PPGECRN - Mestrado (Dissertações)
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Item Caracterização faciológica da Formação Moeda (Grupo Caraça, Supergrupo Minas) e estudos geocronológicos U-Pb nos sinclinais Gandarela e Ouro Fino, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais.(2020) Madureira, Rafael da Silva; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Lana, Cristiano de Carvalho; Queiroga, Gláucia Nascimento; Novo, Tiago Amâncio; Alckmim, Fernando Flecha deA bacia Minas registra a ocorrência de um Ciclo de Wilson completo entre ca. de 2.5 a 2.0 Ga na porção meridional do craton São Francisco, Quadrilátero Ferrífero, Brasil. A unidade basal (Grupo Caraça) materializa os estágios iniciais de rifteamento com evolução para margem passiva, representado pelas formações Moeda e Batatal. A fim de contribuir para a reconstrução da história de preenchimento tectono-sedimentar dos estágios iniciais da bacia Minas, foram conduzidos levantamentos faciológicos de alta resolução associado a análises isotópicas em zircões detríticos da Formação Moeda nos sinclinais Gandarela e Ouro Fino, centro leste do Quadrilátero Ferrífero. As análises isotópicas também abordaram o Grupo Nova Lima, como constituinte do arcabouço litoestrutural, e a Formação Batatal, como datum de topo para a Formação Moeda na região. O levantamento faciológico resultou na identificação e caracterização de nove litofácies para a Formação Moeda: três conglomeráticas (Cms, CcsI e CcsII) e seis areníticas (Amm, Amg, Ammg, Apmg, Atmg e Acd). Foram levantadas oito colunas estratigráficas que, a partir da correlação lateral, permitiram agrupar as litofácies descritas em seis associações de litofácies, três no sinclinal Gandarela (ALG1, ALG2, ALG3), e outras três no sinclinal Ouro Fino (ALOF1, ALOF2, ALOF3). As associações de litofácies ALG1, ALOF1 e ALOF2, são conglomerado dominantes típicas de sistema de leques aluvio/fluviais proximais, depositados em borda de falha. A associação de litofácies ALG2 é representada por arenitos finos a médios, depositados em sistema de lençóis subaquosos em área de planície de inundação aluvial. As associações de litofácies ALG3 e ALOF3, são predominantemente areníticas, interpretadas como depósitos em zonas médias a distais de leques fluviais. O estágio de margem passiva incipiente é registrado pela presença de rochas metapelíticas da Formação Batatal, que recobriram toda a sequência anterior. Os dados isotópicos apontam idades 207Pb/206Pb de 2777 ±14 Ma para o agrupamento de zircões detríticos mais jovens da Formação Moeda, e de 2782±10 Ma para os da Formação Batatal. Os espectros de distribuição de idades 207Pb/206Pb dessas unidades sugerem os complexos arqueanos Bação, Bonfim e Belo Horizonte como principais áreas fontes para ambas. Os resultados isotópicos U/Pb, associados aos dados de campo, indicam que o arcabouço litoestrutural da bacia Minas é parcialmente formado pelo Grupo Nova Lima. A idade 207Pb/206Pb do agrupamento de zircões detríticos mais jovens desta unidade encontrada foi de 2676 ± 14 Ma, sendo proposto os complexos Santa Bárbara, Bação, Bonfim, Belo Horizonte e granitos potássicos do evento Mamona I como suas principais áreas fonte na área de estudo.Item SATURN - uma nova ferramenta de correção de dados U-Pb para LA-ICP-MS.