Navegando por Autor "Pereira, Luisa Rauter"
Agora exibindo 1 - 20 de 22
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item “Ao ponto que as necessidades públicas exigem” : experiência política e reconfiguração do tempo no debate político brasileiro da década de 1830.(2015) Pereira, Luisa RauterO artigo analisa momentos centrais do debate parlamentar da década de 1830 no Brasil, sob a ótica da Teoria da História e da História da Historiografia, buscando compreender a política institucional como local de reconfiguração da experiência temporal. Pretendemos demonstrar que a década de 1830, com seus conflitos políticos e sociais de grande intensidade, foi um momento de grandes mudanças neste âmbito, com a ascensão de um discurso conservador que valorizou os fatos, experiências e circunstâncias como elementos fundamentais para a projeção da ação política.Item O conceito político de povo no período da Independência : história e tempo no debate político (1820-1823).(2013) Pereira, Luisa RauterO artigo investiga a utilização do conceito político de povo pelos principais grupos em disputa no período da Independência brasileira, ressaltando seu vínculo entre a linguagem política e determinadas experiências e construções do tempo próprios do momento. Acreditamos que a abordagem da história dos conceitos políticos tem muito a oferecer, tanto para a historiografia sobre o período, quanto para o campo da história da historiografia brasileira. A linguagem política e as experiências do tempo nela contidas são fundamentais para a compreensão dos principais conflitos políticos e sociais do período e para o entendimento mais aprofundado da forma como a sociedade vivenciava e pensava a história.Item Contando o conto do Sacudón na Venezuela (1989) : narrativas para um acontecimento.(2022) Vargas González, Livia Esmeralda; Rangel, Marcelo de Mello; Freixo, André de Lemos; Rangel, Marcelo de Mello; Freixo, André de Lemos; Pereira, Luisa Rauter; Abreu, Marcelo Santos de; Haddock Lobo, Rafael; Astorga, OmarEsta tese propõe uma reflexão – e uma escrita – do Sacudón (1989) na Venezuela a partir da sua consideração enquanto acontecimento e sob o reconhecimento da impossibilidade para apreendê-lo, subsumi-lo e submetê-lo numa estrutura. Trata-se de uma possível narrativa – tradução – que se tece com algumas das vozes que esse acontecimento torna audíveis, entendendo, por sua vez, que toda tradução carrega consigo uma perda originária. Para tanto, a tese se organiza em dois grandes momentos. Na primeira parte, intitulada “Para ler o Sacudón: rastros historiográficos e teóricos”, apresentam-se algumas das narrativas e interpretações que existem sobre o Sacudón, e exploram-se os insumos teórico-filosóficos sobre a ideia de acontecimento segundo Alain Badiou, Slavoj Zizek e Daniel Bensaïd com cujas chaves eu encaro o mergulho teórico-empírico no Sacudón enquanto acontecimento. A segunda parte, intitulada “Crônicas constelares do Sacudón: entre pontos e encruzilhadas”, propõe uma narrativa do Sacudón a partir de cinco crônicas tecidas com vozes, lembranças testemunhais e registros jornalísticos do que se passou naquele episódio. Por fim, a presente tese representa um esforço teórico, empírico e narrativo a partir do qual se articulam traços do que fora um dos eventos mais disruptivos na história contemporânea da Venezuela. Essa tese carrega com, em, por trás e para além das suas tramas – e suas linhas –, a força fantasmagórica do não dito. Em termos de disposições metodológicas, é uma tese escrita sob espíritos melancólicos, em trânsitos que envolvem a reflexão teórica, o documentário, o testemunhal e o biográfico. No entanto, ela se nutre, sobretudo, da nostalgia irresolúvel que acompanha a experiência migratória. Trata-se de um percurso (com suas pausas) em que as lembranças, imagens, vivências e histórias próprias foram se inserindo no texto, direta ou indiretamente, movidas pela impossível vontade de dividir, não apenas relatos sobre o Sacudón, mas tudo aquilo que me leva para a terra em que nasci.Item O debate político sobre o direito à cidadania civil nas Cortes de Cádiz -1810-1812- e na Assembleia Constituinte do Império do Brasil -1823-.