PPGHis - Mestrado (Dissertações)
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Navegando PPGHis - Mestrado (Dissertações) por Autor "Abreu, Marcelo Santos de"
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Item Antirracismo, história e tempo : ações afirmativas e reparação histórica no jornal Folha de São Paulo (2000-2012).(2019) Paula, Guilherme Oliva de; Roza, Luciano Magela; Abreu, Marcelo Santos de; Roza, Luciano Magela; Freixo, André de Lemos; Miranda, Shirley Aparecida deNesta dissertação apresento uma possível ligação entre os campos dos estudos raciais e da teoria da história, demonstrando como as diferentes performances dos conceitos de história, tempo e antirracismo podem ser conectadas a algumas interpretações sobre a formação nacional brasileira e a atuação dos movimentos sociais negros ao longo do período republicano brasileiro. Com isso, procuro historicizar as interpretações sobre as relações raciais no Brasil e a atuação dos movimentos sociais negros em diferentes contextos. Por conseguinte, apresento as possíveis relações entre a emergência de uma experiência do tempo e da história ligadas à ética da reparação dos traumas do passado com o desenvolvimento da luta pelas ações afirmativas para a população negra no final do século XX e início do século XXI. Por fim, por meio da análise dos argumentos dos articulistas do jornal Folha de São Paulo, entre os anos de 2000 e 2012, demonstro que os mesmos constroem seus posicionamentos sobre as ações afirmativas por critérios raciais lançando mão de duas interpretações históricas sobre a questão racial brasileira distintas. Os contrários valorizam a narrativa da miscigenação, negando a valorização política e identitária do conceito de raça. Ao passo que os favoráveis, por meio da ótica da reparação histórica, estabelecem a desigualdade racial presente como um processo de perpetuação histórica do qual só a valorização do conceito de raça é capaz de auxiliar no tratamento destes passados que não passam, representados pela desigualdade racial presente.Item Apresentações do feminino na palavra sobre a tortura : sacralização da maternidade em Luta, Substantivo Feminino (2011).(2019) Santos, Ana Carolina Monay dos; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Abreu, Marcelo Santos de; Bauer, Caroline SilveiraLançado em lançado em 2010 pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos/PR e pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres/PR, o livro-relatório Luta: Substantivo Feminino é uma publicação oficial cujo objetivo é apresentar a dimensão feminina da experiência da tortura na Ditadura Militar brasileira (1964-1988). Para tanto, o livro se embasa em 27 testemunhos de mulheres sobre a tortura, dos quais uma determinada interpretação embasa a hipótese do livro. Ao apresentar a dimensão feminina, o texto do livro fixa no referente “maternidade” um sentido sacro, oferecendo um sentido para experiência feminina. Compreendendo o relatório como uma instância de articulação discursiva que revela uma “voz estatal” que fala sobre a questão da tortura, e adotando a categorização de “maternidade” como método para identificar as disputas políticas significantes em torno do termo, o objetivo dessa dissertação é revelar as condições contextuais éticas e políticas do ingresso desses testemunhos no livro-relatório Luta, Substantivo Feminino (2010). A hipótese sustentada nesta dissertação é a de que existe uma apropriação destes testemunhos no interior do discurso estatal, cujo efeito maior é o obscurecimento do sentido político fundamental de “maternidade” emergente nos testemunhos.Item Arte e estado : Portinari e sua correspondência como um espaço de “sociabilidade intelectual” (1920-1945).