DEMSC - Artigos publicados em periódicos
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Item Estimativas do risco cardiovascular em dez anos na população brasileira : um estudo de base populacional.(2021) Malta, Deborah Carvalho; Pinheiro, Pedro Cisalpino; Teixeira, Renato Azeredo; Machado, Ísis Eloah; Santos, Filipe Malta dos; Ribeiro, Antônio Luiz PinhoFundamentos: As doenças cardiovasculares são a principal causa de morbimortalidade, altos custos com saúde e perdas econômicas importantes. O escore de Framingham tem sido amplamente utilizado para estratificar o risco dos indivíduos avaliados, identificando aqueles com risco maior para que sejam implementadas medidas de prevenção direcionadas para esse grupo. Objetivo: Estimar o risco cardiovascular em 10 anos da população brasileira adulta. Métodos: Estudo transversal, utilizando dados laboratoriais de uma subamostra da Pesquisa Nacional de Saúde. Para calcular o risco cardiovascular, utilizou-se o escore de Framingham, estratificado por sexo. Resultados: A maioria das mulheres (58,4%) apresentou baixo risco cardiovascular, 32,9%, risco médio e 8,7%, risco elevado. Entre homens, 36,5% apresentaram risco cardiovascular baixo, 41,9%, risco médio e 21,6%, risco elevado. O risco aumentou com a idade e foi elevado na população com baixa escolaridade. A proporção dos componentes do modelo de Framingham, por grupos de risco e sexo, mostra que, no risco elevado entre mulheres, os indicadores que mais contribuíram para o risco cardiovascular foram: a pressão arterial sistólica, colesterol total, HDL, diabetes e tabagismo. Entre homens, pressão arterial sistólica, colesterol total, HDL, tabagismo e diabetes. Conclusão: Trata-se do primeiro estudo nacional com dados laboratoriais a estimar o risco de doença cardiovascular em dez anos. Os escores de risco são úteis para subsidiar as práticas de prevenção dessas doenças, considerando o contexto clínico e epidemiológico.Item Doenças crônicas não transmissíveis e mudanças nos estilos de vida durante a pandemia de COVID-19 no Brasil.(2021) Malta, Deborah Carvalho; Gomes, Crizian Saar; Barros, Marilisa Berti de Azevedo; Lima, Margareth Guimarães; Almeida, Wanessa da Silva de; Sá, Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira de; Prates, Elton Junio Sady; Machado, Ísis Eloah; Silva, Danilo Rodrigues Pereira da; Werneck, André de Oliveira; Damacena, Giseli Nogueira; Souza Junior, Paulo Roberto Borges de; Azevedo, Luiz Otávio; Romero, Dália Elena; Szwarcwald, Célia LandmannObjetivo: Comparar as mudanças de estilos de vida durante a pandemia COVID-19, segundo a presença ou não de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em adultos brasileiros. Métodos: Estudo transversal, com dados da pesquisa ConVid — Pesquisa de Comportamentos, realizada entre abril e maio de 2020. Avaliaram-se as variáveis estilo de vida e presença de uma ou mais DCNT (diabetes, hipertensão, doença respiratória, doença do coração e câncer). As características sociodemográficas foram usadas como ajuste. Calcularam-se as frequências relativas e os intervalos de confiança (IC) de 95% das variáveis antes da e durante a pandemia. Para a comparação de grupos, sem ou com DCNT, estimaram-se as prevalências e razões de prevalência bruta e ajustada (RPa) utilizando a regressão de Poisson. Resultados: Houve redução da prática de atividade física (60% nos sem DCNT e 58% nos com DCNT) e do consumo de hortaliças (10,8% nos sem DCNT e 12,7% nos com DCNT). Verificou-se aumento no tempo de uso de televisão e computador/tablet (302 e 43,5% nos sem DCNT e 196,5 e 30,6% nos com DCNT, respectivamente); consumo de congelados (43,6% nos sem DCNT e 53,7% com DCNT), salgadinhos (42,3% sem DCNT e 31,2% com DCNT) e chocolate (14,8% sem DCNT). Durante a pandemia, portadores de DCNT apresentaram menor prática de atividade física suficiente (RPa = 0,77; IC95% 0,65 – 0,92), maior hábito de assistir à televisão (RPa = 1,16; IC95% 1,08 – 1,26) e menor consumo de hortaliças (RPa = 0,88; IC95% 0,81 – 0,96). Conclusão: Evidenciou-se que adultos com DCNT tiveram seus estilos de vida mais alterados durante a pandemia de COVID-19.Item Fatores associados ao aumento do consumo de cigarros durante a pandemia da COVID-19 na população brasileira.