(2020) Silva, João Paulo Alves da; Lana, Cristiano de Carvalho; Lana, Cristiano de Carvalho; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Gonçalves, Guilherme de OliveiraNa geocronologia, são tratados e reduzidos dados que permitem calcular razões isotópicas e incertezas de amostras analisadas em espectrômetros de massas. Dentre as técnicas existentes para aquisição de dados, este trabalho utilizou como enfoque LA-ICP-MS (Laser Ablation-Inductively Coupled-Mass Spectrometry) para o método geocronológico U-Th-Pb. A aquisição de dados, seja ela pelo sistema Multi-collector (MC), Setor Magnético (SF) ou Quadrupole (Q), necessita de tratamento e reduções. Os dados adquiridos passam por correções (ex.: interferências isobáricas e fracionamento induzido pelo laser) e reduções, as quais consistem no cálculo das razões isotópicas, e incertezas. As incertezas totais resultam da propagação das incertezas calculadas, quanto menos os dados necessitam serem reduzidos (corrigidos) menores serão as incertezas. Para este tratamento de dados, existem softwares disponíveis (ex.: Glitter, Iolite) que mesmo que possuam uma interface gráfica de fácil utilização e possibilitem a redução de dados on-line, não realizam correções de Pb comum ou o controle de dead-time dos contadores de íons. Como alternativa para estes softwares, existe a possibilidade de um tratamento de dados off-line utilizando de planilhas de Excel® e macros VBA. Neste último caso, é possível a aplicação das correções necessárias, porém o resultado final não é obtido de modo prático e dinâmico. Na busca por preencher essas lacunas, quanto ao tratamento de dados na geocronologia, o atual trabalho buscou o aperfeiçoamento de um software de redução de dados. Este software, desenvolvido no Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto, originalmente fez uso da linguagem computacional MatLAB®. A escolha por esta linguagem de programação se deve ao ambiente de fácil utilização para desenvolvimento dos algoritmos e interface gráfica, além de ferramentas nativas, funções inbuilt para processamento matemático-estatístico e ambiente dinâmico para depuração dos dados. Com o objetivo de aprimorar essa ferramenta, foram extraídos da literatura as equações para cálculo de concentrações, razões, idades, esquemas de correção de diversas interferências e propagação de incertezas, sempre considerando as devidas adaptações para dados originários tanto do Neptune ICP-MS-MC quanto do Element II ICP-MS. Com uma avaliação acerca dos métodos e equações aplicadas no processo, componentes de correções foram eliminados ou modificados, resultando na obtenção de melhores incertezas. Os dados analisados anteriormente, e previamente cedidos, em projetos realizados por pesquisadores do Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto, foram comparados quanto à sua redução no SATURN e por outros métodos utilizados atualmente pelo departamento. Através da comparação, com resultados preliminares, foram observadas menores incertezas aliadas a um processo mais eficiente e ágil.Item Comportamento estratigráfico e proveniência sedimentar do Grupo Macaúbas na terminação periclinal da Serra do Espinhaço Meridional em Minas Gerais.(2020) Oliveira, Rosana Gonçalves; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Martins, Maximiliano de Souza; Babinski, Marly; Lana, Cristiano de CarvalhoO Paleocontinente São Francisco-Congo (PSFC) experimentou uma série de eventos tafrogenéticos descontínuos, amplamente registrados no interior e nas margens do Cráton São Francisco através das sequências metassedimentares e metavulcano-sedimentares do Supergrupo Espinhaço e do Grupo Macaúbas. O Grupo Macaúbas se destaca por registrar, numa espessa sequência metavulcanosedimentar, os depósitos da bacia homônima precursora do Orógeno Araçuaí. No atual estado da arte a Bacia Macaúbas contempla um rifte toniano (livre de diamictitos), um rifte criogeniano (rico em diamictitos) e uma bacia de margem passiva com geração de crosta oceânica. A região compreendida entre os segmentos meridional e setentrional da serra do Espinhaço em Minas Gerais é entendida como uma das áreas chave para o entendimento da