PPGECRN - Mestrado (Dissertações)
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Item Estudo estrutural, textural e geoquímico dos hematititos da Mina do Pico e arredores, Itabirito – Quadrilátero Ferrífero – MG.(2022) Dadalto, Ráyna Durão; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Endo, Issamu; Gonçalves, Cristiane Paula de Castro; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Rios, Francisco Javier; Melo, Gustavo Henrique Coelho deA Mina do Pico está localizada no município de Itabirito, no estado de Minas Gerais, Brasil, no flanco leste do Sinclinal Moeda e está inserida na Província Mineral do Quadrilátero Ferrífero. A região é rica em minério de ferro, e os corpos hipogênicos são caracterizados pelos hematititos, denominados comercialmente de hematita compacta, tendo grande importância econômica devido ao seu elevado teor em ferro. Este minério está alojado nos itabiritos da Formação Cauê, a unidade Paleoproterozóica do Supergrupo Minas, depositada entre 2,58 e 2,42 Ga. Observa-se na Mina do Pico e arredores que os corpos de hematititos ocorrem de forma discordante ao bandamento composicional do itabirito, constituindo volumes significativos desse minério bem como como bandas ou lâminas de espessura milimétrica no itabirito, ou seja, subparalelas ao bandamento composicional. Estudos anteriores chegaram à conclusão de que houve ação de fluidos hidrotermais nos itabiritos da Formação Cauê, que teriam sido responsáveis pela reconcentração e enriquecimento de óxidos de ferro nessas rochas. Este trabalho teve como objetivo geral caracterizar geneticamente estes hematititos estudando a relação estrutural, a petrografia e a geoquímica dos corpos de hematititos e as bandas ou lâminas de hematititos nos itabiritos, com o intuito de confirmar a ação dos fluidos hidrotermais na gênese dessas rochas e caracterizar o controle estrutural dos corpos. Para isso foram realizados trabalhos de campo para estudo das relações estruturais entre os diversos litotipos da Formação Cauê. Foram realizados estudos petrográficos ao microscópio ótico e ao Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), e análises via ICP-OES, ICP-MS e titulometria com K2Cr2O7 para obtenção dos elementos maiores, menores e traços (incluindo ETR +Y), Fe2+ e Fe3+. Nos trabalhos de campo foram levantadas as relações estruturais e medidas as atitudes de bandamento composicional, xistosidade e lineações de intersecção (S0xSn) e mineral. Através de análises petrográficas e geoquímicas, observou-se que os itabiritos são essencialmente compostos por óxidos de ferro e quartzo (SiO2), e os hematititos discordantes do bandamento composicional do itabirito é composto quase inteiramente por óxidos de ferro, onde a magnetita já teria sido quase completamente transformada em hematita microcristalina ou tabular. Além disso, a geoquímica também forneceu outras informações importantes, tais como a anomalia positiva de Eu em gráficos multielementares de ETR + Y, corroborando a ação dos fluidos hidrotermais. Os fluidos teriam atuado tanto nas bandas de óxidos de ferro dos itabiritos quanto nos corpos de hematititos discordantes do bandamento composicional do itabirito, uma vez que não foram observadas grandes diferenças texturais e geoquímicas entre eles. As observações estruturais de campo, fotointerpretação de imagens de relevo sombreado e dados geofísicos (magnetométricos) combinados com dados petrográficos e geoquímicos permitiram propor um modelo genético-estrutural para a formação dos corpos megascópicos de hematitito, associada a estruturas do tipo pull-apart nucleadas em sistema transtrativo sinistral controlado por duas falhas (Cata Branca e Pau Branco) de direção NW-SE. Essas falhas correspondem a reativação de descontinuidades crustais preenchidas por diques máficos de idade 1,7 Ga. Subsidiariamente, ocorrem corpos de hematititos no entrado de diques máficos dobrados, sugerindo que essas falhas devem ter agido como condutos para o fluido hidrotermal durante a xvi reativação Brasiliana. Adicionalmente, os fluidos hidrotermais teriam agido também ao longo das anisotropias reativadas, bandamento composicional dos itabiritos, transformando-as mineralógica e texturalmente, concentrando ainda mais as hematitas formando bandas ou lâminas de hematitito. Foram definidos dois tipos de minério de ferro hipogênico na região da Mina do Pico: Depósito de Minério de Ferro Bandado (Banded Iron Ore Deposits - BID) e o Depósito de Minério de Ferro Maciço (Massive Iron Ore Deposits - MID).Item Denudação geoquímica em sistemas fluviais de cabeceira de drenagem da borda sul do Quadrilátero Ferrífero – MG.