(2021) Malta, Deborah Carvalho; Gomes, Crizian Saar; Souza Junior, Paulo Roberto Borges de; Szwarcwald, Célia Landmann; Barros, Marilisa Berti de Azevedo; Machado, Ísis Eloah; Romero, Dália Elena; Lima, Margareth Guimarães; Silva, Alanna Gomes da; Prates, Elton Junio Sady; Cardoso, Laís Santos de Magalhães; Damacena, Giseli Nogueira; Werneck, André Oliveira; Silva, Danilo Rodrigues Pereira da; Azevedo, Luiz OtávioMedidas de distanciamento social adotadas em diversos países para mitigar o impacto da pandemia de COVID-19 podem acarretar efeitos indesejáveis sobre a saúde e o comportamento das populações. Este estudo objetivou in- vestigar o comportamento de fumar na população adulta brasileira durante a pandemia de COVID-19 e analisar os fatores associados ao aumento do consumo de cigarro. Foi realizado um inquérito virtual e a amostra final cor- respondeu a 45.160 indivíduos. Foram utilizados pesos de pós-estratificação e calculadas as razões de prevalência (RP) brutas e ajustadas por sexo, idade e escolaridade, e os respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%). Mo- delos de regressão de Poisson com variância robusta foram aplicados para a análise de associação entre o aumento do consumo de cigarros e as variáveis sociodemográficas e as relativas à adesão ao distanciamento social, qualidade do sono, estado de ânimo, alteração no trabalho e nos rendimentos. A preva- lência de fumantes foi de 12% (IC95%: 11,1-12,9), dos quais 34% relataram aumento no consumo de cigarros. Esse aumento foi maior entre as mulheres (RP = 1,27; IC95%: 1,01-1,59) e entre indivíduos com o Ensino Médio in- completo (RP = 1,35; IC95%: 1,02-1,79). O aumento do consumo de cigarros esteve associado à piora da qualidade do sono, sentir-se isolado dos familiares, triste ou deprimido, ansioso, ficar sem rendimentos e pior avaliação do estado de saúde. Estratégias de promoção da saúde, de prevenção do uso e de incenti- vo à cessação do consumo de cigarros, bem como intervenções em saúde men- tal, devem ser continuadas e reforçadas no contexto de distanciamento social durante a pandemia de COVID-19.Item Fatores associados ao LDL-Colesterol aumentado na população adulta brasileira : Pesquisa Nacional de Saúde.(2021) Sá, Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira de; Machado, Ísis Eloah; Bernal, Regina Tomie Ivata; Malta, Deborah CarvalhoO estudo analisou os fatores associa- dos ao LDL-Colesterol aumentado na população adulta brasileira. Estudo transversal com dados laboratoriais de 8.534 indivíduos coletados na Pesquisa Nacional de Saúde. Calculadas as pre- valências de LDL-Colesterol <130 e ≥130 mg/ dL. A variável desfecho foi LDL-Colesterol au- mentado (≥130 mg/dL) e as variáveis explica- tivas foram sociodemográficas, antropométricas, estilo de vida, doenças crônicas e autoavaliação de saúde. Para verificar as associações, utilizou- se regressão de Poisson e estimou-se as razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança (IC) 95%. A prevalência de LDL-Colesterol aumen- tado foi 18,58%. No modelo final multivariado associaram-se ao desfecho: idade entre 30 a 44 anos (RP 1,99; IC 1,58–2,54), 45 a 59 anos (RP 2,89; IC 2,29–3,64) e 60 anos ou mais (RP 2,90; IC 2,29–3,68), região Nordeste (RP 1,16; IC 1,02–1,32), sobrepeso (RP 1,32; IC 1,15–1,51), obesidade (RP 1,41; IC 1,19–1,65) ou anemia (RP 0,66; IC 0,54–0,80). O LDL-Colesterol au- mentado associou-se ao envelhecimento, sobre- peso, obesidade, morar na região Nordeste e ter anemia. Monitorar os níveis de LDL é importan- te, pelo risco aumentado com envelhecimento, para orientar ações de estilos de vida saudáveis e diagnóstico em locais de menor acesso.Item Fatores associados à doença renal crônica segundo critérios laboratoriais da Pesquisa Nacional de Saúde.