Navegando por Autor "Rezende, Carolina Anglada de"
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Item Alegoria e a coragem da perda na poética de Paula Tavares.(2019) Rezende, Carolina Anglada deEste artigo se propõe a investigar a passagem do símbolo à alegoria na poesia da angolana Paula Tavares, enfatizando a assimetria, o desencontro e a perda como constitutivos de uma poética voltada para as relações entre a natureza e a história. O diálogo se estabelece sobretudo com Walter Benjamin e seu trabalho sobre a alegoria barroca, e com Georges Bataille e o conceito de erotismo.Item O apocalipse revisto por Deus-dará.(2020) Rezende, Carolina Anglada deInvertendo as figuras do mito da criação dos brasileiros pelos europeus, a escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho focaliza o apocalipse como tropo não só tropicalista mas também perspectivista, mudando de posição para ver as diferenças e as partilhas desse espaço incomum que se abre entre os contrários na língua portuguesa. Este ensaio, em resposta à provocação de Deus-dará, revisita os lugares de nossa formação, revisando, sobretudo, os trânsitos que nos constituíram do ponto de vista da movência, dos jogos de linguagem e do fenômeno da simultaneidade, que tornam indecidível criação e destruição, ordem e desordem, fato e valor. O barroquismo que investe a língua portuguesa de um pendor estético, sensível na forma informe da obra de Alexandra, nas canções de Caetano Veloso e nos ensaísmo de Lévi-Strauss, provoca um deslocamento crítico nas discussões de base lusófona e lusotropicalista, reanimando o cenário reflexivo e político transatlântico com outros paradigmas sensíveis, imagéticos e simbólicos.Item Escrita que se faz com o corpo : a produção literária periférica de Nívea Sabino.(2024) Costa, Mikaela Gabriele Elias da; Machado, Rodrigo Corrêa Martins; Rezende, Carolina Anglada de; Machado, Rodrigo Corrêa Martins; Rezende, Carolina Anglada de; Soares, Ivanete Bernardino; Alexandre, Marcos AntonioEste estudo tem como objetivo investigar o uso da palavra falada e da palavra escrita pela autora Nívea Sabino, poeta-performática, dramaturga, cuja obra pode ser entendida como uma escrita que se faz com o corpo, isto é, uma escrita eminentemente performativa. O que almejamos, em síntese, no percurso dessa pesquisa, é acentuar que, tal produção periférica também pode ser lida como letramento de reexistência. Para tanto, foi analisada a segunda edição da obra Interiorana dessa autora. A dissertação desdobrou- se em dois momentos, nos quais procuramos tecer um diálogo teórico-crítico com pensadores precursores da literatura periférica, vertente em que a autora investigada se insere. E, ainda, à medida que avançamos teoricamente, entrelaçamos as nossas reflexões com poemas e relatos de Nívea, os quais evocamos para a análise. Por isso, reivindicamos uma abertura dos Estudos Literários para a enunciação de pretos(as) e periféricos(as) e, para tal, estamos inscritos dentro dos estudos do Mulherismo Africana proposto por Cleonora Hudson-Weens, do Letramento de Reexistência proposto por Ana Lúcia Silva Souza e dos Estudos de Performances proposto por pensadores importantes como Paul Zumthor, Richard Schechner, Barbara Cassin e Graciela Ravetti. Tecemos, também, diálogos entre Nívea Sabino, Leda Maria Martins e Érica Peçanha do Nascimento, dentre outros pensadores e pensadoras imprescindíveis que compõem essa escrita marcada pela tessitura do fazer africano em diáspora. Portanto, consideramos que o uso da palavra escrita ou falada pelos sujeitos periféricos vem modificando a forma de entendermos o que é considerado literário ou não na contemporaneidade.Item Forma e antiforma : a poesia em desmonte de Edimilson de Almeida Pereira.(2022) Rezende, Carolina Anglada deConsiderando que a forma se torna uma questão crucial para o discurso da modernidade, a se entrelaçar com noções de ritmo, comunidade e crítica, este artigo busca analisar o projeto de desmanche da tradição e de revisão histórica que o poeta Edimilson de Almeida Pereira realiza ao propor a concepção de antiforma. Em diálogo com a herança afro-diaspórica, entre outras expressões poéticas modernas e arcaicas, o verso em constante interrupção do poeta acaba por incluir no discurso da crise da poesia, questões relativas à origem, à sobrevivência e à disseminação, de modo a desfazer qualquer leitura permanente e positiva de forma. Tendo isso em vista, nesse artigo são interrogadas algumas teorias do verso, como as de Mallarmé, Giorgio Agamben e Marcos Siscar, além de importantes contribuições de Jacques Derrida para o problema do estilo e para a tarefa da desconstrução, e que se mostram centrais para a aproximação de uma poética notoriamente inclinada à aprendizagem da desmontagem, ao mesmo tempo em que trabalha também pela continuidade, pelo infinito e pela justiça.Item Ismar Tirelli Neto e as vias da extinção.