(2023) Sena, Hebert Faria; Pereira, Luisa Rauter; Pereira, Luisa Rauter; Pimenta, João Paulo Garrido; Sá, Maria Elisa Noronha de; Rangel, Marcelo de Mello; Mollo, Helena MirandaEsta pesquisa pretende contribuir para o conhecimento sobre as configurações da historicidade da linguagem política no debate ibero-americano sobre representação e direito à cidadania civil nas Cortes de Cádiz (1810-1812) e na Assembleia Constituinte do Rio de Janeiro (1823). Para realizar o estudo nos apoiamos teoricamente e metodologicamente em áreas da teoria da história como a história dos conceitos e das linguagens políticas e também na historiografia política e social. Realizamos um estudo sobre o processo de apropriações e usos do conceito político de cidadania nos discursos políticos destas diferentes assembleias constitucionais. Analisamos o processo das transformações dos modos pelos quais estes conceitos se apresentaram discursivamente nestes debates. Também pesquisamos sobre os modos pelos quais o conceito de cidadania estava correlacionado à mobilização de alguns conceitos políticos e históricos específicos, como os de história e prudência. Minha tese é a de que, nestes debates políticos, surgiram algumas querelas sobre os embasamentos teóricos e sobre os métodos de pesquisa dos historiadores que eram mobilizados nos discursos políticos destes deputados nas assembleias. Neste sentido, podemos dizer que já havia a existência de um amplo debate sobre teoria e metodologia da história no campo cotidiano da política direta, isto é, nas assembleias legislativas destes dois impérios, e que citações e referências históricas já eram alvo de críticas e de análises teóricas e metodológicas no cotidiano dos debates legislativos.Item Entre barreiras e barragens : escreviviência, história e o crime da Barragem de Fundão (Mariana, 2015).(2021) Melo, Marianna Andrade; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Fonseca, Janete Flor de Maio; Lucchesi, Anita; Pereira, Luisa RauterO crime de 5 de novembro de 2015 iniciado na cidade de Mariana ainda se faz presente na vida de dezenas de milhares de pessoas que tiveram suas vidas transformadas pela lama tóxica da empresa Samarco. Desde o rompimento da barragem de Fundão presenciamos uma espécie de guerra de narrativas travada pela população atingida, a empresa e os meios de comunicação e as produções acadêmicas. Desde a consolidação da História como ciência, em meio a falsificações, manipulação de documentos e ocultação de fatos, o papel do historiador nunca se mostrou tão desafiador quanto na contemporaneidade. Com o advento tecnológico as formas de narrativizar foram dinamizadas e pluralizadas ao ponto de a violência ser confundida com liberdade de expressão, silenciando muitas vezes as vítimas de crimes como o da barragem de Fundão. Ocultação de informações e manipulação dos fatos tornaram-se ainda mais acessíveis e permitiu que a memória fosse editada de acordo com as demandas do presente. Nesta dissertação busco abordar três das várias motivações que me levaram ao estudo da história do tempo presente. 1) Através da escrevivência criar uma interlocução entre a narrativa historiográfica e a historiadora que a produz, refletindo assim sobre a humanização das produções acadêmicas e as diversas dinâmicas possíveis dentro da História do tempo presente; 2) refletir acerca da ampliação das formas de comunicação e das estratégias de democratização do conhecimento da história através do uso das tecnologias digitais disponíveis; 3) Abordar as tensões sociais e políticas no ambiente digital a partir da análise dos discursos veiculados no facebook acerca do crime da Barragem de Fundão.Item Fissuras do presentismo : mudança histórica nos protestos políticos contemporâneos.(2021) Pereira, Luisa RauterEsta década está sendo marcada por uma profunda percepção pública de mudança histórica e mesmo pelo começo de uma nova época em escala global. Este artigo argumenta que tal percepção tem raízes políticas vinculadas ao impacto dos protestos políticos como o de Junho de 2013, no Brasil, e o Occupy Wall Street nos Estados Unidos. Desse modo, analisamos o impacto de tais protestos através das narrativas e interpretações produzidas desde sua ocorrência, com foco nos livros e artigos de jornais nesses países. Pretendemos contribuir para a revisão e complexificação das principais hipóteses a respeito do tempo histórico contemporâneo vinculadas às teorias do “presenteísmo” e da “aceleração”, especialmente no que diz respeito às suas conclusões a respeito da situação atual do político como âmbito de configuração da experiência coletiva do futuro. Por fim, buscamos refletir brevemente sobre as respostas possíveis do saber histórico a tais transformações.Item Futuros precários e o fenômeno youtuber : história, neoliberalismo e temporalidade.