(2019) Martins, Ramon Messias; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Val, Pedro de Almeida; Magalhães Junior, Antônio PereiraA existência de processos de denudação geoquímica envolvidos na retração das cabeceiras ou mesmo no aparecimento de zonas deprimidas próximas às nascentes constituem processos complexos não totalmente entendidos. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo estudar a espacialidade da denudação geoquímica em bacias de cabeceira, na região centro-sudeste de Minas Gerais, a partir da perda geoquímica em diferentes hierarquias fluviais. A proposta tem como área de estudo duas bacias (bacia B1 e B2) situadas em rochas do Grupo Sabará, unidade supracrustal da seção estratigráfica do QFe. Foram empregados trabalhos de campo para caracterização hidrogeomorfológica e mapeamento geológico, morfometria fluvial dos canais principais, construções de sessões topográficas, caracterização hidrogeoquímica via sonda multiparâmetros e espectrometria atômica via plasma acoplado indutivamente. As bacias são classificadas como endorréicas, com drenagem Consequente coincidindo com mergulho do acamamento de trend N24W32NE. O padrão de drenagem é do tipo Retangular, com as direções perpendiculares e paralelas ao acamamento. A bacia B1 possui 0,701 km2 , altitude do centroide em 1261 m e amplitude altimétrica de 157 m. Nela estão contidas 2 microbacias de 1ª ordem com áreas entre 0,142 e 0,278 km2 , e 2 bacias de contribuição de nascentes entre 0,012 e 0,018 km2 . A bacia B2 possui amplitude de 93 m, centroide em 1302 m e 0,349 km2 de área em que são contidas 5 microbacias de 1ª ordem, entre 0,007 e 0,082 km2 , e 5 bacias de contribuição de nascente com área entre 0,005 a 0,018 km2 . Os resultados indicam que as bacias são alongadas com índice de circularidade ~ ou <0,51 e magnitude da rede de drenagem muito alta (>15 canais/km2 ) com grande capacidade de geração de canais. A densidade de drenagem é caracteriza como muito alta (>3,50 km/km2 ) e a área mínima para a manutenção de 1 m2 de canal fluvial ocorre entre 172 m2 /m e 220 m2 /m. Foram caracterizadas 4 morfologias de nascentes (afloramento, duto, concavidade e cavidade) com exfiltração associadas à interseção de duas famílias de fraturas N-S (paralela ao acamamento) e ENE-WSW que demonstra a articulação da drenagem subsuperficial e superficial em áreas fraturadas. As tipologias são de contato; tubular; e fraturada inclinada; com vazão fluvial de 6ª magnitude e 7ª magnitude. A mobilidade da exfiltração foi de 0,01 m a 4,99 m para pequenas migrações; 5 m a 19,99 m para migrações de distâncias intermediárias e 20 m a 49,99 m para grande distância. Os dados hidrológicos indicam 2 períodos distintos (chuvoso e seco) e as vazões são maiores nos 1º e 2º trimestres de mensuração (chuvoso) e menores no 3º e 4º (seco). O monitoramento do pH indica que estes tendem a acidez (< 6,0) e os valores de eH não apresentam distribuição homogênea. Os domínios de estabilidade da água (eH-pH) indicam ambiente isolado da atmosfera/ambiente transicional para as amostras de nascentes e ambiente transicional/ambiente em contato com a atmosfera para os canais. Os resultados de condutividade elétrica evidenciam que as nascentes possuem as maiores mineralizações dentre as hierarquias fluviais. Os resultados indicam baixa alcalinidade (< 30 mg/L de CaCo3-) em função das litologias mapeadas não apresentarem assembleia mineral de alta solubilidade ou rica em sais. A analise de espectrometria atômica via plasma identificou os Elementos Maiores (EM) Al, Fe, Ca, K, Na, Mg, S, Si e Elementos Menores e Traço (EMT) Ba, Sr, Zn, Mn e Li que agrupados como Sólidos Totais Dissolvido (STD) indicam maior concentração destes na estação seca. A hierarquia nascente apresentou valores de EMT entre 0,002 e 0,116 mg/L e a canais fluviais de 0,002 a 0,111 mg/L. Em relação aos EM, as nascentes apresentam valores entre 0,011 e 2,680 mg/L e os canais de 0,011 a 2,906 mg/L. A perda