(2020) Aguiar, Lilian Kelen de; Ladeira, Roberto Marini; Machado, Ísis Eloah; Bernal, Regina Tomei Ivata; Moura, Lenildo de; Malta, Deborah CarvalhoObjetivo: Identificar a prevalência da taxa de filtração glomerular estimada pelo clearance da creatinina endógena (estimativa da taxa de filtração glomerular — eTFG) menor que 60 mL/min/1,73 m2 no Brasil e os fatores associados. Métodos: Trata-se de um inquérito epidemiológico transversal de base domiciliar. Os dados foram obtidos em subamostra de participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2013, na qual foi feita coleta de sangue para medida de creatinina plasmática e calculado a eTFG (n = 7.457). Os grupos de variáveis explicativas foram: características sociodemográficas, estilos de vida, doenças crônicas, antropometria e avaliação de saúde. Foram estimadas as prevalências de eTFG < 60 mL/min/1,73 m2 e os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) utilizando a regressão de Poisson para calcular a razão de prevalência bruta (RPb) e ajustada (RPaj) por idade, sexo, escolaridade e região. Resultados: A prevalência de eTFG < 60 mL/min/1,73 m2 foi de 6,48% (IC95% 5,88 – 7,09). Após ajuste, mantiveram-se associados: sexo feminino (RP = 1,40; IC95% 1,16 – 1,68), idade 45–59 anos (RPaj = 7,27; IC95% 3,8 – 14,1), 60 anos ou mais (RPaj = 33,55; IC95% 17,8 – 63,4), obesidade (RP = 1,32; IC95% 1,1 – 1,7), diabetes (RP = 1,44; IC95% 1,2 – 1,8), autoavaliação de saúde ruim/muito ruim (RP = 1,50; IC95% 1,2 – 1,9); menor RPaj foi encontrado nas regiões Nordeste e Sudeste, entre fumantes e com consumo elevado de sal. Conclusão: eTFG < 60 mL/min/1,73 m2 foi mais elevada no sexo feminino, aumentou com a idade, foi associada com obesidade, diabetes e pior avaliação de saúde. O conhecimento da prevalência da doença renal crônica, por meio de exames bioquímicos e dos fatores de risco e proteção, é essencial para subsidiar políticas públicas de saúde.Item Tendência temporal da prevalência de indicadores relacionados à condução de veículos motorizados após o consumo de bebida alcoólica, entre os anos de 2007 e 2018.(2020) Malta, Deborah Carvalho; Bernal, Regina Tomie Ivata; Silva, Alanna Gomes da; Lima, Cheila Marina de; Machado, Ísis Eloah; Silva, Marta Maria Alves daObjetivo: Analisar a tendência temporal da prevalência de indicadores relacionados à condução de veículos motorizados após o consumo de bebida alcoólica, na população em geral e entre motoristas. Métodos: Estudo de tendência temporal de indicadores relacionados à condução de veículos motorizados após o consumo de bebida alcoólica, entre 2007 e 2018, com base nas informações do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). A população foi constituída de adultos (≥ 18 anos) residentes nas capitais brasileiras com telefone fixo. A análise de tendência foi realizada pela regressão linear. Resultados: Entre 2007 e 2018 houve redução do indicador “condução de veículo após consumo abusivo de bebida alcóolica pela população” de 2 para 0,7% (p < 0,001). Esse consumo, quando calculado apenas entre motoristas, reduziu de 3,5 em 2011 para 1,6 em 2018 (p < 0,003). A condução de veículo por motoristas após consumo de qualquer quantidade de bebida alcóolica apresentou elevadas prevalências, variando de 15,7% (2011) para 11,4% (2018). As prevalências em todos indicadores foram mais elevadas entre homens, adultos mais jovens (18 a 34 anos) e com maior escolaridade. Conclusão: A prática do consumo abusivo de bebida alcóolica e direção reduziu no Brasil, entretanto a prática de dirigir após o consumo de qualquer quantidade de álcool ainda continua elevada. Portanto, torna-se necessário manter as medidas regulatórias de fiscalização de álcool e direção, visando à redução dos acidentes de trânsito.Item Prevalência da Síndrome Metabólica e seus componentes na população adulta brasileira.