CIPHARMA - Doutorado (Teses)
URI permanente para esta coleçãohttp://www.hml.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3038
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Item Estudo sazonal e avaliação das atividades anti-hiperuricêmica e anti-inflamatória e da estabilidade de extratos etanólicos de Lychnophora passerina (Mart. ex. DC) Gardn.(2017) Ugoline, Bruno César de Albuquerque; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Souza, Jacqueline de; Pimenta, Lúcia Pinheiro Santos; Serra, Cristina Helena dos Reis; Guimarães, Andrea Grabe; Barcellos, Neila Marcia Silva; Guimarães, Dênia Antunes SaúdeNeste trabalho foi avaliada a influência da sazonalidade sobre o teor da lactona sesquiterpênica goiazensolida nos extratos etanólicos brutos de partes aéreas de L. passerina coletada no verão (EV), outono (EO), inverno (EI) e primavera (EP) e sobre as atividades anti-hiperuricêmica e anti-inflamatória. A goiazensolida foi isolada da fração hexano/acetato etílica obtida do extrato clorofórmico e sua estrutura química foi confirmada por meio de métodos espectrométricos usuais. Um método por CLAE empregando adição de padrão foi desenvolvido e validado para quantificação da goiazensolida em EV, EO, EI e EP, sendo um método inédito para a quantificação do marcador químico na espécie. A goiazensolida foi submetida à degradação forçada, por 24 horas, em meios alcalino e ácido, apresentando degradação completa nos referidos meios. O armazenamento da goiazensolida a 40 ºC promoveu uma redução de 35,4% no seu teor após as 24 horas. EV, EO, EI e EP apresentaram teores distintos da lactona sesquiterpênica. Soluções aquosas de EV, EO, EI e EP a 100 μg/mL foram avaliadas quanto à capacidade de reduzir in vitro a atividade da xantina oxidase (XO) e todos os extratos se mostraram ativos. Os tratamentos com os extratos EV e EO (125,0 e 250,0 mg/kg), e com a goiazensolida (10,0 mg/kg) reduziram os níveis séricos de ácido úrico em camundongos com hiperuricemia induzida por oxonato de potássio. Neste ensaio, a atividade da goiazensolida foi significativamente semelhante a do fármaco alopurinol. EV, EO, e EP, nas doses de 125,0 e 250,0 mg/kg, bem como a goiazensolida na dose 10,0 mg/kg, inibiram a atividade da XO hepática, evidenciando um dos prováveis mecanismos de ação anti-hiperuricêmica. Os animais tratados com EV e EO (125,0 e 250,0 mg/kg) e com a goiazensolida (5,0 mg/kg), tiveram o edema induzido por cristais de urato monossódico reduzido a partir de 24 horas do início do experimento. Não foram encontradas diferenças significativas entre a atividade antiedematogênica dos extratos, porém os resultados indicaram que EV e EP foram os extratos com maior efeito anti-hiperuricêmico. No ensaio do edema de pata induzido por carragenina, os tratamentos com EV, EO, EI, EP (125,0 e 250,0 mg/kg) e com a goiazensolida (10,0 mg/kg) foram capazes de reduzir significativamente o edema a partir da segunda hora de experimento. Os extratos não apresentaram atividade anti-inflamatória estatisticamente diferente, sugerindo que para o uso como agente anti-inflamatório a planta pode ser coletada em qualquer época do ano. O extrato EO e a tintura preparada com a espécie vegetal coletada na mesma estação (TO) foram avaliados quanto à estabilidade de longa duração a 30 °C, por 12 meses, e acelerada a 40 °C, por 6 meses. Parâmetros como características organolépticas, pH, densidade relativa e resíduo seco não apresentaram alteração significativa para ambas as amostras. O teor de goiazensolida foi maior que o limite estabelecido (≥ 90%) no primeiro mês de estudo de estabilidade acelerada, com decréscimo maior que 50% ao término dos 6 meses para EO e TO, cujos teores iniciais foram 6,6 ± 0,44 e 8,2 ± 0,79 % (p/p) e reduziram