POSLETRAS - Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos da Linguagem
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Navegando POSLETRAS - Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos da Linguagem por Autor "Agnolon, Alexandre"
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Item Adoráveis Cadafalsos : memória e narrativa em Nove noites de Bernardo Carvalho.(2017) Benevenutto, Luiz Fernando Etelvino; Bignotto, Cilza Carla; Bignotto, Cilza Carla; Guimarães, Raquel Beatriz Junqueira; Agnolon, AlexandreEsta dissertação tem como objetivo analisar o romance Nove Noites de Bernardo Carvalho. Baseado em fatos reais, Nove Noites conta a história de um antropólogo americano que se matou na década de 1930 no Brasil, enquanto pesquisava os índios Krahô do alto Xingu. Um jornalista tenta, sessenta e dois anos depois, descobrir o que levou Buell Quain a se matar. Em contrapartida, há a narração de Manoel Perna, confidente do antropólogo, que guardou consigo durante anos o peso do segredo a respeito do suicídio de Quain. Partindo do enredo do livro, pretende-se analisar a relação estabelecida entre memória e narrativa, à medida que as narrativas são rememorações sobre o passado de Quain, interseccionadas à memória dos próprios narradores. Será feita análise dos modos composicionais da obra, com o objetivo de apreender a forma da qual a memória é representada. Por intermédio da investigação do panorama, a denominada ficção contemporânea, que delimita as condições de produção de Nove Noites, é possível entrever a escolha temática e as características gerais das técnicas empregadas na narrativa, para então ser realizado um estudo das singularidades de Nove Notes enquanto gênero, o romance, e narrativa. Através de uma profusa intertextualidade, o sexto romance de Bernardo Carvalho problematiza os limites que separam a realidade da ficção. Com isso, procura-se verificar como a própria trama encara as relações entre os discursos que praticam a verdade e o discurso ficcional, percebidos como representação da memória e da imaginação.Item Cecília in blue : a poesia de Cecília Meireles sobre os Estados Unidos.(2017) Toledo, Matheus Coelho de; Perpétua, Elzira Divina; Perpétua, Elzira Divina; Guimarães, Raquel Beatriz Junqueira; Agnolon, AlexandreEste trabalho tem interesse em estudar poemas da poeta Cecília Meireles criados em decorrência de duas viagens realizadas por ela aos Estados Unidos, a primeira no ano de 1940, a segunda em 1959. O trabalho também traz estudos de crônicas decorrentes de ambas as viagens. Como ponto de apoio ao levantamento crítico, o trabalho se interessa por possíveis fontes que possam ter embebido as criações de Meireles do ponto de vista poético como Baudelaire, Verlaine e Mallarmé, e junto deles, em menor grau, Poe e Longfellow. E também busca em Debussy, Stravinsky e Gershwin, pontos de intersecção da temática de suas criações musicais para com a poesia de Cecília Meireles. Essa parcela estadunidense da poesia e da crônica de Meireles é identificada neste trabalho realçando o seu aspecto urbano e emocionalmente afetado pela tristeza e melancolia, ressignificados na expressão “in blue”. O estudo de modo amplo realiza também um resgate memorial de uma parcela pouco conhecida de sua poesia.Item Da elegia erótica romana à lírica romântica : a tradução parafrástica dos Amores, de Ovídio, por António Feliciano de Castilho (1858).(2019) Duarte, Giovani Silveira; Agnolon, Alexandre; Vieira, Brunno Vinicius Gonçalves; Costrino, Artur; Agnolon, AlexandreEsta pesquisa tem como objetivo analisar, a partir do cotejo de concepções clássicas e modernas acerca dos gêneros lírica e a elegia, de que modo a tradução parafrástica da obra Amores, de Ovídio, elaborada por António Feliciano de Castilho em 1858, privilegia a língua de chegada, o Português, e despreza os critérios tradicionais que pautavam, na Antiguidade, o gênero elegíaco, visto que o tradutor lança mão de variações diversas referentes sobretudo à métrica ao longo da obra, chegando a inclusive inserir versos que não estavam na versão latina. O trabalho não se pretende meramente comparativo, ou seja, a simplesmente cotejar ingenuamente o original e o seu correspondente em língua vernácula, com vistas a demonstrar as diferenças entre um texto e outro, mas, sim, quer sob a luz dos critérios tradutológicos explicitados no prefácio da obra pelo erudito português, quer mediante noções antigas e modernas desses gêneros poéticos, perceber a relação agonística e emulativa travada entre o poema ovidiano e a nova fatura portuguesa.Item Entre o Corpo e o Tronco : a representação do jagunço de Bernardo Élis.(2021) Alves, Denise de Fátima Lessa; Agnolon, Alexandre; Agnolon, Alexandre; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Guirau, Marcelo CizaurreEsta pesquisa é uma análise ao romance O Tronco, de Bernardo Élis, escrito em 1956. A análise em questão parte da apreciação do texto literário, sua urdidura e as relações de poder sob a perspectiva da ambivalência, especialmente no cotidiano dos jagunços e da polícia, envolvidos no Massacre do Duro, ocorrido em 1918, na antiga região de Goiás. Nesse sentido, procuramos, através de uma perspectiva histórica, encontrar as origens literárias dessa personagem recorrente de nossa literatura e compreender as formas com que o autor representa as imagens dos jagunços e da polícia em seu discurso romanesco.Item Erotodidática e entrelaçamento genérico na construção do magister amoris em Ovídio : Arte de Amar, Remédios do Amor e Cosméticos para o Rosto da Mulher.(2019) Gonçalves, Marice Aparecida; Agnolon, Alexandre; Costrino, Artur; Trevisam, Matheus; Agnolon, AlexandreO trabalho que ora se apresenta visa discutir a construção poética da persona elegíaca ovidiana que se apresenta como magister amoris nas três obras didáticas do vate: Arte de Amar, Remédios do Amor e Cosméticos para o Rosto da Mulher. Para tal, serão discutidos os caminhos retóricos e poéticos basilares para a formação do caráter da fala elegíaca. Nosso estudo será embasado em três alicerces, a formação erotodidática do magister; o caráter didático da poesia amorosa ovidiana e, por fim, a construção retórico-poética de sua persona.Item Espelhos de príncipe : reflexos da virtude.(2022) Alves, Lucas Benevenuto Mitraud Vieira; Costrino, Artur; Costrino, Artur; Agnolon, Alexandre; Hansen, João AdolfoEsta pesquisa busca deslindar os aspectos que marcam a composição de textos pertencentes ao que identificamos como o gênero de espelhos de príncipe, pautado pela abordagem de noções que sirvam de instrução para aspirantes a posições de soberania. Este estudo parte da análise de três exemplares desse gênero: Sobre a Clemência, de Lucio Aneu Sêneca, Sobre os Governantes Cristãos, de Sedúlio Escoto, e O Príncipe, de Maquiavel, textos que serão cotejados com outras composições que tratam propositivamente de assuntos políticos, como A República, de Platão, e a Política, de Aristóteles. A investigação dos temas que fazem parte da elaboração dos espelhos se pautará sobretudo pelo conceito amplo de “virtude”, sendo esse um termo que, conquanto norteie a confecção dos escritos estudados, tem, em cada um, especificidades concernentes às preocupações que permeiam a escrita dos autores, tendo cada um deles um capítulo dedicado a seu espelho. Ao fim da pesquisa, a discussão partirá para uma comparação geral entre o que estabelecemos como as bases do gênero especular, sendo observadas e cotejadas as peculiaridades de cada um dos espelhos, a saber, um tom eminentemente moral presente no tratado de Sêneca, uma base sobremaneira religiosa pautada pela tradição cristã na obra de Sedúlio, e um mote de finalidade e utilidade que marca o discurso do texto de Maquiavel.Item Estudo comparativo das abreviaturas em documentos politestemunhais do testamento do rei D. Pedro II, de Portugal.(2019) Oliveira, Christiane Benones de; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Costrino, Artur; Duchowny, Alexia Teles Guimarães; Agnolon, Alexandre; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Costrino, ArturConforme se sabe, documentos manuscritos no passado recuperados pelo trabalho filológico são indispensáveis à análise de ocorrências (ou não ocorrências) de mudanças linguísticas de longa duração. Logo, este trabalho tem o objetivo de sistematizar, analisar e comparar as abreviaturas presentes nos testemunhos do testamento do rei Dom Pedro II, escrito em 1704 pelas mãos de seu amigo e confessor padre Sebastião de Magalhães, e posteriormente transcrito nas datas de 1726, 1746 e 1967. O sistema abreviativo, bem como outros fenômenos linguísticos, sofre mudanças ao longo do tempo e, para compreendê-los, é necessário o estudo exaustivo das fontes documentais em que estão inseridos. Para atingir os resultados almejados, a metodologia aplicada baseou-se no estudo comparativo. Buscamos, por meio dessas análises, abarcar os caminhos filológicos e paleográficos percorridos por esses documentos ao longo das suas transmissões com a intenção de vislumbrar as normas e escolhas dos copistas realizadas para o emprego do sistema abreviativo ao longo da decorrência das publicações dos testemunhos. Concluímos que, possivelmente, até a edição do testemunho do ano de 1746, o uso de abreviaturas em documentos oficiais portugueses era feito conforme o estilo de escrita e a formação intelectual do copista, não havendo, ainda, normas que regiam tais escolhas. Contudo, a edição do documento de 1967, conforme explicado ao longo da dissertação, foi realizada a partir de normas que ditavam o desdobramento das palavras abreviadas.Item José Craveirinha : percursos de uma poética inquieta.(2019) Vieira, Gabriel Pereira; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Said, Roberto Alexandre do Carmo; Agnolon, Alexandre; Maciel, Emílio Carlos RoscoeEsta dissertação se propõe a explanar a obra do poeta moçambicano José Craveirinha. Figura central na produção literária africana de língua portuguesa, Craveirinha consegue conciliar em sua poesia a alteridade típica da poesia engajada e a subjetividade pungente de uma lírica intimista e recolhida. Dessa forma, sua literatura transita entre a memória individual e a coletiva. Além dos aspectos memorialísticos, são apresentados alguns aspectos formais e linguísticos imprescindíveis a uma compreensão holística de sua obra literária, aqui dividida em três partes. A divisão levou em consideração a influência de cada uma das referidas memórias nos versos, a predominância do ‘nós’ ou do ‘eu’, a evolução estético-formal dos poemas e a temática prevalente nos livros. O conjunto da obra daquele que é comumente considerado o maior poeta de seu país permite que se traga à tona debates importantes sobre temas como racismo, identidade nacional, fraternidade entre povos, liberdade, solidão e morte.Item O mundo invertido : anatomia do sujeito burguês em Um jogador, de Dostoiévski.(2020) Araujo, João Marcos Cilli de; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Agnolon, Alexandre; Souza, Nabil Araújo deO objetivo desta pesquisa é realizar uma leitura da obra Um jogador (1867), de Fiódor Dostoiévski, apontando-a como um exercício de crítica à ideologia burguesa. Para tanto, investiga-se os precursores literários do narrador, jovem educador a serviço de um general decadente. Eles são encontrados nos preceptores da literatura europeia dos séculos XVIII e XIX - mais especificamente Läuffer (protagonista da peça O preceptor, de Lenz) e Julien Sorel (personagem principal de O vermelho e o negro, de Stendhal) - e no tipo do homem supérfluo, abundante na literatura russa do século de Dostoiévski. Num segundo momento, busca-se uma análise das representações feitas a respeito dos sujeitos burgueses ocidentais ao longo da narrativa, de modo a sublinhar o potencial crítico das mesmas. Por fim, intenta-se compreender o romance de Dostoiévski em seus elementos carnavalizados, com o fito de reconstruir uma crítica à crença na agência humana e o flerte, na narrativa, com certo materialismo do encontro. Embora tente-se uma leitura em câmera lenta do romance de Dostoiévski, a perspectiva adotada na pesquisa é aquela da Literatura-Mundial, o que faz com que, a todo momento, busque-se compreender as relações entre a obra e suas precursoras da Europa Ocidental (principalmente aquelas produzidas na França), bem como seus possíveis paralelos com outras literaturas da (semi)periferia do capitalismo, tais quais a brasileira e a japonesa.Item Museu de fantasmas : mito, política e representação na tetralogia do poder de Aleksandr Sokurov.(2017) Vieira, Jorge Augusto Moutella de Campos; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Agnolon, Alexandre; Fonseca, Jair Tadeu da; Maciel, Emílio Carlos RoscoeA presente dissertação tem por objeto a Tetralogia do Poder, um conjunto de quatro filmes do diretor russo Aleksandr Sokurov: Moloch, Taurus, O Sol e Fausto. Nosso principal objetivo é o de desvelar as relações que os filmes mantêm entre si e que sustentam o caráter seriado do estudo sobre o Poder do diretor russo. Nesse sentido, coube-nos esclarecer, conforme a desenhávamos, a figura do Poder que o mosaico da Tetralogia nos oferece. Para isso, partimos da hipótese de que os filmes de Sokurov têm como tema principal e eixo condutor os comércios e os embates entre o laicizado Estado soberano nacional moderno e a teologia. A partir disso, passamos a investigar a divisão entre o caráter público e o caráter privado do poder representada nos três primeiros filmes, bem como os procedimentos formais utilizados pelo diretor russo. Depois, passamos a investigação do filme Fausto, atentando para as diferenças e semelhanças entre este e as três obras precedentes. Retomamos ainda as condições culturais da modernidade para o surgimento do mito do Fausto, estendendo a análise dos quatro filmes, assim, para as relações que o poder mantém com as formas de representação e os lugares de legitimação dos discursos. Concluímos, pois, que os quatro filmes conformam um discurso que relativiza a perspectiva histórica dos discursos dados, do senso-comum sobre inimigos das “repúblicas democráticas”, a saber, Hitler, Lênin, Hirohito. Contudo, essa relativização não serve ao propósito de enaltecer ou elogiar os derrotados, senão ao propósito de revelar os mecanismos políticos que aproximam “vítimas” e “algozes”, mostrando-os como beneficiários contenciosos dos mesmos pactos diabólicos, iludidos cada qual com seus paraísos ideais.Item “O oráculo” (1866) e “A cartomante” (1884) de Machado de Assis : logro, engano e a tradição clássica.(2022) Vieira, Joyce Pereira; Agnolon, Alexandre; Brandão, Jacyntho Lins; Agnolon, Alexandre; Brandão, Jacyntho Lins; Rosa, Victor Luiz da; Hansen, João AdolfoO presente trabalho tem como objetivo principal discutir, a partir dos contos “O oráculo” (1866) e “A cartomante” (1884), a forma como Machado de Assis utiliza a ideia do oracular em textos ficcionais. É nosso intento demonstrar que o oracular é utilizado como forma de logro, numa leitura parodística que mistura humor e ironia, configurando uma estratégia literária de antecipação da narrativa através de sinais implícitos no decorrer das histórias. Partindo do dialogismo e do discurso polifônico (BAKHTIN, 2018) e da técnica clássica aemulatio, posteriormente aplicada a Machado através da “poética da emulação” (ROCHA, 2013), pretendemos também evidenciar a origem de tal estratégia em textos da tradição literária clássica nos escritos do autor fluminense.Item Para além dos contos de fadas : oralidade e aclimatação em Contos da Carochinha.(2020) Silva, Natasha Castro; Bignotto, Cilza Carla; Bignotto, Cilza Carla; Agnolon, Alexandre; Raffaini, Patricia TavaresO livro Contos da Carochinha, de Alberto Figueiredo Pimentel, lançado em 1894 pela Livraria Quaresma, ficou conhecido como uma das obras precursoras para o público infantil no Brasil. As narrativas presentes nessa obra contêm várias histórias extraídas de livros europeus, como as histórias compiladas pelos irmãos Grimm e por Charles Perrault, mas que são adaptadas ao contexto brasileiro. Com 53 narrativas curtas, escritas em linguagem próxima à dos registros orais, a obra agradou gerações de leitores brasileiros, tornando-se modelo não apenas de coletânea de estórias maravilhosas publicadas no suporte livro, mas também de livro para crianças. Assim, o objetivo do presente estudo é analisar os traços da oralidade, observando como recursos na escrita recuperam a tradição oral na versão brasileira. Além disso, buscamos observar como o autor, por meio de elementos típicos brasileiros e de seu repertório cultural, deu uma nova identidade às histórias, ainda que tenha mantido as estruturas das narrativas provindas, sobretudo, da Europa. Dessa forma, acredita-se que Pimentel, ao ter inserido elementos orais e brasileiros, renovou os contos de fadas e configurou uma memória própria da obra, quando recontada no ambiente brasileiro.Item Plauto e a escravidão : a figuração dos escravos plautinos na comédia romana.