(2019) Rezende, Carolina Anglada deEste artigo busca ler a poética do escritor brasileiro Ismar Tirelli Neto em seus movimentos desassossegados de retorno, deambulação e desvio, que acabam por dessituar a própria noção de lugar (da memória, da poesia, das imagens) e do ter lugar da linguagem. Nesse caso, o intuito é analisar como a sua voz procura se encontrar à deriva, nos confins da linguagem, tornando-se irreconhecível em meio às incontáveis referências de cidades, bairros, cinemas, autores, muitos deles despercebidos, menores ou desaparecidos. Assim, intentamos dar a ver como certa poesia brasileira, em diálogo com toda uma tradição latino-americana ilhada, faz experiência dessa ausência de norte, mobilizando concepções fora de lugar e contribuindo sobremaneira para as relações entre literatura e política.Item Uma leitura a partir do feminismo decolonial da obra Hibisco Roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie.(2023) Ferraz, Talita Ferreira; Machado, Rodrigo Corrêa Martins; Machado, Rodrigo Corrêa Martins; Rezende, Carolina Anglada de; Cunha, Bruna AraújoA ficção Hibisco roxo, da autora nigeriana Chimamanda Adichie, retrata os efeitos da colonização britânica na Nigéria. A partir da narradora-personagem, Kambili, o leitor tem acesso às marcas de violência e injustiças que recaem sobre as personagens, sobretudo as femininas. Nesse contexto, o principal objetivo dessa pesquisa foi realizar uma leitura crítica da obra, sob a perspectiva do feminismo decolonial, expressão criada por María Lugones a partir dos fundamentos de colonialidade do poder estabelecidos por Aníbal Quijano (2005) e desenvolvida por outras autoras contemporâneas, como Ochy Curiel (2020), Suzana de Castro (2020), Lélia Gonzalez (2020), Sueli Carneiro (2011), Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (2021), bell hooks (2020) e Angela Davis (2017). Assim, procura-se compreender como o livro engendra e questiona a memória moldada pela colonialidade, tendo como alicerce as vivências das mulheres retratadas na obra literária. Em seguida, busca-se analisar a formação das principais personagens femininas representadas no romance adichiano, sendo elas Kambili, Beatrice, Amaka e Ifeoma, a partir da proposta do feminismo decolonial.Item Lugares que dançam : o Atlântico Negro entre a livre circulação e a condenação da terra.(2019) Rezende, Carolina Anglada deO contemporâneo pós-colônia promete cosmopolitismo e trânsito internacional, enquanto o gerenciamento da mobilidade acirra as estratégias de controle dos corpos, determinando zonas de exclusão, bordas de despertencimento e campos de invisibilidade. Este ensaio visa perscrutar os espaços paradoxais desse cenário, expressos em obras como Também os brancos sabem dançar, do artista angolano Kalaf Epalanga, um romance-musical marcado tanto pela alegoria da viagem do kuduro no Atlântico Negro (Paul Gilroy), quanto pelo confinamento dos corpos estigmatizados, que Achille Mbembe sinaliza em sua crítica ao liberalismo.Item Nordeste descentralizado : sobre algumas figuras da poesia contemporânea.(2021) Rezende, Carolina Anglada deCom base em discussões sobre as relações variáveis entre o pensamento e a terra, alavancadas pelo conceito tardio de geofilosofia, elaborado por Gilles Deleuze e Félix Guattari, e em proposições histórico-políticas sobre a formação discursiva e simbólica da região do Nordeste, objetiva-se compreender como alguns poetas contemporâneos encaram os paradigmas que outrora foram responsáveis por atribuir à produção artística de certas localidades as alcunhas de “cultura regionalista” e “tradicionalismo”. As obras de três poetas – Rodrigo Lobo Damasceno, Reuben da Rocha e Josoaldo Lima Rêgo – nortearão o presente ensaio, uma vez que, através de seus trabalhos, questões centrais sobre terra e território nos provocam a repensar a configuração do imaginário nordestino ou mesmo de um imaginário poético pouco apto, de modo geral, a acolher a mobilidade e a instabilidade dos planos e das figuras presentes nos poemas.Item Paulo Henriques Britto e a poesia como forma de - não - dizer e de dizer o não.