Magalhães, Cíntia Lopes de BritoLima, Rafaela Lameira Souza2022-02-032022-02-032021LIMA, Rafaela Lameira Souza. Avaliação da atividade antioxidante e antiviral da Silimarina e N-acetilcisteína em camundongos C57BL/6 infectados com o vírus Zika e o papel da espécies reativas de oxigênio na multiplicação viral. 2021. 100 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2021.http://www.repositorio.ufop.br/jspui/handle/123456789/14432Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.O Zika virus (ZIKV) é um arbovírus que pertence à família Flaviviridae e ao gênero Flavivirus, transmitido principalmente pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Os principais sintomas causados pela infecção por ZIKV são febre, exantema, artralgia, mialgia, conjuntivite e cefaleia. No entanto, estudos têm demonstrado a possível ligação entre a infecção por ZIKV e alguns distúrbios neurológicos, como microcefalia em bebês e síndrome de Guillian-Barré em adultos. Embora essa arbovirose seja de grande importância para a Saúde Pública nacional, apresentando quadros debilitantes, até o momento não existem fármacos e/ou vacinas disponíveis para o tratamento da doença. Nesse sentido, uma vez que nosso grupo de pesquisa já demonstrou que o estresse oxidativo ocorre na infecção por ZIKV tanto in vitro como in vivo e que a Silimarina, um fitoterápico com ação antioxidante e anti-inflamatória bem conhecida, tem ação antiviral contra o vírus in vitro, o objetivo deste trabalho foi avaliar in vivo a atividade antiviral e antioxidante da Silimarina em camundongos infectados com ZIKV. Além da Silimarina, a Nacetilcisteína (NAC) foi inserida no estudo para verificar se a atividade antioxidante da Silimarina poderia estar associada à atividade antiviral, por meio da comparação com um antioxidante já conhecido que até então não possuía atividade antiviral contra o vírus. Para isso, camundongos C57BL/6 foram infectados via intraperitoneal com 10^8 (dez elevado a 8) Unidades Formadoras de Placa (UFP) do ZIKV e divididos em 6 grupos, sendo eles: grupo controle (C); grupo controle + silimarina (CSIL); grupo infectado (V); grupo infectado + silimarina (VSIL); grupo controle + NAC (CNAC); grupo infectado + NAC (VNAC). Os animais tratados com Silimarina receberam 200mg/kg/dia, enquanto os tratados com NAC 300mg/kg/dia via gavagem, de 12/12 horas, sendo que os tratamentos se iniciaram 24h antes da infecção. Após 3 dias da infecção, os animais foram eutanasiados e no fígado dos camundongos foram mensurados os biomarcadores de estresse oxidativo, assim como as enzimas antioxidantes Superóxido Dismutase (SOD) e Catalase (CAT). Ainda, a carga viral foi avaliada no fígado. Nossos resultados demonstraram que o tratamento com a Silimarina e NAC se mostrou promissor no restabelecimento dos parâmetros redox no fígado de camundongos C57BL/6 infectados com ZIKV e ambos compostos apresentaram atividade antiviral, reduzindo a carga viral no fígado de camundongos infectados. Como os dois compostos apresentaram atividade antiviral, o próximo objetivo foi avaliar in vitro se todo antioxidante para ZIKV poderia também ser um antiviral. Para isso, além da Silimarina e NAC, foram testados os antioxidantes Quercetina e Rutina. Para a realização desses experimentos foram utilizadas células Vero, infectadas com ZIKV em uma multiplicidade de infecção (MOI) de 5 e tratadas com diferentes concentrações dos compostos. Os resultados in vitro mostraram que todos os compostos testados exerceram efeito antioxidante por inibirem a produção de “Espécies Reativas de Oxigênio” (ERO) após a infecção. No entanto, somente a Silimarina apresentou atividade anti-ZIKV, confirmando estudos prévios do grupo. Assim, nossos resultados indicam que a multiplicação do ZIKV parece não depender das ERO uma vez que a atividade antioxidante dos compostos não necessariamente resultou em efeito antiviral. No entanto, mais estudos precisam ser realizados para confirmar essa hipótese. Em conjunto, os resultados obtidos reforçam o potencial do efeito antiviral e antioxidante da Silimarina na infecção pelo ZIKV e abrem perspectivas do seu uso como abordagem farmacológica.pt-BRabertoVírus da ZikaAgentes antiviraisStress oxidativoAntioxidantesArbovírusAvaliação da atividade antioxidante e antiviral da Silimarina e N-acetilcisteína em camundongos C57BL/6 infectados com o vírus Zika e o papel da espécies reativas de oxigênio na multiplicação viral.DissertacaoAutorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 26/01/2022 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que sejam citados o autor e o licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação.