Salvo engano, animal imperfeito : a representação do feminino em Dom Quixote.

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Data
2016
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Resumo
O romance espanhol Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes Saavedra, cuja primeira parte foi publicada em 1605, na Espanha, atingiu e atinge, até os dias de hoje, público leitor imensurável, tendo sido traduzido para diversas línguas. Ao longo dos quatro séculos que se passaram, a obra adquiriu sua própria história, considerada a partir do âmbito cultural, ou seja, a partir das tendências que aproximaram leitores/críticos e obra. Nesta dissertação, intitulada Salvo engano, animal imperfeito: a representação do feminino em Dom Quixote, não nos limitamos a descrever o romance cervantino apenas sob o ponto de vista da Crítica Literária. Com o apoio dos Estudos Culturais, propomos algumas reflexões que tangem outros campos das Ciências Humanas, como a História e a Filosofia. Além de descrever a obra a partir de definições já estabelecidas pela Crítica Literária, que o consagra como romance moderno, recortamos o nosso objeto a fim de analisar as representações do feminino ali contidas. A representação da mulher na Literatura nos leva a pensar como a condição feminina é exposta nos aparatos da cultura. Em Dom Quixote, especialmente, o feminino constitui-se como tema problemático, visto que determinações jurídicas e culturais incidem sobre o comportamento das mulheres. Embora se trate de uma obra de ficção, o texto apresenta situações pertinentes para pensar alguns conceitos que perpassam o discurso feminino: emancipação, individualidade e subjetividade (da linguagem). Desta forma, propomos investigar a representatividade das personagens femininas na primeira parte do Quixote, considerando os dispositivos da linguagem e da narrativa que tornam possível a concepção das personagens e do gênero romanescos. Considerando as edições ilustradas do século XIX, analisamos também o feminino em representações iconográficas de dois ilustradores franceses, Gustave Doré e Tony Johannot. Amparados por conceitos e definições da Semiótica, verificamos em que medida a linguagem não -verbal, em sua relação com a linguagem verbal, garante o processo comunicativo da representação do feminino.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Literatura moderna, Semiótica, Literatura - mulher
Citação
Silva, Thayane Morais. Salvo engano, animal imperfeito: a representação do feminino em Dom Quixote. 2016. 105 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2016.