(2022) Rezende, Carolina Anglada de; Erbert, Daniel HydalgoO presente artigo busca identificar na obra poética de Paulo Henriques Britto formas de atravessar o conceito de contemporâneo, com base em um diálogo com os pensadores Alberto Pucheu, Giorgio Agamben e Friedrich Nietzsche. A de- cisão de Britto de levar às últimas consequências o exercício formal revela-se uma posição singular de pensamento sobre a negatividade na linguagem, a ausência de sentido, o eterno re- torno do mesmo, o silêncio constitutivo do dizer, ampliando, no tocante à recepção e à cena da poesia brasileira contemporâ- nea, o repertório de respostas aos paradigmas de nosso tempo. Dessa maneira, as análises propostas desafiam uma trama de paradoxos, como a de potência e ato, escuridão e claridade, va- zio e matéria, de modo a evidenciar diferentes possibilidades de perscrutar um objeto que não pode ser referenciado ou institu- cionalizado: o presente.Item Poesia negro-brasileira contemporânea como expressão de espaços : aproximações e digressões nas poéticas de Conceição Evaristo e Edimilson de Almeida Pereira.(2023) Tiago, Alisson Felipe; Rezende, Carolina Anglada de; Rezende, Carolina Anglada de; Amorim, Bernardo Nascimento de; Alexandre, Marcos AntônioEsta pesquisa objetiva investigar as manifestações do espaço nas poéticas de Conceição Evaristo e Edimilson de Almeida Pereira. As múltiplas significações do espaço são exploradas, portanto, seu sentido dar-se-á a partir de um ambiente dêitico, como discutido por Émile Benveniste (1995), em uma instância discursiva. Buscando desconstruir estereótipos sobre a cultura negra, serão cotejados estudiosos como Achille Mbembe (2018), Paul Gilroy (2020), Édouard Glissant (2021) que, de diferentes formas, refletem sobre a condição do sujeito negro, além disso, dissertam sobre como o ideal da modernidade é uma estrutura herdeira das instituições coloniais. Outro ponto de desconstrução desses pensadores é a ideia de uma identidade cultural pura, centralizada e enraizada. Em seguida passaremos pela contextualização e conceitualização do termo “negro-brasileira”. Nesta etapa reflete-se com pensadores como Cuti (2010), Zilá Bernd (2010) e Almeida Pereira (2008), percebendo-se que esse termo não limita, legitima ou restringe a produção literária, mas, sim, oferece novos espaços de produção e crítica literária. Ao cartografar os espaços imaginados pelos poetas tem-se como aporte o Pensamento- Paisagem de Michel Collot (2013), que observa como a relação do sujeito com o seu ambiente produz um novo mundo na escrita, baseado na perspectiva do escritor, mundo este que não se limita a ser uma mera mimese dos lugares que o poeta visitou, antes, é sua recriação na linguagem. Assim, o poeta, ao reimaginar o mundo, pode quebrar ciclo de representações estereotipadas da cultura e do sujeito negro. Sob a concepção do Espaço Literário de Maurice Blanchot (1987), será observado como a literatura também se apresenta em um ambiente autônomo, significando-se em seu próprio espaço discursivo e demostrando a impossibilidade de o poeta olhar objetiva e diretamente para a poesia. Percebe-se, inicialmente que as poéticas dos autores aqui estudados, apesar de se aproximarem pela temática, distanciam-se quanto ao modo de produção, pois a escritora mineira utiliza-se da linguagem ordinária e referencial, enquanto o poeta juizforense explora as possibilidades do signo, descrito por Blanchot como palavra bruta e palavra essencial respectivamente. Por fim, esta pesquisa também mapeia nas obras dos poetas as apresentações da performance. Nela o corpo pode se apresentar como lugar da memória, por Leda Martins (2021), e também como a representação performática da linguagem capaz de criar um efeito-mundo, segundo Barbara Cassin (2010). Entretanto, refletimos sobre como corpos-poema flertam com a ideia de uma performance que desprivilegia a presença de tal forma que a própria ideia de corpo em performance é colocada em suspensão.Item "Ser como o mar, voltando sempre" : Max Martins e a tendência espiral.(2022) Rezende, Carolina Anglada deEm oposição a certa proposta moderna de temporalidade teleológica, este ensaio evoca a poética de Max Martins, em uma leitura da tendência-espiral, para analisarmos os efeitos e desdobramentos de uma pers- pectiva curvilínea, recursiva, espaçante, tanto para a percepção das diferenças do moderno na poesia brasi- leira, quanto para uma teoria da poesia. Para tanto, estabelece-se um diálogo, sobretudo, com o pensamento morfológico de Goethe, com as fórmulas plásticas e patéticas de Aby Warburg e com a noção de erotismo de Georges Bataille.Item Stella do Patrocínio e a metáfora delirante.