Navegando por Autor "Zangelmi, Arnaldo José"
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Item Anos dourados... para quem? : um estudo sobre as condições de vida das camadas populares e práticas de cidadania na capital da república durante o governo Juscelino Kubitschek (Rio de Janeiro, 1956-1960).(2023) Costa, Rodrigo Gomes da; Queler, Jefferson José; Queler, Jefferson José; Motta, Marly Silva da; Zangelmi, Arnaldo JoséOs cinco anos da administração Kubitschek são lembrados até os dias de hoje devido as mudanças dinâmicas que trouxeram a economia do Brasil. O objetivo dessa pesquisa é compreender o exercício da cidadania - através da participação social - pelos moradores do Rio de Janeiro enquanto Capital da República, durante o Governo JK. Participação Social é entendida neste trabalho como uma forma de participação ativista e inclusiva, pois é utilizada pelas mais diferentes camadas da população, se servindo de maneiras legítimas de reivindicação que passam ao largo das tradicionais formas institucionais, conforme o trabalho de Julia Del Carmen Carapia. Para atingir este propósito, nos propomos a examinar (1) a infraestrutura do Rio durante a construção de Brasília, situação encarada pelos jornais e por parte da população como decadente, (2) a aparente omissão da alta Administração Pública diante dos problemas que engolfavam a cidade e (3) como os cariocas procuraram, a sua maneira, participar do debate. Os vestígios documentais base utilizados nessa pesquisa são os jornais Correio da Manhã, Diário de Notícias e Última Hora. Todos se encontram disponíveis, de forma online, no site da Biblioteca Nacional/RJ. Desses periódicos selecionamos e analisamos editoriais de jornalistas, cartas e entrevistas de populares que foram publicadas. A metodologia principal utilizada para a análise dos conteúdos desses periódicos será a Análise do Discurso Crítica (ADC). Como resultado encontramos o abandono da Cidade do Rio de Janeiro pela União, o que acarretou um aprofundamento dos seus problemas históricos, levando os habitantes da cidade a lutarem contra as penosas condições de vida, o desrespeito aos seus direitos e para garantirem o seu direito à cidade.Item Convergências, divergências e confrontos na luta pela terra : o processo de ocupações no nordeste mineiro (1985-1997).(2017) Zangelmi, Arnaldo JoséO objetivo desse trabalho foi conhecer o processo de ocupações de terra no Nordeste de Minas Gerais, especialmente entre os anos de 1985 e 1997, identificando os principais atores, suas participações, perspectivas e estratégias, assim como as ações de mediação, representação e interação institucional. Com base em recursos metodológicos da História Oral e da micro-história, pudemos perceber como as mobilizações emergiram pela aliança entre militantes do MST provenientes do Sul do Brasil, sindicatos e religiosos que atuavam na região. As mobilizações sofreram abalos, principalmente por divergências quanto à intensidade dos enfrentamentos e pela atuação de grupos contrários às mobilizações. Percebemos como essas mobilizações foram revigoradas na década de 1990, diante de transformações nas significações dos trabalhadores rurais.Item História do Estatuto do Trabalhador Rural : embates políticos na configuração da extensão da legislação trabalhista ao campo no Brasil (1960-1963).(2022) Magalhães, Renan Vinicius; Queler, Jefferson José; Queler, Jefferson José; Dezemone, Marcus Ajuruam de Oliveira; Pinto, Surama Conde Sá; Zangelmi, Arnaldo José; Jesus, Ronaldo Pereira deO Estatuto do Trabalhador Rural foi uma importante legislação trabalhista destinada a regular a lida do campo no Brasil. O pensamento agrário brasileiro, em meados do século XX, demonstra como setores intelectuais estavam formulando a questão agrária, no Brasil, por dois principais vieses, a extensão da Legislação Trabalhista ao campo e a reforma agrária, bem como a disputa em torno deste conceito e sua implementação. Através da análise de fontes documentais, principalmente o Diário