Navegando por Assunto "Afeto - psicologia"
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Item Afetos possíveis : circuitos afetivos em torno de personagens travestis negras em “Segunda Chamada” e “Manhãs de Setembro”.(2023) Sales, Giulian Pereira de; Mendonça, Felipe Viero Kolinski Machado; Mendonça, Felipe Viero Kolinski Machado; Silva, Pâmela Guimarães da; Carrera, Fernanda Ariane SilvaEm um cenário de violência contra LGBTI+ no Brasil, esta pesquisa tem como objetivo entender quais são os afetos possíveis para travestis negras em uma sociedade estruturada por normas cisheterosexuais brancas. Por meio de uma análise crítica das interações das personagens Natasha, vivida por Lina Pereira, em “Segunda Chamada”, e Cassandra, vivida por Liniker, em “Manhãs de Setembro”, a pesquisa debate o papel pedagógico da mídia, tentando compreender se as personagens vivenciam, em suas narrativas, possibilidades afetivas que superem os dados de violência e morte que apontam as pesquisas realizadas pela ANTRA. A pesquisa utiliza-se do conceito de afetos estipulada por Baruch Spinoza (2007) e, posteriormente, trabalhada por Deleuze e Guattari (1992), Denilson Lopes (2004), Simone Cagnin (2008), Sara Ahmed (2015), Vladimir Satafle (2021) e outros pesquisadores. Ao perceber a obra de arte como um mundo de afetos, verificou-se que as séries acionam diferentes encontros de corpos e fazem reflexões e tensionamentos em torno de afetos das personagens em cenas, o que evidenciou os diferentes sistemas de subordinação que atravessam os corpos de Natasha e Cassandra. A pesquisa aprofundou-se na Teoria Queer, trazendo pensamentos em torno de Michael Warner (1993), Teresa de Lauretis (1987), Guacira Lopes Louro (2000), Eve Sedgwick (2007), Paul Preciado (2009), Guy Hocquenghem (2009), Monique Wittig (2010) e outros. Acionou-se, ainda, a interseccionalidade proposta por Kimberlé Crenshaw (1989), fazendo leituras a partir de Sueli Carneiro (2011), Jota Mombaça (2015), Achille Mbembe (2018), Lélia González (2020), bell hooks (2021), Cida Bento (2022) e Gevanilda Santos (2022). Por fim, foi necessário trazer a perspectiva decolonial a partir de Homi Bhabha (1998), Nelson Maldonado-Torres (2019), Walter Mignolo (2019). Para analisar as cenas, foi elaborado um protocolo analítico adaptado a partir de Felipe Viero Kolinski Machado (2022). Foi selecionada uma cena por episódio, pensando no momento de clímax do capítulo. A partir desse material, foi realizada uma análise crítica, em diálogo com os arcabouços teóricos listados. Compreendeu-se que a presença de Cassandra e Natasha diferem-se em muitos aspectos. Enquanto Cassandra proporciona uma reflexão em torno de circuitos afetivos, tensionando outras formas de promover encontros com corpos de travestis negras, Natasha oferece uma espetacularização das dores e violências sofridas por travestis negras no Brasil.Item Arte, discurso e afeto : o afeto trágico como fórmula suprema de afirmação em "Assim falou Zaratustra".(2020) Silva, Janete Ferreira da; Pimenta Neto, Olímpio José; Pimenta Neto, Olímpio José; Medrado, Alice Parrela; Gomes, Laurici VagnerConsiderando a fase madura do pensamento de Friedrich Nietzsche (1844-1900), a fase de seus escritos dos anos 80 e não desconsiderando seus escritos das outras fases, tentaremos pensar o cultivo do afeto trágico como fórmula suprema de afirmação da vida. Este estudo surge num contexto de alargar o âmbito de leitura do legado nietzschiano e de contribuir com uma nova proposta teórica: a de que a fórmula afeto trágico cria condições para a afirmação suprema da vida e para uma revitalização do homem em geral. Apostando na vontade de afeto como fórmula reduzida da vida, supomos a fórmula afeto trágico também como uma fórmula reduzida da vida e com isto tomá-la como nova fixação da ideia de “vida”. Inserimos, portanto, a fórmula afeto trágico