(2021) Rezende, Carolina Anglada deEm busca de saber se o insignificante pode ou não falar, este artigo se detém na poética proferida de Stella do Patrocínio, articulando os campos da psicanálise, da teoria da literatura e da filosofia. Discute-se, para tanto, o que é simbolizável no discurso delirante, e o que permanece à margem, impedido de ser interpretado totalmente. A metáfora, enquanto elaboração do Simbólico, norteia esta investigação, ao trazer para a discussão o pensamento estruturalista das figuras de linguagem, e uma orientação pós-estruturalista, que não toma a linguagem como código, mas como fluxo, a subverter a lógica da representação.Item Tear de reminiscências : memória, viagem e imagem em outros cantos, de Maria Valéria Rezende.(2021) Lobo, Isabela Rodrigues; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Rezende, Carolina Anglada de; Silva, Fabiana Carneiro daEsta dissertação é uma leitura do romance contemporâneo Outros cantos, de Maria Valéria Rezende, com enfoque na inerente relação entre as dimensões da memória, a viagem e a experiência do olhar. A memória é elo central a partir do qual norteamos esta pesquisa na qual refletimos e analisamos os processos de lembrança na instância da produção literária – especificamente, no romance Outros cantos, de Maria Valéria Rezende –, por meio dos estudos mnemônicos empreendidos por: Maurice Halbwachs, Aleida Assmann e Jan Assmann. Ademais contemplamos as concepções basilares de literatura contemporânea, de literatura de viagem e de visibilidade cunhadas pelos estudiosos: Karl Eric Schøllhammer, Erich Auerbach, Jacques Ranciére, Flora Süssekind, Georges Didi-Huberman, Walter Benjamin, Sérgio Cardoso, Marilena Chaui, Alfredo Bosi, Eurídice Figueiredo e Edward Said. No romance Outros cantos a memória é uma chave de leitura importante que permeia toda a narrativa. A protagonista Maria, por meio de rememorações confronta uma imagem remota do sertão nordestino, no contexto do pós-golpe de 1964, à imagem contemporânea, que é percebida dentro de um ônibus, em 2014, durante uma viagem de retorno aos vilarejos do semiárido. Partindo desses dois contextos surgem diversos desdobramentos da memória na obra. Na esfera individual, a protagonista reflete sobre o cenário e a vida sertaneja, nas duas temporalidades. Nesse movimento de resgate de sua própria história, por parte da narradora-personagem, são apresentados causos relatados por ela e pelos moradores do povoado em rodas de contação de histórias – o que configura a dimensão coletiva e cultural da lembrança. Visto que as rememorações estão presentes em diversos planos do romance – individual, afetivo, coletivo, cultural e simbólico –, constata-se que a memória é um ponto essencial para a compreensão da narrativa, e por isso o foco desta investigação.Item Torto Arado : o sinuoso caminho entre o político e o literário.(2023) Souza, Yuri Moura Lima Amaral de; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Rezende, Carolina Anglada de; Fogal, Alex AlvesCom o estudo do modo de composição realista e seu caráter histórico-dialético, investigamos a relação entre um modo de representação da conjuntura social brasileira, sua formulação estética e a recepção em uma celebrada obra de literatura contemporânea, Torto Arado (2019). Apresentando três narradoras que contam suas vidas, o romance aborda o relato pessoal de mulheres negras em um Brasil rural. A partir de uma discussão sobre aspectos do modo de composição e representação realista como movimentos de uma aproximação à realidade, a análise focaliza a construção formal das narradoras do romance, bem como a elaboração do seu enredo e a maneira como a obra parece sobrepor, na transposição de fatos e questões sociais em tema e motivo, estes últimos à própria construção estética. Investiga- se, a partir dessa obra de literatura contemporânea, as possibilidades e limites da literatura enquanto espécie de documento que busca denunciar problemas de nossa realidade em seus níveis mais aparentes e, por isso, acaba por se situar em um terreno que se afasta, em alguma medida, tanto do documento quanto da literatura. O estudo da construção das formas de representação e de narração presentes em Torto Arado parte da investigação conceitual do realismo em alguns textos da obra de György Lukács.