a 1,3 ± 0,17 e 3,9 ± 0,64 % (p/p); respectivamente. Nas condições de prateleira, o teor de goiazensolida reduziu a níveis abaixo do limite estabelecido pela Anvisa (≤ 10%) após o quarto mês de estudo. Desta forma, o extrato etanólico de L. passerina demonstrou ser uma promissora alternativa para a terapêutica da gota, devido às atividades anti-hiperuricêmica e anti-inflamatória apresentadas pelo mesmo, atuando de forma diferenciada e inovadora frente aos fármacos atualmente disponíveis.Item Toxicidade geral e ação sobre a função respiratória de camundongos mdx da piridostigmina encapsulada em lipossomas multilamelares.(2017) Amancio, Gabriela de Cássia Sousa; Guimarães, Andrea Grabe; Barcellos, Neila Marcia Silva; Guimarães, Andrea Grabe; Martins, Marco Aurelio; Barros, André Luís Branco de; Bezerra, Frank Silva; Leite, RomuloA piridostigmina encapsulada em lipossomas multilamelares (PIR-Lip) foi desenvolvida com o objetivo de prolongar seu efeito inibitório sobre a acetilcolinesterase e reduzir seus efeitos colaterais. No presente estudo foram avaliados os efeitos da administração subcutânea (SC) da PIR-Lip sobre a toxicidade geral em camundongos Swiss e sobre a função respiratória de camundongos mdx, modelo murino de distrofia muscular de Duchenne (DMD). PIR-Lip foi avaliada em comparação à PIR livre nos testes de campo aberto, haste girante e aparelho de tração, indicadores da função neumuscular, e parâmetros hematológicos e bioquímicos (função renal e hepática) em camundongos Swiss. Em camundongos machos, o tratamento em doses repetidas com a PIR-Lip (14 dias, 10 mg/kg, 20 mg/kg ou 40 mg/kg) causou redução da atividade locomotora dos animais no campo aberto. Não houve alteração significativa no teste da haste girante, utilizado para avaliar a coordenação motora e equilíbrio, e no teste de tração, utilizado para avaliar a força muscular. Quanto às alterações bioquímicas, nenhuma alteração foi encontrada em camundongos machos, no entanto nas fêmeas houve aumento significativo de creatinina e TGP nas doses 10, 20 e 40 mg/kg. Na avaliação hematológica após o tratamento com a dose 40 mg/kg de PIR-Lip foram observados aumento do hematócrito e VCM em fêmeas e redução em machos, porém permanecendo em valores dentro da normalidade. Foi avaliado o efeito da administração SC da PIR livre e PIR-Lip sobre a função respiratória de camundongos C57BL10 (animais controle) e camundongos mdx. Os parâmetros respiratórios (VC: volume corrente, VM: ventilação minuto; e FR: frequência respiratória) dos animais foram registrados durante o fluxo de ar ambiente e em condições de hipercapnia (8% CO2), por pletismografia de corpo inteiro. A pletismografia foi realizada antes e após o tratamento em dose única com a PIR livre (0,1 mg/kg) e PIR-Lip (1 mg/kg e 5 mg/kg). Foi realizado também o teste de contratilidade in vitro do diafragma. Após o tratamento em doses repetidas (30 dias, PIR-Lip 5 mg/kg), o músculo foi estimulado eletricamente em diferentes frequências e a contração máxima medida. A PIR livre (1 mg/kg) foi tóxica para os camundongos mdx e os animais morreram após a administração. Não foi observado nenhum desses efeitos nos animais tratados com PIR-Lip em dose única ou doses repetidas. No entanto, a PIR-Lip não apresentou nenhum efeito benéfico sobre os parâmetros respiratórios avaliados. Em síntese, os resultados obtidos indicam um possível efeito da PIR livre e PIR-Lip sobre a atividade locomotora dos animais. A dose 40 mg/kg de PIR-Lip induziu algumas alterações indicativas de toxicidade hematológica, no entanto, a dose 10 mg/kg não apresentou nenhuma alteração relevante e, portanto, é segura para o uso em longo prazo. Para a avaliação de PIR-Lip para a terapêutica de DMD, novos estudos deverão ser realizados.