do Congresso Nacional, constatou-se que o processo de criação desta lei foi complexo e longo, iniciado em 1960 enquanto Projeto de Lei 1837/1960, proposto pelo deputado federal Fernando Ferrari. O PL foi discutido na Câmara e no Senado, passando por transformações intensas que atribuíram, aos camponeses, direitos antes negados, como a aposentadoria. Nesse processo, houve grande oposição de parlamentares que tinham por interesse a manutenção das relações de trabalho e da propriedade de terras. Contudo, as intensas lutas dos trabalhadores rurais pressionaram o governo para a aprovação da lei, ao mesmo tempo, esta medida foi otimizada pelo governo como uma forma de aplacar os conflitos sociais do campo ou, de outro modo, conduzir as alterações no meio rural antes que estas fossem feitas pelos camponeses, por meio de uma revolução. Essas questões foram primordiais na aprovação da lei sancionada pelo presidente João Goulart, em 1963, determinando um momento singular na história agrária brasileira e na efetivação da extensão da legislação trabalhista ao campo.Item O latifúndio é o Diabo : apontamentos sobre a inusitada trajetória de Saluzinho.(Tempo, Niterói, v. 27. n. 56, p. 605-628, 2021.) Zangelmi, Arnaldo José; Queler, Jefferson JoséO objetivo deste trabalho é investigar a trajetória de Salustiano Gomes Ferreira (Saluzinho), dando especial atenção para o conflito mais marcante em que esteve envolvido, em Var- zelândia (MG), no final da década de 1960. Buscamos compreen- der as suas próprias interpretações sobre o caso, as imagens veiculadas pela imprensa da época e as perspectivas de alguns atores envolvidos. Nesse sentido, discutimos as relações entre esse trabalhador, outros posseiros da região, seus adversários e movimentos sociais no campo, procurando compreender suas noções de direitos e sua perspectiva sobre o pensamento comu- nista. Dessa forma, acreditamos ser possível lançar alguma luz sobre as especificidades desse indivíduo, assim como sobre o significado de sua trajetória para um entendimento mais amplo.Item “O latifúndio é o Diabo” : apontamentos sobre a inusitada trajetória de Saluzinho.(2021) Zangelmi, Arnaldo José; Queler, Jefferson JoséO objetivo deste trabalho é investigar a trajetória de Salustiano Gomes Ferreira (Saluzinho), dando especial atenção para o conflito mais marcante em que esteve envolvido, em Var- zelândia (MG), no final da década de 1960. Buscamos compreen- der as suas próprias interpretações sobre o caso, as imagens veiculadas pela imprensa da época e as perspectivas de alguns atores envolvidos. Nesse sentido, discutimos as relações entre esse trabalhador, outros posseiros da região, seus adversários e movimentos sociais no campo, procurando compreender suas noções de direitos e sua perspectiva sobre o pensamento comu- nista. Dessa forma, acreditamos ser possível lançar alguma luz sobre as especificidades desse indivíduo, assim como sobre o significado de sua trajetória para um entendimento mais amplo.Item Liberdade e luta : movimento estudantil e a expansão das repúblicas federais de Ouro Preto durante a transição política.(2021) Franzoni, Maria Avila; Zangelmi, Arnaldo José; Zangelmi, Arnaldo José; Oliveira, Fabrício Roberto Costa; Silveira, Marco AntônioA pesquisa investigou as repúblicas federais de Ouro Preto-MG a partir do movimento estudantil organizado na cidade, principalmente em torno das disputas centradas na expansão do acesso à moradia. Durante a emergência de lutas estudantis, no período de 1975 a 1983, considerado o início da abertura política para a democracia, uma das pautas regionais estava alocada justamente na exigência por mais moradias e por dinâmicas democráticas dentro delas. Evidenciamos que a história das repúblicas federais está associada à história da Escola de Minas e da UFOP, alicerçadas em uma rede de influências entre os alunos, ex-alunos e as instituições. Foi durante a abertura política, que coincidiu com a expansão da UFOP, que o status dessas casas começou a ser questionado