CIPHARMA - Doutorado (Teses)
URI permanente para esta coleçãohttp://www.hml.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3038
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Item Bases moleculares e bioquímicas da patogênese da doença hepática gordurosa não alcoólica induzida por carboidratos simples : foco na reprogramação epigenética e no metabolismo lipídico hepático.(2020) Oliveira, Daiane Teixeira de; Cota, Renata Guerra de Sá; Cota, Renata Guerra de Sá; Rodrigues, Tiago; Coimbra, Cândido Celso; Bezerra, Frank Silva; Isoldi, Mauro CésarEsse estudo teve como objetivo fornecer uma visão abrangente dos eventos metabólicos e bioquímicos que envolvem o consumo de carboidratos simples, em condição de equivalência energética, bem como elucidar o papel do metabolismo lipídico e das modificações epigenéticas na patogênese da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Por razões didáticas, dividimos os resultados desse estudo em três capítulos, de acordo com os objetivos específicos estabelecidos. No capítulo I e II avaliamos o efeito do consumo crônico de carboidratos simples sobre o desenvolvimento de alterações metabólicas e o papel do metabolismo lipídico hepático sobre o desenvolvimento de alterações hepatocelulares, respectivamente. Para isso, ratos Wistar recém-desmamados foram submetidos à dieta controle (DC; n=8) ou a uma dieta isocalórica rica em carboidratos simples (DRCS; n=12), ad libitum por 18 semanas. Capítulo I: independentemente do consumo calórico positivo a DRCS levou ao aumento significativo da massa corporal e da massa gorda, do índice de adiposidade, do índice de Lee, da massa do fígado, do nível sérico de triacilglicerol e VLDL, do conteúdo lipídico hepático, da frequência cardíaca e à hiperplasia e hipertrofia do tecido adiposo retroperitoneal, induziu intolerância à glicose, resistência à insulina e aumento compensatório da secreção de insulina pelas células β pancreáticas. Capítulo II: no fígado a DRCS desencadeou o estresse oxidativo e danos teciduais graves, como esteatose microvesicular, morte celular e ballooning. Através da análise do lipidoma hepático foram identificados e quantificados 362 espécies moleculares de lipídios. Mais especificamente, ratos alimentados com a DRCS exibiram aumento do conteúdo hepático de triacilglicerol esterificado em ácidos graxos saturados e monossaturados, aumento de lipídios biomarcadores de disfunção mitocondrial (fosfatidilglicerol, cardiolipina e ubiquinona) e do comprometimento da βoxidação de ácidos graxos (acilcarnitina) e alterações em lipídios de membrana. A DRCS também levou a down-regulation de genes da oxidação de ácidos graxos no fígado. No capítulo III avaliamos o efeito temporal da DRCS sobre a indução da reprogramação epigenética no fígado. Para isso, ratos Wistar recém-desmamados foram divididos nos grupos experimentais DC (n=20) e DRCS (n=20) e submetidos as respectivas dietas pelo período de 4 (n=5), 8 (n=5), 15 (n=5) e 18 (n=5) semanas. O desenvolvimento e a progressão da DHGNA, induzido pela DRCS, foi acompanhado pela desregulação dos padrões epigenéticos, evidenciados pela modulação negativa da expressão das metilases (Dnmts) e desmetilase (Tet2) do DNA, e das sirtuínas (sirt1-7), pela diminuição da metilação global do DNA e pela modulação negativa da marca de repressão da transcrição (H3K9me3 e H3K27me3) induzida pelo envelhecimento. Em conclusão, esses achados sugerem que o consumo precoce e crônico da DRCS leva ao fenótipo da síndrome metabólica, independentemente da ingestão calórica. No fígado, a DRCS induz a sobrecarga e o comprometimento da β-oxidação de ácidos graxos e desencadeia a reprogramação epigenética, resultando em perturbações drásticas no metabolismo lipídico hepático e no desenvolvimento e progressão da DHGNA. Esses achados contribuem para a consolidação do efeito deletério da DRCS sobre a saúde e para a elucidação das vias moleculares da patogênese da DHGNA.Item Toxicidade geral e ação sobre a função respiratória de camundongos mdx da piridostigmina encapsulada em lipossomas multilamelares.(2017) Amancio, Gabriela de Cássia Sousa; Guimarães, Andrea Grabe; Barcellos, Neila Marcia Silva; Guimarães, Andrea Grabe; Martins, Marco Aurelio; Barros, André Luís Branco de; Bezerra, Frank Silva; Leite, RomuloA piridostigmina encapsulada em lipossomas multilamelares (PIR-Lip) foi desenvolvida com o objetivo de prolongar seu efeito inibitório sobre a acetilcolinesterase e reduzir seus efeitos colaterais. No presente estudo foram avaliados os efeitos da administração subcutânea (SC) da PIR-Lip sobre a toxicidade geral em camundongos Swiss e sobre a função respiratória de camundongos mdx, modelo murino de distrofia muscular de Duchenne (DMD). PIR-Lip foi avaliada em comparação à PIR livre nos testes de campo aberto, haste girante e aparelho de tração, indicadores da função neumuscular, e parâmetros hematológicos e bioquímicos (função renal e hepática) em camundongos Swiss. Em camundongos machos, o tratamento em doses repetidas com a PIR-Lip (14 dias, 10 mg/kg, 20 mg/kg ou 40 mg/kg) causou redução da atividade locomotora dos animais no campo aberto. Não houve alteração significativa no teste da haste girante, utilizado para avaliar a coordenação motora e equilíbrio, e no teste de tração, utilizado para avaliar a força muscular. Quanto às alterações bioquímicas, nenhuma alteração foi encontrada em camundongos machos, no entanto nas fêmeas houve aumento significativo de creatinina e TGP nas doses 10, 20 e 40 mg/kg. Na avaliação hematológica após o tratamento com a dose 40 mg/kg de PIR-Lip foram observados aumento do hematócrito e VCM em fêmeas e redução em machos, porém permanecendo em valores dentro da normalidade. Foi avaliado o efeito da administração SC da PIR livre e PIR-Lip sobre a função respiratória de camundongos C57BL10 (animais controle) e camundongos mdx. Os parâmetros respiratórios (VC: volume corrente, VM: ventilação minuto; e FR: frequência respiratória) dos animais foram registrados durante o fluxo de ar ambiente e em condições de hipercapnia (8% CO2), por pletismografia de corpo inteiro. A pletismografia foi realizada antes e após o tratamento em dose única com a PIR livre (0,1 mg/kg) e PIR-Lip (1 mg/kg e 5 mg/kg). Foi realizado também o teste de contratilidade in vitro do diafragma. Após o tratamento em doses repetidas (30 dias, PIR-Lip 5 mg/kg), o músculo foi estimulado eletricamente em diferentes frequências e a contração máxima medida. A PIR livre (1 mg/kg) foi tóxica para os camundongos mdx e os animais morreram após a administração. Não foi observado nenhum desses efeitos nos animais tratados com PIR-Lip em dose única ou doses repetidas. No entanto, a PIR-Lip não apresentou nenhum efeito benéfico sobre os parâmetros respiratórios avaliados. Em síntese, os resultados obtidos indicam um possível efeito da PIR livre e PIR-Lip sobre a atividade locomotora dos animais. A dose 40 mg/kg de PIR-Lip induziu algumas alterações indicativas de toxicidade hematológica, no entanto, a dose 10 mg/kg não apresentou nenhuma alteração relevante e, portanto, é segura para o uso em longo prazo. Para a avaliação de PIR-Lip para a terapêutica de DMD, novos estudos deverão ser realizados.