(2015) Arêdes, Ana Carolina Machado; Araújo, Valdei Lopes de; Abreu, Marcelo Santos de; Bentivoglio, Julio CesarEste trabalho procura entender o entrosamento do pintor Candido Portinari no ambiente intelectual e político, entre os anos de 1920 a 1945, por meio da análise das correspondências trocadas entre ele e seu influente círculo de amizades, assim como da interpretação de algumas obras do pintor que contribuem para o entendimento de sua trajetória artística e de sua atuação sob o mecenato estatal. Candido Portinari possui um rico acervo epistolar que demonstra aspectos da sua personalidade, suas convicções políticas e artísticas e como ele se relacionava com grandes nomes da intelectualidade e da burocracia estado-novista. Suas missivas, portanto, são capazes de revelar alguns desdobramentos do ambiente político, intelectual e cultural daquele período. A carta, utilizada nesse estudo como fonte, foi um dos mais importantes meios de comunicação daquela época, sendo usada como um espaço de “sociabilidade intelectual”, ou seja, como uma forma de estabelecer e manter amizades epistolares a fim de participar do concorrido meio cultural e burocrático. O recorte de 1920 a 1945 foi adotado porque Portinari começou a se destacar como pintor no cenário nacional na década de 1920, quando ingressou na tradicional Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, para estudar pintura. Na década de 1930, depois de uma viagem de estudos à Europa, Portinari voltou para o Brasil com um estilo artístico mais livre e pessoal, tornando-se um dos pintores adeptos da vanguarda modernista. Em suas telas evocou a brasilidade por meio da representação da gente simples e trabalhadora da nação, especialmente o negro e o mestiço. Destacou-se como artista por extrapolar os limites do quadro à óleo e pintar afrescos. Um dos traços mais marcantes da pintura de Portinari é a monumentalidade dos corpos e a deformação dos pés e das mãos das figuras representadas. Portinari confeccionou trabalhos significativos para o Estado Novo, principalmente sob a encomenda do então ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. Dentre estes trabalhos destacam-se os murais em afresco realizados para o edifício sede do Ministério da Educação, atual Palácio Capanema, no Rio de Janeiro. O ano de 1945, marcou o fim do Estado Novo, contexto político que foi abordado nesse estudo, portanto, foi adotado como o limite do recorte cronológico. Em suma, as cartas do pintor, atreladas às suas obras, representam nesse trabalho a chave para a compreensão da sua trajetória artística, do seu relacionamento social e da sua atuação no Estado.Item Através da Pátria Brasileira : possibilidades de narrativa acerca do indígena brasileiro em livros de leitura da Primeira República.(2016) Almeida, Helena Azevedo Paulo de; Rangel, Marcelo de Mello; Abreu, Marcelo Santos de; Fernandes, Luiz Estevam de Oliveira; Abreu, Marcelo Santos de; Rangel, Marcelo de Mello; Bentivoglio, Julio CesarNo decorrer do século XIX, ocorreu uma acirrada discussão sobre o lugar do índio na constituição da sociedade brasileira. Podemos destacar duas vertentes principais de abordagem: a Romântica, que exaltava-os como honrados, corajosos e futuros cristãos em seu papel de construção da identidade nacional, e uma outra vertente, vinculada à figura de Varnhagen, que colocava o indígena como parte de um passado remoto, bárbaro, sem qualidades, que precisaria ser esquecido e superado através de sua escravização em substituição à mão de obra escrava negra. Assim, o presente trabalho tem por intenção discutir as modificações e permanências destas propostas, a partir de uma análise dos livros de leitura, utilizados no início do século XX, a partir da noção de memória coletiva.Item Chalés ecléticos na cidade barroca : poder, linguagem arquitetônica e patrimônio em Ouro Preto (1880-1950).(2023) Simões, Bruna Carneiro Leão; Abreu, Marcelo Santos de; Aguiar, Tito Flávio Rodrigues de; Abreu, Marcelo Santos de; Aguiar, Tito Flávio Rodrigues de; Costa, Eduardo Augusto; Schettino, Patrícia Thome JunqueiraA presente pesquisa aborda a arquitetura eclética na cidade de Ouro Preto, com foco principal na tipologia dos chalés durante o período de intervenção modernista no município. Com o reconhecimento da importância de preservação do patrimônio nacional e a implantação dos primeiros instrumentos de proteção, Ouro Preto recebe grande ênfase por causa do seu acervo preservado do período colonial e atravessa um momento de alterações da sua paisagem urbana. Durante esse período, a