de forma organizada pelos estudantes. Por meio da realização de entrevistas, da análise de matérias de jornais e da pesquisa nos arquivos pessoais detentores de fotos e correspondências de ex-alunos militantes na tendência, mostramos que a discussão em torno das políticas de gestão e de acesso às moradias estudantis esteve presente na pauta do movimento estudantil em Ouro Preto-MG, concomitantemente à expansão das casas e à expansão da própria universidade. A principal organização política analisada em nosso trabalho é o “Libelu”, apelido atribuído à “Liberdade e Luta”, organização estudantil que esteve atuante em Ouro Preto-MG nos anos 1970-1980. Em entrevistas realizadas com antigos quadros da tendência, narramos algumas especificidades e os posicionamentos do grupo, considerado, dentro do movimento estudantil, como uma tendência radical e que teve fundamental agência, principalmente na Escola de Farmácia, para a organização política dos estudantes da UFOP nas greves do período. Discutimos alguns aspectos da militância estudantil e da atuação política durante o período ditatorial do Brasil, com a análise de elementos como o medo, a opressão, o preconceito e as desigualdades sociais, encarados como elementos essenciais para a reflexão sobre as ações políticas. Metodologicamente, o trabalho também foi narrado em conjunto com elementos da experiência pessoal da narradora, por entender que essa trajetória está associada à escrita e ao trabalho historiográfico. Dessa forma, por meio da exposição do espírito da historiadora que compõe essa narrativa, buscamos conferir-lhe inteligibilidade.Item Lideranças católicas e políticas no interior de Minas Gerais : quando "o Partido não é mais aquele".(2021) Oliveira, Fabrício Roberto Costa; Zangelmi, Arnaldo JoséNeste artigo analisamos o processo de formação político-religiosa e ascensão institucional de militantes do Partido dos Trabalhadores no interior de Minas Gerais, bem como as diferentes formas como esse processo foi interpretado por esses agentes. Para tanto, buscamos relacionar diversos depoimentos orais, documentos pessoais desses atores e atas das reuniões locais do Partido, assim como nos valemos de referenciais teóricos sobre as relações entre religião e política, memória e identidade e movimentos sociais. Nessa perspectiva, pudemos perceber a existência de diferentes formas de lembrar o processo vivido por esses atores, relacionadas com suas diferentes posições no decorrer do tempo, demonstrando que experimentaram de maneiras diversas os processos sociais e políticos nas mobilizações e na ascensão ao poder institucional.Item Lutas frustradas, sementes plantadas : mobilizações do MST no noroeste e Triângulo Mineiro (1989-1992).(2017) Zangelmi, Arnaldo JoséO objetivo desse artigo é tratar das mobilizações de alguns militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra nas regiões Noroeste e Triângulo Mineiro, entre os anos de 1989 e 1992. Assim, buscou-se discutir suas ações no sentido da realização de ocupações de terras, suas interações com os trabalhadores rurais para esse intento, a reação de seus adversários e as relações com as outras organizações empenhadas na luta pela terra nesses contextos.Item Mediações políticas silenciadas repressão, resistência e luta pela terra em Cachoeirinha (1964-1985).(2019) Zangelmi, Arnaldo JoséO artigo visa investigar as relações entre o processo vivido na comunidade de Cachoeirinha (Varzelândia/MG) e a atuação de organizações e movimentos sociais mobilizados na luta pela terra, buscando desvendar parte das mediações políticas que tornaram possível a resistência dos posseiros na região, as iniciativas de enfrentamento desses trabalhadores e a articulação de suas lutas durante as décadas de 1960, 1970 e 1980. Com base em alguns princípios metodológicos da história oral e da microhistória, realizamos entrevistas com algumas pessoas que participaram dessas mobilizações e analisamos denso material escrito produzido por diversos órgãos públicos, imprensa, movimentos sociais e organizações políticas que atuaram na região durante esse período. Assim, pudemos perceber que, mesmo diante da forte repressão, vários atores buscaram mediar o fortalecimento da luta desses posseiros e suas conexões com grupos externos, possibilitando a emergência mais explícita de suas demandas durante o processo de abertura política nacional na década de 1980.Item Mediadores : problematizando algumas trajetórias.