Quem não tem eco, nem sabe que já deixou de existir : a experiência contracolonialista do Quilombo Carrapatos da Tabatinga.
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Data
2020
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Resumo
Esta dissertação tem como objetivo contribuir com a construção de novos imaginários da população afrodescendente no Brasil, através da experiência contracolonialista observada na família de Dona Sebastiana no Quilombo Carrapatos da Tabatinga. Desse modo, apontarei alguns dos equívocos cometidos pela História oficial em torno do conceito Quilombo, e da representação de sujeitos quilombolas, do período colonial à República, chamando a atenção para a humanidade que se inaugurava no empreendimento quilombola / no movimento de negras (os) organizadas no período de 1931-1988 / e nas ações iniciais do Movimento Negro Unificado (MNU), estendendo-se até a posteridade. Esta humanidade, por sua vez, constrange com o questionamento acerca do estatuto ontológico de seres humanos africanos e afrodescendentes gestado pela epistemologia eurocêntrica. Compreendo, assim, que somente a afroperspectiva teórica, pode, de fato, devolver o nosso protagonismo histórico usurpado pelas políticas de morte física e simbólica. Para tanto, sulizada pelo pensamento afrocêntrico de Molefe Kete Asante (2009), Abdias do Nascimento (2009) e Ama Mazama (2009) decifro alguns fios epistêmicos que estruturam os modos de vida e o processo de subjetivação da identidade quilombola da família de Dona Sebastiana no Quilombo Carrapatos da Tabatinga, concluindo parcialmente que a ancestralidade (OLIVEIRA, 2007), a teimosia (ANDRADE, 2019), a circularidade (BISPO, 2018) e o comunitarismo (MENKITI, 1984) são alguns dos paradigmas estruturantes de uma epistemologia afroquilombola, comprometida em fazer (bem) viver a população afropindorâmica no contexto brasileiro, e por que não, no mundo.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Quilombos, Quilombolas, Humanidade, Afrocentrismo
Citação
SILVA, Sheila dos Santos. Quem não tem eco, nem sabe que já deixou de existir: a experiência contracolonialista do Quilombo Carrapatos da Tabatinga. 2020. 240 f. Dissertação (Mestrado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2020.