arquitetura eclética é uma das principais construções da cidade a serem modificadas, contudo os chalés permanecem praticamente inalterados. Essa pesquisa, portanto, tenta compreender as principais influências na preservação desses imóveis a partir do ponto de vista socioeconômico dos proprietários desses imóveis, além de analisar a interferência das políticas patrimoniais promovidas pelas instituições responsáveis em proteger o patrimônio nacional. Ao todo, são 15 imóveis analisados, durante o desenvolvimento dessa pesquisa, localizados dentro do perímetro tombado do distrito sede de Ouro Preto. O ineditismo temático e originalidade na escolha dos objetos de estudo justificam a importância dessa pesquisa na compreensão de um período pouco abordado no âmbito acadêmico. Objetiva-se, por fim, incentivar estudos e pesquisas sobre uma nova perspectiva da cidade.Item "Cultura de História" no Brasil Oitocentista : espaços de autonomia e produção de distância histórica nos compêndios e manuais de história do Brasil (1828-1861).(2019) Cunha, Daniel Joni Mendes Nunes da; Rangel, Marcelo de Mello; Rangel, Marcelo de Mello; Araújo, Valdei Lopes de; Abreu, Marcelo Santos de; Bentivoglio, Julio CesarEste trabalho pretende investigar os manuais didáticos adotados no Colégio Pedro II, a saber: o “Resumo da História do Brasil até 1828” de Henrique Luís de Niemeyer Bellegarde, o “Compêndio da História do Brasil” de José Ignácio de Abreu e Lima e as “Lições de História do Brasil” de Joaquim Manuel de Macedo, visando contribuir para os debates acerca das possibilidades da escrita da história, sobretudo àquela do ensino de história no Brasil Imperial. Além disso, há a preocupação com a constituição e a sedimentação de conteúdos e compreensões mobilizados no interior destes manuais didáticos, com o intuito de tematizar e restituir a complexidade dos debates envolvendo a aproximação ou alargamento no que tange a herança portuguesa, ou modulações da “distância histórica”, entre 1831 e 1863.Item Do monumental ao performático : Ouro Preto e as práticas oficiais e populares do patrimônio.(2018) Féres, Leila Medina Leite; Abreu, Marcelo Santos de; Abreu, Marcelo Santos de; Roza, Luciano Magela; Aguiar, Leila BianchiEssa dissertação de mestrado tem por objetivo analisar os patrimônios oficiais e populares da cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. Primeiro, examinamos os patrimônios institucionalizados, isto e, oficialmente reconhecidos em âmbito nacional, na cidade de Ouro Preto. Buscamos compreender as ações preservacionistas que institucionalizam o patrimônio em Ouro Preto, como se efetiva sua proteção e o discurso de preservação desde os anos 1930 até os dias de hoje. A investigação do patrimônio institucionalizado se concentra na análise do tombamento de dois bens arquitetônicos. O primeiro, tombado em 1938 pelo IPHAN compõe o circuito turístico principal da cidade; o segundo, tombado em 2010 pelo COMPATRI se localiza a margem do centro histórico. Como contraponto ao patrimônio institucionalizado, analisamos os patrimônios populares situados fora do chamado centro histórico. Trata-se do caso das antigas minas de ouro desativadas. Sua patrimonialização depende da ação performática de guias e estudiosos populares da história da mineração que também exploram turisticamente esses espaços. Nos dois casos, o que está em jogo é a dinâmica entre centro e periferia, visibilidade e invisibilidade, na definição do patrimônio. Dessa maneira, buscamos compreender as tensões e assimetrias na política patrimonial na cidade de Ouro Preto. Interpretamos o jogo simbólico do discurso patrimonial a partir da tensão entre a monumentalidade do centro histórico e a performance, elemento chave na manutenção do patrimônio popular.Item Em busca da revolução : a trajetória do movimento nacionalista no Brasil (1956-1964).