geoquímica instantânea é expressa pela somatória dos elementos. Para as nascentes estes valores oscilaram no 1º, 2º, 3º e 4º trimestres respectios de 1,106 a 2,917 mg/L; 0,773 mg/L a 5,693 mg/L; 1,275 mg/L a 3,393 mg/L e 2,597 a 5,445 mg/L. Para os canais fluviais a oscilação foi de 1,173 a 2,298 mg/L; 1,118 a 3,491 mg/L; 1,980 a 3,649 mg/L e 3,105 a 3,519 mg/L. No geral, observa-se que apesar de existir maior variedade de elementos químicos nas águas durante o período úmido é no período seco que ocorre maior quantidade de STD e maior perda geoquímica instantânea. A denudação geoquímica anual de EMT ocorre de 0,005*10-1 a 0,039 ton/ano/km2 para nascentes, 0,004*10-1 a 1,894 ton/ano/km2 no canais de 1ª ordem e 0,047 a 0,485 ton/ano/km2 nos canais de 2ª ordem. Já a de EM para as respectivas ordens foi de 0,001*10-1 a 1,101 ton/ano/km2; 0,001*10-1 a 76,200 ton/ano/km2 e 0,956 a 42,890 ton/ano/km2. Em relação a denudação média por área constata-se que as bacias de contribuição de nascentes perdem entre 0,054 a 2,119 ton/ano/km2 de massa, as bacias de 1ª ordem de 0,158 a 136,277 ton/ano/km2 e, as bacias de 2ª ordem, entre 57,987 a 71,350 ton/ano/km2 . Em conclusão os dados revelam que a bacia B1 possui perda anual de 40,820 ton/km2/ano e rebaixamento do relevo de 15,69 m por Ma e a bacia B2 perda anual de 6,880 ton/km2/ano com rebaixamento topográfico do relevo de 2,65 m por Ma.Item O grupo Itacolomi em sua área tipo : estratigrafia, estrutura e significado tectônico.(2018) Duque, Tiago Rocha Faria; Alkmim, Fernando Flecha de; Novo, Tiago Amâncio; Alkmim, Fernando Flecha de; Martins, Maximiliano de SouzaO Grupo Itacolomi em sua localidade tipo, a Serra do Itacolomi entre as cidades de Ouro Preto e Mariana MG, caracteriza-se por uma sucessão de sedimentos aluviais, constituído basicamente por metaarenitos, metaconglomerados e filitos e é interpretado como uma deposição fluvial em bacias intermontanas, localmente influenciado por leques aluviais. Devido a sua posição geotectônica na calha do Sinclinal Dom Bosco, o estudo das suas características deposicionais tornam-se viáveis, bem como o tipo de deformação registradas por essas rochas, uma vez que o Grupo Itacolomi é tido como a sequência mais jovem do Quadrilátero Ferrífero com idades próximas a 2,1 Ga. Diversos autores discutem sobre a real posição das rochas onde situa-se o Pico do Itacolomi, porém sendo consenso entre todos, que a parte mais basal dos sedimentos, ou seja, a que se encontra em contato discordante com as rochas do Grupo Sabará seriam de fato as rochas do Grupo Itacolomi em sua área tipo. Dessa maneira, podendo o grupo ser separado em dois blocos: bloco autóctone, relativo as rochas da porção basal e bloco alóctone que comporia o entorno do Pico do Itacolomi. A partir de levantamentos estratigráficos distinguiu-se oito litofácies e, posteriormente, estas foram associadas em três unidades de litofácies. Desta maneira foi possível estabelecer com maior acurácia o sistema de deposição dos sedimentos, bem como inferir sobre sua proveniência. Para isso utilizou-se também de datação U-Pb em zircões detríticos através do método LA-ICP-MS de cinco amostras de diferentes fácies. As idades obtidas mostraram picos de idades principais entre 2156 e 2203 Ma. e picos subordinados em torno de 2700, 2900, 3100 e 3300 Ma. A idade máxima de sedimentação foi de 2144±15 e a idade mínima sugerida em torno de 1700 Ma. Os resultados obtidos neste trabalho fornecem um maior detalhamento para a idade de deposição, proveniência e ambiente tectônico do Grupo Itacolomi em relação as demais unidades do Quadrilátero Ferrífero.Item Avaliação do potencial hídrico de aquíferos fissurais dos complexos bação e bonfim setentrional, Quadrilátero Ferrífero - MG.