PPGECRN - Mestrado (Dissertações)
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Item Caracterização estrutural, mineralógica e química mineral do pegmatito Bananal : um depósito de lítio do Campo Pegmatítico de Curralinho, Salinas, MG.(2021) Barbosa, Carolina Cristiano; Gonçalves, Leonardo Eustáquio da Silva; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Gonçalves, Leonardo Eustáquio da Silva; Dias, Coralie Heinis; Nalini Júnior, Hermínio AriasOs pegmatitos de elementos raros abrangem uma diferenciação interna, evolução geoquímica e padrões distintos de enriquecimento de elementos voláteis e incompatíveis indicando um importante processo de desenvolvimento economicamente viável de depósitos metálicos. O Distrito Pegmatitíco de Araçuaí inserido na Província Pegmatítica Oriental Brasileira engloba um dos maiores depósitos de lítio encontrados no Brasil, sendo um deles o Pegmatito Bananal localizado a leste da cidade de Salinas (MG) que abrange os granitos da supersuíte G4 Cambrianos relaciaonados ao estágio pós colisional do Orógeno Araçuaí. Este estudo visa caracterizar as relações de emplacement do pegmatito com as rochas encaixantes, assim como identificar as estruturas externas e internas, assembleias mineralógicas, texturas e zoneamento do corpo a fim de fornecer um modelo petrológico atualizado para o Pegmatito Bananal e um suporte para interpretações genéticas e metalogenéticas relacionadas às mineralizações de lítio. Secções de perfis detalhadas, com extensão de mais de 50m do topo para a base, revelaram um corpo zonado, de contato superior com quartzo mica xisto da Formação Salinas, com uma zona de resfriamento rápido (chilled margin) seguida por uma zona de borda com minerais sacaroidais de muscovita-plagioclasio-biotita e muscovitas com crescimento ortogonal à zona de contato com a rocha encaixante; zona de parede com textura gráfica além de albita dissemninada, minerais de óxidos de Ta e espodumênio; zona intermediária enriquecida em cristais gigantes de espodumênio (até 2m de comprimento), albita, muscovita 2M1 a fluorita. A zona intermediária é marcada pelo crescimento direcional de cristais de espodumênio no sentindo da região mais interna do corpo pegmatítico, formando cortinas ortogonais ao contato com a rocha encaixante. Essa textura é chamada de textura de solidificação unidirecional, a qual é observada mundialmente em complexos intrusivos ricos em voláteis. A porção mais interna do Pegmatito Bananal contém em seu núcleo bolsões de quartzo e próximo à sua margem bolsões de muscovitas 2M1. A presença de turmalina próximo ao contato do pegmatito e quartzo mica xisto é uma evidência de um proeminente metamorfismo de contato. De forma geral, o pegmatito Bananal demonstra um processo de albitização intenso, um enriquecimento de elementos incompatíveis Li, Rb, Cs e F em direção ao núcleo nos quais tais características sugerem este ser um corpo altamento evoluído, uma vez que a presença de ixiolita e wodginita na zona intermediária podem ter proporcionado o último estágio evolutivo característico de pegmatitos LCT. Os pegmatitos de elementos raros classificados como albita-espodumênio, como o Pegmatito Bananal, representam uma importante fonte de recurso de Li e Ta portanto uma melhor compreensão da mineralogia e paragênse desses pegmatitos enriquecidos em metais raros torna-se essencial para exploração e desenvolvimento da região.Item A influência do magmatismo granítico Neoarqueano nos depósitos IOCG Salobo e GT-46, Província Carajás, Cráton Amazônico.(2022) Diniz, Ariela Costa; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Reis, Humberto Luis Siqueira; Reis, Humberto Luis Siqueira; Xavier, Roberto Perez; Silva, Rosaline Cristina Figueiredo eOs depósitos de óxido de ferro-cobre-ouro (IOCG) da porção norte da Província Carajás, Cráton Amazônico, Brasil, formaram-se principalmente no evento IOCG de 2,5 Ga. Esses depósitos comumente exibem amplos halos de alteração hidrotermal férrico-potássica (i.e., almandina-gruneritabiotita-magnetita) e apresentam uma associação temporal e espacial com corpos graníticos de idade 2,5 Ga, particularmente nos depósitos Salobo e GT-46. No entanto, essa associação ainda carece de investigação no que diz respeito à influência metalogenética dos corpos graníticos de idade 2,5 Ga na gênese do minério IOCG. Nesses depósitos, são reconhecidos granitos hidrotermalmente alterados de idade de ca. 2.5 Ga, que