Navegando por Autor "Gama, Mônica Fernanda Rodrigues"
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Item A assinatura feminina na imprensa paraense 1880 – 1945 : educação, feminismo, poesia e modernismo.(2023) Pina, Carolina Teixeira; Rosa, Victor Luiz da; Rosa, Victor Luiz da; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Cechinel, AndréEste estudo busca apresentar escritos literários de autoria feminina presentes na imprensa paraense do entresséculos. E, para tal, compreendemos ser necessário entender o contexto social, cultural e educacional para uma mulher exercer o ofício de escritora. Para isso, também analisamos nos jornais a veiculação de artigos sobre a ascensão do movimento feminista e suas implicações. Assim, ao revisitar os periódicos amazônicos, da Biblioteca Nacional e da Biblioteca Pública Arthur Vianna, encontramos poemas de autoria feminina que discorrem sobre diversos temas: amor romântico, maternidade, religião, desilusão, Amazônia. Tais escritos partem de mulheres em um território quase inaudito entre os estudos literários. Portanto, a pesquisa procurou seguir os preceitos que orientam a relação entre educação, autoria feminina na imprensa paraense e feminismo.Item Construção das identidades lésbicas em As Traças, de Cassandra Rios.(2019) Sousa, Juliana Moreira de; Gama, Mônica Fernanda RodriguesEste artigo tem como objetivo apresentar uma análise da construção das identidades lésbicas no romance As traças, de Cassandra Rios. O livro oferece acesso à produção cultural e artística de uma escritora que aborda a homoafetividade em algumas de suas diversas possibilidades, operando com formas distintas de apresentação e reconhecimento dessas identidades. Além disso, a narrativa pode ajudar a refletir sobre as vantagens e os problemas de se estabelecer uma categoria lésbica, principalmente para a literatura. A leitura do romance é empreendida sob a ótica dos estudos lésbicos e da crítica feminista, contando, sobretudo, com autoras como Monique Wittig (2019), Adrienne Rich (2010) e Tânia Navarro-Swain (1999, 2004).Item Diante da fratura do real : o realismo e o contemporâneo em Ricardo Lísias.(2022) Ruivo, Júlia Barbedo; Rosa, Victor Luiz da; Rosa, Victor Luiz da; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Magri, Ieda MariaA obra de Ricardo Lísias parece se estabelecer em vias de transgredir e de inverter a regularidade em um jogo que vai além de suas regras, passando assim para fora dos limites convencionais da literatura. É nesse sentido que se propõe uma análise sobre como os procedimentos literários de Lísias refletem e ruminam os debates e conflitos teóricos efervescentes nos séculos XX e XXI, como a crise narrativa e a morte do autor. Ambos os pontos parecem estar essencialmente ligados à crise representativa, o que, por sua vez, têm impacto direto nos procedimentos estéticos do realismo e da literatura contemporânea. Com isso em vista, a partir da leitura e da análise bibliográfica, coloca-se em observação as publicações de Ricardo Lísias, de 1999 a 2016, desde Cobertor de estrelas até Inquérito policial família Tobias, em diálogo com autores como Karl Erik Schollhammer, Hal Foster, Vera Lúcia Follain de Figueiredo, Luciene Azevedo e Giorgio Agamben, para refletir os sentidos do contemporâneo e do realismo no ofício literário que se desenvolve a partir de uma autoconsciência enunciativa. Sendo assim, observou-se como Lísias, tanto no aspecto formal, quanto no temático, coloca a ficção no centro da estrutura criativa, de modo a dividir com o leitor a construção e montagem dos sentidos, bem como expandir o efeito de realidade, de modo a proporcionar a experiência fraturada do real, tanto pelo choque, quanto pelo afeto.Item O diário de Guimarães Rosa : estudo e diálogo autoral.