evolução tectonosedimentar do sistema de riftes que compõem o Grupo Macaúbas no estado. Entretanto, na região de interesse deste projeto, observa se uma total ausência de levantamentos sedimentares/estratigráficos sistemáticos em comunhão com a ausência de dados geocronológicos. Neste contexto, o presente trabalho investigou a natureza e o modo de ocorrência das unidades estratigráficas tonianas e criogenianas na terminação periclinal da serra do Espinhaço Meridional, e realizou um estudo de geocronologia destas unidades. Ao longo das campanhas de campo, foram levantados 8 perfis litoestratigráficos em escala original 1:100, a partir dos quais 12 litofácies foram descritas. As litofácies da Formação Matão Duas-Barras sugerem deposição em um ambiente de fluxo de detrito. Por sua vez, as litofácies da Formação Serra do Catuní mostram uma litofácies basal de fluxo de detritos que evoluiu para sedimentação em um ambiente de retrabalhamento marinho. Estas informações associadas aos dados estruturais, como a sedimentação das fácies basais confinadas entre lineamentos morfoestruturais de direção NNE e WNW sugerem uma deposição sob regime extensional. A partir das idades U-Pb obtidas foram geradas curvas de distribuição cumulativa, que foram plotadas sobre o Diagrama de Cawood (Cawood 2012). Outro método utilizado foi o Teste K-S. Os resultados mostraram que o espectro de idades das formações Matão-Duas Barras e Serra do Catuní diferem entre si pela maior contribuição de grãos em torno de 1.0Ga na segunda unidade. Dentre as amostras analisadas da Formação Matão-Duas Barras, deste trabalho bem como da literatura, observou-se que aquelas da porção mais a norte da Serra do Espinhaço Meridional e as do Espinhaço Central possuem maior contribuição de grãos Caliminianos e menor contribuição de grãos entre 1.1- 1.3Ga, quando comparadas as amostras coletadas na porção mais ao sul do Espinhaço Meridional. Os resultados do Teste K-S mostram que nem todas as amostras da Formação Matão-Duas Barras tem um padrão de distribuição similar, o que pode ser resultado da evolução da bacia, que teria começado com sub bacias isoladas dominadas por fluxo lateral até evoluir para uma bacia com uma drenagem axial proeminente. No que diz respeito a Formação Serra do Catuní, todas as amostras testadas apresentam padrão similar de distribuição. O Diagrama de Cawood mostra que ambas as formações Matão-Duas Barras e Serra do Catuní foram depositadas em ambientes extensionais, corroborando com as interpretações acima, bem como o postulado na literatura.Item Análise estratigráfica e geocronológica da formação Três Marias na Serra do Gorutuba, norte de Minas Gerais : registro de superposição de bacia de antepaís na porção oriental do cráton São Francisco.(2019) Rossi, Ariadne Verônica Andrade; Danderfer Filho, André; Costa, Alice Fernanda de Oliveira; Uhlein, Gabriel Jubé; Danderfer Filho, AndréA Formação Três Marias corresponde à unidade de topo do Grupo Bambuí, o qual recobre a porção interna do cráton São Francisco. Estudos consolidados na região cratônica ocidental apontam que esta formação é representativa de uma bacia de antepaís (foreland basin) associada à evolução da Faixa Brasília. A Formação Três Marias também registra o preenchimento de um foreland basin de idade brasiliana na porção oriental do cráton. Este trabalho apresenta os resultados de dados de campo, análise estratigráfica e análises isotópicas U-Pb e ƐHf realizados nesta unidade ao longo da serra do Gorutuba, norte de Minas Gerais. A região se encontra no leste do cráton São Francisco, próximo ao limite com a Faixa Araçuaí. Na área de estudo, a Formação Três Marias constitui depósitos de molassa, compostos essencialmente por conglomerados carbonáticos e