(2020) Oliveira, Laís Vanessa Assunção; Santos, Bruna Nicole Soares dos; Machado, Ísis Eloah; Malta, Deborah Carvalho; Velásquez Meléndez, Jorge Gustavo; Mendes, Mariana Santos FelisbinoEstimou-se a prevalência de Síndrome Metabólica (SM) e seus componentes na população brasileira de acordo com fatores sociodemográficos. Estudo transversal, de base populacional, com dados laboratoriais da Pesquisa Nacional de Saúde. Estimou-se prevalência da SM e seus componentes com intervalos de 95% de confiança e Razão de Prevalência (RP) não ajustada e ajustada utilizando regressão de Poisson. A prevalência de SM foi de 38,4%. A circunferência da cintura (CC) alta (65,5%) e colesterol HDL baixo (49,4%) foram os componentes mais prevalentes, inclusive nos jovens. A ocorrência de SM foi maior entre mulheres (41,8%), indivíduos com baixa escolaridade (47,5%) e idosos (66,1%). Na análise ajustada, sexo feminino (RP = 1,16; IC95% 1,08- 1,24), idade avançada (RP = 3,69; IC95% 3,26- 4,17) e baixa escolaridade (RP = 1,32; IC95% 1,17-1,49) associaram-se à ocorrência de SM. A SM foi muito prevalente na população brasileira, principalmente entre mulheres, indivíduos com baixa escolaridade e idosos. A CC alta e o colesterol HDL baixo foram os componentes mais frequentes, com o agravante de prevalências altas em adultos jovens. Esses achados revelam a necessidade de considerar dados laboratoriais para uma análise mais precisa dessa condição, o que em âmbito nacional pode ser um desafio.Item Diagnóstico médico autorreferido de doença cardíaca e fatores de risco associados : Pesquisa Nacional de Saúde.(2019) Gonçalves, Renata Patrícia Fonseca; Haikal, Desirré Sant’Ana; Freitas, Maria Imaculada de Fátima; Machado, Ísis Eloah; Malta, Deborah CarvalhoObjetivo: Analisar os fatores de risco associados ao diagnóstico médico autorreferido de doença cardíaca no Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo transversal que analisa informações da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2013. A amostra consistiu de 60.202 adultos. A doença cardíaca foi definida pelo diagnóstico médico autorreferido de doença do coração. Foram analisadas associações entre a ocorrência de doença e as características sociodemográficas, as condições de saúde e o estilo de vida. Foi empregado o modelo de regressão logística binária hierarquizado. Resultados: A prevalência de diagnóstico autorreferido de doença cardíaca no Brasil foi de 4,2% (intervalo de confiança de 95% [IC95%] 4,0 ‒ 4,3) e esteve associada a sexo feminino (odds ratio [OR] = 1,1; IC95% 1,1 ‒ 1,1), idade igual ou maior que 65 anos (OR = 4,7; IC95% 3,3 ‒ 5,6), avaliação do estado de saúde ruim/muito ruim (OR = 4,1; IC95% 3,5 ‒ 4,6) e regular (OR = 2,4; IC95% 2,2 ‒ 2,7), indivíduos hipertensos (OR = 2,4; IC95% 2,2 ‒ 2,7), colesterol elevado (OR = 1,6; IC95% 1,5 ‒ 1,8), sobrepeso (OR = 1,5; IC95% 1,4 ‒ 1,8) e obesidade (OR = 2,0; IC95% 1,7 ‒ 2,2), insuficientemente ativo nos quatro domínios (OR = 1,5; IC95% 1,02 ‒ 2,1), ser ex-fumante (OR = 1,4; IC95% 1,3 ‒ 1,6) ou ser fumante (OR = 1,2; IC95% 1,03 ‒ 1,3) e consumir frutas e hortaliças 5 ou mais dias da semana (OR = 1,5; IC95% 1,1 ‒ 1,5). Conclusão: A importância do conhecimento da prevalência de doença cardíaca e fatores de riscos associados no atual contexto epidemiológico brasileiro deve ser ressaltada para orientar as ações de prevenção das doenças cardiovasculares, que representam a primeira causa de óbito no Brasil e no mundo.