(2016) Zangelmi, Arnaldo José; Oliveira, Fabrício Roberto Costa; Sales, Izabella Fátima Oliveira deO presente artigo pretende problematizar os principais contornos das trajetórias de indivíduos reconhecidos como mediadores, buscando analisar os principais fatores que influenciaram na formação das capacidades e interesses por essa atuação específica. Assim, pretendemos apontar alternativas às análises que enfatizam o ambiente metropolitano como lócus privilegiado para a formação de mediadores, tendo como objeto empírico algumas trajetórias de integrantes de organizações e movimentos sociais rurais.Item Mediadores : problematizando algumas trajetórias.(2016) Zangelmi, Arnaldo José; Oliveira, Fabrício Roberto Costa; Sales, Izabella Fátima Oliveira deO presente artigo pretende problematizar os principais contornos das trajetórias de indivíduos reconhecidos como mediadores, buscando analisar os principais fatores que influenciaram na formação das capacidades e interesses por essa atuação específica. Assim, pretendemos apontar alternativas às análises que enfatizam o ambiente metropolitano como lócus privilegiado para a formação de mediadores, tendo como objeto empírico algumas trajetórias de integrantes de organizações e movimentos sociais rurais.Item Movimentos, mediações e Estado : apontamentos sobre a luta pela terra no Brasil na segunda metade do século XX.(2016) Zangelmi, Arnaldo José; Oliveira, Fabrício Roberto Costa; Sales, Izabella Fátima Oliveira deO objetivo deste artigo é fazer uma análise do processo de luta pela terra no Brasil, especialmente no que se refere à constituição de relações de interdependência entre trabalhadores rurais, militantes de movimentos/organizações sociais e Estado, na segunda metade do século XX, contexto em que as ocupações de terra e formação de acampamentos se tornaram elementos centrais na militância pela reforma agrária, criando espaço de interlocução com o poder público. Assim, a base de trabalhadores, os movimentos e o poder público se alimentaram mutuamente nessas relações e só podem ser compreendidos em relação, ou seja, pela sua posição no conjunto de papéis inter-relacionados que conformou o processo de luta pela terra em várias regiões do Brasil.Item Um olhar sobre a dimensão cultural dos protestos e os dilemas da mobilização.(2018) Zangelmi, Arnaldo JoséO livro Protesto discute as mobilizações dos movimentos sociais em diversos contextos, dando especial atenção à dimensão cultural dos protestos. Assim, a obra trata de aspectos centrais dessas mobilizações, como a construção de significados, recrutamento, interação com outros grupos, processo decisório e impacto dos movimentos na sociedade. Com uma abordagem processual e relacional, o autor busca compreender as significações, emoções, valores morais e estratégias dos atores, apontando os dilemas diante dos quais os integrantes dos movimentos sociais buscam traçar seus rumos.Item Por uma revolução branda no campo : significados do vocabulário político das reportagens de Antônio Callado sobre o Nordeste (1959-1960).