(2019) Gama, Mônica Fernanda RodriguesQuase desconhecidos pela crítica, os diários de Guimarães Rosa constituem uma visão particular do fictício e do autobiográfico em sua obra. Há três diários entre os manuscritos do escritor, mas neste artigo será focalizado apenas o diário escrito em Paris, por ser o que mais recupera reflexões sobre a escrita de si e sobre o fazer literário. Expondo um interesse do escritor por diários de outros escritores, a investigação sobre mecanismos de narração de si e da relação dessa autocontemplação com o mundo estendeu-se para crônicas e para um dos prefácios de seu último livro, o que também será explorado neste artigo, quando veremos a incorporação do debate sobre literatura engajada a partir da escrita íntima.Item Entre o Corpo e o Tronco : a representação do jagunço de Bernardo Élis.(2021) Alves, Denise de Fátima Lessa; Agnolon, Alexandre; Agnolon, Alexandre; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Guirau, Marcelo CizaurreEsta pesquisa é uma análise ao romance O Tronco, de Bernardo Élis, escrito em 1956. A análise em questão parte da apreciação do texto literário, sua urdidura e as relações de poder sob a perspectiva da ambivalência, especialmente no cotidiano dos jagunços e da polícia, envolvidos no Massacre do Duro, ocorrido em 1918, na antiga região de Goiás. Nesse sentido, procuramos, através de uma perspectiva histórica, encontrar as origens literárias dessa personagem recorrente de nossa literatura e compreender as formas com que o autor representa as imagens dos jagunços e da polícia em seu discurso romanesco.Item Entre o neutro e o grau zero da escrita e o neutro : a utopia da linguagem em Roland Barthes.(2020) Nagem, Samanta Esteves; Gama, Mônica Fernanda RodriguesO presente artigo tem como objetivo discutir a concepção da utopia de linguagem em Roland Barthes, bem como sua relação com a noção de Grau zero e Neutro, noções que fazem referência a fenômenos linguísticos que rompem com a estrutura paradigmática e binária da língua. Para tanto, a reflexão sobre a utopia da linguagem em Roland Barthes busca compreender em que medida o autor francês entende forma como valor, vinculando a seu projeto estético uma dimensão ética e política. Nesse percurso, discute-se como Barthes compreende a utopia da linguagem enquanto possibilidade de resistência ao caráter fascista da língua em O grau zero da escrita, O prazer do texto, O rumor da língua, O neutro e Aula. Além disso, comenta-se as relações de sentido possíveis feitas entre O grau zero da escritura e O neutro à luz de comentadores da obra barthesiana que estudam a concepção de linguagem proposta por Barthes, a saber: Jean-Claude Milner, Bernard Comment, Rodrigo Fontanari e Leda Tenório da Mota.Item Falar sobre si na entrevista : Guimarães Rosa e sua imagem autoral.(2017) Gama, Mônica Fernanda RodriguesGuimarães Rosa mostrou-se desconfiado dos mecanismos de interpretação em jogo numa entrevista. É o que concluiu em uma entrevista concedida a Pedro Bloch (1963): “Quando você me faz uma pergunta é como se estivesse alterando alguma coisa em mim, compreende?”. Neste artigo, suas entrevistas serão revisitadas, atentando para o processo de modificação do autor de acordo com a pergunta feita, ou melhor, não se trata necessariamente de uma mudança do autor, mas da imagem que tinha ou promovia de si.Item A ferida ainda não cicatrizada : memória, trauma e testemunho em K. relato de uma busca, de Bernardo Kucinski.(2022) Silveira, Alexandre Henrique; Amorim, Bernardo Nascimento de; Amorim, Bernardo Nascimento de; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Cury, Maria Zilda FerreiraO romance K. Relato de uma busca (2011), de Bernardo Kucinski, toma para si a tarefa dolorosa de representar um acontecimento traumático, o desaparecimento da irmã do autor, Ana Rosa Kucinski, priorizando, para tanto, o trabalho com a linguagem literária. Misturando fatos e ficção, história e literatura, o romance se constitui como um testemunho ficcional. Apesar de forte dimensão pessoal, o autor se apaga no texto para dar protagonismo ao seu pai, o escritor e poeta judeu Majer Kucinski, na forma do personagem K., que imigrou para o Brasil com a família, após a ocupação alemã na Polônia, durante a Segunda Guerra Mundial. O presente