(2022) Silva, Marcela Guimarães; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Pereira, Luisa Rauter; Silveira, Pedro Telles daEste trabalho surgiu a partir de uma preocupação do próprio lugar de atuação do historiador frente às mudanças na esfera do trabalho e da maneira com que as novas tecnologias têm sido agenciadas em um contexto de governança neoliberal. O cenário em que ele foi desenvolvido estará presente, permeando todo o texto. De maneira prática, ele foi dividido em dois capítulos que tem como objetivo pautar a discussão sobre a precarização do trabalho e do agenciamento das novas tecnologias, sendo eles: I) sobre o neoliberalismo e II) sobre o fenômeno youtuber, que dança entre a promessa de inovação e a escassez de alternativas no mundo do trabalho. Em suma, a dissertação é fruto de uma jornada não linear de mestrado, pensada, também, sobre as perspectivas de futuro do jovem universitário, que ainda procura contar com a proteção das instituições.Item História e temporalidade no debate político brasileiro sobre representação e cidadania (1823-1842).(2017) Sena, Hebert Faria de; Pereira, Luisa Rauter; Pereira, Luisa Rauter; Silva, Luana Melo e; Bentivoglio, Julio CesarNesta dissertação realiza-se um estudo sobre as configurações do tempo histórico nos debates políticos sobre os temas da cidadania civil e política do Império do Brasil a partir de uma pesquisa nos Diários da Assembléia Constituinte do Império do Brasil de 1823 e nos Anais do Senado do Império do Brasil entre 1827 e 1842. Pesquisamos as diferenças entre o projeto de cidadania de 1823, as discussões e propostas de emendas e os resultados que vigoraram na constituição outorgada de 1824. A dissertação trata de questões como a recepção, discussão, adaptação e transformação do conceito e dos critérios de cidadania e representação civil e política de outras constituições no Império do Brasil. O primeiro capítulo realiza um estudo analítico da mobilização dos conceitos de filantropia e prudência no debate sobre cidadania. O segundo capítulo realiza um estudo sobre a mobilização dos conceitos de história, civilização, progresso e de algumas metáforas temporais nos discursos políticos. O terceiro capítulo trata da questão da representação política nos debates sobre centralização e descentralização política e administrativa entre os anos de 1823 e 1842, com enfoque especial ao problema do papel das autoridades eletivas nas configurações políticas e administrativas do Império do Brasil até 1842.Item A historicidade do político : o debate sobre representação e cidadania no Império Brasileiro (1823-1840).(2017) Pereira, Luisa Rauter; Sena, Hebert Faria deO presente artigo analisa o debate político na Assembleia Constituinte de 1823 e na Câmara dos Deputados do Rio de Janeiro entre 1823 e 1840, evidenciando aspectos da historicidade do debate político. Mais precisamente, a forma da experiência que embasa as projeções da ação política, além das maneiras com que os fatos presentes, a história e o futuro foram imaginados pelos representantes políticos no debate sobre o problema da representação política. Concluímos que há uma diferença marcante neste âmbito entre os anos 1823 e 1840, que pode ser interpretado como um processo de maior historicização da experiência expressa na linguagem política. Nosso estudo pretende contribuir para a História da Historiografia, para a Teoria da História e para a História Política do Brasil Imperial, chamando a atenção para a importância da linguagem parlamentar como local de transformação da experiência da historicidade.Item O Império da prudência : linguagem política e experiência histórica na reforma da Constituição de 1824 (1831-1834).