PPGHis - Doutorado (Teses)
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Navegando PPGHis - Doutorado (Teses) por Autor "Araújo, Valdei Lopes de"
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Item Machado de Assis e a experiência da história : climas e espectralidade.(2018) Ramos, André da Silva; Araújo, Valdei Lopes de; Araújo, Valdei Lopes de; Rangel, Marcelo de Mello; Roza, Luciano Magela; Silva, Daniel Pinha; Oliveira, Maria da Glória deA presente tese discute as tensões entre Machado de Assis, seus escritos, e a experiência da história. Analiso como a compreensão ambivalente do autor acerca da experiência moderna da história foi fundamental para a constituição da sua estética literária. A compreensão de história e modernidade de Machado implicou tanto no reconhecimento positivo do processo de formação da nação e o consonante desenvolvimento de sua literatura, quanto em uma crítica melancólica do processo de modernização ocidental. As tensões produzidas por essas compreensões conectam-se diretamente com o processo de canonização e rejeição do autor ao longo dos séculos XX e XXI. Dessa forma, argumento como a dimensão disruptiva dos seus escritos, que confrontam os conceitos de história e modernidade, exploram a incomensurabilidade entre experiência e linguagem, seja através da evocação de climas, mobilizados para enredar os corpos dos leitores, ou mediante a evocação da experiência espectral do passado, que evidencia a impossibilidade do passado passar. A intenção é demonstrar como Machado e sua obra rejeitam as compreensões analíticas que partem de pressupostos normativos como o de sujeito solar e incondicionado, de temporalidade histórica como sucessão e linearidade e de representação enquanto especularidade. De forma geral, este trabalho explora como a compreensão ambivalente de história e modernidade de Machado constituiu-se em interação dinâmica com a disposição afetiva melancólica em vigor nos seus escritos e com as pressões relativas à tematização do seu corpo como objeto de discurso.Item Nostalgia e história : Joaquim Nabuco e a reconfiguração do Romantismo no final do século XIX.(2020) Silva, Rodrigo Machado da; Abreu, Marcelo Santos de; Abreu, Marcelo Santos de; Mollo, Helena Miranda; Araújo, Valdei Lopes de; Sousa, Francisco Gouvea de; Nicodemo, Thiago LimaA presente tese de doutorado como principal objetivo a investigação das possibilidades de reconfigurações da estética românticas nos ambientes políticos e sociais no Brasil na passagem do regime imperial para o republicano como resposta políticohistoriográfica para as transformações temporais daquele período. As múltiplas formas de ler e narrar o tempo, no último quartel do oitocentos, apontavam para o cenário de desordem, e a sua reorganização era matéria de disputa entre os intelectuais do período. A História apresentava-se como um dos instrumentos para a resolução de tal questão. O historiador via-se como um tradutor da temporalidade nacional, e a sua relação afetiva e subjetiva com o passado tonificava a missão de se narrar e reorganizar a História do Brasil. Dessa maneira, nossa pesquisa foca no estudo da obra Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (1849-1910), e a partir de seus escritos compreender as formas que o repertório romântico fora mobilizado por uma camada da intelectualidade brasileira para o reestabelecimento da ordem política e temporal no momento imediato à proclamação da República.Item Outros tempos, outras histórias : kairós, manifesto, crise.(2021) Ramalho, Walderez Simões Costa; Araújo, Valdei Lopes de; Araújo, Valdei Lopes de; Varella, Flávia Florentino; Bentivoglio, Julio Cesar; Rangel, Marcelo de Mello; Nicodemo, Thiago LimaToda concepção de história está sustentada em uma compreensão de tempo. Esta tese propõe a categoria historicidades kairológicas para caracterizar as modalidades da experiência da história cujo sentido temporal se funda na noção de kairós. Argumento que as historicidades kairológicas possuem um estatuto meta-histórico: por um lado, a categoria delimita uma dimensão específica da historicidade da existência em geral; por outro, ela abre tal dimensão para a compreensão histórica, sendo aplicável para a análise de objetos que manifestam na linguagem formas kairológicas de temporalização da história. A hipótese é que o manifesto, como gênero textual, se notabiliza pela capacidade de organizar poeticamente as historicidades kairológicas. A relação entre kairós e manifesto se dá pela mediação de um terceiro conceito operatório: a crise. Defendo que o sentido histórico-temporal de crise somente pode ser adequadamente compreendido a partir da assimetria entre cronos e kairós. Portanto, a construção da categoria historicidades kairológicas é feita por meio da demonstração da contiguidade lógica, temporal e histórica existente entre kairós, manifesto e crise. A tese desdobra os potenciais analíticos das historicidades kairológicas por meio de uma dupla abordagem: uma exposição sintética da história do gênero manifestário; e uma análise verticalizada do manifesto The Kairos Document (África do Sul, 1985). Ao fim, aponto para a potencial utilidade da categoria proposta na tese para pensar um traço central da autocompreensão histórica das sociedades contemporâneas globais, a saber, que vivemos “em tempos de crise”.Item A perenidade de uma questão : vínculos entre história, tempo e identidade no Brasil e no México.