(2017) Rosa, Juliana da; Agnolon, Alexandre; Agnolon, Alexandre; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Joly, Fábio DuarteProcuramos, com esta pesquisa, discutir a imagem do escravo romano retratada nas obras de Plauto. A partir das comédias do autor e de demais fontes antigas, pretendemos ilustrar de que maneira a representação do escravo reflete também a hierarquia particular da domus romana.Item Poema dos poemas : um itinerário espiritual na obra de Cecília Meireles.(2023) Carvalho, Éder Franco de; Perpétua, Elzira Divina; Perpétua, Elzira Divina; Agnolon, Alexandre; Guimarães, Raquel Beatriz JunqueiraO cenário artístico brasileiro sofreu consideráveis mudanças a partir da Semana de Arte Moderna, que propunha uma renovação nas artes, a partir do rompimento com o passado. No ano seguinte, Cecília Meireles publica seu segundo livro, contendo duas obras: Nunca Mais... e Poema dos poemas, cujas temáticas comungam com os ideais da corrente espiritualista a qual, em oposição ao movimento de Oswald de Andrade, propunha compreender a modernidade, indagando sobre o destino do homem, sem romper completamente com o passado. Composta por 21 poemas, organizados em três partes, a obra Poema dos poemas apresenta um eu lírico que desperta para a existência de um ser transcendente, a quem chama de Eleito, e se coloca a buscá-lo. A presente dissertação descreve este “caminho místico”, através da comparação dos poemas cecilianos com obras de teor místico e filosófico, analisando o despertar poético da então iniciante Cecília Meireles. Embora mais tarde tenha considerado Poema dos Poemas uma obra ainda imatura, a poeta já deixava transparecer nesses versos a grandiosidade de sua lírica que expõe sobre temas profundos para a reflexão humana.Item Salvo engano, animal imperfeito : a representação do feminino em Dom Quixote.(2016) Silva, Thayane Morais; Perpétua, Elzira Divina; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Amorim, Elisa Maria; Agnolon, AlexandreO romance espanhol Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes Saavedra, cuja primeira parte foi publicada em 1605, na Espanha, atingiu e atinge, até os dias de hoje, público leitor imensurável, tendo sido traduzido para diversas línguas. Ao longo dos quatro séculos que se passaram, a obra adquiriu sua própria história, considerada a partir do âmbito cultural, ou seja, a partir das tendências que aproximaram leitores/críticos e obra. Nesta dissertação, intitulada Salvo engano, animal imperfeito: a representação do feminino em Dom Quixote, não nos limitamos a descrever o romance cervantino apenas sob o ponto de vista da Crítica Literária. Com o apoio dos Estudos Culturais, propomos algumas reflexões que tangem outros campos das Ciências Humanas, como a História e a Filosofia. Além de descrever a obra a partir de definições já estabelecidas pela Crítica Literária, que o consagra como romance moderno, recortamos o nosso objeto a fim de analisar as representações do feminino ali contidas. A representação da mulher na Literatura nos leva a pensar como a condição feminina é exposta nos aparatos da cultura. Em Dom Quixote, especialmente, o feminino constitui-se como tema problemático, visto que determinações jurídicas e culturais incidem sobre o comportamento das mulheres. Embora se trate de uma obra de ficção, o texto apresenta situações pertinentes para pensar alguns conceitos que perpassam o discurso feminino: emancipação, individualidade e subjetividade (da linguagem). Desta forma, propomos investigar a representatividade das personagens femininas na primeira parte do Quixote, considerando os dispositivos da linguagem e da narrativa que tornam possível a concepção das personagens e do gênero romanescos. Considerando as edições ilustradas do século XIX, analisamos também o feminino em representações iconográficas de dois ilustradores franceses, Gustave Doré e Tony Johannot. Amparados por conceitos e definições da Semiótica, verificamos em que medida a linguagem não -verbal, em sua relação com a linguagem verbal, garante o processo comunicativo da representação do feminino.Item Samuel Beckett e a tarefa do autotradutor.