio.(2018) Agnolon, AlexandreO presente artigo tem como objetivo principal apresentar tradução poética inédita da elegia Amores 2, 6 de Ovídio – a famosa elegia sobre a morte do papagaio de Corina. Buscar-se-á demonstrar que o bem-humorado poema de Ovídio emprega a paródia e outras estratégias tópicas fundamentais pertencentes às convenções helenísticas para tecer crítica de poesia e de poetas.Item Da elegia erótica romana à lírica romântica : a tradução parafrástica dos Amores, de Ovídio, por António Feliciano de Castilho (1858).(2019) Duarte, Giovani Silveira; Agnolon, Alexandre; Vieira, Brunno Vinicius Gonçalves; Costrino, Artur; Agnolon, AlexandreEsta pesquisa tem como objetivo analisar, a partir do cotejo de concepções clássicas e modernas acerca dos gêneros lírica e a elegia, de que modo a tradução parafrástica da obra Amores, de Ovídio, elaborada por António Feliciano de Castilho em 1858, privilegia a língua de chegada, o Português, e despreza os critérios tradicionais que pautavam, na Antiguidade, o gênero elegíaco, visto que o tradutor lança mão de variações diversas referentes sobretudo à métrica ao longo da obra, chegando a inclusive inserir versos que não estavam na versão latina. O trabalho não se pretende meramente comparativo, ou seja, a simplesmente cotejar ingenuamente o original e o seu correspondente em língua vernácula, com vistas a demonstrar as diferenças entre um texto e outro, mas, sim, quer sob a luz dos critérios tradutológicos explicitados no prefácio da obra pelo erudito português, quer mediante noções antigas e modernas desses gêneros poéticos, perceber a relação agonística e emulativa travada entre o poema ovidiano e a nova fatura portuguesa.Item Da tragédia ao romance : Os Maias (1888) de Eça de Queirós e a descrição do espaço como alegoria trágica.(2018) Agnolon, AlexandreO presente artigo tem como objetivo principal discutir, a partir da ékphrasis do casarão da família Maia, presente no início do romance Os Maias (1888) de Eça de Queirós, elementos que, estruturantes, convertem o espaço em alegoria que não somente é capaz de mimetizar o caráter das personagens, mas sobretudo, oráculo que é, figurar seu destino, especialmente dos protagonistas do romance português. É nosso intento demonstrar, pois, particularmente na descrição do espaço, a sobrevida de elementos típicos da tragédia antiga no romance de Eça de Queirós, entendidos como fundamentais para sua carga significativa.Item Discurso e imagem, ekphrasis e retrato : algumas fontes teóricas antigas.(2020) Agnolon, AlexandreO artigo trata da relação entre a preceptística retórica antiga – particularmente doutrinas relacionadas às imagines – e a composição literária antiga; mediante exemplos de Progymnasmata, uma série de tratados escolares de autoria de vários rétores gregos, como Aftônio, Hermógenes e Teão, discute a construção de imagens verbais e a importância desses exercícios escolares para a formação de oradores e poetas; e, além disso, arrola outros exemplos, retirados da Retórica a Herênio, de autoria anônima, do Sobre a Invenção de Cícero, do Tratado da Imitação de Dionísio de Halicarnasso e das Instituições Oratórias de Quintiliano. O objetivo fundamental do artigo é demonstrar três pontos de fundamental importância: a) que a imagem, na chave do exemplum, demonstra a proximidade das artes no que se refere a seus processos de composição que, por seu turno, associam-se ao binômio imitação/emulação; b) que, como não eram simples ornato, as imagens verbais poderiam contribuir positivamente para a eficácia do discurso, uma vez que, geradoras de pathos, convertiam-se em estratégia elocutiva eficiente para a causa; e c) o uso recorrente da Ekphrasis e do Retrato na prática de prosadores e poetas helenísticos e romanos.Item Entre o Corpo e o Tronco : a representação do jagunço de Bernardo Élis.(2021) Alves, Denise de Fátima Lessa; Agnolon, Alexandre; Agnolon, Alexandre; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Guirau, Marcelo CizaurreEsta pesquisa é uma análise ao romance O Tronco, de Bernardo Élis, escrito em 1956. A análise em questão parte da apreciação do texto literário, sua urdidura e as relações de poder sob a perspectiva da ambivalência, especialmente no cotidiano dos jagunços e da polícia, envolvidos no Massacre do Duro, ocorrido em 1918, na antiga região de Goiás. Nesse sentido, procuramos, através de uma perspectiva histórica, encontrar as origens literárias dessa personagem recorrente de nossa literatura e compreender as formas com que o autor representa as imagens dos jagunços e da polícia em seu discurso romanesco.Item Erotodidática e entrelaçamento genérico na construção do magister amoris em Ovídio : Arte de Amar, Remédios do Amor e Cosméticos para o Rosto da Mulher.