(2020) Franco Neto, Mauro; Rangel, Marcelo de Mello; Rangel, Marcelo de Mello; Pinto Filho, Júlio Cesar Pimentel; Rodrigues, Henrique Estrada; Fernandes, Luiz Estevam de Oliveira; Araújo, Valdei Lopes deEste trabalho analisa as interfaces entre história, tempo e identidade no México e no Brasil. Para isso, propomos um exercício de diálogo, e não propriamente uma comparação, com tradições de pensamento nos dois países que, em alguma medida, se debruçaram sobre as possibilidades que a experiência histórica lega para uma reformulação identitária de tipo não essencialista. No caso mexicano, colocamos a questão a partir de autores como Edmundo O’Gorman, Emilio Uranga, Octavio Paz e do escritor de origem mixteca Francisco López Bárcenas. No caso brasileiro, a partir do gesto antropofágico de Oswald de Andrade e do líder indígena Ailton Krenak. Além disso, argumenta-se que a perenidade da inquietação e da pergunta pelo ser e pela identidade nesses dois espaços históricos pode ser entendida por meio de dinâmicas inerentes à dupla consciência e às políticas temporais da modernidade. Ao fim, deixamos o convite para recolocar as bases e embaralhar as cartas com as quais, usualmente, nos referimos ou imaginamos o tempo, contribuindo na recomposição de um pensamento histórico atento às dinâmicas de negação e apagamento que conformam os processos identitários.Item Reformar os costumes pela história : a historiografia de Francisco Lisboa no Jornal de Timon.(2017) Silva, Jussara Rodrigues da; Araújo, Valdei Lopes de; Araújo, Valdei Lopes de; Mollo, Helena Miranda; Abreu, Marcelo Santos deEsta tese tem como tema de estudo a publicação do Jornal de Timon (1852-1853; 1858) no Maranhão por Francisco Lisboa. Este se destacou no Brasil oitocentista como um dos principais nomes dos estudos históricos no país sendo indicado como membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e para a Academia de Ciências de Lisboa em virtude do seu Jornal. Debaixo do pseudônimo de Timon, Francisco Lisboa escreveu sob temas diversos, da história das eleições da Antiguidade aos tempos modernos passando para os partidos políticos e eleições no Maranhão e diferentes questões do passado colonial maranhense. Este trabalho, então, é orientado por duas perguntas principais: como Francisco Lisboa, sob o pseudônimo Timon, escreveu a história e, aliado a essa particularidade, como foi possível que ela fosse escrita daquela forma. Argumenta-se, em resposta, que o Jornal de Timon se caracterizou como uma escrita moral com o objetivo de reformar os costumes maranhenses por meio de lições fornecidas pela história. Para tanto, o Jornal reúne diferentes mecanismos de legitimação, temas, modos de publicação e um estilo particular que aproximam a prática historiográfica de Francisco Lisboa de uma historiografia ligada a demandas locais e ao mercado editorial e mais flexível quanto às normas de um modelo disciplinar. Assim, o Jornal de Timon pode ser entendido como uma história escrita para os maranhenses, o que significa que a sua compreensão deve ser feita mediante o contexto de publicação pós Balaiada e em meio aos debates em torno da criação de uma identidade maranhense pela ideia de ―Atenas Brasileira‖. No confronto e na junção desses diferentes elementos que o caracterizam, o Jornal de Timon pode ser tomado como exemplo da complexidade de formas pelas quais a história foi escrita no Brasil oitocentista.Item Sobre a impossibilidade da reconciliação : Abreu e Lima e a negação do passado nacional.(2019) Rodrigues, Thamara de Oliveira; Araújo, Valdei Lopes de; Araújo, Valdei Lopes de; Pereira, Luisa Rauter; Gaio, Géssica Góes Guimarães; Bentivoglio, Julio Cesar; Cezar, Temístocles Américo CorrêaEsta tese investigou a construção social da temporalidade no Império a partir das contribuições historiográficas de José Inácio da Abreu e Lima. O general e escritor, considerado um dos principais intérpretes do Brasil da primeira metade do século XIX, protagonizou uma série de debates em um contexto no qual disputavam-se os primeiros protocolos institucionais para a escrita de uma história nacional. As expectativas que remetiam à construção do “Brasil” como país passavam pela mediação da “distância histórica” em relação às heranças lusitanas, ameríndias e africanas por meio da narrativa histórica. Embora as obras do autor sejam atravessadas por diferentes direcionamentos políticos – oscilando, por exemplo, entre certo “realismo-conservador” na década de 1830, certo ímpeto revolucionário na década de 1840 e protagonizando uma leitura do socialismo nos anos 1850 – encontra-se nelas uma ênfase significativa e crítica no que tange à experiência colonial. Este passado assume, em seus textos, a forma de um passado-presente que teria impedido a projeção de futuros “bem-delimitados” e “ideais”. Essa performance discursiva lhe causou certa negação por seus pares, sobretudo, aqueles ligados ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), como foi o caso de Francisco Adolpho de Varnhagen. Acompanhamos nesta tese algumas dessas tensões e como elas repercutiram na definição do cânone historiográfico oitocentista, colocando em disputa e em evidência, portanto, formas de escrita, conteúdos e imaginários próprios a nossa história que se tornaram caros a tradições historiográficas brasileiras.