(2020) Queler, Jefferson José; Zangelmi, Arnaldo JoséEste artigo pretende explorar possíveis relações entre a história da imprensa e a história dos movimentos sociais no campo no Brasil. Para tanto, analisará uma série de reportagens de Antonio Callado sobre o Nordeste e as Ligas Camponesas publicadas no jornal Correio da Manhã, em 1959, e reunidas no livro Os industriais da seca e os “galileus” de Pernambuco um ano depois. Tal obra tem sido desde então tomada por historiadores e cientistas sociais como fonte central de informações para o estudo daquele período. Entretanto, essas matérias ainda não receberam um estudo específico que procure esclarecer suas condições de produção e seus objetivos políticos. Desse modo, esta análise pretende, ao levar em conta as referidas matérias em seu suporte original e os editoriais do Correio da Manhã que as comentaram, deter-se sobre essas questões. Isso talvez permita avaliar o papel das escolhas individuais de Callado e das forças sociais que convergiram para a confecção daquelas reportagens, bem como alguns dos significados do vocabulário político presente nelas.Item Os posseiros de Cotaxé e o Movimento Udelinista : conflitos de representação.(2016) Pena, Victor Augusto Lage; Queler, Jefferson José; Zangelmi, Arnaldo José; Oliveira, Ueber José deEsta dissertação consiste em uma análise das representações construídas sobre o Movimento Udelinista, organização dos posseiros da vila de Cotaxé, região contestada entre Espírito Santo e Minas Gerais, a fim de garantir a sua permanência naquele território. O evento ocorreu entre as décadas de 1940 e 1950, enquanto grileiros chegavam com documentações das terras para retirar os que ali habitavam, os posseiros resistiam e lutavam para garantir seu acesso à terra. A Polícia Militar do Espírito Santo apoiou os grileiros, fazendo um grande ataque repressivo e violento contra os udelinistas. Depois do ocorrido são criadas representações que alegam que o movimento era messiânico e objetivava criar um novo estado na região, o Estado União de Jeovah. Essa imagem construída influenciou a historiografia, livros de literatura, livros didáticos, além de matérias jornalísticas contemporâneas. Foram pesquisados documentos oficiais de governo, jornais da época, um documentário, além da memória oral dos moradores da vila, para compreender o processo de construção dessas interpretações, além de buscar empirias que a confirmassem. Na ausência de provas que confirmassem a interpretação dominante, e ao encontrar novas fontes históricas, propõe-se aqui uma revisão historiográfica em que nega o messianismo, coloca em cheque a criação do novo estado, além de traçar uma rota de fuga feita pelo líder dos posseiros, Udelino Alves de Matos.Item Quem não tem eco, nem sabe que já deixou de existir : a experiência contracolonialista do Quilombo Carrapatos da Tabatinga.(2020) Silva, Sheila dos Santos; Zangelmi, Arnaldo José; Zangelmi, Arnaldo José; Silva, Ana Cláudia Matos da; Anaya, Felisa Cançado; Queler, Jefferson JoséEsta dissertação tem como objetivo contribuir com a construção de novos imaginários da população afrodescendente no Brasil, através da experiência contracolonialista observada na família de Dona Sebastiana no Quilombo Carrapatos da Tabatinga. Desse modo, apontarei alguns dos equívocos cometidos pela História oficial em torno do conceito Quilombo, e da representação de sujeitos quilombolas, do período colonial à República, chamando a atenção para a humanidade que se inaugurava no empreendimento quilombola / no movimento de negras (os) organizadas no período de 1931-1988 / e nas ações iniciais do Movimento Negro Unificado (MNU), estendendo-se até a posteridade. Esta humanidade, por sua vez, constrange com o questionamento acerca do estatuto ontológico de seres humanos africanos e afrodescendentes gestado pela epistemologia eurocêntrica. Compreendo, assim, que somente a afroperspectiva teórica, pode, de fato, devolver o nosso protagonismo histórico usurpado pelas políticas de morte física e simbólica. Para tanto, sulizada pelo pensamento afrocêntrico de Molefe Kete Asante (2009), Abdias do Nascimento (2009) e Ama Mazama (2009) decifro alguns fios epistêmicos que estruturam os modos de vida e o processo de subjetivação da identidade quilombola da família de Dona Sebastiana no Quilombo Carrapatos da Tabatinga, concluindo parcialmente que a ancestralidade (OLIVEIRA, 2007), a teimosia (ANDRADE, 2019), a circularidade (BISPO, 2018) e o comunitarismo (MENKITI, 1984) são alguns dos paradigmas estruturantes de uma epistemologia afroquilombola, comprometida em fazer (bem) viver a população afropindorâmica no contexto brasileiro, e por que não, no mundo.Item O segundo governo Vargas e o trabalhador rural : propostas políticas por uma legislação trabalhista no campo (1950-1954).