(2018) Brito, Thaís Palma de; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Barbosa, Maria Sílvia Carvalho; Mourão, Maria Antonieta Alcântara; Galvão, Paulo Henrique Ferreira; Bacellar, Luis de Almeida PradoO potencial hídrico de aquíferos pode ser avaliado por meio da favorabilidade de água subterrânea, que consiste na facilidade de se encontrar bons aquíferos com perfurações de baixo custo de poços tubulares. Em aquíferos fraturados, a definição de áreas mais favoráveis à prospecção de água subterrânea é fundamental, pois estes normalmente se caracterizam por elevada anisotropia e heterogeneidade, o que dificulta sua explotação. Portanto, a confecção de mapas de favorabilidade hídrica subterrânea dos aquíferos fraturados dos complexos Bação e Bonfim Setentrional (Quadrilátero Ferrífero - MG, sudeste do Brasil) pode auxiliar em trabalhos de pesquisa e prospecção de água subterrânea, proporcionando alternativas de abastecimento na região, que apresenta severos problemas de disponibilidade hídrica. Neste estudo, os mapas de favorabilidade foram obtidos utilizando-se o método Analytic Hierachy Process (AHP), a partir de seis níveis de informação: o modelo Height Above the Nearest Drainage (HAND), o mapa de declividade, três mapas de lineamentos (morfoestruturais, radiométricos e magnetométricos) e o mapa litológico. O modelo HAND foi o mais relevante, pelo fato de relacionar-se à profundidade da superfície freática, seguido pelo mapa de declividade e pelos mapas de lineamentos, relacionados com a capacidade de recarga e com as fraturas dos aquíferos, respectivamente. Por outro lado, os mapas litológicos foram os de menor importância para o processo de integração, pelo fato de apresentarem um aspecto mais homogêneo. Também foram gerados modelos tridimensionais das áreas por meio da Deconvolução de Euler, para auxiliar na visualização de estruturas mais profundas. A direção de lineamentos E-W foi ponderada com maior valor, por ocorrer com maior frequência e por se encontrar subparalela à direção atual do esforço principal máximo (1). Os mapas de favorabilidade foram validados com a comparação com 82 valores de capacidade específica de poços tubulares profundos da região. Embora mais dados sejam necessários para confirmar o método adotado, os resultados foram promissores e podem ser testados em outras áreas com embasamento cristalino.Item Evolução de características físicas e químicas de topsoil de campo ferruginoso aplicado em projeto de recuperação de área degradada pela mineração.(2017) Rocha, Fernanda Carolina Gomes; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Leite, Mariangela Garcia Praça; Messias, Maria Cristina Teixeira Braga; Martins, Sebastião Venâncio; Ribeiro, Elizene Veloso; Kozovits, Alessandra RodriguesO Quadrilátero Ferrífero (QF) concentra jazidas minerais de grande interesse para explotação de Ferro e Alumínio no Brasil e portanto, possui enorme demanda por programas eficientes de recuperação de áreas degradadas pela mineração. A vegetação sobre essas jazidas, como os campos ferruginosos, apresenta alto grau de endemismo e muitas espécies são de difícil reprodução ex situ. O uso de topsoil vem sendo apontado como uma das técnicas mais eficientes nos projetos de recuperação de áreas degradadas (RAD) em todo o mundo. A retirada dessa camada superficial pela atividade minerária dificulta o restabelecimento da vegetação uma vez que são perdidas características importantes como banco de sementes, micro e mesofauna, estrutura física adequada, dentre outras cruciais para o retorno e manutenção dos serviços ambientais perdidos. A legislação ambiental exige o uso de topsoil para projetos de RAD, porém, por dificuldades operacionais, o uso desse material não costuma ocorrer de imediato e, geralmente, nenhuma técnica é utilizada para seu armazenamento, podendo em alguns casos perder sua eficiência devido às más condições de estocagem. O presente estudo teve como objetivo avaliar a evolução das características físicas e químicas de topsoil utilizado em um projeto de RAD ao longo de 12 meses de experimento, considerando dois tratamentos: (1) uso de topsoil com diferentes tempos de armazenamento, sendo um o Topsoil Previamente Armazenado (TPA) por três meses até sua utilização e o outro Topsoil Recém Coletado (TRC) que fora utilizado imediatamente após sua raspagem na área e (2) adição de serapilheira para minimizar a lixiviação observada em outros estudos na mesma área. Nos testes realizados ao início do experimento, não foram observadas diferenças significativas referente aos três meses de armazenamento, porém, após 12 meses de experimento, as condições de fertilidade e microestruturais melhoraram em ambos os topsoils (TPA e TRC), sendo ainda melhores no TPA. Analisando-se os dados geoquímicos, não foram observadas perdas relevantes de nutrientes devido à lixiviação. Essas