CIPHARMA - Doutorado (Teses)
URI permanente para esta coleçãohttp://www.hml.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3038
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Item Avaliação de síndrome metabólica e determinação de novos pontos de corte para os fatores associados à síndrome em mulheres no climatério.(2022) Gouvea, Thiago Magalhães; Lima, Angélica Alves; Lima, Angélica Alves; Lima, Luciana Moreira; Bem, Daniela Amorim Melgaço Guimarães do; Veloso, Vanja Maria; Silva, Glenda Nicioli daVários fatores desempenham papel no desenvolvimento da Síndrome Metabólica (SM), como variáveis individuais, ambientais e comportamentais, além do próprio envelhecimento. São poucos os estudos de SM em mulheres no climatério com dados representativos da população brasileira, especialmente diferenciando os estágios do envelhecimento reprodutivo. Ainda há indefinição dos melhores pontos de corte para os componentes individuais e sobre a inclusão de outros componentes ou substituição dos utilizados atualmente. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar prevalência da SM em mulheres na fase reprodutiva tardia, transição menopausal e pós-menopausa e determinar novos pontos de corte para os fatores associados à Síndrome. Para isto, foram selecionadas 711 mulheres, entre 45 e 60 anos, usuárias do Sistema Único de Saúde de Ouro Preto, MG. Foram realizadas entrevistas para coleta de dados sociodemográficos e comportamentais; avaliação clínica, antropométrica e laboratorial. A partir desses dados foram calculados índice de massa corporal (IMC), relação cintura-quadril (RCQ) e cintura-estatura (RCE), razão ácido úrico/HDLc (AUR/HDL), bem como os índices de Adiposidade Visceral (IAV), Aterogênico do Plasma (AIP) e de insulino-resistência (HOMA-IR). A SM foi determinada usando os critérios do National Cholesterol Education Program (NCEP), da International Diabetes Federation (IDF) e Joint Interim Statement (JIS). Para os fatores associados à SM foram determinados novos pontos de corte usando a curva ROC. A prevalência de SM no climatério foi de aproximadamente 40% e maior quando diagnosticada pelo critério JIS e na pós-menopausa (PM) quando comparada aos outros estágios do envelhecimento reprodutivo (EER). A circunferência de cintura (CC) foi o componente individual mais alterado, estando muito elevada desde a fase reprodutiva tardia (FRT). Glicemia de jejum (GJ) e triglicerídeos (TG) foram os componentes que se associaram significativamente aos EER, estando mais alterados em mulheres na PM. Foram definidos os seguintes pontos de corte para as variáveis associadas à SM em mulheres no climatério: proteína C-reativa ultrassensível (2,2 mg/L); ácido úrico (5,1 mg/dL); apolipoproteína B (120 mg/dL); insulina (6,22 μUI/mL); porcentagem de gordura corporal (33%); RCE (0,57); RCQ (0,86); IMC (26,05 kg/m2 ); HOMA-IR (1,68); IAV (1,76); AIP (-0,03) e razão AUR/HDL (10,2%). Os fatores idade/envelhecimento reprodutivo, status menopausal, baixa escolaridade/renda, sedentarismo, multiparidade, uso de medicamentos, sintomas climatéricos moderados/intensos, obesidade abdominal, inflamação, resistência insulínica, hiperuricemia, dislipidemia e hipoestrogenismo foram associados à SM. RCE, AIP e insulina foram os melhores preditores da SM em mulheres climatéricas. IAV, AUR e AUR/HDL apresentaram boa especificidade e podem ser úteis no acompanhamento de mulheres diagnosticadas com SM. Medidas de controle da obesidade abdominal antes e durante o climatério e de dislipidemia da FRT à PM podem ser essenciais para reduzir a prevalência de SM. Além disto, a otimização dos pontos de corte pode auxiliar na triagem das portadoras da Síndrome, propiciando acompanhamento precoce e consequentemente diminuição do risco de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus em mulheres no climatério.Item Efeito da prática de yoga sobre sintomas, variáveis antropométricas, laboratoriais e clinicas de mulheres no climatério.