arenitos arcoseanos que ocorrem em discordância erosiva com a Formação Serra da Saudade. Os perfis estratigráficos levantados exibem cinco associações de fácies e a sucessão sedimentar aponta que os sedimentos arenosos entraram via um sistema flúvio-deltáico a nordeste da bacia, onde foram retrabalhados em uma plataforma siliciclástica sob influência de ondas, correntes de maré e tempestade. As paleocorrentes apontam uma linha de costa NW-SE, localmente com fluxos de correntes para nordeste e noroeste. Dados geocronológicos obtidos por meio de análises U-Pb (via LA-ICPMS) em grãos de zircões detríticos indicam que a idade máxima de deposição desta unidade é de 556±5 Ma, e que a base da sequência registra a exumação de rochasfontes mais jovens que aquelas do topo. Os zircões da base possuem assinatura ƐHf negativa, assinalando uma área fonte gerada sob condições crustais, enquanto o topo apresenta maior contribuição de grãos com ƐHf positivo, refletindo a erosão e deposição de rochas com características mais mantélicas. Os resultados sugerem que a principal área fonte dos sedimentos corresponde às rochas produzidas nos estágios pré-orogênico, pré- e sin-colisionais da Faixa Araçuaí (ca. 630 – 560 Ma). Os zircões analisados na serra do Gorutuba mostram um espectro de distribuição de idades U-Pb característico de foreland basin e revelam idades mais jovens que aquelas encontrados na borda oeste da bacia. Deste modo, o foreland basin gerado em resposta ao desenvolvimento da Faixa Araçuaí seria mais jovem que aquele registrado na porção ocidental do cráton, relativo à Faixa Brasília. O preenchimento final da bacia Bambuí seria controlado, portanto, pelo desenvolvimento destes dois cinturões de dobramentos ao longo das margens do paleocontinente São Francisco durante a aglutinação de Gondwana Ocidental.Item Desenvolvimento de material de referência para geocronologia U-Pb em apatita por LA-ICP-MS.(2019) Silva, Calebe Bortolini Sette da; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Lana, Cristiano de Carvalho; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Zincone, Stéfano Albino; Chaves, Alexandre de OliveiraNeste estudo foi caracterizado a composição química e isotópica da apatita de Ipirá, como novo potencial material de referência para datação U-Pb pela técnica de espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado com ablação a laser (LA-ICP-MS). Os depósitos da apatita de Ipirá estão hospedados em rochas calciossilicáticas do complexo Tanque Novo-Ipirá associados a intrusões sin, tardi e pós-tectônicas (Orogênese Tranzamazônica) que constituem o Cinturão Paleoproterozóico Itabuna-Salvador-Curaça. Nas imagens BSE, mapas elementares de Ca, F e P (EMPA) e análises da composição química (EMPA e LA-ICP-MS) revelaram cristais relativamente homogêneos. A apatita de Ipirá foi classificada como da subespécie fluorapatita (F=4,5%) e é caracterizada por uma concentração muito baixa de ETR (<2.000 ppm) e alto de U (47 a 69 ppm). Os valores de ETR normalizados para valores condríticos apresentam padrões sublineares, enriquecimento relativo de ETR leves (LaN/YbN = 21,31), anomalia negativa de Eu (Eu/EuN=0,56) e ligeira anomalia positiva de Ce (Ce/CeN = 1,09). As idades U-Pb da apatita de Ipirá obtidas por Dissolução Isotópica e Espectrometria de Massa por Ionização Térmica (ID-TIMS) apresentaram dois grupos, o mais velho com idade média 206Pb/238U de 2.100,0 ± 4.3 Ma (Ipirá-1) e o mais jovem, variando de 2.065,2 ± 3,6 Ma (Ipirá-2) a 2,057.4 ± 1.9 Ma (Ipirá-3). As idades U-Pb corrigidas para Pb (207Pb) avaliadas por um Multicoletor ThermoScientific Neptune Pluss (MC) - ICP-MS acoplado ao sistema de ablação a laser Photonmachines G2 (LA) reproduziram com sucesso as idades de