melhorarias estão intimamente relacionadas ao desenvolvimento da vegetação nas parcelas de estudo, uma vez que influenciaram na quantidade de matéria orgânica depositada no solo, promovendo alterações químicas e físicas, através do incremento de matéria orgânica (através da decomposição de material vegetal de espécies de ciclo de vida anual e deposição de serapilheira), desenvolvimento das raízes, entre outros, recriando um ambiente sustentável. Com esse estudo, percebeu-se que o tempo de armazenamento de três meses não foi suficiente para afetar a qualidade do topsoil originário de áreas de campos ferruginosos e reafirmou o papel transformador da vegetação como aspecto importante para a sustentabilidade dos projetos de RAD.Item Evolução sedimentar e história deformacional da Formação Moeda ao longo da junção entre o Sinclinal da Moeda e o Homoclinal da Serra do Curral, Quadrilátero Ferrífero, MG.(2018) Madeira, Mariana de Resende; Martins, Maximiliano de Souza; Alkmim, Fernando Flecha de; Fonseca, Marco Antônio; Caxito, Fabrício de Andrade; Martins, Maximiliano de SouzaA complexidade estrutural da província mineral do Quadrilátero Ferrífero (MG) deve-se à interação dos ciclos orogênicos do Orosiriano/Riaciano e Brasiliano. Dentre várias estruturas peculiares da região, tem-se a junção entre o Sinclinal da Moeda, de direção meridiana e o Homoclinal da Serra do Curral, de direção ENE-WSW. Visando a caracterização desta junção e sua evolução, realizou-se uma campanha de mapeamento estrutural de detalhe da Formação Moeda (escala 1:10.000) além de descrições faciológicas a partir de oito perfis estratigráficos para auxiliar na compreensão da geometria e evolução tectônica desta unidade. Foram identificadas nove fácies sedimentares: quatro fácies conglomeráticas (Gms, Gm, Gt e Gp), três essencialmente areníticas (St, Sp e Sh) e duas predominantemente pelíticas (Fl e Fsc). As seções estratigráficas foram correlacionadas possibilitando o agrupamento das fácies em cinco associações geneticamente relacionadas. As associações de fácies AF1 e AF2 representam sistemas de leques aluviais que evoluíram para planícies fluviais entrelaçadas. A AF 3 está relacionada a um sistema lacustre associado a marinho raso nas porções distais. Por fim, as associações de fácies AF4 e AF5 representam planícies fluviais entrelaçadas encerradas por uma transgressão marinha no estágio final de evolução da bacia. A partir da confecção de uma seção restaurada foi possível interpretar que as AF1, AF2, AF3, e a porção basal da AF4, foram depositadas durante os estágios iniciais do rifteamento continental e as demais associações materializam a transição rifte-margem passiva. Quanto ao arcabouço estrutural, o acamamento descreve os dobramentos evidenciados na região e possui a orientação preferencial de 094/46. É cortado em baixo ângulo pela foliação penetrativa Sn, que disposta segundo o plano axial destas dobras, possui a atitude modal 100/51. A lineação de interseção (Lint) entre S0 e Sn cai sistematicamente para o quadrante E, posicionando-se em 092/48, que corresponde a atitude das charneiras destas estruturas antiformais e sinformais. Associada à foliação Sn têm-se a lineação de estiramento mineral (Lest), cuja orientação preferencial é 100/49. Indicadores cinemáticos a ela associados atestam transporte tectônico sistemático para W. Movimento de mesma natureza foi caracterizado em falha reversa na porção central da área. À luz destes dados, conclui-se que a deformação principal e responsável pela geração dos elementos tectônicos Sn, Lest e Lint, foi uma compressão geral E-W associada a orogenia Brasiliana, que atuou sobre camadas previamente basculadas e provavelmente orientadas na direção ENE-WSW durante o evento Transamazônico. Uma outra geração de estruturas pode ser observada no contato ocidental do Sinclinal Gaivotas com o Complexo Bonfim, que é marcado por uma zona de cisalhamento normal e mergulhante para E. Esta estrutura pode ser relacionada ao colapso orogênico Transamazônico como também pode caracterizar uma movimentação posterior.Item Estudo mineralógico e químico das formações ferríferas bandadas da área do sinclinal conta história.