Navegando por Autor "Costa, Camila Campos"
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Item Autorreferência e autorreflexão em Favela Vive : rap e representação de uma sociabilidade marcada pela tensão entre vida e morte.(2022) Costa, Camila Campos; Coração, Cláudio Rodrigues; Coração, Cláudio Rodrigues; Corrêa, Laura Guimarães; Prado, Denise Figueiredo Barros doOriundo de Teresópolis (RJ), Além da Loucura (ADL) é um grupo de rap formado pelos artistas Lord e DK-47 e pelo produtor musical Índio. Em Favela Vive, convidam rappers vinculados à periferia, de diferentes estados, para uma cypher, gênero musical que reúne letras inéditas, geralmente com um tema em comum, nesse caso, a realidade na favela. Estudando o rap, que para além de um gênero musical é uma expressão cultural social e racialmente marcada, podemos elucidar questões sociais latentes que transbordam na cypher em uma espécie de crônica do cotidiano repleta de crítica social e política. Deste modo, tomando as quatro edições da cypher Favela Vive (2016 a 2020) - tanto os elementos discursivos quanto os estético-políticos - enquanto representações e tendo a cultura da mídia como aporte, nosso objetivo é: investigar o contexto social dos rappers; identificar as implicações das manifestações políticas e estéticas de Favela Vive; compreender os sentidos que despertam das referências de diferentes ordens implícitas na produção e; promover reflexões sobre a nostalgia, a melancolia, a memória e o afropessimismo. Por meio do estudo cultural multiperspectivo, dos estudos decoloniais e do reconhecimento da cypher enquanto sujeito e teoria, essencialmente, buscamos vislumbrar como Favela Vive produz o mundo ao seu redor por meio da linguagem e como esse mundo pode se transformar a partir desse movimento. Sendo assim, no acúmulo de nossas discussões, sedimentamos como categorias de análise a autorrepresentação, o saudosismo estético e os usos da raiva, a fim de compreender o processo narrativo discursivo da cypher. Diante do relato de uma sociabilidade específica, marcada pela tensão entre vida e morte, identificamos que a autorrepresentação em Favela Vive é trabalhada no limiar da autorreferencialidade e da autorreflexão em busca de uma redenção, isto é, uma ideia de futuro em que a favela viva. Frente a um contexto de desumanização de determinados sujeitos, os sentidos ecoados pelos rappers transcendem a denúncia de um cotidiano em que o risco de morte é constante, pois configuram-se enquanto ações de re-existência que estimulam a necessidade de memória diante de um passado que persiste e, em última instância, conduzem a elaboração de uma teoria própria, nos termos de bell hooks (2019).