(2019) Gonçalves, Marice Aparecida; Agnolon, Alexandre; Costrino, Artur; Trevisam, Matheus; Agnolon, AlexandreO trabalho que ora se apresenta visa discutir a construção poética da persona elegíaca ovidiana que se apresenta como magister amoris nas três obras didáticas do vate: Arte de Amar, Remédios do Amor e Cosméticos para o Rosto da Mulher. Para tal, serão discutidos os caminhos retóricos e poéticos basilares para a formação do caráter da fala elegíaca. Nosso estudo será embasado em três alicerces, a formação erotodidática do magister; o caráter didático da poesia amorosa ovidiana e, por fim, a construção retórico-poética de sua persona.Item Espelhos de príncipe : reflexos da virtude.(2022) Alves, Lucas Benevenuto Mitraud Vieira; Costrino, Artur; Costrino, Artur; Agnolon, Alexandre; Hansen, João AdolfoEsta pesquisa busca deslindar os aspectos que marcam a composição de textos pertencentes ao que identificamos como o gênero de espelhos de príncipe, pautado pela abordagem de noções que sirvam de instrução para aspirantes a posições de soberania. Este estudo parte da análise de três exemplares desse gênero: Sobre a Clemência, de Lucio Aneu Sêneca, Sobre os Governantes Cristãos, de Sedúlio Escoto, e O Príncipe, de Maquiavel, textos que serão cotejados com outras composições que tratam propositivamente de assuntos políticos, como A República, de Platão, e a Política, de Aristóteles. A investigação dos temas que fazem parte da elaboração dos espelhos se pautará sobretudo pelo conceito amplo de “virtude”, sendo esse um termo que, conquanto norteie a confecção dos escritos estudados, tem, em cada um, especificidades concernentes às preocupações que permeiam a escrita dos autores, tendo cada um deles um capítulo dedicado a seu espelho. Ao fim da pesquisa, a discussão partirá para uma comparação geral entre o que estabelecemos como as bases do gênero especular, sendo observadas e cotejadas as peculiaridades de cada um dos espelhos, a saber, um tom eminentemente moral presente no tratado de Sêneca, uma base sobremaneira religiosa pautada pela tradição cristã na obra de Sedúlio, e um mote de finalidade e utilidade que marca o discurso do texto de Maquiavel.Item Estudo comparativo das abreviaturas em documentos politestemunhais do testamento do rei D. Pedro II, de Portugal.(2019) Oliveira, Christiane Benones de; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Costrino, Artur; Duchowny, Alexia Teles Guimarães; Agnolon, Alexandre; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Costrino, ArturConforme se sabe, documentos manuscritos no passado recuperados pelo trabalho filológico são indispensáveis à análise de ocorrências (ou não ocorrências) de mudanças linguísticas de longa duração. Logo, este trabalho tem o objetivo de sistematizar, analisar e comparar as abreviaturas presentes nos testemunhos do testamento do rei Dom Pedro II, escrito em 1704 pelas mãos de seu amigo e confessor padre Sebastião de Magalhães, e posteriormente transcrito nas datas de 1726, 1746 e 1967. O sistema abreviativo, bem como outros fenômenos linguísticos, sofre mudanças ao longo do tempo e, para compreendê-los, é necessário o estudo exaustivo das fontes documentais em que estão inseridos. Para atingir os resultados almejados, a metodologia aplicada baseou-se no estudo comparativo. Buscamos, por meio dessas análises, abarcar os caminhos filológicos e paleográficos percorridos por esses documentos ao longo das suas transmissões com a intenção de vislumbrar as normas e escolhas dos copistas realizadas para o emprego do sistema abreviativo ao longo da decorrência das publicações dos testemunhos. Concluímos que, possivelmente, até a edição do testemunho do ano de 1746, o uso de abreviaturas em documentos oficiais portugueses era feito conforme o estilo de escrita e a formação intelectual do copista, não havendo, ainda, normas que regiam tais escolhas. Contudo, a edição do documento de 1967, conforme explicado ao longo da dissertação, foi realizada a partir de normas que ditavam o desdobramento das palavras abreviadas.Item Hic ego dux milesque bonus : as armas de eros na Elegia Romana.