(2015) Oliveira, Felipe Alves de; Abreu, Marcelo Santos deO presente trabalho tem como foco a análise do nacionalismo no Brasil, durante as décadas de 1950 e 1960. Busca-se demostrar que o nacionalismo foi algo além de uma ideologia formulada pela intelectualidade brasileira, sendo, sobretudo, um movimento político, que atingiu amplos setores da sociedade brasileira, como a União Nacional dos Estudantes, a Frente Parlamentar Nacionalista, o periódico ¨O Semanário e o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) . Compreende-se o nacionalismo como um movimento político que vigorou no país entre os anos de 1956 e 1964.Item Entre objetos e palavras : o Museu de Artes e Ofícios como experiência historiográfica.(2018) Vasconcelos, Vanessa Gonçalves de; Abreu, Marcelo Santos de; Lopes, Ana Mônica Henriques; Abreu, Marcelo Santos de; Lopes, Ana Mônica Henriques; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Bruno, Maria Cristina de OliveiraEssa dissertação analisa a relação entre a metodologia da pesquisa histórica e o processo de implantação de uma instituição museológica. A análise da organização de objetos inseridos no contexto de uma exposição museológica permite a reflexão sobre a instituição de um discurso e as potencialidades do que ele representa/reproduz. O propósito desse estudo é pensar a construção de uma narrativa museal à luz da noção da operação historiográfica, proposta por Michel de Certeau, que defende a operação histórica como resultado da associação de um lugar social, de práticas metodológicas e de uma escrita. Certeau entende que ao operar a história por meio de atividades técnicas que relacionam o presente e o passado, o historiador confere e/ou constrói sentido aos acontecimentos criando relações inteligíveis a partir de uma análise contextual. Para pensar as questões que envolvem a implantação de uma exposição museológica como operação historiográfica, investigaremos o processo de instalação do Museu de Artes e Ofícios, localizado na Praça da Estação, na região central de Belo Horizonte (MG). A exposição é o local no qual o público interage com o museu, constituindo-se assim, no principal veículo de comunicação das instituições museais. Ao pensarmos nas reflexões propostas por Certeau acerca da operação historiográfica e no processo de implantação de uma instituição museológica – em particular, da sua expografia – identificamos traços comuns a esses dois exercícios.Item Espaço, tempo e produção de presença através do Inhotim.(2016) Alves, Maria Fernanda Silva; Abreu, Marcelo Santos de; Abreu, Marcelo Santos de; Costa, Carina Martins; Rangel, Marcelo de MelloEste trabalho consiste em uma reflexão teórica sobre as concepções de tempo e espaço contemporâneas. Para tanto, utilizo como exemplo o Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte. Através dos trabalhos realizados pelo Instituto em relação ao patrimônio histórico e natural de seu entorno e de um dos programas de arte educação, procuro pensar como as relações entre tempo e espaço se constituem de maneiras específicas nesse lugar, por meio de noções e conceitos emergentes relativos ao “paradigma da presença”. No primeiro capítulo, tentei pensar o patrimônio acionado pela então existente Diretoria de Inclusão e Cidadania do Inhotim a partir da noção de presença do passado como trabalhada por Hans Ulrich Gumbrecht. Para tanto, usarei a noção de “presença”, assim como a de “presente alargado”, ambas de Gumbrecht como fundamentação para discutir a potencialidade do patrimônio histórico como apreensão do passado. No segundo capítulo, por meio de artigos publicados em jornais nacionais e internacionais e por meio das atividades do programa educativo “Descentralizando o acesso” procurei acessar a recepção que se tem do Inhotim pelo público em geral e na educação. Tentei compreender como a linguagem utilizada para expressar a experiência tida no Inhotim pode dizer algo sobre a especificidade e a generalidade desse lugar. Dessa maneira, acredito ser possível desenvolver o pensamento acerca da complexificação do presente, levando em consideração suas características de co-presenças ou simultaneidades.Item Guignard e a pintura de paisagem de Ouro Preto : imagem e memória.