referência dos cristais de Ipirá e outras apatitas propostas como material de referência (Madagascar, Durango, McClure M. e apatita 401). A apatita de Ipirá apresenta ótima concordância entre as idades 206Pb/238U e 207Pb/235U, baixa variação intercristalina (2,04%) e foi considerada no estudo um potencial material de referência para datação U-Pb por LA-ICP-MS. Pela técnica de análise por LA-MC-ICP-MS também foram determinadas as razões médias de143Nd/144Nd de 0,510900 ± 0,00092 e 147Sm/144Nd de 0,0971 ± 0,0003 (2σ, n = 18) nos cristais de Ipirá. Os valores de εNd correspondentes variaram de -5,7 ± 1,2 a -11,2 ± 2,3 e idades modelo TDM de 2,8 a 3,1 Ga. Além disso, a análise da composição isotópica de Sr indicou razões médias de 87Sr/86Sr entre 0,71070 ± 0,00015 (Ipirá-2 e Ipirá-3) e 0,71050 ± 0,00013 (Ipirá-1).Item Proveniência sedimentar da Formação Três Marias no Sinclinal de Buenópolis (MG).(2019) Tavares, Túlio Delôgo; Alkmim, Fernando Flecha de; Martins, Maximiliano de Souza; Reis, Humberto Luis Siqueira; Martins, Maximiliano de Souza; Alkmim, Fernando Flecha deO Grupo Bambuí, uma sucessão mista de rochas carbonáticas e siliciclásticas, acumulouse na bacia intracratônica do São Francisco até o final do Neoproterozóico. A bacia do São Francisco, que ocupa uma parte substancial do cráton homônimo no sudeste do Brasil, foi convertida em um grande depocentro de foreland em resposta às cargas orogênicas geradas ao longo das margens do cráton durante a aglutinação de Gondwana Ocidental no período Ediacarano. Vários estudos realizados nos últimos anos levaram a um melhor entendimento de muitos aspectos da evolução da bacia do São Francisco durante o Neoproterozóico. No entanto, a idade do Grupo Bambuí, crítica para uma melhor compreensão da história da bacia e estabelecimento de correlações regionais e globais, permanece pouco balizada e é assunto de um debate de longa data na literatura. Para contribuir com este debate, foram realizadas determinações de idade U-Pb LA-ICPMS em zircões detríticos extraídos da Formação Três Marias, a unidade mais jovem do grupo. O estudo ora apresentado foi baseado em levantamentos estratigráficos realizado em uma ocorrência singular da Formação Três Marias localizada próxima à borda leste da bacia, ou seja, em posição proximal em relação à sua fonte potencial, o orógeno Brasiliano Araçuaí. Os espectros de idade do zircão detrítico (envolvendo 432 idades concordantes) das unidades aluviais e marinhas superiores da Formação Três Marias são caracterizados por uma distribuição unimodal com cerca de 83% dos grãos datados entre 735 e 522 Ma. Estes resultados indicaram que as assembleias litoestratigráficas do orógeno Araçuaí, a saber, os granitóides de 630-580 Ma do arco magmático do Rio Doce e os granitos sin-colisionais 585-540 Ma foram as fontes mais importantes dos sedimentos de Três Marias. Além disso, os conjuntos de granito pós-colisionais mais jovens que de 530 Ma também contribuem com sedimentos para a formação. Utilizando quatro diferentes métricas, obtivemos 527 ± 4 Ma como a estimativa mais precisa e confiável para a máxima idade deposicional da Formação Três Marias, uma idade que têm grandes implicações na história do desenvolvimento da bacia do São Francisco e do orógeno Araçuaí. Estudos petrográficos realizados nos arenitos da Formação Três Marias classificaram estas rochas como arenitos arcosianos. Os arenitos mostram imaturidade mineralócia e textural. Três fases diagenéticas podem ser reconhecidas: diagênese do soterramento superficial (eodiagênese); diagenese de soterramento efetivo (mesodiagenesia) e diagênese tardia (telodiagnética) associada ao soerguimento e/ou exumação das rochas da Formação Três Marias. A evolução diagenética pode ser representada pelos seguintes eventos: infiltração mecânica de argila, cimentação por hematita, compactação mecânica, sobrecrescimento de quartzo e de feldspato, porosidade e cimentação secundárias, clorita autogênica, turmalina autigênica, além de oxidação e dissolução das fases telodiagenéticas.Item O grupo Itacolomi em sua área tipo : estratigrafia, estrutura e significado tectônico.