(2016) Agnolon, AlexandreO presente artigo tem como objetivo principal discutir a representação de Eros na elegia romana a partir de exemplos tomados de poetas como Tibulo, Propércio e Ovídio. Buscar-se-á demonstrar que a imago do deus entre os poetas elegíacos romanos serve tanto para figurar, alegoricamente, a própria poesia elegíaca e o sofrimento amoroso, pois que o deus figura a militia amoris e a seruitium amoris, como para representar o éthos da persona loquens elegíaca. Nesse sentido, Eros, bem como a incorporação, em dimensão poética, de imagens de natureza bélica, é expediente programático, já que mediante estratégia visualizante os poetas elegíacos figuravam princípios retórico-poéticos do gênero.Item José Craveirinha : percursos de uma poética inquieta.(2019) Vieira, Gabriel Pereira; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Said, Roberto Alexandre do Carmo; Agnolon, Alexandre; Maciel, Emílio Carlos RoscoeEsta dissertação se propõe a explanar a obra do poeta moçambicano José Craveirinha. Figura central na produção literária africana de língua portuguesa, Craveirinha consegue conciliar em sua poesia a alteridade típica da poesia engajada e a subjetividade pungente de uma lírica intimista e recolhida. Dessa forma, sua literatura transita entre a memória individual e a coletiva. Além dos aspectos memorialísticos, são apresentados alguns aspectos formais e linguísticos imprescindíveis a uma compreensão holística de sua obra literária, aqui dividida em três partes. A divisão levou em consideração a influência de cada uma das referidas memórias nos versos, a predominância do ‘nós’ ou do ‘eu’, a evolução estético-formal dos poemas e a temática prevalente nos livros. O conjunto da obra daquele que é comumente considerado o maior poeta de seu país permite que se traga à tona debates importantes sobre temas como racismo, identidade nacional, fraternidade entre povos, liberdade, solidão e morte.Item "Mariana" -1871-, de Machado de Assis : escravidão e racismo à brasileira.(2022) Vieira, Joyce Pereira; Agnolon, AlexandreO presente artigo tem como objetivo principal discutir, a partir do conto “Mariana” (1871), como Machado de Assis incorporou elementos históricos na representação da escravidão e do racismo brasileiro em textos ficcionais. É nosso intento demonstrar, partindo do dialogismo e do discurso polifônico (BAKHTIN, 2018) e da crítica realizada por Coutinho (1990), Chalhoub (2020), Rocha (2013), Gledson (2003), Schwarz (2012), nos escritos do autor fluminense, atento às transformações históricas e sociais do Brasil oitocentista, a visão de um mundo escravocrata, ao estilo brasileiro, numa perspectiva crítica do autor.Item O mundo invertido : anatomia do sujeito burguês em Um jogador, de Dostoiévski.(2020) Araujo, João Marcos Cilli de; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Agnolon, Alexandre; Souza, Nabil Araújo deO objetivo desta pesquisa é realizar uma leitura da obra Um jogador (1867), de Fiódor Dostoiévski, apontando-a como um exercício de crítica à ideologia burguesa. Para tanto, investiga-se os precursores literários do narrador, jovem educador a serviço de um general decadente. Eles são encontrados nos preceptores da literatura europeia dos séculos XVIII e XIX - mais especificamente Läuffer (protagonista da peça O preceptor, de Lenz) e Julien Sorel (personagem principal de O vermelho e o negro, de Stendhal) - e no tipo do homem supérfluo, abundante na literatura russa do século de Dostoiévski. Num segundo momento, busca-se uma análise das representações feitas a respeito dos sujeitos burgueses ocidentais ao longo da narrativa, de modo a sublinhar o potencial crítico das mesmas. Por fim, intenta-se compreender o romance de Dostoiévski em seus elementos carnavalizados, com o fito de reconstruir uma crítica à crença na agência humana e o flerte, na narrativa, com certo materialismo do encontro. Embora tente-se uma leitura em câmera lenta do romance de Dostoiévski, a perspectiva adotada na pesquisa é aquela da Literatura-Mundial, o que faz com que, a todo momento, busque-se compreender as relações entre a obra e suas precursoras da Europa Ocidental (principalmente aquelas produzidas na França), bem como seus possíveis paralelos com outras literaturas da (semi)periferia do capitalismo, tais quais a brasileira e a japonesa.Item Museu de fantasmas : mito, política e representação na tetralogia do poder de Aleksandr Sokurov.