(2018) Thomaz, Mariana Rodi; Abreu, Marcelo Santos de; Abreu, Marcelo Santos de; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Lehmkuhl, LucieneA construção da identidade no Brasil integrou-se através de programas institucionais e artísticos que tinham um viés comum: criar imagens do “nacional”. O presente estudo consiste em analisar conjuntos de obras específicos que o pintor Alberto da Veiga Guignard pintou durante sua morada em Ouro Preto. Atuando durante a Era Vargas, Guignard contribuiu iconograficamente para a construção da paisagem brasileira e do patrimônio nacional, dialogando com convenções da pintura ocidental e oriental. A imagem possui um caráter cognitivo, ou seja, o objeto visual colabora com os processos sociais e, portanto, é dotado de historicidade. O valor cognitivo dos objetos da cultura visual será aqui relacionado com a construção de uma memória coletiva sobre o Brasil e a nacionalidade brasileira. Considera-se aqui duas principais vertentes das pinturas de paisagem de Guignard. Primeiro, um paisagismo documental sobre Ouro Preto e outras cidades mineiras identificadas como patrimônio; e as paisagens imaginantes nas quais predominam as fantasias da memória. Representadas de forma mais realista, suas paisagens documentais enfatizam o caráter monumental dos edifícios coloniais da região de Ouro Preto, são constituídas por pontos de vista que valorizam os edifícios barrocos e as ruelas íngremes da cidade. Já as paisagens imaginárias que constituem um grande simbolismo na dimensão da memória, formada esta por várias camadas sobrepostas de acontecimentos, visões, pensamentos e vivências. As paisagens imaginárias dialogam com a memória a partir dos elementos simbólicos que as constituem através de uma composição mais livre, poética e fantasiosa. Ambas as vertentes das obras de Guignard, portanto, integram a propaganda do Brasil e de sua paisagem nacional.Item História na Primeira República : perspectivas ético-políticas nos ensaios de Paulo Prado e Manoel Bomfim.(2016) Ferreira, Clayton José; Rangel, Marcelo de Mello; Rangel, Marcelo de Mello; Abreu, Marcelo Santos de; Avelar, Alexandre de Sá; Santos, Fábio Muruci dosNesta dissertação pretendemos investigar as principais características da historicidade (experiências históricas determinadas e temporalizadas) de parte da intelectualidade do início do século XX, mais especificamente acerca de Paulo Prado e Manoel Bomfim. Deste modo, serão analisados os ensaios Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira (1928) e O Brasil na História: deturpação das tradições, degradação política (1930), respectivamente escritos por Prado e Bomfim. Nossas reflexões serão norteadas pelas seguintes hipóteses: a) defende-se que a experiência de tempo foi marcada pela aceleração radical (a qual podemos tratar como instabilidade); b) há busca por orientação e certa estabilidade através da tematização do passado; c) os autores mencionados possuem uma atitude melancólica (tensão entre pessimismo e otimismo); d) ainda, pretendem reorganizar a relação acerca das experiências intensificando uma “distância histórica” a respeito das dimensões do passado consideradas negativas e reduzindo tal distância quando planejam reaproximar alguma experiência potencializadora do presente; e) as linguagens pragmáticas de seus ensaios se organizam em torno de dimensões lógico-formais e estéticas, ambas a partir de intenções ético-políticas.Item A historicidade do transitório na ficção contemporânea Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie.(2023) Souza, Lucas Sampaio Costa; Abreu, Marcelo Santos de; Abreu, Marcelo Santos de; Teixeira, Felipe Charbel; Klein, Kelvin FalcãoNesta pesquisa, procuramos investigar de que maneira a ficção Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie, lida com o passado e a História. Argumentamos que Chimamanda Adichie encena uma historicidade do transitório ao resgatar a visibilidade e a função moral do discurso romanesco, com personagens moralmente verossímeis e cuja relação com o enredo é definida pelo trânsito entre Terceiro Mundo e Ocidente. O incessante vai e vem entre memória, vivência e experiência que nos constitui enquanto sujeitos históricos é encenado a partir das situações e experiências de personagens negras e africanas transitando entre Terceiro Mundo e Ocidente: dotados de consciências