(2018) Duque, Tiago Rocha Faria; Alkmim, Fernando Flecha de; Novo, Tiago Amâncio; Alkmim, Fernando Flecha de; Martins, Maximiliano de SouzaO Grupo Itacolomi em sua localidade tipo, a Serra do Itacolomi entre as cidades de Ouro Preto e Mariana MG, caracteriza-se por uma sucessão de sedimentos aluviais, constituído basicamente por metaarenitos, metaconglomerados e filitos e é interpretado como uma deposição fluvial em bacias intermontanas, localmente influenciado por leques aluviais. Devido a sua posição geotectônica na calha do Sinclinal Dom Bosco, o estudo das suas características deposicionais tornam-se viáveis, bem como o tipo de deformação registradas por essas rochas, uma vez que o Grupo Itacolomi é tido como a sequência mais jovem do Quadrilátero Ferrífero com idades próximas a 2,1 Ga. Diversos autores discutem sobre a real posição das rochas onde situa-se o Pico do Itacolomi, porém sendo consenso entre todos, que a parte mais basal dos sedimentos, ou seja, a que se encontra em contato discordante com as rochas do Grupo Sabará seriam de fato as rochas do Grupo Itacolomi em sua área tipo. Dessa maneira, podendo o grupo ser separado em dois blocos: bloco autóctone, relativo as rochas da porção basal e bloco alóctone que comporia o entorno do Pico do Itacolomi. A partir de levantamentos estratigráficos distinguiu-se oito litofácies e, posteriormente, estas foram associadas em três unidades de litofácies. Desta maneira foi possível estabelecer com maior acurácia o sistema de deposição dos sedimentos, bem como inferir sobre sua proveniência. Para isso utilizou-se também de datação U-Pb em zircões detríticos através do método LA-ICP-MS de cinco amostras de diferentes fácies. As idades obtidas mostraram picos de idades principais entre 2156 e 2203 Ma. e picos subordinados em torno de 2700, 2900, 3100 e 3300 Ma. A idade máxima de sedimentação foi de 2144±15 e a idade mínima sugerida em torno de 1700 Ma. Os resultados obtidos neste trabalho fornecem um maior detalhamento para a idade de deposição, proveniência e ambiente tectônico do Grupo Itacolomi em relação as demais unidades do Quadrilátero Ferrífero.Item Petrogênese e geocronologia de xistos pelíticos na região de Pinheiros Altos-Piranga, Quadrilátero Ferrífero, MG.(2019) Queiroz, Yanne da Silva; Queiroga, Gláucia Nascimento; Moraes, Renato; Queiroga, Gláucia Nascimento; Alkmim, Fernando Flecha de; Novo, Tiago AmâncioNas imediações de Piranga, sudeste do Quadrilátero Ferrífero (QF), emerge uma seqüência metapelítica associada a rochas metamáficas e metaultramáficas atribuídas até então ao Supergrupo Rio das Velhas, de idade arqueana. Novos dados geoquímicos, geocronológicos e petrológicos, incluindo análise de pseudoseções, foram realizados sobre 3 amostras de mica xistos com o intuito de fornecer novos registros sobre o cenário geocronológico-estratigráfico dessa seqüência metapelítica e contribuir para a compreensão do papel da orogenia Brasiliana no cenário de evolução tectônica do Quadrilátero Ferrífero. A seqüência metapelítica é composta por rochas inequigranulares porfiroblástica, com matriz granolepidoblástica a lepidogranoblástica, formadas pela paragênese plagioclásio + quartzo + biotita + muscovita + granada + estaurolita ± Mg-clorita, típica de fácies anfibolito. Os valores de temperatura do pico metamórfico, obtidos pelo modo Average do