trabalho tem por objetivo propor uma leitura do romance, discutindo as questões de memória, testemunho e trauma. Considerando a memória do passado ditatorial como um espaço em disputa, no Brasil, se percebeu que o romance trabalha com as experiências de um grupo silenciado, qual seja, os familiares de desaparecidos políticos, na tentativa de retirar do espaço privado suas memórias, espalhando-as para um público mais amplo, através da literatura. Com foco na questão do testemunho, se averiguou que as noções de testis e de superstes estão presentes no romance, o que implica, de início, a escrita de acontecimentos traumáticos do passado, e, de modo mais amplo, a percepção da literatura como um meio de fazer justiça, diante da impunidade. Com uma estrutura fragmentada e polifônica, o romance rejeita totalidades e imparcialidades. Nesse sentido, se cogitou que a narração da obra trabalha a partir dos restos do passado. O romance de Kucinski revela sua importância para a literatura brasileira ao se constituir como esse objeto que comunica vivências da ditadura brasileira, endereçando essa ferida, ainda não cicatrizada, a outros.Item "Fixar a vida da ilustre cidade" : a representação da memória em Mariana, romance de Augusto de Lima Júnior.(2021) Gonçalves, Tatiana Mol; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Bignotto, Cilza Carla; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Perpétua, Elzira Divina; Martins, Milena RibeiroO romance Mariana (1932) apresenta em seu enredo um momento singular da memória e da história da cidade mineira que dá título ao livro. Seu autor é Augusto de Lima Júnior, escritor que desenvolveu uma considerável produção intelectual sobre Minas Gerais no decorrer do século XX. Sua obra literária, contudo, que muito versa sobre algumas memórias e paisagens mineiras, é atualmente pouco conhecida e carece de estudos. Esta pesquisa que ora se apresenta tem por objetivo compreender a representação da memória elaborada por Lima Júnior nas páginas do romance Mariana e analisar as estratégias discursivas utilizadas na composição da referida obra, a fim de contribuir para a história da literatura brasileira, sobretudo a que ficou marginalizada, fora do cânone. Para isso, buscamos o conceito de “lugares de memória”, do historiador francês Pierre Nora e, nesse sentido, compreendemos que a fixação da vida da cidade num singular instante, à qual se refere Lima Júnior no prefácio da obra, parece ter sido contemplada pela vontade de criar uma cristalização da memória coletiva por meio da escrita literária, antes que ela se perdesse no contexto de transformações vivenciadas pela comunidade em questão, o que leva o romance a funcionar como um “lugar de memória”: um espaço material e simbólico que guarda uma memória pertencente a uma coletividade.Item Gênero em Quarto de Despejo : a literatura marginal como instrumento didático.(2019) Silva, Ana Carolina da; Torres, Marco Antônio; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Torres, Marco Antônio; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Perpétua, Elzira Divina; Miranda, Shirley Aparecida deNos propomos, neste trabalho, a discutir sobre a importância do debate de gênero nas aulas de literatura, reconhecendo essa disciplina como uma singular facilitadora no processo de reflexão e contextualização dos mais diversos problemas sociais. A relevância dessa discussão se mostra na utilização da literatura marginal como um instrumento didático ante o enfrentamento das manifestações dessa injusta estrutura normativa na educação. Desse modo, ao analisarmos como emergem as questões de gênero em Quarto de despejo: diário de uma favelada (1960), de Carolina Maria de Jesus, nos respaldando no conceito de performatividade de Butler (2003), pensamos que são possíveis outras possibilidades de literatura na escola que trabalhem, consequentemente, outras constituições de sujeitos e viabilizem novas formas de reconhecimento, flexibilizando as ideias normativas do que é ser mulher e criando