(2016) Leão, Lucas Pereira; Nalini Júnior, Hermínio AriasO Quadrilátero Ferrífero (QF) situa-se na porção sul do Cráton São Francisco, e possui elevada importância econômica devido às ocorrências de mineralizações de ferro e ouro. Os depósitos de ferro do QF são classificados como do tipo lago superior de ordem mundial, e estão hospedados nos itabiritos da Formação Cauê. Os itabiritos são o produto metamórfico das formações ferríferas bandadas e que apresentam ampla distribuição no QF. Sua idade de deposição ainda é uma questão contraditória, arqueana (2.65 Ga) para alguns autores, ou paleoproterozóica (2.42 Ga) para outros, isso se deve ao fato da pouca variação mineralógica desta litologia e elevado grau deformacional o que dificulta a ocorrência e identificação de minerais datáveis. Contudo, a Formação Cauê apresenta unidades correlativas com diversas bacias paleoproterozóicas no mundo, que são relacionadas a um grande evento de oxigenação da atmosfera terrestre. O objetivo deste estudo foi a caracterização mineralógica, petrográfica e químio-estratigráfica dos diversos tipos de itabiritos ocorrentes na Formação Cauê na região do sinclinal Conta História. Para a realização deste estudo foram amostrados 3 testemunhos de sondagem disponibilizados pela Vale, nos quais a espessura dos itabiritos da Formação Cauê variou de 180 a 453 metros. Os itabiritos foram classificados de acordo com a literatura em silicosos, magnetíticos e anfibolíticos. Análises químicas via ICP-OES, ICP-MS e métodos titulométricos mostram que os itabiritos do sinclinal Conta História apresentam somatório dos teores de Fe2O3 e SiO2 entre 80 e 97 %, o que explica a mineralogia monótona observada com predominância de hematita, magnetita e seus processos de alteração e quartzo. Em geral, as amostras estudadas apresentam comportamento químico similares ás outras amostras de lago superior estudadas na literatura. Observa-se enriquecimento supergênico de Fe, Ti e Al nos três testemunhos estudados, e em algumas amostras ocorre o enriquecimento de Fe em profundidade, o que sugere a atuação de uma solução hidrotermal atuando de modo a carrear a Si e possibilitando a concentração de Fe. Algumas amostras apresentam correlações positivas entre Rb e Ba, Ba e Al2O3 e Ba e Zr, sobretudo nas amostras de itabirito anfibolítico, o que sugere a proveniência de uma fonte vulcânica félsica, ou contribuição clástica por depósitos continentais, que indica variações de profundidade intrabacinal na deposição. O espectro dos ETR+Y apresenta enriquecimento dos ETRP em relação aos ETRL, que é característico das FFB do tipo Lago Superior no QF e nas ocorrências mundiais, além disso, as razões Eu/Sm>1 e Sm/Yb<1 além das anomalias positiva de Y e Eu são presentes em todas as amostras o que também é um comportamento característico sobretudo nos itabiritos do QF. Anomalias positivas de Eu indicam a participação de soluções hidrotermais de elevadas temperaturas durante os processos deposicionais das amostras deste estudo. As anomalias negativas verdadeiras de Ce (Ce/Ce<<<1) observadas indicam a existência de períodos de elevadas taxas de oxidação capazes de formar o Fe (III) e estabilização do Ce (IV).Os itabiritos analisados apresentam valores médios de Y/Ho = 44,80, que sugere a contribuição de águas continentais e marinhas durante os processos deposicionais de FFB de idades paleoproterozóicas médias a superiores.Tais informações sugerem que os processos deposicionais das FFB do sinclinal Conta História ocorreram ao longo de uma margem continental com variações plataformais, e consequentemente variações das condições redox e de temperatura. Outro aspecto que contribui para esse padrão são os possíveis movimentos de transgressão e regressão deste paleo-oceano.Item Caracterização de argilas cauliníticas do Quadrilátero Ferrífero visando seu potencial de aplicação na indústria de cerâmica.