(2016) Magalhães, Renan Vinícius; Queler, Jefferson José; Freixo, André de Lemos; Zangelmi, Arnaldo José; Jesus, Ronaldo Pereira deA presente dissertação trata sobre a extensão da legislação trabalhista ao campo no segundo governo Vargas (1950-1954). Desse modo, investigamos na campanha eleitoral do candidato, quais foram suas propostas para levar ao meio rural tais benefícios. Após sua vitória no pleito, procuramos quais foram os projetos de lei debatidos no seu governo para o trabalhador rural, os que foram aprovados, rejeitados, quais sujeitos participaram desse debate, se colocando favoráveis ou contrários às proposições. Dessa forma, como aponta Norberto Bobbio, buscamos desnaturalizar as leis, atribuindo-as a lutas e conquistas dentro de um tempo histórico e de uma cultura política, tendo-as como manifestação de interesses de grupos sociais. A análise dos projetos e da campanha política no segundo governo Vargas também se deu em observação aos jornais Correio da Manhã e Última Hora, assim, buscou-se entender como esses periódicos manifestaram sua opinião em relação à volta de Vargas ao poder e os projetos que levariam a legislação trabalhista ao campo. Nesse sentido, dedicamos uma análise ao Serviço Social Rural, projeto tido por Vargas como a extensão prometida em sua campanha. Ao nosso ver, o projeto em questão não se estabeleceu como efetivação dos benefícios propostos pelo Presidente, e esse descompasso se corrobora ao mesmo tempo em que verificamos outras propostas que em sua constituição trariam os direitos da legislação social ao campo, mas que foram todas arquivadas, manifestando, também, o poder que os grandes proprietários rurais tinham naquele momento.Item Terras marcadas : continuidades e descontinuidades na luta pela terra em Minas Gerais.(2022) Zangelmi, Arnaldo JoséO artigo discute os conflitos em torno de determinadas terras em Minas Gerais, no intuito de compreender algumas formas de mobilização e memórias que possibilitaram a rearticu- lação dessas lutas, especialmente entre as décadas de 1960 e 1980. Trata-se das disputas pela Fazenda do Ministério (Governador Valadares-MG) e por Cachoeirinha (Varzelândia-MG), ambas de caráter emblemático na luta pela reforma agrária no estado. Refletindo sobre as especificidades e semelhanças entre esses dois processos, busca-se compreender a variedade e a complexidade dessas mobilizações, assim como alguns de seus contornos mais amplos. A investigação demonstrou que essas lutas, em alguns momentos, contaram com a partici- pação de organizações e movimentos sociais, que ligaram esses conflitos específicos às suas bandeiras mais amplas, aumentando seu alcance e, assim, a possibilidade de conquista das terras pelos trabalhadores rurais.Item Trabalhadores rurais, Igreja Católica e reforma agrária : conquista de terras no Vale do Rio Doce de Minas Gerais durante a década de 1980.(2020) Oliveira, Fabrício Roberto Costa; Zangelmi, Arnaldo JoséO objetivo deste texto é analisar uma mobilização de luta pela terra no Vale do Rio Doce de Minas Gerais durante a década de 1980, descortinando especificidades importantes em relação às militâncias pela reforma agrária naquele contexto. Tratou-se de uma mobilização coletiva de trabalhadores rurais, mediada por um longo processo de formação que envolveu cursos, reuniões e participação em outras atividades promovidas e/ou legitimadas por agentes da Igreja Católica. Para a realização dessa pesquisa, utilizamos entrevistas de história oral e análise de documentos eclesiásticos e particulares. Evidenciou-se uma conquista de terras efetivada com a combinação híbrida de ideias políticas e concepções religiosas que foram decisivas em todo o processo social.