alternativas, meios de driblar as opressões sociais, questionando-as, ao mesmo tempo em que enaltecemos as vozes de mulheres que nunca puderam falar por si. A pesquisa se deu por meio do diálogo entre a análise de gênero na obra de Carolina e os campos da literatura marginal e das pesquisas de gênero na educação, contando também com uma análise dos livros didáticos de Português do ensino médio da rede pública da cidade de Mariana-MG. Embora houvesse no início da pesquisa a pretensão de se pensar a questão da didática relacionada à utilização da obra em sala de aula, a pesquisa se restringiu à análise do material didático utilizado na cidade. Como resultado, nos deparamos com a força da literatura marginal de Carolina para pensar o gênero nos estudos de literatura e também com a ausência tanto dessa autora quanto a de outras mulheres escritoras nos compêndios escolares.Item A Jacuba do Jagunço : alimentação, memória e processo social em Grande Sertão: Veredas.(2018) Araújo, Aline Macedo Silva; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Perpétua, Elzira Divina; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Perpétua, Elzira Divina; Maciel, Emílio Carlos RoscoeA presente dissertação tem como objetivo principal fazer um percurso gastronômico pelo sertão rosiano analisando alguns fragmentos da obra Grande Sertão: Veredas (1956), de Guimarães Rosa, a partir dos códigos relacionados, na narrativa, à alimentação e à comensalidade, com o fito de desvelar seu valor simbólico intrínseco, observando como as práticas alimentares foram empregadas por Rosa, tanto para a construção do arcabouço romanesco, como para a constituição do processo social e da figura do jagunço. Acreditamos que as abundantes referências à alimentação, às preparações, aos utensílios de cozinha e aos ritos de comensalidade atuam como o que chamaríamos de “gatilho” de memória na narrativa de Riobaldo, já que, além de atuar como uma espécie de médium de memória intratextual na obra (pois aciona lembranças), também atua como médium da memória coletiva.Item Julgar-se livre e deparar-se com o outro : Grande Sertão: Veredas e a construção de uma identidade.(2022) Gama, Mônica Fernanda RodriguesEm Grande Sertão: Veredas, romance que oferece uma interpretação da formação do Brasil, Riobaldo discorre, entre tantos assuntos, sobre a pobreza, a doença e a retórica da modernização. A partir de uma sequência narrativa (do encontro com os catrumanos ao pacto com o diabo), analisa-se como Riobaldo surpreende-se na relação com o Outro. Ao deparar-se com a pobreza extrema, passar por um povoado devastado pela varíola e encontrar um fazendeiro que queria os jagunços como escravos, Riobaldo sente-se convocado a tornar- se pactário, o que coloca em questão a subjetividade e a ética na dinâmica envolvida na responsabilidade por outrem (Lévinas,1988).Item O leitor ideal(izado) do livro para a Infância : criação e recepção estética.(2019) Araújo, Hanna Talita Gonçalves Pereira de; Gama, Mônica Fernanda RodriguesEste artigo focaliza o Livro Ilustrado e o Livro-imagem, classificações que incluem concepções de literatura e de gêneros textuais, além de, em comum, apresentarem nas imagens um papel fundamental na construção dos sentidos. A receptividade do livro ilustrado pelas crianças é algo muito apreciado pelos artistas que encontram leitores dispostos a ler o livro independentemente de critérios externos. Buscamos evidenciar, por meio de entrevistas, as concepções do artista em relação ao seu leitor ideal(izado). As falas refletem que os artistas não se restringem ao rótulo de obra “para criança” ou ainda com o cunho de “infantil”, no sentido equivocado que o termo pode significar, ou seja, obra simples e fácil, apta a um leitor despreparado ou inapto à experiência estética.Item A literatura de cordel como elemento de resgate e preservação da memória coletiva do povo nordestino.