(2016) Arantes, Júlia de Melo; Galery, Maria Clara Versiani; Galery, Maria Clara Versiani; Agnolon, Alexandre; Magalhães, Célia MariaEsta dissertação investiga o processo tradutório de Samuel Beckett em En attendant Godot/ Waiting for Godot, sua primeira peça publicada e também a mais famosa. Esta pesquisa considera a tradução como intrínseca à comunicação humana, levando-se em conta o aspecto performativo da linguagem. O estudo do processo criativo e da tradução beckettiana nos permite analisar como o autor e dramaturgo realiza a tarefa da autotradução, não apenas no nível linguístico, mas também dos livros para os palcos, como diretor de suas próprias peças. A autotradução também é vista como um processo de se traduzir entre línguas e culturas: como irlandês morando na França, Beckett muitas vezes escolheu escrever as primeiras versões de suas obras em francês, sua segunda língua, antes de traduzi-las para o inglês. Em sua discussão sobre a autotradução, este trabalho concentra-se em uma análise da peça como uma obra bilíngue e propõe que entre as versões francesa e inglesa dos textos de Beckett, um espaço intersticial emerge, formando um terceiro texto. Dessa maneira, o estudo da obra bilíngue leva em conta a noção beckettiana de unword, um conceito que remete à "pura língua" de Walter Benjamin. A leitura comparada das versões francesa e inglesa também permite a investigação da iterabilidade como tema e método no processo criativo de Beckett, no qual a autotradução é vista como uma forma de autorrepetição. A peça também é analisada como uma metáfora do exílio e como uma representação do estado desolado da condição humana no contexto do pós-guerra. Nesse sentido, o espaço intersticial ou entre-lugar é representado no palco quase vazio da peça, que simboliza uma espécie de limbo, onde as personagens estão eternamente à espera de Godot. Esta pesquisa conclui que Beckett escolheu a autotradução principalmente como um meio artístico para repetir, continuar e expandir sua própria arte, de forma que o significado de sua obra bilíngue depende da soma dos três textos: original, tradução e o terceiro texto, ou texto metalinguístico.Item Sobre a recta ordenação das letras do Abcedario : ortografia da língua portuguesa em obras setecentistas da Biblioteca do Caraça.(2016) Piva, Isabela de Vasconcellos; Montanheiro, Fábio César; Montanheiro, Fábio César; Agnolon, Alexandre; Toledo Neto, Sílvio de AlmeidaO presente trabalho buscou analisar as ideias acerca da temática ortográfica da língua portuguesa vigente durante o século XVIII através da análise de um corpus de pesquisa constituído por livros destinados ao ensino de língua que se encontram no acervo de obras raras da Biblioteca do Caraça, com destaque à Nova Escola para Aprender a Ler, Escrever e Contar (1722), de Figueyredo. Localizado nos municípios de Catas Altas e Santa Bárbara (MG), o Complexo Santuário do Caraça pertence à Província Brasileira da Congregação da Missão e sua Biblioteca funciona, atualmente, no mesmo prédio que abrigou, desde o início do século XIX até meados do XX, o Colégio do Caraça, instituição educacional que se localiza entre as primeiras fundadas em Minas Gerais. O corpus analisado revela uma memória relacionada ao campo de pesquisa e, também, à representação gráfica da língua portuguesa no Setecentos, período intensamente marcado pela valorização do pensamento renascentista e pela etimologização ortográfica, isto é, pela busca da correção gráfica da língua portuguesa nos modelos latinos.Item Tempo é dinheiro : memória, identidade e desejo em O pai Goriot, de Balzac.(2020) Mota, Leilane Luiza Ferreira; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Ávila, Myriam Corrêa de Araújo; Agnolon, AlexandreDurante a Revolução Industrial, o mundo começa a funcionar à medida que o dinheiro circula e o tempo adquire valor de moeda em prol da produtividade. Em meio à ascensão do capitalismo, ocorre na França, em 1789, a Revolução Francesa, evento responsável pela horizontalização no tratamento entre pessoas e a organização de uma nova ordem do mundo. Posteriormente, já durante a Restauração, Balzac começa a consolidar seu projeto de representação da sociedade francesa da primeira metade do século XIX. Um dos livros pertencentes à A comédia humana e que consolida seu projeto é O pai Goriot, romance no qual vemos a jornada do jovem arrivista Eugène de Rastignac para ascender socialmente, tornar-se rico, recuperando, assim, o prestigio de sua família, nobre e decadente, e que está em busca de sua identidade. O aprendizado do jovem é cristalizado ao final do romance após os ensinamentos de Vautrin e da viscondessa de Beauséant. Para aprender o mecanismo social, Eugène aproveita um dos conselhos