incluem o granito Old Salobo, no depósito Salobo, e os granitos G1 e G2, no depósito GT-46. A geoquímica de rocha total associada à petrografia apontou que os granitos G1 e Old Salobo provavelmente originam-se do mesmo magma parental. Por outro lado, o granito G2 parece representar um corpo distinto, embora os efeitos da alteração hidrotermal sejam muito intensos. O corpo G2 exibe texturas pegmatíticas, altas razões Sr/Y e padrões de ETR em geometria lístrica, que sugerem um magma com alto teor de água. Os resultados de química mineral em apatita apontam assinaturas fortemente magmáticas no diagrama MnO versus SiO2, apesar dos cristais de apatita apresentarem, em sua maioria, origem hidrotermal. A assinatura hidrotermal foi reconhecida apenas nos cristais de apatita da zona mineralizada do depósito Salobo (apatita OZS), que também apresentam os maiores valores (Eu/Eu*)N, indicativos de alta fugacidade de oxigênio. Os cristais de apatita da zona central dos depósitos (apatita OZS e OZGT-C) apresentam forte empobrecimento em ETR pesados, o que indica cristalização concomitante de almandina nos halos de alteração de Fe-K, além de apontar a presença de fluidos hidrotermais evoluídos. Cristais de apatita ígnea são preservados no granito G2 (apatita G2core). Assinatura de ETR correlacionada à G2core também é encontrada em apatita da zona mineralizada do depósito GT-46 (apatita OZGT-A), o que indica que o granito G2 pode ter tido um papel relevante no sistema hidrotermal IOCG. Assinaturas hidrotermais semelhantes dos cristais de apatita presentes nos granitos G2 e Old Salobo e na zona de minério do depósito GT-46 (apatita OSB, G2rim e OZGT-B) sugerem que um mesmo fluido pode ter afetado ambos os depósitos. Por fim, diagramas Sr versus Mn e Y apontaram assinaturas graníticas nos cristais de apatita da zona central dos depósitos. Esses resultados indicam que processos magmáticos e hidrotermais coexistem nos depósitos de IOCG do setor norte da Província Carajás. Isso pode sugerir que os depósitos IOCG de idade 2,5 Ga da Província Carajás podem ter sido formados durante o desenvolvimento de amplos sistemas magmático-hidrotermais.Item Caracterização de filão aurífero hospedado em itabirito : geologia, geoquímica e mineralogia da Mina Veloso, Ouro Preto, Minas Gerais.(2020) Pimenta, Júlia de Souza; Queiroga, Gláucia Nascimento; Cabral, Alexandre Raphael; Queiroga, Gláucia Nascimento; Rios, Francisco Javier; Fonseca, Marco AntônioOuro Preto é o símbolo da corrida do ouro que começou no final do século XVII, levando ao estabelecimento da província de Minas Gerais. Uma das inúmeras minas subterrâneas de Ouro Preto é a histórica mina do Veloso, localizada no flanco sul do anticlinal de Mariana, com um filão aurífero de quartzo amplamente brechado e hospedado em itabirito. O filão brechado apresenta concentrações locais de material goethítico em trama boxwork e corta em baixo ângulo a foliação do itabirito encaixante. Minerais de sulfeto estão geralmente ausentes, mas arsenopirita e pirita podem ser observados esporadicamente em bolsões ricos em goethita. Análises quantitativas por microssonda eletrônica do material goethítico e análises químicas de rocha total mostram As entre os elementos menores. O elemento também foi encontrado como escorodita, um mineral arsenato de ferro hidratado que ocorre localmente no material goethítico. Ouro em grãos livres foi observado por microscopia de luz refletida em seção polida do material goethítico. Análises quantitativas de microssonda eletrônica mostraram que o ouro é pobre em Ag, cuja quantidade varia de e <0,03% a 11,2%. Turmalina, um mineral imperceptível à vista desarmada no depósito de Veloso, foi recuperada em concentrado de minerais pesados. O mineral ocorre principalmente como cristais euédricos independentes e, notavelmente, como inclusões em grãos de ouro, indicando uma ligação espacial, e possivelmente genética, entre turmalina e a mineralização de ouro. A turmalina é essencialmente dravita, mas alguns cristais zonados têm bordas ricas em schorlita. Medições in situ para isótopos de B produziram um espectro de valores de δ 11B entre -21 e -9 ‰. Esta faixa é semelhante à obtida na turmalina do depósito de Passagem de Mariana, o depósito aurífero melhor documentado da região. A jazida de ouro do Veloso está hospedada no Itabirito Cauê, unidade estratigráfica que é capa da jazida de Passagem de Mariana. Assim como Veloso, Passagem