(2022) Souza, Laura Alves Cota e; Lima, Angélica Alves; Lima, Angélica Alves; Monteiro, Henrique Luiz; Campos, Helena Hachul de; Barra, Alexandre de Almeida; Isoldi, Mauro CésarO climatério é uma fase da vida feminina caracterizada pela ocorrência de sintomas e alterações metabólicas, que acontecem principalmente devido ao declínio dos níveis de estrogênio. Alguns estudos já mostraram que a prática de Yoga pode melhorar a qualidade de vida das mulheres no climatério. Contudo, ainda faltam evidências acerca dos efeitos do Yoga sobre as alterações metabólicas que ocorrem durante a transição menopausal e pós-menopausa, bem como sobre o momento mais apropriado para o início das práticas e o tempo necessário para que os benefícios sejam observados. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da prática regular de Yoga sobre sintomas, parâmetros antropométricos, laboratoriais e clínicos de mulheres no climatério. Para tal, foram selecionadas 373 mulheres de 40 a 65 anos, as quais foram distribuídas em dois grupos: Yoga (n=187) e Controle (n=186). Todas as participantes foram avaliadas antes do início do estudo (AI) e após seis, doze e vinte e quatro meses (AF). As análises incluiram (a) entrevista para levantamento dos sintomas, características sociodemográficas e comportamentais; (b) medidas antropométricas; (c) testes laboratoriais: perfil lipídico, glicemia e hormônios; (d) avaliação de síndrome metabólica e do risco cardiovascular. Os resultados mostraram redução significativa da intensidade dos sintomas climatéricos após 6 (p<0,001), 12 (p=0,008) e 24 meses (p=0,027) de práticas de Yoga. Em relação aos parâmetros antropométricos avaliados, foi observada diminuição significativa do índice de massa corporal (IMC) após 24 meses de práticas de Yoga (-2,2kg/m2 ; p=0,008) e da porcentagem de gordura corporal (GC) após 6 (-0,9%; p=0,036) e 24 meses (-4,3%; p=0,008). Na análise dos parâmetros laboratoriais, foi observado aumento do HDLc (9,6 mg/dL; p=0,012) e do índice QUICKI (0,03; p=0,046) após 24 meses de práticas de Yoga, além de redução da glicemia de jejum (GJ) (-9,1 mg/dL; p=0,024) e do colesterol não-HDLc (-23,4 mg/dL; p=0,018) após este mesmo período. A comparação intergrupo após os diferentes períodos de acompanhamento (AF) também mostrou que, para a maioria das variáveis avaliadas, as praticantes de Yoga apresentaram resultados significativamente melhores em comparação ao grupo Controle. Desta forma, os achados deste trabalho mostram que a prática regular de Yoga teve efeito benéfico sobre sintomas, parâmetros antropométricos, laboratoriais e clínicos, podendo representar uma abordagem não farmacológica atrativa para mulheres no climatério.Item A percepção do climatério e menopausa por mulheres de Ouro Preto – MG.(2019) Serpa, Miguel Arcangelo; Veloso, Vanja Maria; Passos, Maria Cristina; Silva, Ana Lúcia Abrahão da; Chemello, Clarice; Carneiro, Cláudia Martins; Lima, Angélica Alves; Veloso, Vanja MariaCom o aumento da expectativa de vida da população brasileira, a vivência do climatério está cada vez mais presente, e demanda estratégias que visam melhorar a qualidade de vida das mulheres. O objetivo do estudo foi compreender e significar a percepção da vivência do climatério e menopausa por mulheres usuárias da UBS Padre Faria no município de Ouro Preto-MG. Para isso, inicialmente foi elaborado um protocolo para revisão sistemática sobre a vivencia do climatério e menopausa por mulheres. Posteriormente, foi realizado um estudo fenomenológico, utilizando como referencial teórico filosófico Merleau-Ponty e análise temática de conteúdo. Foram realizadas entrevistas abertas, gravadas na forma de áudio, com as seguintes perguntas norteadoras: “Qual o significado do climatério para você? Qual a experiência de vivenciar o climatério?”. Depois de transcritas, as entrevistas foram lidas repetidamente a fim de organizar os resultados de acordo com temas relevantes propostos e os que emergiram. As 10 mulheres participantes não dissociaram a vivência do climatério e menopausa do processo de envelhecimento. Na fala, algumas delas associaram o envelhecimento à perda de energia e diminuição das atividades. Permaneceu a ideia de que nesse período a mulher perde a juventude e a energia de outrora. Algumas mulheres associaram a menopausa e envelhecimento a início de aparecimento de manifestações de algumas doenças que são associadas ao envelhecimento. A percepção de vivência do climatério e menopausa das mulheres do estudo revelou-se carregada de tabus e preconceitos. Como essa vivência é indissociável de seu contexto sociocultural, traz em si um discurso que enfatiza a desvalorização do envelhecimento e decadência da sexualidade.