(2020) Silva, Dâmares Carla da; Amorim, Bernardo Nascimento de; Amorim, Bernardo Nascimento de; Morais, Regina Aparecida de; Gama, Mônica Fernanda RodriguesEsta dissertação tem como objetivo descrever, a partir das análises de quatro poemas de cordel, alguns dos principais elementos constituintes da memória coletiva do povo nordestino. Com base em estudos sobre memória coletiva e lançando mão da história oral como estratégia metodológica, este texto apresenta, ainda, fragmentos de entrevistas concedidas por poetas populares da região Agreste de Pernambuco. As vozes dos cordelistas, neste estudo, resgatam uma parte importante da história da literatura popular da região e fornecem pilares nos quais as análises dos folhetos tiveram apoio. Por se tratar de um lugar onde se desenvolveu um conjunto de tradições culturais que fazem parte da identidade e da memória do Nordeste brasileiro, a cidade de Caruaru (PE) foi eleita como locus de pesquisa. Este trabalho revela o dinamismo que a literatura de cordel segue mantendo na história da sociedade nordestina, mesmo em face das céleres reformulações sociais e culturais enfrentadas pela região.Item Memória cultural e recordação : narratividade e espera no documentário Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho.(2019) Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Kluck, Erick Gabriel JonesO documentário Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho, tem uma conturbada e longa história de realização. Ao incluir no filme essa narrativa sobre os problemas enfrentados desde a primeira ideia do documentário, o documentarista propõe uma intrigante reflexão sobre a representação da memória, assim como sobre a rede entre memória, cultura e história brasileira. O real e a realidade ganham novos contornos e conexões pela espera – é esse lapso temporal entre projetos e a incorporação do processo de criação do filme que engendram uma poética do olhar e novas formas de percepção da historicidade e da construção de uma memória narrativa e cinematográfica brasileira. Os sujeitos envolvidos no projeto são chamados para assistir ao que sobrou da primeira tentativa de realização do documentário, passando a narrar o que foi e como se percebem nessa trajetória marcada pela violência do Estado, em um processo de autointerpretação e/ou autoformulação de suas imagens e recordações.Item Memória de cantador : figurações do Sertão no cancioneiro de Elomar Figueira Mello.(2021) Miranda Neto, Jose Teófilo Rodrigues de; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Menezes, RoniereFundamentada numa divisão temática que compreende e emula os três eixos tópicos aventados pelo trinômio euclidiano – a Terra, o Homem e a Luta –, a presente dissertação intenta auscultar, envolta na audição das canções do primeiro disco de Elomar Figueira Mello (1937), Das barrancas do Rio Gavião (1972), a representação de um sertão (super) regionalista cujos sujeitos, paisagens e adversidades são entoados pelas experientes vozes líricas que cantam essas imagens poéticas. Nessa toada temática, analisamos as performances das canções mediante a abordagem da teoria-literária em consonância à apreciação do comportamento de suas linhas melódicas, bem como movimentando discussões sobre memória, oralidade, cultura (e canção) popular brasileira, a recepção do cancioneiro nordestino etc. Com efeito, sondamos figurações de um sertão, engendradas por inventivas bricolagens de temas e tempos aparentemente inconciliáveis que, amarrados pela imaginação e memória do cantador, montam narrativas ficcionais que remontam à realidade histórica e social do ambiente e das idiossincrasias do povo sertanejo.Item Milton Hatoum e a ficção brasileira contemporânea.