(2010) Ferreira, Mônica Martiniano; Varajão, Angélica Fortes Drummond ChicarinoO presente trabalho teve como objetivo a caracterização de argilas cauliníticas de dois depósitos de argilas do Quadrilátero Ferrífero (Depósito Padre Domingos, Sinclinal da Moeda e depósito Morro do Caxambu no Sinclinal Dom Bosco) visando avaliar a potencialidade destes para aplicações na indústria cerâmica. Para o Depósito de Padre Domingos foram selecionadas amostras de 3 fácies (DB,ACM,DV) e para o Depósito Morro do Caxambu amostras de 2 fácies (FSI, AM). As propriedades físicas, mineralógicas de cinco amostras representativas das cinco fácies foram determinadas nas amostras naturais e aquecidas a 800, 1000 e 1200oC. Análises granulométricas mostraram a predominância das frações de silte e argila nas 5 amostras, assim como valores elevados de índice de plasticidade. Os espectros de difração de raios X (DRX), corroborados pelas análises termodiferenciais/termogravimétricas (ATD-ATG) e químicas, mostraram a predominância de caulinita, seguido da presença de muscovita, quartzo, goethita e hematita em diferentes proporções. A presença do Fe foi detalhada através de análises por Espectroscopia Mossbauer (EM) antes e após tratamento de deferrificação das amostras, associada a análise por Fluorescência de raios X (FRX), quantificando os óxidos e hidróxidos presentes, assim como definindo as possíveis formas de ocupações de Fe3+ e Fe2+ na estrutura da caulinita e/ou da muscovita. A presença deste elemento também foi correlacionada às cores das amostras antes e após aquecimento dos corpos de prova nas temperaturas de 800, 1000 e 1200oC. Os corpos de prova antes e após o aquecimento foram analisados ao Microscópico Eletrônico de Varredura (MEV), além das análises por difração de raios X, de densidade e porosidade pela técnica BET. A formação de mulita a 1000°C e a desestruturação da goethita com conseqüente formação e crescimento de hematita foi bem evidente principalmente nas amostras DV e AM. A amostra DV do depósito Padre Domingos foi a que apresentou melhor potencial por apresentar melhores características cerâmicas após as diferentes temperaturas de queima, o que pode estar diretamente relacionado ao teor de Fe presente. Os resultados das análises demonstraram que a presença do Fe exerce grande influência nos corpos cerâmicos, podendo gerar produtos mais resistentes e de maior estabilidade térmica.Item Microestruturas e texturas cristalográficas em policristais de hematita como indicadores da magnitude de deformação no Quadrilátero Ferrífero.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Mendes, Mônica de Cássia Oliveira; Lagoeiro, Leonardo EvangelistaAs formações ferríferas de idade paleoproterozóica apresentam uma ampla distribuição no Quadrilátero Ferrífero (QF), região localizada no sudeste do Brasil, porção sul do Cráton São Francisco. Essas formações ferríferas pertencem à Formação Cauê, Grupo Itabira, unidade estratigráfica de sedimentação plataformal pertencente ao Supergrupo Minas. Elas englobam formações ferríferas bandadas, caracterizadas pela alternância de camadas de quartzo e óxidos de ferro, e corpos de alto teor em ferro. O QF é caracterizado por apresentar um aumento progressivo na intensidade deformacional e no grau metamórfico de sua porção extremo oeste em direção à sua porção leste. As formações ferríferas de toda a região apresentam composições mineralógicas variáveis, em termos de óxidos de ferro e aspectos microestruturais característicos de acordo com seu posicionamento geográfico, devido à polaridade deformacional e metamórfica existentes. Com o objetivo de se fazer uma caracterização microestrutural, assim como realizar a interpretação dos mecanismos deformacionais associados à acomodação da deformação nas formações ferríferas provenientes dos diferentes domínios tectonometamórficos e analisar a variação desses mecanismos de acordo com o posicionamento das amostras analisadas, a análise por difração de elétrons retro- espalhados (Electron Backscattered Diffraction – EBSD) foi realizada nos agregados provenientes de diferentes localidades situadas nos diferentes contextos deformacionais do QF. Através dos dados obtidos relativos à medição dos parâmetros microestruturais, foi possível observar o aumento no tamanho dos cristais de hematita e a variação de sua forma de acordo com o aumento da intensidade deformacional e do grau metamórfico. Baseando-se nos padrões de orientação cristalográfica preferencial (OCP) e desorientação entre grãos, foi possível inferir que a deformação nos agregados hematíticos/magnetíticos foi acomodada por uma combinação de diferentes processos. Na porção oeste, ocorre a predominância de mecanismo de dissolução e precipitação, envolvendo a transformação de fases da magnetita em hematita, com limitado crescimento de grãos, enquanto que, em direção a leste, predominam mecanismos cristal-plásticos e deslizamento em bordas de grãos.Item Influência antrópica nas características hidrossedimentológicas e geoquímicas da bacia do ribeirão Caraça, Quadrilátero Ferrífero, MG.