(2022) Teixeira, Larissa Breder; Pereira, Luisa Rauter; Pereira, Luisa Rauter; Mollo, Helena Miranda; Mata, Sérgio Ricardo da; Rodrigues, Thamara de Oliveira; Sá, Maria Elisa Noronha deEm 1831, logo após a abdicação de Dom Pedro I, começaram, na Câmara dos Deputados, as discussões sobre as reformas constitucionais que culminaram no Ato Adicional de 1834. Com o tema das mudanças na forma da representação política como eixo, especificamente o que concerne o problema do poder político e administrativo provincial, os principais debates foram guiados por um agir prudencial. Em outras palavras, as discussões da Reforma Constitucional sobre a construção da nação estariam inseridas no âmago de uma linguagem que se empenha na busca por cautela e prudência. A prudência, no caso, não significaria lentidão, e sim perceber o momento certo da ação – nem antes, nem depois – e, dentro disso, ela poderia ser classificada como antiga ou moderna. Acreditamos que esse agir era capaz de estruturar conceitos, elaborar metáforas, moldar o pensamento e ordenar decisões. No decorrer da pesquisa, constatamos que a prática prudencial esteve, igualmente, atrelada as diferentes gerações, as quais os legisladores faziam parte: a Geração da Independência e a Geração da Reforma. Ademais, nessa reforma foi central a reconfiguração que o tempo e a história sofreram, isto é, como foram vividos e conceituados. À vista disso, buscamos compreender como passado, presente e futuro foram construídos pelos grupos políticos em questão no decurso dos debates. Tomando como fontes os debates sucedidos na Câmara dos Deputados e no Senado Imperial, instituições do poder legislativo onde se encontravam os membros da mais alta elite política e social do país durante os anos da reforma, entre 1831 e 1834, a presente pesquisa intenciona, portanto, lançar luz sobre tais fenômenos.Item A independência de Portugal : história, progresso e decadência na obra de Francisco Solano Constâncio (1808-1840).(2014) Rodrigues, Thamara de Oliveira; Araújo, Valdei Lopes de; Araújo, Valdei Lopes de; Pereira, Luisa Rauter; Cezar, Temístocles Américo CorrêaNesta dissertação, buscou-se compreender como o fenômeno da Independência do Brasil alterou a experiência da história portuguesa. A partir da trajetória intelectual do letrado luso, Francisco Solano Constâncio (1777-1846), autor completamente imerso nos debates acerca da Independência, tornou-se possível acompanhar a construção e o esgotamento de estruturas narrativas e conceituais fundamentais para o realinhamento da relação entre Portugal e Brasil após 1808. Priorizou-se, a partir de diversos textos do autor, incluindo sua História do Brasil (1839), a análise dos conceitos fundamentais de história, progresso e decadência em sua narrativa, bem como a produção ou diminuição do distanciamento histórico entre ambos os reinos. A partir desta análise, buscou-se descrever e compreender quais expectativas foram rompidas ou intensificadas a partir da separação política que dificultou o restabelecimento de um sentido positivo para a história de Portugal em função da perda do Brasil.Item A Linguagem Prudencial como guia no debate político brasileiro no Senado Imperial de 1832.(2018) Teixeira, Larissa Breder; Pereira, Luisa Rauter; Pereira, Luisa Rauter; Mollo, Helena Miranda; Lynch, Christian Edward CyrilEm 1831, logo após a abdicação de Dom Pedro I, começaram na Câmara dos Deputados as discussões sobre as reformas constitucionais que culminariam no Ato Adicional de 1834. Tendo como tema as mudanças na forma da representação política, especificamente no que dizia respeito ao problema do poder político e administrativo provincial, os principais debates foram guiados por uma linguagem prudencial. Ou seja, as discussões da reforma constitucional sobre a construção da nação estariam inseridas dentro de uma linguagem que busca cautela e prudência. A prudência não significaria lentidão, e sim perceber o momento certo para a ação – nem antes, nem depois. Acreditamos que essa linguagem era capaz de estruturar conceitos, metáforas, moldar o pensamento e ordenar decisões. Entendemos o ano de 1832 como um nó histórico, como nos fala Pierre Rosanvallon. Isto é, como um momento central onde ocorrem intensas reformulações na linguagem política e na forma como os grupos políticos dominantes no Império percebem a realidade presente do país. Central nestas mudanças foi a reconfiguração da forma como tempo e história foram vividos e conceituados: como passado, presente e futuro foram construídos pelos grupos políticos em questão durante os debates. Essa dissertação, portanto, pretende lançar luz sobre tais fenômenos, tomando como fonte os debates ocorridos no ano de 1832 no Senado Imperial, instituição do poder legislativo onde se encontravam os membros da mais alta elite política e social do país.Item O lugar do(a) historiador(a) no debate da lei de cotas raciais no Brasil - 2006.