(2020) Gonçalves, Dayane de Oliveira; Gama, Mônica Fernanda RodriguesQuais são os traços mais percebidos e valorizados pela crítica e como isso constrói uma certa expectativa de leitura para as obras estreantes? Por mais que os críticos que trabalham com a literatura contemporânea sejam praticamente unânimes quanto à variedade de propostas ficcionais, as tentativas de compreensão da prática literária deixam entrever determinados valores e mecanismos de recepção das obras. A partir de duas críticas a Relato de um certo Oriente (1989), de Milton Hatoum, no momento de seu lançamento, realizadas por Flora Süssekind e Silviano Santiago, investigamos como alguns pressupostos constroem uma avaliação deceptiva. A decepção diz respeito sobretudo a uma percepção de que a obra de Hatoum não efetuaria rupturas essenciais com a prosa modernista, aspecto mais acentuado como problema na crítica pós-moderna de Silviano Santiago.Item Ponto de encontro : os "Contos Negreiros" como uma encruzilhada de memórias.(2021) Feltrin, Hector Rodrigues; Mendes, Paulo Henrique Aguiar; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Mendes, Paulo Henrique Aguiar; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Rosa, Victor Luiz da; Mendes, Simone de Paula SantosPublicado pela primeira vez em 2005, além de ter vencido o Prêmio Jabuti no ano subsequente, o livro Contos Negreiros do escritor pernambucano Marcelino Freire se faz cada vez mais presente na crítica literária, sendo lido por diversas perspectivas. Isto porque seu todo evidencia diferentes dimensões das memórias coletiva e cultural de determinados grupos e minorias em variadas topografias e paisagens do território brasileiro. As narrativas permeiam diálogos e intertextos com a tradição literária, com a música popular, bem como com outras diversas formas de vida e cosmologias dissidentes. Com isso, a presente dissertação busca examinar as categorias de traumas sociais ficcionalizados em Contos Negreiros, tais como: o racismo estrutural; a violência urbana; a prostituição; a violência cometida por estrangeiros; a exploração do trabalho; a subordinação de crenças/rituais afro-brasileiros e indígenas entre outras representações engendradas na prosa poética de Marcelino Freire. Ao denominar seus contos também de “cantos”, é possível notar a presença do gesto performativo nessas narrativas, o que evidencia diferentes stimmungs, atmosferas e climas para tratar de alguns temas que se repetem nesses contos-cantos, mas retomados por diferentes perspectivas. O presente trabalho também não deixa de apresentar algumas reflexões sobre o campo literário atual, assim como visa compreender um pouco mais a atuação do escritor Marcelino Freire frente a este campo de poder.Item O processo de criação de um livro : o arquivo da editora José Olympio.(2016) Gama, Mônica Fernanda RodriguesItem A representação da pobreza em Grande Sertão: Veredas.(2021) Fonseca, Juliana Freire; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Rente, Renata dos SantosEsta pesquisa consiste em uma análise do romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, tendo como fio condutor o universo da pobreza. Em uma narrativa labiríntica e, ao mesmo tempo, paradoxal, produzida através das memórias do narrador, nosso objetivo é investigar o modo como a pobreza é apresentada e as estratégias narrativas mobilizadas para compor essa representação. Nesse percurso, refletimos acerca da diferença do projeto rosiano quando comparado ao romance regionalista de 30, momento em que se consolida a referência aos aspectos sociais e a representação do pobre como personagem principal na literatura. Em um estudo fundamentado a partir das perspectivas de teóricos como Willi Bolle, Walnice Galvão e Antonio Candido, por meio da chave de leitura da ambivalência, verificamos a composição do narrador Riobaldo, que perpassa por camadas sociais distintas, e que de forma singular apresenta questões para pensar as relações socioeconômicas e comportamentais na sociedade rural. Neste estudo, discutimos a utilização do homem pobre livre como base mantenedora e sustentadora da hierarquia social, sobretudo pelo “sistema jagunço”. Percebemos que no sertão telúrico e simbólico de Rosa, para além das fronteiras regionalistas, em meio a situações e contradições inerentes à vida humana, há um contexto de desigualdades sociais marcado tanto na representação do cenário da carência quanto no sistema utilizado para a manutenção das elites rurais.