de modo ‘essencial’ na economia da vida. Nova fixação da ideia de “vida”, como “vontade de afeto”. Vida é vontade de afeto. Um recurso de justificação à fórmula afeto trágico, nós encontramos em Assim Falou Zaratustra. Zaratustra fora um filósofo-artista-legislador. Como experimentador dos sentimentos criou para si o ‘direito ao grande afeto’- um artista esculpindo sobre os despojos de vida, uma ínfima parcela de alegria sobre a terra. De modo que nos resta compreender isso como um jogo e um combate dos afetos trágicos, um emparelhamento de forças e, sobretudo um quanta de expressões da vida, criados. Por outro lado, em termos morais, dizemos como Nietzsche disse: [...] “Basta, as morais são também elas apenas uma mímica dos afetos. As morais como pantomima dos afetos: os próprios afetos, porém, como pantomima das funções de tudo que for orgânico”. Aqui, cabe-nos o dissecamento dos valores niilistas que enfraquecem a vida, causam a sua degenerescência e a nega. Sobremaneira, o humano tomando para si a gestação e o parto do seu ser numa autodissecação- muda de visão, muda de gosto, uma muda de pele moral. Um humano capaz de si, sustentando sua carcaça, criando sua sombra e seu meio-dia.Item Beijo com paixão, crime com castigo : possibilidades de afeto gay em telenovelas da TV Globo.(2023) Moreira, Matheus Antonio; Mendonça, Felipe Viero Kolinski Machado; Mendonça, Felipe Viero Kolinski Machado; Homrich, Lalo Nopes; Rodrigues, André IribureEsta pesquisa discute as possibilidades do afeto homossexual a partir das cenas de beijo entre personagens masculinos exibidas em produtos teledramatúrgicos produzidos pela TV Globo, reunindo discussões de gênero, sexualidades e masculinidades em uma lógica heteronormativa. Analisaremos 17 cenas de beijos gays, exibidas em 16 produções teledramatúrgicas. Buscamos compreender, o contexto na trama em que as personagens estão inseridas, os conflitos e as formas de opressão impostas a cada uma delas, assim como o perfil e as condições necessários para que o beijo seja possível. No primeiro capítulo apresentamos os estudos de gênero e sexualidade, ancorados nas proposições de Butler (2002;2012;2020), Lauretis (1994), Rubin (2017) sobre as dinâmicas de poder que regulam gênero e sexo na sociedade, também exploramos o desejo homossexual a partir de Hocqhenghem (2009) e Preciado (2009), assim como a lógica heteronormativa e masculinidades a partir de Connell (2013;2015;2016) e Machado (2017). No segundo capítulo trataremos da teoria afetiva apoiados em Espinosa (2015), Deleuze e Guattari (1991) e Freud (1967), encarando os afetos como uma relação de interação entre o corpo e o mundo, assim como parte da psique humana. Trataremos do gênero televisivo telenovela, seu papel de lugar de disputas pela produção e criação de sentidos e identidades a partir de Lopes (2002;2003;2004), e da inserção da temática da homossexualidade nos produtos teledramatúrgicos a partir de Peret (2005), Colling (2007) e Silva (2015). No terceiro capítulo apresentamos a metodologia adotada nesta pesquisa, e a partir perspectivas teóricas de Kellner (2001) propomos uma análise crítica cultural da mídia. Também apresentaremos o mapeamento das cenas de beijo LGBTQI+ realizado para a compor o corpus de análise. No quarto capítulo, realizaremos o trabalho de análise proposto para as 17 cenas. Acionaremos teóricos que dialoguem com os temas tratados, realizando uma discussão em torno dos temas identificados. Através dos dados referentes às cenas de beijo colhidos durante o trabalho de análise, observamos que prevalecem cenas que utilizam do amor romântico, do casamento ou relação análoga ao casamento, da restrição a espaços privados e do contexto de happy ending como respaldo para o beijo acontecer, assim como prevalecem as personagens brancas, jovens, de classe média ou alta e heteronormativas. Ao fim, realizaremos considerações sobre o trabalho de forma abrangente, e acerca dos dados apresentados, suas implicações, e demonstrando o potencial para futuras pesquisas contido no tema.Item Minha corpa é voz de afeto : a cisheteronormatividade encarnada na cidade e o direito como impedimento para o fim do mundo.