THERMOCALC, variam de 630 a 650 °C, enquanto os valores de pressão são de aproximadamente 7 kbar. As pseudosseções mostram campos de estabilidade muito bem definidos na fácies anfibolito, sendo que o caminho do metamorfismo indica um aumento progressivo das condições de temperatura e pressão. A idade máxima de sedimentação de 1851±61 Ma, com pico unimodal em torno de 2100 Ma, aponta para uma história deposicional muito mais jovem do que aquela anteriormente atribuída a essa sequência metapelítica. Idades U-Pb em monazitas de cerca de 500 Ma indicam a ocorrência de pulsos hidrotermais mais jovens nessa região, responsáveis por recristalizar/resetar essas monazitas durante o Cambriano. Este conjunto de dados permite a redefinição estratigráfica da seqüência metapelítica estudada, agora localizada no topo da coluna estratigráfica do QF e correlacionada provavelmente ao Grupo Itacolomi. No entanto não se descarta a possibilidade dessa unidade pertencer aos Grupos Sabará ou Dom Silvério. Esta sequência foi, portanto, depositada antes da orogênese Transamazônica e metamorfizada e deformada em fácies anfibolito médio a superior provavelmente durante a orogenia Neoproterozóica Brasiliana.Item Geoquímica e geocronologia U/Pb em monazita dos pegmatitos no sul do Espírito Santo.(2018) Costa, Flávia Compassi da; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Marques, Rodson de Abreu; Romano, Antônio Wilson; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Marques, Rodson de AbreuA área de estudo está inserida no contexto geotectônico do limite entre as faixas Ribeira e Araçuaí, dentro da Província Pegmatítica Oriental do Brasil, ao sul do Espírito Santo. O objetivo principal deste trabalho é o estudo dos pegmatitos, a partir de aspectos geoquímicos, para caracterizar a evolução desses corpos, sua potencialidade econômica e provável gênese. Analisou-se a mineralogia dos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) localizado no município de Mimoso do Sul e do pegmatito São Domingos (SD) localizado no município de Muqui. As técnicas analíticas empregadas foram microssonda eletrônica (para a composição química dos feldspato, muscovita, turmalina, berilo e monazita); LA-Q-ICP-MS (para a caracterização dos elementos traços dos minerais citados) e LA-SF-ICP-MS (para a obtenção das idades pela razão U/Pb, em grãos de monazita). O pegmatito Fazenda Concórdia apresenta zonalidade irregular com base no sistema de classificação de estruturas de proposto por Cameron et al. (1949), contém feldspato potássico, quartzo, muscovita, água-marinha, topázio e turmalina, não apresentam controle estrutural. O pegmatito São Domingos possui uma zonalidade menos evidente, quando observa-se uma zonação e compara-se com o pegmatito Fazenda Concórdia, e sua mineralogia é basicamente composta por feldspato potássico, quartzo e muscovita. Com base na geoquímica foi possível perceber que esses corpos apresentam um trend de evolução em que o pegmatito São Domingos é menos evoluído que o pegmatito Fazenda Concórdia e quando comparado com pegmatitos de outros distritos da Província Pegmatítica Oriental do Brasil fica evidente que estes corpos são das primeiras fases do processo de fracionamento do pegmatito. Com relação à datação de monazita, a idade foi de 610.0±4.2 Ma, podendo indicar que a monazita pode ser oriunda da rocha encaixante que foi incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este pegmatito seria de origem pré-colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.Item Petrologia e geocronologia das fácies carbonáticas da Formação Sete Lagoas em Pains (MG).