(2024) Paula, Floriza Beatriz de Sena; Araújo, Valdei Lopes de; Araújo, Valdei Lopes de; Santos, Adilson Pereira dos; Pereira, Luisa Rauter; Assunção, Marcello Felisberto Morais deÀ luz do manifesto contra as cotas raciais (2006), a pesquisa buscou tematizar o debate mobilizado por historiadores (as) em torno da lei de cotas, em especial quando o discurso foi publicizado em oposição. O objetivo foi compreender o porquê desses (as) profissionais da História terem assumido essa postura mais conservadora à época, esses (as) que são por natureza metodologicamente treinados (as) para identificar heranças historicamente construídas ao adotarem passados sensíveis como tema de ensino e pesquisa, mas mesmo assim assumiram um ônus público enviesado em preocupações e demandas sérias de recusa, muitas das vezes negacionistas, eufemistas e/ou racistas. Suas posturas estiveram inseridas em um projeto antirracialista que se absolutizou dentro de uma idealizada e não ingênua projeção de ciência histórica neutra e imparcial e refletiu em suas produções, pronunciamentos públicos e formação de futuros (as) professores (as). Apostamos ser incoerente dissociar “raça” enquanto categoria analítica relevante para ler a história das relações étnico-raciais, esta que é a base de pactos narcísicos.Item O movimento do "Sagrado Feminino" : sintoma das historicidades políticas no Brasil contemporâneo.(2022) Gomide, Juliana Campos; Pereira, Luisa Rauter; Pereira, Luisa Rauter; Gaio, Géssica Góes Guimarães; Rodrigues, Thamara de OliveiraPensar a sociedade brasileira contemporânea pode ser um tanto quanto complexo, principalmente, ao considerar as multiplicidades de aspectos que configuram a atualidade. As mudanças constantes, assim como as definições instáveis de categorias e as projeções de futuros catastróficas – principalmente em uma realidade pandêmica – possibilita que movimentos populares e sociais de diferentes vieses e caráter político surjam de maneira a sugerirem significados ao presente. Enquanto corpo social, isso significa dizer que movimentos disputam o sentido do tempo presente, ou seja, produzem narrativas plurais acerca do passado a fim de garantirem sentido aos processos que coletivamente estamos vivendo. O principal objeto de análise dessa pesquisa é o movimento de mulheres Sagrado Feminino. Acreditamos que este se apresenta como um fenômeno da contemporaneidade à medida em que se entrelaça com algumas teorias que buscam compreender as dimensões políticas do tempo presente. Por conta disso, utilizamos para refletir sobre o Sagrado Feminino análises que buscam compreender a politização envolta no tempo histórico contemporâneo, a fim de entender sobre como os usos das camadas temporais estão sendo utilizados em movimentos sociais e populares atuais. A ideia de “ancestralidade feminina”, por exemplo, é construída a partir de perspectivas de passados que são considerados como ancestrais, sagrados e femininos. Busca-se, com isso, investigar as implicações políticas e históricas da circulação dessas ideias, principalmente, em um contexto marcado por múltiplas narrativas revisionistas e negacionistas. Ainda que seja compreendido o avanço do conservadorismo na sociedade brasileira, pensaremos esse ativismo de mulheres à luz das produções do campo de Teoria da História e Historiografia brasileira que pensam as contribuições dos debates feministas para a luta de mulheres atualmente.Item O movimento miguelista nas páginas d'Aurora Fluminense (1828-1834).