às quais temos acesso irrestrito, os protagonistas de Americanah figuram um ângulo de observação sobre a História que se, por um lado, explicita a condição subalterna do Terceiro Mundo, por outro, remete ao questionamento pós-colonial sobre quem é e quem pode ser o sujeito da cultura. Em seguida, procuramos mostrar o processamento desta historicidade do transitório na forma da narrativa. Argumentamos, então, que a forma clássica do romance convive com uma forte aspiração à referencialidade, identificada nas nuances entre protagonista e autora e no blog onde a protagonista ensaia o choque com sua experiência do transitório.Item Um narrador de si e da guerra : testemunhos de um praça da força expedicionária brasileira.(2014) Soares, Izaac Erder Silva; Abreu, Marcelo Santos deA presente dissertação propõe um estudo acerca da participação dos praças brasileiros da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Grande Guerra Mundial, a partir dos testemunhos do terceiro-sargento brasileiro Osmar Gomes de Oliveira. Não apenas como relato autobiográfico, mas no sentido da constituição e organização de um testemunho que apresenta sentidos e significados desse veterano, sobre si mesmo e também sobre a participação brasileira na guerra. Para esse sujeito, a criação e a organização de testemunhos sobre o passado se apresentam, sobretudo, com a constituição de um acervo documental, composto por coleções de fotografias comentadas, cartas, postais, diário entre outros, que, de alguma maneira, ajudam a compreender como esse veterano representa e dá sentido a sua trajetória durante o percurso da guerra. Contudo, não se pretende tratar somente do caráter singular e subjetivo desses testemunhos, mas também de suas implicações e desdobramentos no meio social: seja nas relações estabelecidas com testemunhos de outros veteranos da FEB, nos processos de formalização histórica e também nos embates para a constituição de memória pública acerca dos veteranos da FEB. Para tanto, se apresentam outros testemunhos de veteranos da FEB, não como contraposição aos testemunhos de Osmar Gomes de Oliveira, mas no sentido de compreender como as relações entre essa pluralidade de discursos testemunhais se estabelecem no meio social, sempre num campo de tensões e conformidades que, minimamente, buscam estabelecer uma memória pública dos veteranos da ANVFEB.Item No país dos Bauretz : dimensões políticas do deboche dos Mutantes à luz da teoria bakhtiniana (1966–1973).(2017) Cordeiro, Renata Marques; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Faria, Daniel Barbosa Andrade; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Abreu, Marcelo Santos deEste trabalho analisa o período clássico da banda de rock brasileira Mutantes, com início em 1966 e término em 1972, objetivando demonstrar a existência de uma dimensão política no tipo de humor praticado por eles. Antes, porém, buscamos inserir nosso objeto de estudo no escopo dos acontecimentos nacionais e mundiais de meados da década de 1960 e início da de 1970. Analisando fontes históricas tais como revistas publicadas pela Editora Abril intituladas Realidade (1966 – 1976) e Intervalo (1963 – 1972), nós pudemos descrever a trajetória da banda, entendendo-a como um dos protagonistas do encontro entre as guitarras e um subtexto social, cultural e político no Brasil. A partir de então, vimos suas participações em festivais da canção e pudemos perceber a constituição de uma política alternativa baseada na participação subjetiva através da experiência sensorial. Além das duas revistas da grande mídia, tivemos acesso também a duas entrevistas concedidas pelos Mutantes a uma publicação da imprensa alternativa denominada O Bondinho. Mediante declarações de Arnaldo Baptista e Rita Lee, comparando- as às premissas tropicalistas e contraculturais, percebermos a postura Mutante tanto como uma resposta à realidade política do Brasil que atravessava um período ditatorial, como a adesão a um movimento mundial de contracultura. Por fim, lançamos mão da teoria de Mikhail Bakhtin e pudemos assim observar a estrutura do riso Mutante sob a luz da cultura cômica popular, encontrando e destacando na trajetória Mutante – letras, músicas, performances – dois princípios típicos dessa cultura, a carnavalização e o realismo grotesco conforme descritos pelo pensador russo.Item Para a glória da Roma Mineira : Museu Arquidiocesano de Mariana (1926-1964).