(2018) Meyer, Bruna de Oliveira; Leite, Mariangela Garcia Praça; Costa, Adivane Terezinha; Lana, Cristiano de Carvalho; Leite, Mariangela Garcia Praça; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Warren, Lucas VeríssimoCarbonatos pertencentes à Formação Sete Lagoas, aflorantes na região de Pains (Minas Gerais), registram a sobreposição de duas sequências marinhas transgressivas sobre a porção sudoeste do Cráton São Francisco. Estas transgressões são separadas por um evento de exposição subaérea e acompanhadas por um progressivo aquecimento climático. Calcarenitos calcíticos, de coloração intempérica cinza azulado claro, registram a deposição em parassequências progradantes sobre uma rampa dominada por ondas e tempestades do tipo distally steepened. Relaciona-se a condições marinhas abertas e climas quentes e úmidos. Suas microfácies são neomórficas a cristalinas, com dolomitas sacaroidais médias, não-miméticas e dispersas no arcabouço, provavelmente relacionadas a ascenção de salmouras bacinais ricas em nutrientes em uma coluna d’água estratificada. Sobre descontinuidade erosiva assentam depósitos dolomíticos, de coloração intempérica cinza róseos a arroxeados escuros, localmente reconhecidos em pacotes lenticulares na associação inferior. Registram a exposição subaérea de porções intermediárias dessa rampa e se relacionam ao estabelecimento de um paleocarste. A influência meteórica prolongada sobre o arcabouço subjacente potencialmente se relaciona ao estabelecimento das razões Y/Ho e das feições de dedolomitização nas dolomitas sacaroidais médias dispersas nos depósitos de rampa. A dolomitização em mosaicos das microfácies paleocársticas é potencialmente relacionada à prolongada flutuação da zona de mistura sobre seus depósitos. Acima de paraconformidade se registra nova transgressão marinha, reconhecida em doloarenitos e dolossiltitos a calcários magnesianos, de colorações cinza variadas. Relacionam-se a deposição em ambiente marinho proximal, influenciado por águas doces e pelo influxo siliciclástico, em ciclos de alta frequência de raseamento ascendente sobre rampa influenciada por correntes. Este ambiente era parcialmente restrito por barreiras estromatolíticas e oolíticas, e condicionado por condições evaporíticas em climas semi-áridos. A dolomitização precoce de seu arcabouço é, em geral, mimética e polimodal, sendo mais expressiva junto à associação de rampa intermediária estromatolítica de energia moderada, e provavelmente relacionada ao refluxo de salmouras proximais, a influência da cunha de mistura e a condições eodiagenéticas redutoras. Tal quadro é presumivelmente relacionado aos altos valores isotópicos de carbono desse ambiente eminentemente prolífero. Correlacionam-se a primeira e segunda sequências transgressivo-regressivas do Bambuí, se relacionando ao Membro Lagoa Santa da Formação Sete Lagoas. A influência de fluidos tardios é registrada em expressivas cimentações espáticas calcíticas nas associações paleocársticas e de rampa intermediária a interna influenciada por correntes, e relacionada a condições fortemente redutoras e alcalinas. A disseminação de sulfetos hidrotermais tardios é potencialmente relacionada ao estabelecimento dessas cimentações. Idades deposicionais máximas, obtidas em zircões detríticos da Formação Samburá, e idades deposicionais mínimas, obtidas por datações U-Pb nestas cimentações mesodiagenéticas do arcabouço do Membro Lagoa Santa, indicam limites entre 671 (±31) Ma e 560 (±15) Ma, respectivamente. Um intervalo entre a deposição destas duas sequências carbonáticas marinhas de no mínimo 3 Ma é indicado pelas idades de fechamento diagenético destas sequências, com a datação U-Pb em carbonatos estabilizados durante o evento de exposição subaérea em 594±22 Ma. Estes dados respaldam uma idade Ediacarana para a deposição da Formação Sete Lagoas nesta localidade.