(2016) Guimarães, Nívea Carolina; Gonçalves, Andréa Lisly; Pereira, Luisa Rauter; Basile, Marcello Otávio Neri de CamposEsta dissertação de mestrado tem por finalidade investigar a repercussão do movimento miguelista entre os anos de 1828 e 1834 em um dos jornais de maior tiragem na capital do Império brasileiro, A Aurora Fluminense. O período compreendido nesta pesquisa é marcado por intensa efervescência política, no qual se destaca o papel da imprensa periódica em sua íntima ligação com a construção de um espaço de discussão pública. Quanto a Portugal, os anos de 1828 a 1834, momento em que D. Miguel assume o trono, mostram-se carregados de embates entre os adeptos da antiga ordem e os que defendiam a Constituição. As ideias do grupo de apoio a D. Miguel, os miguelistas, repercutiram no cenário internacional e, no caso do Brasil, foram discutidas à luz do complexo processo de experimentação política, acima referido. Esta pesquisa se propõe a estudar, portanto, as repercussões das ações políticas de D. Miguel e de seus apoiadores, no Brasil, por meio de um dos periódicos de maior circulação na Corte. Espera-se, assim, contribuir para as formas de apreensão desse movimento no Brasil, aspecto ainda pouco explorado pela historiografia.Item A mulher nas (entre)linhas : a abertura de expectativa na modernidade e os papéis do feminino na dramaturgia de Gonçalves Dias.(2019) Santana, Ana Paula Silva; Rangel, Marcelo de Mello; Dias, Luciana da Costa; Rangel, Marcelo de Mello; Pereira, Luisa Rauter; Silva, Daniel Pinha; Barbosa, Ildenilson MeirelesO objetivo desta pesquisa consiste em compreender o feminino nos dramas Beatriz Cenci (1844) e Leonor de Mendonça (1846), de Gonçalves Dias. Estudamos as personagens femininas construídas nessas tramas a fim de pensarmos as peças inseridas na modernidade, momento de intensa ―aceleração do tempo‖ e reorganização da linguagem, em que certas palavras passam a ser disputadas e tornam-se conceitos. Assim, ―mulher‖ e ―feminino‖ assumem um novo papel quer na linguagem quer em certos espaços sociais. O Romantismo enxerga o feminino/a mulher por diferentes perspectivas e, no que mais nos interessa, por um viés crítico ao próprio papel das mulheres no espaço urbano a partir do paradigma da individualidade e da subjetividade.1 Dessa forma, acompanhamos, na literatura e no campo linguístico, especialmente a partir do Romantismo, como o feminino/a mulher foram se reconstituindo, mesmo que inicialmente, no Brasil na segunda metade do século XIX.Item A participação política feminina no contexto da revolução iraniana : uma análise dos discursos de Mahnaz Afkhami (1994- 2016).(2020) Benfica, Júlia Carolina de Amorim; Pereira, Luisa Rauter; Pereira, Luisa Rauter; Osman, Samira Adel; Oliveira, Maria da Glória deMahnaz Afkhami, ministra durante o regime Pahlavi durante a década de 1970, investigou o movimento de mulheres no Irã a partir de suas perspectivas, sugerindo discussões sobre gênero, patriarcado, emancipação, liberdade e direitos civis para as mulheres. Os artigos publicados pela autora após a Revolução Iraniana, se referem ao contexto pre-revolucionário dos anos de 1960 e 1970, destacando seu papel como secretária geral da organização do governo, Women’s Organization of Iran, no qual ela reivindicou pautas para ampliar a participação das mulheres no Irã. A Women’s Organization of Iran foi um projeto desenvolvido de acordo com os esforços do reinado Pahlavi para incentivar a modernização do Irã, seguindo o modelo europeu, o qual precisou balancear as mudanças com uma sociedade heterogênea, suas tradições culturais e religiosas. Embora Mahnaz Afkhami tenha desempenhado um papel significante como secretária geral e ministra, suas perspectivas eram baseadas em teorias femininas que não se encaixavam nas circunstâncias de grupos menos afortunados no Irã. A autora realizou um trabalho de tradução de teorias em ações práticas, viajando ao interior do país para compreender os obstáculos do dia a dia em que cada mulher se encontrava. Mahnaz Afkhami percebeu que perspectivas ocidentais não eram suficientes para conscientizar mulheres em aldeias e áreas rurais. A partir dos estudos póscoloniais e da história intelectual, essa investigação analisará os discursos de Mahnaz Afkhami sobre o movimento de mulheres no Irã.Item Pluralidade e universalidade : estudo sobre as concepções de tempo e história em Reinhart Koselleck e Jörn Rüsen.