Autorreferência e autorreflexão em Favela Vive : rap e representação de uma sociabilidade marcada pela tensão entre vida e morte.

Nenhuma Miniatura Disponível

Data

2022

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

Oriundo de Teresópolis (RJ), Além da Loucura (ADL) é um grupo de rap formado pelos artistas Lord e DK-47 e pelo produtor musical Índio. Em Favela Vive, convidam rappers vinculados à periferia, de diferentes estados, para uma cypher, gênero musical que reúne letras inéditas, geralmente com um tema em comum, nesse caso, a realidade na favela. Estudando o rap, que para além de um gênero musical é uma expressão cultural social e racialmente marcada, podemos elucidar questões sociais latentes que transbordam na cypher em uma espécie de crônica do cotidiano repleta de crítica social e política. Deste modo, tomando as quatro edições da cypher Favela Vive (2016 a 2020) - tanto os elementos discursivos quanto os estético-políticos - enquanto representações e tendo a cultura da mídia como aporte, nosso objetivo é: investigar o contexto social dos rappers; identificar as implicações das manifestações políticas e estéticas de Favela Vive; compreender os sentidos que despertam das referências de diferentes ordens implícitas na produção e; promover reflexões sobre a nostalgia, a melancolia, a memória e o afropessimismo. Por meio do estudo cultural multiperspectivo, dos estudos decoloniais e do reconhecimento da cypher enquanto sujeito e teoria, essencialmente, buscamos vislumbrar como Favela Vive produz o mundo ao seu redor por meio da linguagem e como esse mundo pode se transformar a partir desse movimento. Sendo assim, no acúmulo de nossas discussões, sedimentamos como categorias de análise a autorrepresentação, o saudosismo estético e os usos da raiva, a fim de compreender o processo narrativo discursivo da cypher. Diante do relato de uma sociabilidade específica, marcada pela tensão entre vida e morte, identificamos que a autorrepresentação em Favela Vive é trabalhada no limiar da autorreferencialidade e da autorreflexão em busca de uma redenção, isto é, uma ideia de futuro em que a favela viva. Frente a um contexto de desumanização de determinados sujeitos, os sentidos ecoados pelos rappers transcendem a denúncia de um cotidiano em que o risco de morte é constante, pois configuram-se enquanto ações de re-existência que estimulam a necessidade de memória diante de um passado que persiste e, em última instância, conduzem a elaboração de uma teoria própria, nos termos de bell hooks (2019).

Descrição

Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas, Universidade Federal de Ouro Preto.

Palavras-chave

Rap - música, Redenção, Reflexão - filosofia, Representação - filosofia

Citação

COSTA, Camila Campos. Autorreferência e autorreflexão em Favela Vive: rap e representação de uma sociabilidade marcada pela tensão entre vida e morte. 2022. 129 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2022.

Avaliação

Revisão

Suplementado Por

Referenciado Por

Licença Creative Commons

Exceto quando indicado de outra forma, a licença deste item é descrita como aberto