(2017) Vieira, Jorge Augusto Moutella de Campos; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Agnolon, Alexandre; Fonseca, Jair Tadeu da; Maciel, Emílio Carlos RoscoeA presente dissertação tem por objeto a Tetralogia do Poder, um conjunto de quatro filmes do diretor russo Aleksandr Sokurov: Moloch, Taurus, O Sol e Fausto. Nosso principal objetivo é o de desvelar as relações que os filmes mantêm entre si e que sustentam o caráter seriado do estudo sobre o Poder do diretor russo. Nesse sentido, coube-nos esclarecer, conforme a desenhávamos, a figura do Poder que o mosaico da Tetralogia nos oferece. Para isso, partimos da hipótese de que os filmes de Sokurov têm como tema principal e eixo condutor os comércios e os embates entre o laicizado Estado soberano nacional moderno e a teologia. A partir disso, passamos a investigar a divisão entre o caráter público e o caráter privado do poder representada nos três primeiros filmes, bem como os procedimentos formais utilizados pelo diretor russo. Depois, passamos a investigação do filme Fausto, atentando para as diferenças e semelhanças entre este e as três obras precedentes. Retomamos ainda as condições culturais da modernidade para o surgimento do mito do Fausto, estendendo a análise dos quatro filmes, assim, para as relações que o poder mantém com as formas de representação e os lugares de legitimação dos discursos. Concluímos, pois, que os quatro filmes conformam um discurso que relativiza a perspectiva histórica dos discursos dados, do senso-comum sobre inimigos das “repúblicas democráticas”, a saber, Hitler, Lênin, Hirohito. Contudo, essa relativização não serve ao propósito de enaltecer ou elogiar os derrotados, senão ao propósito de revelar os mecanismos políticos que aproximam “vítimas” e “algozes”, mostrando-os como beneficiários contenciosos dos mesmos pactos diabólicos, iludidos cada qual com seus paraísos ideais.Item “O oráculo” (1866) e “A cartomante” (1884) de Machado de Assis : logro, engano e a tradição clássica.(2022) Vieira, Joyce Pereira; Agnolon, Alexandre; Brandão, Jacyntho Lins; Agnolon, Alexandre; Brandão, Jacyntho Lins; Rosa, Victor Luiz da; Hansen, João AdolfoO presente trabalho tem como objetivo principal discutir, a partir dos contos “O oráculo” (1866) e “A cartomante” (1884), a forma como Machado de Assis utiliza a ideia do oracular em textos ficcionais. É nosso intento demonstrar que o oracular é utilizado como forma de logro, numa leitura parodística que mistura humor e ironia, configurando uma estratégia literária de antecipação da narrativa através de sinais implícitos no decorrer das histórias. Partindo do dialogismo e do discurso polifônico (BAKHTIN, 2018) e da técnica clássica aemulatio, posteriormente aplicada a Machado através da “poética da emulação” (ROCHA, 2013), pretendemos também evidenciar a origem de tal estratégia em textos da tradição literária clássica nos escritos do autor fluminense.Item Para além dos contos de fadas : oralidade e aclimatação em Contos da Carochinha.(2020) Silva, Natasha Castro; Bignotto, Cilza Carla; Bignotto, Cilza Carla; Agnolon, Alexandre; Raffaini, Patricia TavaresO livro Contos da Carochinha, de Alberto Figueiredo Pimentel, lançado em 1894 pela Livraria Quaresma, ficou conhecido como uma das obras precursoras para o público infantil no Brasil. As narrativas presentes nessa obra contêm várias histórias extraídas de livros europeus, como as histórias compiladas pelos irmãos Grimm e por Charles Perrault, mas que são adaptadas ao contexto brasileiro. Com 53 narrativas curtas, escritas em linguagem próxima à dos registros orais, a obra agradou gerações de leitores brasileiros, tornando-se modelo não apenas de coletânea de estórias maravilhosas publicadas no suporte livro, mas também de livro para crianças. Assim, o objetivo do presente estudo é analisar os traços da oralidade, observando como recursos na escrita recuperam a tradição oral na versão brasileira. Além disso, buscamos observar como o autor, por meio de elementos típicos brasileiros e de seu repertório cultural, deu uma nova identidade às histórias, ainda que tenha mantido as estruturas das narrativas provindas, sobretudo, da Europa. Dessa forma, acredita-se que Pimentel, ao ter inserido elementos orais e brasileiros, renovou os contos de fadas e configurou uma memória própria da obra, quando recontada no ambiente brasileiro.