(2022) Mello, Germana Maria Guinle de; Bahia, Alexandre Gustavo Melo Franco de Moraes; Bahia, Alexandre Gustavo Melo Franco de Moraes; Pereira, Flávia Souza Máximo; Cabral, Raíssa Éris GrimmO Direito institucionalizado tem se empenhado em impedir o fim do mundo, mantendo as estruturas do cistema que permeiam a cidade, em vez de promover rupturas junto a movimentos sociais que reivindicam direitos humanos. Há contornos existentes no cotidiano de pessoas trans* nas cidades que são ignorados pelo Direito institucionalizado. A memória da luta e opressão do período da ditadura militar proporciona o entendimento de continuidades no modus operandi do poder público, não tendo sido a democracia capaz de tornar todas as pessoas sujeitas de direito. A partir da articulação entre as teorias transfeminista, decolonial e queer, é possível depreender que há uma teia de poderes estabelecida pela cisheteronormatividade, enredada na branquitude, que opera no cotidiano de pessoas trans* na cidade e no convívio nos espaços públicos. Por diversos dispositivos mobilizados, a cisheteronormatividade expulsa pessoas trans* de ambientes públicos, retirando a possibilidade de serem consideradas cidadãs para serem apenas um perigo a ser retirado de vista por políticas higienistas. Direitos específicos para pessoas LGBTI+ são demasiadamente precários e não abarcam as pessoas em maior vulnerabilidade do grupo. Os demais direitos costumam não considerar sua existência. A elaboração teórica do Direito à Cidade busca concretizar a gestão democrática, a possibilidade de pleitear projetos utópicos de cidade e a apropriação de espaços públicos, conceitos mais distantes de sua positivação, afastando as soluções de problemas reais de grupos sociais dissidentes. O direito institucionalizado é uma estrutura que pressupõe exclusões cistêmicas que podem ser tensionadas, mas não abolidas. A atmosfera criada pelo direito busca perpetuar o modelo posto, que é cisheteronormativo. Assim, a pesquisa pretende privilegiar o direito não institucionalizado, como propõe o Direito Achado na Corpa, derivação do Direito Achado na Rua, que busca fortalecer outras formas de produção do direito, possivelmente menos vinculadas à colonialidade. O que tem permitido a vida e conquistas de pessoas trans* são o movimento social, organizações sociais e múltiplas formas de rupturas e coletivizações de modos de vida disruptivos que se encontram cada vez mais fortalecidos, caminhos sem orientação prevista, mas que abrem portas para o fim do mundo. A pesquisa tem cunho qualitativo, jurídico-sociológico e é construída como pesquisa militante, contando com campo realizado de forma online por entrevistas semiestruturadas com pessoas trans* participantes ativas de movimentos LGBTI+ e do programa TODXS Embaixadorxs de 2020, cujo tema foi “meu corpo é voz de afeto”. As perguntas objetivaram uma compreensão de afetos que informam a relação dessas pessoas com espaços públicos da cidade e com o Direito. Utilizouse pistas da cartografia para desenhar a rede de forças que se conectam em movimento permanente no que foi relatado. O objetivo geral da pesquisa consiste em compreender o afeto do direito para pessoas trans* no ambiente da cidade e, a partir de análises transfeminista, decoloniais e queer, identificar estruturas cisheteronormativas que impedem acesso a espaços públicos e desafios para a concretização do Direito à Cidade, localizando algumas rupturas produzidas que viabilizam vidas e abrem espaço para o fim do mundo, que o direito institucionalizado se empenha em impedir.