de Vautrin, que ganha vantagem sobre a viscondessa: vender-se quando a oportunidade for boa. Numa sociedade em que o dinheiro está em toda parte, é compreensível que o caráter também seja mercantilizado, pois como Rastignac afirma, é preciso rastejar, bajular e mentir para tornar-se um homem da sociedade. Em A comédia humana, a hiperconectividade das narrativas demonstra a força cognitiva da literatura de Balzac, desenvolvida por meio da verossimilhança, da identificação com as personagens e do realismo em um jogo proposto pelo narrador. O processo de formação de Rastignac termina com sua compreensão de que não é possível resolver a contradição, mas sim aprender a habitála. À sombra da literatura de Balzac e de suas personagens arrivistas está Napoleão Bonaparte, o usurpador que conquistou sozinho a Europa e fundou, conforme sua vontade, uma dinastia: a dos self-made man.Item A tópica da prudência n`os sermões de Vieira.(2023) Schneider, Alessandra Machado; Agnolon, Alexandre; Agnolon, Alexandre; Joly, Fábio Duarte; Leite, Leni RibeiroEsta dissertação de mestrado propõe uma introdução ao estudo da Tópica da Prudência N’Os Sermões de Vieira a partir das fontes retóricas e estudo do modelo cultural, o discreto, o paradigma de homem cortesão que dominava as preceptivas do século XVII, no contexto do Antigo Regime. No Segundo capítulo, o objetivo é mapear as diretrizes educacionais filosóficas e cristãs, notadamente a Escolástica e o programa educacional dos jesuítas: Ratio Studiorum com a centralidade nas artes liberais, a fomentar uma educação para prudência, valorizando a sabedoria prática e uma educação formativa e humana. No terceiro capítulo, objetiva-se conceituar a tópica da prudência no contexto dos lugares da memória, lugares-comuns conhecidos na Instituição Retórica e comumente emulados e que compunha o repertório de linguagem do autor da obra e da recepção. Para o entendimento e atuação na dinâmica social no contexto do Antigo Regime, a prudência é a virtude preceituada pelos principais tratadistas, pois ela é o atributo que conduz à mediania. Por conseguinte, afastando-se os vícios situados nos extremos, nessas teses, a virtude está no meio pois as extremidades são viciosas. Neste contexto, a obra de Vieira apresenta elementos que o enquadram, quanto à persona do orador, no perfil ético e político de um homem prudente. Por fim, no quarto capítulo procura-se entender Vieira no contexto da prudência, as imagens e narrativas que ele construiu na apologia da sabedoria prática que serviam de esteio para fundamentar a razão de Estado contrarreformista. O lugar de excelência das representações do decoro e honra era corte, lugar favorito das encenações simbólicas, que não eram meros entretenimentos, mas sim uma figuração política que reforçava a hierarquia e diferença, tipicamente estamental. Objetiva-se mostrar a força política do orador sacro que através da palavra difundia o modelo de súditos cordatos, coadunados com a vontade do Rei, em prol da harmonia do bem comum.Item Visões da realidade : Marcel Proust e o estilo.(2018) Belchior, Iury Almeida e; Agnolon, Alexandre; Agnolon, Alexandre; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Guirau, Marcelo CizaurreEste trabalho tem por objetivo analisar a concepção de estilo do escritor francês Marcel Proust. Em um primeiro momento buscamos compreender o estilo em seus primórdios, isto é, em sua chave retórica. Para tanto, fizemos um levantamento de fontes antigas que vão de Homero até Cícero. Em seguida, analisamos as transformações que geraram a noção moderna de estilo, algumas expressões do romantismo e as diferentes perspectivas teóricas de Leo Spitzer, Roman Jakobson e Erich Auerbach. A segunda parte do trabalho consiste em, a partir desse amplo panorama histórico e teórico, analisar como o autor de À la recherche du temps perdu compreendeu o estilo. Para realizar esta etapa da pesquisa, aproximamos o romance de Proust de sua obra crítica. A percepção do estilo proustiano como procedimento eminentemente textual nos possibilitou pensar o autor como reacionário às premissas românticas sobre sujeito e linguagem. Por fim, analisamos a dimensão subjetiva da concepção proustiana de estilo, com o objetivo de verificar como o autor intentava tutelar as tensões e ambivalências que sua Busca enseja.