também se localizada no anticlinal de Mariana; ao contrário do Veloso, a turmalina é abundante em Passagem. O menor valor de δ 11B, -21 ‰, encontrado em Veloso sugere que o boro não foi exclusivamente proveniente de rochas metassedimentares clásticas circundantes, mas também de evaporito não-marinho, lixiviado por fluido que levou à formação da mineralização aurífera na borda sudeste do Quadrilátero Ferrífero durante a orogenia Brasiliana em ca. 500 Ma. Todas as linhas de evidência mineralógica indicam que o veio de Veloso originalmente tinha arsenopirita, turmalina e ouro argentífero. A brechação do filão de quartzo aurífero com turmalina–arsenopirita e a percolação de soluções aquosas de baixa temperatura levaram a: (i) oxidação da arsenopirita em goethita contendo As e, subordinadamente, escorodita; (ii) lixiviação de Ag do ouro argentífero para formar ouro essencialmente puro; (iii) ou mesmo dissolução do ouro argentífero e reprecipitação como ouro pobre em Ag.Item Assinatura geoquímica da hematita compacta do Quadrilátero Ferrífero – MG : uma contribuição para a compreensão de sua gênese.(2015) Rodrigues, Daniel Aparecido da Silva; Nalini Júnior, Hermínio AriasO estudo da gênese da hematita compacta do Quadrilátero Ferrífero (QFe) é motivo de interesse tanto científico quanto econômico. No entanto, têm-se poucos trabalhos sobre estudos geoquímicos relevantes que possam contribuir para a gênese do minério hematítico. A hematita compacta é um tipo especial de minério de ferro, pois apresenta elevado teor em ferro, baixo teor em sílica e textura maciça. Há certa controvérsia sobre o tipo de mineralização envolvido na formação da hematita compacta, alguns autores defendem a origem supergênica e outros a participação de fluidos hipogênicos-metamórficos-hidrotermais na formação desse tipo de minério. Esse trabalho tem como objetivo contribuir para o entendimento da gênese da hematita compacta. As amostras para estudo foram coletadas em três regiões distintas do QFe: Complexo Itabirito (Minas do Pico, Galinheiro e Sapecado), Complexo Fazendão (Minas São Luiz, Tamanduá e Almas) e Complexo Itabira (Minas Conceição e Periquito). Foram coletadas amostras de hematita compacta e amostras de itabirito, com a intenção de comparar e verificar se há semelhança geoquímica entre ambas, sobretudo no que se refere à composição de elementos-traços, inclusive os elementos terras raras (ETR’s). Fez-se a caracterização mineralógica das amostras por técnicas microscópicas (Microscopia Óptica e MEV-EDS) e por DRX. A composição da hematita compacta é bastante simples, sendo constituída, essencialmente, por hematita (valor médio de Fe2O3 = 98,0%). Em todas as amostras foram observados a presença de magnetita (FeO.Fe2O3 = 3,0 a 20,0%) e, ainda em algumas amostras foram evidenciados a martitização, que é um processo de alteração oxidativa, em que a magnetita se transforma em hematita. Já as amostras de itabirito são constituídas, principalmente, por camadas alternadas de hematita e quartzo. A determinação de ferro total foi realizada pelo método titulométrico com dicromato de potássio, os valores obtidos variaram de 98,51 a 99,86%; 87,45 a 98,51% e 98,59 a 99,74% para as amostras de hematita compacta dos Complexos Itabirito, Fazendão e Itabira, respectivamente. Todas as amostras apresentam valores de óxido ferroso (FeO) inferiores a 1,0%. As análises geoquímicas foram realizadas para se determinar os elementos maiores e menores por ICP-OES e a determinação dos elementos-traços, inclusive os ETR’s + Y (La, Ce, Pr, Nd, Sm, Eu, Gd, Tb, Dy, Ho, Y, Er, Tm, Yb e Lu) por ICP-MS. As amostras de hematita compacta do Complexo Itabirito são as que apresentam maiores teores de Fe total médio e maiores teores médio de elementos-traços analisados quando comparado com os outros complexos estudados. Todas as amostras analisadas apresentam anomalias positiva de Eu, indicando uma possível contribuição de fontes hidrotermais na formação da hematita compacta. A maioria das amostras apresentam anomalias positivas de Ce, sugerindo uma ambiente redutor na época de formação dessas amostras. A variação na concentração de elementos-traços, inclusive os ETR’s + Y, pode indicar heterogeneidade na concentração original dos fluidos mineralizantes ou nos processos envolvidos na gênese desse minério. Apesar das variações de concentração, observa-se um enriquecimento dos ETRP em relação aos ETRL na maioria das amostras.