(2018) Oliveira, Gustavo Castanheira Borges de; Pereira, Luisa Rauter; Pereira, Luisa Rauter; Mata, Sérgio Ricardo da; Assis, Arthur AlfaixA presente dissertação tem como foco as Teorias da História dos historiadores alemães Reinhart Koselleck (1923 - 2006) e Jörn Rüsen (1938 -), trabalhando com ambos a partir das noções de “pluralidade” e “universalidade”, analisando como elas se articulam na teoria de cada um e também quais as similaridades e diferenças entre estes dois autores no tocante ao uso destas noções. A primeira delas diz respeito à dupla abordagem historiográfica realizada por Koselleck e Rüsen: a pluralização da história e do tempo. Serão analisadas as críticas de Koselleck à noção de “História no singular”, entendida como um processo único destinado a um determinado objetivo, e sua teorização sobre os múltiplos estratos do tempo, bem como os argumentos de Rüsen em favor da pluralidade de identidades, de narrativas históricas e da diversidade cultural. Já a dimensão da universalidade aparece em Koselleck através do significado e da função que o autor atribui à teoria da história, entendida por ele como teoria das “condições de possibilidade da história”. Influenciado pelas leituras de Heidegger e Schmitt, o autor mapeia tais condições através de pares conceituais, dentre os quais: amigo e inimigo; interior e exterior; acima e abaixo. Rüsen, influenciado por Koselleck, também se dedicou a encontrar elementos universais da experiência histórica. A nossa tese é a de que Koselleck constrói uma antropologia histórica baseada no “conflito”, enquanto a de Rüsen é calcada na noção de “humanidade”, e tal discordância revela as diferenças políticas e epistemológicas entre os autores.Item Políticas da memória e políticas do esquecimento : uma análise das transformações dos antigos centros de tortura do Brasil em memorial - DOPS/RJ e DOI-Codi/SP.(223) Ivo, Larissa Vitória; Pereira, Luisa Rauter; Pereira, Luisa Rauter; Abreu, Marcelo Santos de; Neves, Deborah Regina LealA compreensão acerca das políticas da memória deriva dos estudos da Teoria da História e da Historiografia sobre a memória, cuja área de conhecimento passou por uma crescente durante a década de oitenta, tendo em vista acontecimentos como a queda do muro de Berlim, o Apartheid, as Ditaduras na América Latina e outros grandes eventos a nível global que deram origem às demandas de preservação do passado. O objetivo dessa dissertação foi compreender as disputas de memória em torno dos antigos centros de tortura no Brasil, sendo eles o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) da cidade do Rio de Janeiro e o Departamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna da cidade de São Paulo, a fim de elucidar de que maneira o conduziu o período de 1964 à 1985, bem como quais são as suas continuidades e rupturas presentes na contemporaneidade. Neste intuito, foram utilizadas como fontes os jornais brasileiros, como o Estadão, o G1, a Agência Brasil e a BBC, a fim de analisar de maneira esses casos foram repercutidos na mídia nacional e de que maneira tais embates foram veiculados. Em conjunto a elas foram consultadas as principais referências da área, fazendo um contraponto entre os conceitos e as manchetes. A hipótese central desenvolvida nessa dissertação foi que a maneira em que a Lei da Anistia foi elaborada, mediante o não julgamento dos torturadores em conjunto à ausência da Justiça de Transição no país colaborou para um cenário propício de inserção das políticas de esquecimento em torno da ditadura no país.Item As políticas sobre aborígenes segundo A.O. Neville e A.P. Elkin : os discursos que legitimaram a separação de crianças de suas famílias.(2021) Oliveira, Paulo César Damascena de; Lopes, Ana Mônica Henriques; Lopes, Ana Mônica Henriques; Arend, Silvia Maria Favero; Pereira, Luisa RauterEsta dissertação propõe contribuir para os estudos sobre as políticas realizadas sobre os aborígenes na Austrália da primeira metade do século XX. Dedicada a observar, principalmente, sobre a prática de remoção forçada das crianças aborígenes de seus lares, temse o objetivo de analisar o funcionamento discursivo dos princípios legitimadores das políticas de absorção e assimilação que fundamentaram esta prática. Tendo como principais objetos de pesquisa os livros Australia’s Coloured Minority, de A. O. Neville, e Citizenship for the Aborigines, de A. P. Elkin, buscou-se, através da Análise do Discurso, desenvolver a forma com a qual as diversas ideologias presentes nessas obras se articulavam em prol das propostas políticas de ambas autoridades.