(2014) Scarpati, Riler Barbosa; Abreu, Marcelo Santos deEste trabalho tem como foco principal a análise dos projetos de memória que dizem respeito à criação de um dos primeiros museus mineiros, inicialmente instituído pela Arquidiocese de Mariana, em 1926, e retomado com nova fundação em 1961, destacando-se as interfaces com as políticas de preservação da memória implementadas pelo Estado e enunciadas por parte da intelectualidade nacional. Falamos do Museu Arquidiocesano de Mariana (MAM), fundação que tem como personagem destacada o Arcebispo D. Oscar de Oliveira. O trabalho discute tais projetos de musealização à luz da justificativa de perda do patrimônio, evidenciando suas múltiplas relações com os dilemas enfrentados pelo episcopado brasileiro no período. Disseca a expografia proposta pelo MAM e seus silenciamentos frente aos fiéis, entendidos como o Outro desta relação. Por fim, aborda a questão da arte sacra e sua transformação em objeto museal, focando suas múltiplas possibilidades.Item Políticas da memória e políticas do esquecimento : uma análise das transformações dos antigos centros de tortura do Brasil em memorial - DOPS/RJ e DOI-Codi/SP.(223) Ivo, Larissa Vitória; Pereira, Luisa Rauter; Pereira, Luisa Rauter; Abreu, Marcelo Santos de; Neves, Deborah Regina LealA compreensão acerca das políticas da memória deriva dos estudos da Teoria da História e da Historiografia sobre a memória, cuja área de conhecimento passou por uma crescente durante a década de oitenta, tendo em vista acontecimentos como a queda do muro de Berlim, o Apartheid, as Ditaduras na América Latina e outros grandes eventos a nível global que deram origem às demandas de preservação do passado. O objetivo dessa dissertação foi compreender as disputas de memória em torno dos antigos centros de tortura no Brasil, sendo eles o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) da cidade do Rio de Janeiro e o Departamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna da cidade de São Paulo, a fim de elucidar de que maneira o conduziu o período de 1964 à 1985, bem como quais são as suas continuidades e rupturas presentes na contemporaneidade. Neste intuito, foram utilizadas como fontes os jornais brasileiros, como o Estadão, o G1, a Agência Brasil e a BBC, a fim de analisar de maneira esses casos foram repercutidos na mídia nacional e de que maneira tais embates foram veiculados. Em conjunto a elas foram consultadas as principais referências da área, fazendo um contraponto entre os conceitos e as manchetes. A hipótese central desenvolvida nessa dissertação foi que a maneira em que a Lei da Anistia foi elaborada, mediante o não julgamento dos torturadores em conjunto à ausência da Justiça de Transição no país colaborou para um cenário propício de inserção das políticas de esquecimento em torno da ditadura no país.Item A religião nacional : a experiência brasileira em Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro.(2018) Belchior, Luna Halabi; Araújo, Valdei Lopes de; Abreu, Marcelo Santos de; Medeiros, Bruno Franco; Araújo, Valdei Lopes deEsta dissertação tem por objetivo central compreender a construção da “religião nacional” nas obras do Cônego Fernandes Pinheiro. A construção da religião nacional estaria vinculada a um processo de abertura de um campo de experiência nacional brasileiro. Nesse sentido, a religião, compreendida como um sistema de valores e crenças que orienta os homens em seu agir, torna-se nacional à medida que se vincula ao objetivo de identificar, reconhecer e produzir a nação como filtro fundamental da experiência. A experiência de pertencer à nação se deu de múltiplas maneiras no cenário oitocentista brasileiro. Aqui, destacamos a atuação do Cônego Fernandes Pinheiro em diferentes locais de escrita e mobilização da história: o IHGB, a imprensa e espaços educacionais, compreendendo uma tarefa