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2007) Mendes, Milene Aparecida Monteiro; Leite, Mariangela Garcia PraçaA bacia hidrográfica do ribeirão Caraça, com pouco mais de 120km2, localiza-se no Município de Catas Altas, no Estado de Minas Gerais, Brasil. Apesar de existirem registros de presença humana desde 1708, não foi realizado até o momento nenhum trabalho ambiental de caracterização de seu meio físico. Visando sanar esta lacuna, a presente pesquisa procurou realizar um estudo das características hidrossedimentológicas e geoquímicas na bacia hidrográfica do ribeirão Caraça e, concomitantemente, avaliar a influência antrópica nos recursos hídricos da região. Inicialmente, foi realizado um estudo do padrão pluviométrico da região, que norteou a definição dos períodos de chuva e seca, fundamentais para a programação das coletas e medições. Assim, foram realizados dois períodos de campo, o primeiro entre os meses de agosto e setembro referentes à estação seca de 2005 e o segundo no mês de março de 2006, referente à estação chuvosa. Para a determinação da vazão, foram monitorados 21 pontos no ribeirão Caraça e seus principais tributários, 24 para o estudo hidroquímico, 18 para o estudo de sedimentos e 7 para análise de coliformes fecais. Desta forma, para caracterizarão da qualidade das águas foram realizados exames microbiológicos e analisados parâmetros hidroquímicos, sendo eles: temperatura, pH, Eh, turbidez, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos (STD), alcalinidade, oxigênio dissolvido (OD), sulfato (SO4=), cloreto (Cl-), metais principais e metais traço. Já para o estudo dos sedimentos foram escolhidos aqueles elementos que refletissem a assinatura geoquímica das rochas e que pudessem retratar a geologia local. Paralelamente, foi realizada uma análise temporal onde se procurou delimitar e identificar a cobertura e uso da terra na bacia do ribeirão Caraça nas últimas quatro décadas. Os resultados obtidos permitiram se efetuar a compartimentação da bacia em 3 áreas, com características distintas. Na área A1, isenta em quase sua totalidade de interferência antrópica por abranger a totalidade do Parque Natural do Caraça, os únicos valores potencialmente prejudiciais à saúde se restringem ao alumínio na água. Esses teores anômalos estão associados às fontes litogênicas locais. Foi detectada a presença de bactérias do grupo coliformes, uma vez que não há lançamento de esgoto, acredita-se que a principal fonte de contaminação seria a presença de animais nessa área. A área A2, ainda parcialmente preservada, nota-se um aumento de solo exposto, relacionado principalmente com a presença de minerações. Os elementos maiores Fe e Mn apresentaram concentrações elevadas nas águas e sedimentos à jusante da mina de dunito/serpentinito Francisco III. Os elementos maiores (Ca, Fe, Mg e Mn) e metais traço (Co, Cr, Cu, Ni, V e Zn) analisados nos sedimentos foram considerados anômalos para a bacia, podendo estar relacionados com litologia local. Já a presença de coliformes identificados deve-se principalmente a presença de criação de gado. A área A3 é a porção mais degradada da bacia. Nela, o grande aumento de solo exposto está relacionado principalmente com aglomerados urbanos, áreas de pastagem e agricultura. Há uma clara influência das atividades antrópicas na vazão monitorada no córrego Moinho de Olício, devido ao lançamento de efluentes da mineração e da retirada de água para abastecimento urbano. A presença de coliformes nas amostras está relacionada com o lançamento de esgoto. Concentrações altas de Fe e Mn foram identificadas nas águas e sedimentos à jusante da barragem de rejeitos oriundos da mineração de ouro Córrego do Sítio. Cabe ainda destacar que este trabalho constituiu-se numa fase inicial de avaliação da região, identificando as principais atividades antrópicas e o reflexo das mesmas na quantidade e qualidade dos recursos hídricos existentes. Espera-se que os resultados desta pesquisa sirvam de base para futuros estudos ambientais e, até mesmo, para projetos de gestão da bacia.