comum aos homens do período: a de conformar Estado e Nação. A nação, compreendida, sobretudo, como forma de participação política da sociedade civil, é narrada e comunicada através da história. É preciso, dessa maneira, reconhecer e projetar uma realidade “nacional”, “moderna” e “histórica”. Buscaremos descrever a necessidade apontada por Pinheiro em desenvolver o gosto pela nação como um aparato ou parte de um repertório que possibilitaria dar concretude à experiência do Brasil. As linhas mais gerais desse repertório seriam fundamentadas a partir da própria concepção do Cônego a respeito do papel da religião na sociedade moderna e, especificamente, na recém consolidada monarquia constitucional brasileira, dentre os anos de 1850 e 1875.Item Temporalidade e modernismo no Teatro Experimental do Negro (décadas de 1940-1950).(2019) Dias, Vitor do Carmo Gomes; Freixo, André de Lemos; Freixo, André de Lemos; Abreu, Marcelo Santos de; Roza, Luciano MagelaEsta pesquisa tem como objeto de estudo a atuação do Teatro Experimental do Negro (TEN) nas décadas de 1940 e 1950. Visamos demonstrar que o referido agrupamento negro constitui uma expressão do modernismo brasileiro. Para isto, nós repensamos a própria categoria do “modernismo”, tomando-a não como um marco divisor de águas na história do Brasil (invenção do “movimento” iniciado com a “Semana de Arte Moderna de 1922”), mas como parte de uma experiência vital do tempo e do espaço brasileiros. Trata-se de questionar a ideia canônica do significado de “modernismo” no Brasil, assumindo a existência não de um “modernismo”, mas de modernismos enquanto modos específicos de projeção de ideias políticas num vasto e conflitivo campo. Nessa chave, a categoria nos conduz para a discussão da temporalidade do Teatro Experimental do Negro. Buscamos ver a conformação de três ideias: 1) a entificação do Brasil (e de tudo o que seria propriamente brasileiro, como o tempo, o espaço, a história e uma identidade sociocultural), um dado tido como prévio e fixo à observação de sujeitos de conhecimento; 2) a noção de uma epistéme (a única ou a “mais adequada” para produzir conhecimento sobre esse mesmo tempo e esse mesmo Brasil); 3) as percepções do atraso e do contemporâneo. Nosso objetivo maior é compreender as implicações dos modos modernistas de experiência do tempo para os sujeitos negros em suas experiências históricas próprias. É, pois, um caminho indispensável para avançarmos no entendimento das implicações contidas no tipo de ethos que indicamos com a categoria, que é algo do qual eu não arriscaria dizer estarmos plenamente livres.Item Teoria e ensino de história : respostas ao mundo presente.(2018) Silveira, Glauber Fonseca; Rangel, Marcelo de Mello; Rangel, Marcelo de Mello; Abreu, Marcelo Santos de; Araújo, Valdei Lopes de; Lobo, Rafael HaddockNosso propósito neste trabalho é apresentar algumas estratégias didáticas diferenciadas no ensino básico de história, buscando estimular o interesse e o envolvimento dos alunos com a disciplina histórica. Essas estratégias buscam partir da realidade local e das necessidades educacionais apresentadas pelos alunos em seu contexto específico de mundo para que possamos ajuda-los a perceber por si mesmos sua própria condição histórica e desenvolverem as habilidades relacionadas à essa condição. Para a realização destas estratégias didáticas buscamos empreender no primeiro capítulo uma reflexão teórica sobre o que seriam os princípios existenciais da história, ou seja, apontamos quais são as condições estruturais da vida humana que permitem o aparecimento de toda história, seja ela vivida ou narrada. De posse da compreensão destas condições fundamentais da história, explicitados, buscaremos identificar quais são as tendências do projeto existencial e histórico predominantes no contemporâneo em que se encontram as novas gerações, estaremos então no segundo capitulo. Nos capítulos três e quatro relatamos experimentos que buscam explorar habilidades relacionadas ao reconhecimento da própria historicidade e à ao apropriarem-se dos fenômenos à ela relacionada possam construir uma relação mais autêntica com a história.